sexta-feira, fevereiro 20, 2015

HAN KANG, BUCHI EMECHETA, QUINTANA & TEIA DA VIDA

 


TECENDO A VIDA... - Respiro o silêncio e é lá que mora o sorriso: o que aprendi e superei. Sou pelo amor, para o amor e por amor e isso me faz vivo, porque sei que o que nos desanima, nos mortifica. Assim vibro com as pulsações, o que encanta e alegra, porque a Natureza sou pelas frequências de cada vogal no círculo da vida: o rio pelas minhas veias: a cachoeira do sangue; a brisa reconfortante pelos pulmões, ah vida! O fogo sagrado no coração: o chão é a carne do meu corpo e os muitos mundos, o que nos anima e nos contamina na casa da alma. Tudo reverbera pelo visinvível para me reencontrar com os seres encantados e o elo perdido da sabedoria ancestral: o que sou e todas as coisas, seres de luz. Veja mais aqui e aqui.

 


DITOS & DESDITOS - Há certas memórias que permanecem invioláveis ​​aos estragos do tempo. E aos do sofrimento. Não é verdade que tudo é colorido pelo tempo e pelo sofrimento. Não é verdade que eles trazem tudo à ruína... Pensamento da escritora sul-coreana Han Kang, que no livro Human Acts (Hogarth Press, 2014), expressou que: [...] Depois que você morreu, não pude fazer um funeral, E então minha vida se tornou um funeral. [...] Algumas memórias nunca curam. Em vez de desaparecerem com o passar do tempo, essas memórias se tornam as únicas coisas que ficam para trás quando todo o resto é desgastado. O mundo escurece, como lâmpadas elétricas se apagando uma a uma. Estou ciente de que não sou uma pessoa segura. [...] Silenciosamente, e sem alarde, algo terno lá no fundo de mim se rompeu. Algo que, até então, eu nem tinha percebido que estava ali. [...], Veja mais aqui e aqui.

 

ALGUÉM FALOU: Eu trabalho pela libertação das mulheres, mas não sou feminista. Sou apenas uma mulher... Pensamento da escritora nigeriana Buchi Emecheta, que no livro Second Class Citizen (Braziller Books, 1983), expressou que: […] As folhas ainda estavam nas árvores, mas estavam ficando secas, empoleiradas como pássaros prontos para voar. [...] Ele nunca tinha aprendido a amar, mas tinha uma maneira impressionante de parecer satisfeito com as conquistas de Adah. [...] Psicologia típica Igbo; os homens nunca fazem mal, apenas as mulheres; elas têm que implorar por perdão, porque são compradas, pagas e devem permanecer assim, escravas silenciosas e obedientes. [...]. No livro Head Above Water (Heinemann, 1994), ela expressa que: […] Os escritores simplesmente precisam escrever e não se preocupar tanto com o que as pessoas pensam, porque a opinião pública é um assunto muito difícil de controlar. [...]. Veja mais aqui e aqui.

 

A HISTÓRIA DO VELHO ESPELHO – A narrativa A história do velho espelho, de Wang Tu (Maravilhas do Conto Chinês - Cultrix, 1961), faz parte do período compreendido pela Dinastia Tang chinesa (618-907), estimulou os escritores e letrados taoístas chineses que lançaram um novo gênero com os tempos áureos de fausto da corte, quando os poetas galanteavam livremente as damas de linhagem, os comediantes, dançarinos e trovadores estrangeiros enchiam o ócio da aristocracia requintada e culta. A narrativa começa: Natural de Fenb-Yin, Heú Seng, que viveu no reinado dos Suei, era um homem estranho. Durante muito tempo fui seu discípulo e tinha por ele a veneração que a um tal mestre é devida. Ao morrer, legou-me um espelho, dizendo: - Com este espelho, verás que todos os maus espíritos se afastarão de ti. Prometi ao mestre agonizante que guardaria ciosamente seu legado. Era um espelho de bronze, de oito polegadas de largura, com um suporte traseiro em forma de unicórnio agachado. [...] na sua parte fronteira, viam-se vinte e quatro caracteres arcaicos. A caligrafia, de traços abruptos, parecia, à primeira vista, do estilo Li-Chu. Contudo, ao examiná-la, constatava-se que fugia de todas as regras caligráficas. Explicou-me, então, o mestre, que eram sinais correspondentes às vinte e quatro condições atmosféricas. Ao se colocar o espelho contra a luz, distinguiam-se nitidamente, contra a superfície metálica, os desenhos do verso. Suspenso como gongo, produzia, a cada batida, nota de ressonância cristalina, que se prolongava pelo dia todo. Por tais virtudes, diferia extraordinariamente dos espelhos comuns. Fazia jus, pois, à admiração sem reservas de Heú Seng, homem genial, que sempre o considerara um objeto divino. Veja mais aquiaqui.

