CREPÚSCULO DE VCA – As marteladas nietzscheanas indubitavelmente atuaram inexoravelmente
no esfarelamento das múmias conceituais com seus ocos ídolos desvalorizantes da
vida, incidiram contundentemente sobre as falsas divindades milenares que se
mantinham pelo erro com as aparências ideais e sua degenerescência para negar o
real e, consequentemente, desvelaram os privilégios das castas e o ilusório
imoral que promoviam a incapacidade de imaginar o mundo e o universo. Proferidas
com a carga do sarcasmo devastador e o ácido humor entre a repugnância e o
fascínio, prometiam decretar o fim da fábula secular. A sagacidade dos
aforismos trouxe à tona nossa desgraça e, diante dela: o melhor é aprender a
dançar. E mais: “Só às almas mais espirituais, admitindo que sejam as mais
corajosas, é dado viver as tragédias mais dolorosas: mas é por isso que estimam
a vida, porque ela lhes opõe seu maior antagonismo”. A psicologia e a
crítica avassaladora deste poeta trágico buscavam às orientações éticas para
dizer Sim à Vida! E com uma compensação: “O que não me mata, me torna mais
forte”. Assim, o anti-filósofo reiteradamente poeta consignou que o gênio
esbanja sobre o triunfo dos imbecis ventríloquos da branquitude, deixando à
mostra o drama existencial dos mortos-vivos que empunham as potestas romanas, a
eugenia e a misoginia da civilização repressora, atacando, por sua vez, o
alicerce do patriarcalismo e a religiosa cultura ocidental mantidas em nome da
fanática moral legalista e fundamentalista da hipocrisia apolínea fria e fina, do
ódio opressivo, da força bruta, da mutilação e da hétero normatividade, do
controle violento e sobre os dominados, da exclusão e do corporativismo do
poder em detrimento do dionisíaco. Não menos contundentes são as versejadas de
VCA: “Diz respeito à decadência (e desvalorização) do falo na sociedade
ocidental de homens sagrados, cabisbaixos, aposentados da volúpia, que se
utilizam de um artifício...”. Tal proposição se vale do flagra que ele faz de
Valéry a contemplar a eternidade da varanda (do seu espírito) para versar na
sua própria Catedral: “Homens lentos fabricam o crepúsculo \ com utensílios
de dias turvos. \ Sombras vicejam de trevas nutridas \ tributárias do esmo \
locatárias do olho...”. Como bem diz Virgínia Leal Crisóstomo no prefácio
do volume: “A poesia viril de Vital é jovem, de paixão rebelde, em briga com
os ancestrais e deles bebendo a fonte...”. E no arremate de Cláudio de
Veras: “A verdade final é que Vital está sempre recém-inventando sentidos,
cada vez mais novos, cada vez mais vivos”. Seguindo, então, a trilha do bigodudo
pensador alemão, VCA sabe: a arte estimula a vida e dissemina a preciosa
vontade de potência – como a insaciabilidade incessante de Platão e as máquinas
desejantes de Deleuze, razão pela qual ele poetou um Quântico de louvor à vida
(ou quase elegia surda química): “Vida, hábil teia que esmo torce \ acaso
cria com sumos cavos \ espessos halos \ banho quântico de cálida sopa...”. No
“Corpo partido tempo mutilado alma devastada” ele demonstra a ciência sobre a:
“Queda dos dias já submersos \ na trama inamovível do passado...”, e
entre “As impressões do crepúsculo (seis dísticos disfarçados)” poetou: “... Corpo
do sonho das carícias \ acordando desejos exilados...”, como se o poeta
mais que vivo fosse capaz de enfrentar o já crônico secular crepúsculo com sua
extemporânea carta poética. Veja mais aqui, aqui e aqui.
DITOS &
DESDITOS - Todos nós tentamos aprender uma nova
habilidade motora. Talvez tocando piano, talvez aprendendo a fazer malabarismo.
Você teve a experiência de ficar cada vez melhor em uma única sessão de prática
e pensar “eu
consegui”. À medida que você usa uma região do cérebro, ela se
torna cada vez mais excitável e fácil de usar novamente. E como seu cérebro tem
essas áreas que aumentam sua excitabilidade, o cérebro muda como e quando elas
são ativadas. Com o aprendizado, vemos que redes inteiras de atividade cerebral
estão mudando e mudando. Então seu cérebro é tremendamente plástico e está
sendo moldado estrutural e funcionalmente por tudo que você faz, mas também por
tudo que você não faz. Pensamento da neurocientista e fisioterapeuta estadunidense
Lara Boyd, autora da obra Luath Press, 2007). Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.
ALGUÉM FALOU: Aquilo que persistimos em fazer se torna mais fácil, não que a
natureza da tarefa tenha mudado, mas nossa capacidade de fazer aumentou. Pensamento
do escritor e filósofo estadunidense Ralph Waldo Emerson (1803-1882).
Veja mais aqui e aqui.
A POESIA – [...] Meu gosto, que é talvez contrario ao gosto tolerante, está
assim mesmo muito longe de aprovar em bloco: de modo geral não gosta de
aprovar, prefiro contradizer e até mesmo negar completamente... Isso é verdade
para civilizações inteiras, isso é verdade para certos livros [...] Em
certas línguas, nem sequer é possível aspirar ao que vemos realizado aí. Esse
mosaico de palavras, em cada palavra por seu timbre, seu lugar na frase, a
ideia que expressa, faz brilhar sua força à direita, à esquerda e no conjunto,
esse mínimo na soma dos sinais – tudo isso é romano e, se se quiser acreditar
em mim, o nobre por excelência. Todo o resto da poesia se torna, ao lado disso,
alguma coisa popular – mera charlatanice de sentimentos... [...]. Trechos
extraídos do Crepúsculo dos ídolos (Escala, 2008), do filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900). Veja
mais aqui e aqui.
MULHERES
DO CHÃO AO CHÃO – [...] O tempo secou minhas palavras e murchou qualquer memória amigável. Por isso não podia dizer-lhe para ir
embora ou para ficar, muito menos contar-lhe tudo o que tinha parado no meu
coração e azedara como o bom vinho quando é abandonado. ele tinha me abandonado
[...] Não sei como aconteceu nem por que
fiquei ali sentado vendo as horas e minha vida passarem: sabendo que seria
quase impossível alguém me encontrar e cogitando a possibilidade de morrer
naquele lugar. Era um local quase perfeito: intacto
e branco.
[...] Preciso de algumas palavras de
conforto - sussurrou. - Eu preciso há 30 anos e nunca
consegui. Agora eu só quero que você morra e
quero apagar você da minha mente o mais rápido possível. [...] Quando o frio mata você não sente mais. Era assim que meu pai falava. Agora ele se lembrava dessas
palavras porque não as sentia mais. Vi a neve cair, mas não senti frio. Eu também não estava com medo. Lembrei-me de meu pai novamente, o
calor de sua pele e a grandeza de suas palavras. [...] Eu só estava interessado em
sobreviver e para isso as palavras de meu pai eram precisas.
[...]. Trechos extraídos da obra Orosia: mujeres de sol a sol (Pirineum, 2002), da escritora espanhola Espido
Freire (Laura Espido Freire). Veja mais aqui,
LA JALOUSIE DU
JEUNE DIEU - Um estudioso estava visitando o
Egito; \ tendo ousado \ Entre no horror das câmaras roxas \ Onde os antigos reis tebanos, em trajes sagrados, \ Deite-se sob a rocha profundamente escavada, \ Ele viu um pezinho de mulher, mas quebrado \ Por ladrões beduínos de amuletos ricos. \ O bálsamo havia sangrado nas bandagens, \ A henna reviveu os dedos com um tom rosado. \ Puro, este pé preservado em suas noites infernais \ O charme suave e frio do virginal escolhe: \ O amor de um jovem deus o tomou como uma criança. \ Tendo beijado este pé colocado no outro mundo, \ O cientista foi tomado por um profundo terror \ E morreu furioso na manhã seguinte.