Imagem: fotografia de Suzan Kaminga – recline, do fotógrafo estadunidense Ansel Adams.


Ouvindo o Tema da Vitória no cd Tributo a um campeão (1994), consagrado nos tricampeonatos dos pilotos de Fórmula-1 Nélson Piquet e Ayrton Senna, do premiadíssimo maestro, compositor, arranjador e instrumentista brasileiro Eduardo Souto Neto.

LEITOR IDEAL – No livro Porta Giratória (Globo, 1988), do poeta, tradutor e jornalista gaúcho Mario Quintana, encontra-se O Leitor Ideal, cuja narrativa se desenrola assim: O leitor ideal para o cronista seria aquele a quem bastasse uma frase. Uma frase? Que digo? Uma palavra! O cronista escolheria a palavra do dia: Árvore, por exemplo, ou Menina. Escreveria essa palavra bem no meio da págimn com espaço em branco para todos os lados, como um campo aberto aos devaneios do leitor. Imaginem só uma meninazinha solta no meio da página. Sem mais nada. Até sem nome. Sem cor de vestido nem de olhos. Sem se saber para onde ia.... Que mundo de sugestões e de poesia para o leitor! E que cumulo de arte a crônica! Pois bem sabeis que arte é sugestão... E se o leitor nada conseguisse tirar dessa obra-prima, poderia o autor alegar, cavilosamente, que a culpa não era do cronista. Mas nem tudo estaria perdido para esse hipotético leitor fracassado, porque ele teria sempre à sua disposição, na página, um considerável espaço em branco para tomar os seus apontamentos, fazer os seus cálculos ou a sua fezinha... Em todo caso, eu lhe dou de presente, hoje, a palavra Ventania. Serve? Veja mais aquiaqui, aqui e aqui.

AMIGO É PRESSAS COISAS – Uma das amizades que tenho o dever de manifestar eternamente a minha gratidão por me sentir premiado na vida é a que tenho o prazer de manter com o escritor, boêmio, Duque de Jaraguá e agitador cultural alagoano Carlito Lima. Como diz o meu escritoramigo Luiz Berto: esse é um desassombrado! E digno da gente ficar cantando e fazendo bis daquela canção que virou sucesso do MPB-4: Amigo é pressas coisas. Ele é membro da Academia Alagoana de Letras, Secretaria de Cultura e criador da Feira Literária de Marechal Deodoro (Flimar), além de ser um excelente autor de uma obra que tem se tornado o xodó literário dos alagoanos. Tive a oportunidade de entrevista-lo e publicar uma resenha de uma de suas obras, Nordeste Independente, no meu Guia de Poesia. Para ter uma ideia de grandiosa pessoa da minha estima confira aqui, aqui e aqui.

O SEGREDO DE VERA DRAKE - O drama britânico O segredo de Vera Drake (2004), dirigido pelo cineasta Mike Leight que experienciou na infância e na adolescência estilos de vida diferentes, notadamente por ser filho de um médico e de uma parteira, relatado, inclusive, no seu livro The Cinema of Mike Leigh: a sense of the real. O filme conta a história da pobreza de uma mulher que desafia os valores morais da sociedade na década de 1950: Vera Drake. Ela é uma diarista devotada à família, cuida de seu marido, de sua mãe e de seus filhos e que, atendendo pedidos de sua amiga Lily, realiza generosamente abortos clandestinos e é denunciada à polícia. Não sabe que a amiga cobra das pacientes, inclusive, da jovem Susan, uma filha de uma das patroas de Vera, que foi estuprada e engravida. Um detalhe: a família dela não sabia disso. Depois de ser presa, ela é julgada e condenada.  Veja mais aqui.


TÁCITA – Hoje se comemora o Dia de Tácita, a deusa do silêncio e da virtude, sendo também aquela que protege contra os perigos da inveja e das palavras maliciosas que carregam considerável energia negativa. Veja mais aqui.


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Proezas do Biritoaldo: Quando a língua dá no dente do alcaguete, sai de riba que lá vem o enterro voltando aqui.
Pode até ser, mas se não for, nunca será, Lina Cavalieri, Chris Maher & Eloir Amaro Júnior aqui.
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O maravilhoso mistério da vida, Ana Torroja, Rebecca West, Alan Bridges, Marie-Louise Garnavault & Julie Christie aqui.
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Adolfo Bécquer, Paulo Moura, Pedro Onofre, Antônio Miranda & Gárgula – Revista de Literatura, Marcos Rey & Marta Moyano, Mihaly von Zick, Associação de Blogs Literários do Nordeste (ABLNE), Virna Teixeira & Programa Tataritaritatá aqui.
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