Poema da escritora, compositora e pianista francesa Nina de Callias (Anne-Marie Gaillard – 1843-1884).
PSICOLOGIA DA CIÊNCIA - A
Psicologia da Ciência investiga o impacto dos processos psicológicos e das características
pessoais de um cientista em temas do desenvolvimento de suas teorias e
pesquisas cientificas. Examina a forma pela qual as personalidades, os
processos cognitivos, o histórico de desenvolvimento e as experiências sociais
dos cientistas afetam o tipo de ciência que realizam e as teorias que criam.
PSICOLOGIA DA PERSONALIDADE – É o estudo cientifico das forças que tornam as pessoas
únicas. Veja mais aqui.
PERSONALIDADE –
Originário do latim persona, referindo-se à mascara teatral utilizada na
encenação de dramas romanos. Na psicologia é a organização constituída por
todas as características cognitivas, afetivas, volitivas e físicas de um
indivíduo. Para Atkinson e Hilgard (2011), são padrões distintos e
característicos de pensamentos, emoções e comportamentos que formam o estilo
pessoal de um individuo para interagir com o ambiente físico e social.
Gazzaniga e Heaterton (2005) assinalam que se refere às características,
respostas emocionais, pensamentos e comportamentos do individuo que são
relativamente estáveis ao longo do tempo e em diferentes circunstâncias.
Schultz & Schultz (2013) definem que se trata de um agrupamento
permanente e peculiar de características que podem mudar em reposta a situações
diferentes. Os aspectos internos e externos peculiares permanentes do caráter
de uma pessoa que influenciam o comportamento em situações diferentes. A
personalidade pode ser entendida como mistura de fatores temperamentais
(determinados pela biologia) e caracterológicos (determinados pelo ambiente).
Os aspectos principais da personalidade reunidos para
ajudar a compreender a natureza complexa do individuo: aspectos inconscientes,
o individuo é influenciado por eles, forças que não estão na consciência
imediata; forças do ego, influenciado por elas, oferecendo uma identidade ou
self; ser biológico, o individuo é único, com única natureza genética, física,
fisiológica e temperamental; as pessoas são condicionadas e modeladas pelas
experiências e pelo ambiente a sua volta; dimensão cognitiva, as pessoas pensam
e interpretam ativamente o mundo a seu redor de forma única; conjunto de
traços, habilidades e predisposições específicas; dimensão espiritual, em
relação à própria vida, que os enobrece e os induz a ponderar sobre o
significado de sua existência, não sendo meros robôs programados, mas que
buscam a felicidade e autossatisfação; a natureza do individuo é uma interação
continua entre a pessoa e determinado ambiente. Esses oito aspectos em conjunto
auxiliam na definição e compreensão da personalidade humana.
TEORIAS DA PERSONALIDADE – Teoria é um conjunto de pressupostos relacionados que
permite aos cientistas utilizar o raciocínio lógico-dedutivo para formulação de
hipóteses testáveis. Relaciona-se intimamente com a epistemologia que é um
instrumento utilizado pelos cientistas em sua busca pelo conhecimento. As
teorias são constituídas sobre evidencias cientificas obtidas de maneira
relativamente neutra. As teorias lidam com um amplo conjunto de afirmações
sobre causas e consequências para dar sentido e ordem às observações,
proporcionando um campo fértil para produção de hipóteses testáveis. São
práticas e essenciais para avanço de qualquer ciência. Os pilares para
construção de teorias são a especulação e a observação empírica. As teorias são
constuidas sobre pressupostos sujeitos a uma interpretação individual; são
reflexos da historia pessoal, experiências, filosofia de relacionamentos e o
olhar para o mundo. Sua importância e utilidade repousa na capacidade de
produzir pesquisa e de explicar os dados da pesquisa.
A taxonomia é a classificação das coisas de acordo com
suas relações naturais e faz parte do desenvolvimento das ciências. Podem
transformar-se em teorias quando produzem hipóteses testáveis e a explicar
resultados de pesquisa.
A personalidade é um padrão de traços relativamente
permanentes e de características singulares que confere ao mesmo tempo
consistência e individualidade ao comportamento de uma pessoa.
Os traços da personalidade contribuem para a existência
das diferenças de comportamento, de constância comportamental ao longo do tempo
e de estabilidade de comportamento em meio às situações. Os traços podem ser
únicos, comuns para alguns grupos ou compartilhados por espécies inteiras, mas
seu padrão é diferente para cada individuo, vez que cada pessoa, embora
semelhante a outras, em muitos aspectos, possui uma personalidade exclusiva.
As características são qualidades singulares de um
individuo que incluem atributos como temperamento, psique e inteligência.
Robert McCrae e Paul Costa classificam as pessoas por
meio de cinco traços permanentes de personalidade.
As teorias da personalidade estão baseadas nas
informações referentes aos mundos histórico, social e psicológico de cada
teórico na época que desenvolveram suas teorias.
TEMPERAMENTO – Refere-se
às influencias inatas, genéticas e constitucionais que influem na
personalidade, isto é, constituem a dimensão biológica da personalidade.
Caballo (2011) identifica quatro dimensões do temperamento: Busca de novidade
ou ativação comportamental, referindo-se à tendência genética a implicar-se em
atividades exploratórias que levem à estimulação prazerosa ou a outras
recompensas, bem como ao comportamento que evite o tédio ou a monotonia;
impedimento do dano ou inibição comportamental, referindo-se à inibição de
comportamentos que conduz ao castigo, às situações novas ou à frustração;
dependência da recompensa ou manutenção comportamento, tendência constitucional
a responder às situações reforçadoras e a manter comportamentos que continuam
produzindo prazer ou que aliviam o castigo; e persistência, que é a tendência a
continuar realizando um comportamento, apesar dos possíveis obstáculos ou
dificuldades. Já Costa e McGrae apresentam cinco fatores temperamentais que
formam a personalidade: neuroses, tendência ao mal-estar psicológico e ao
comportamento impulsivo; extroversão, tendências a envolver-se em situações
sociais e a sentir alegria e otimismo; abertura à experiência, curiosidade,
receptividade a novas ideias e expressividade emocional; amabilidade, grau em
que se mostra compaixão e hostilidade para com os outros; e responsabilidade,
grau de organização e compromisso com os objetos pessoais.
CARÁTER – Refere-se a
fatores psicossociais aprendidos, que influem na personalidade. Os esquemas são
encontrados dentro do conceito de caráter, referindo-se às crenças básicas que
um individuo tem para organizar sua visão sobre si mesmo, o mundo, as pessoas e
o futuro. Eles são elementos organizados a partir de experiências e reações
passadas que formam um corpo relativamente compacto e persostente de
conhecimento, capaz de dirigir as valorizações e percepções posteriores. O
caráter, incluindo os esquemas, reflete a dimensão psicológica da personalidade
e são relevantes nos transtornos de personalidade.
REFERÊNCIAS
ATKINSON, Richard;
HILGARD, Ernest; ATKINSON, Rita; BEM, Daryl; HOEKSENA, Susan. Introdução à
Psicologia. São Paulo: Cengage, 2011.
CABALLO, Vicente. Manual de transtornos da personalidade:
descrição, avaliação e tratamento. São Paulo: Santos, 2011.
FADIMAN, James; FRAGER, Robert. Teorias da
personalidade.São Paulo: Harbra, 2002.
FEIST, Jess; FEIST, Gregory. Teorias da personalidade. São
Paulo: Mcgraw-Hill, 2008.
FRIEDMAN, Howard; SCHUSTACK, Miriam. Teorias da
personalidade: da teoria clássica à pesquisa moderna. São Paulo: Prentice Hall,
2004.
GAZZANIGA, Michael; HEATHERTON, Todd. Ciência
psicológica: mente, cérebro e comportamento. Porto Alegre: Artmed, 2005.
SCHULTZ, Duane; SCHULTZ, Sydeny. Teorias da
personalidade. São Paulo; Cengage Learning, 2013.
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