O LANCE DE DARCY – Darcy era muito desastrada. A gente gostava de
estudar: discussões sobre artes, filosofia, ciências. Todos os dias, a gente lá.
Nos acostumamos um com o outro. Toda manhã eu ia para a residência dela, muitos
livros sobre a mesa, conversa acalorada. Disso e daquilo, eu de frente para
ela, olhos fisgados, risadas e axiomas. Um blusinha sem sutiã – seios duros,
vivos, pontudos - e, ao que parece, somente o que cobria seu corpo esguio. Dava
para vê-los salientes – chega minhas mãos coçavam para acariciá-los, peitinhos
lindos -, quando pegava algo esticando os braços, ou levantando-os para alcançar
algo: era a certidão de que estava apenas com aquela blusinha sensual, mais
nada por baixo. Ao sentar-se, derrubava algo: Apanha aí, por favor. Eu me
curvava, embaixo da mesa, ela pernas abertas, sem calcinha. Ao vê-la assim, eu
ficava completamente desnorteado, não sabia o que fazer. Desajeitado,
entregava-lhe o apanhado, e ela, toda sonsa, mantinha um olhar firme no meu,
riso contido. Voltávamos ao assunto, discussão sobre tal ponto de vista, lá de
novo, a mão dela esbarrava em algo, lá ia eu novamente ao chão. As pernas dela
escancarada, deliciosamente arreganhada, eu me demorava fitando os pelos da sua
vagina, ela sabia, dissimulada, provocante, eu excitadíssimo. Ao entregar-lhe o
que havia caído, ela me pedia para pegar um livro na estante. Ah, não podia,
meu pênis estava atiçado com o lance dela: Vai, menino, pega ali. Totalmente desconcertado
lá ia eu, rápido, pegava, voltava e me sentava, e ela: O que é isso no bolso da
sua bermuda? Nada. Vai mostra, deixa eu ver. Nada, menina. Vai, mostra! Fica em
pé. Eu me levantava e ela: O que é essa saliência? Calado, enrubescido,
sentei-me de pronto. Vai, deixa eu ver! Está escondendo o quê? Nada. Vai,
mostra. Do canto eu não saía. Ela veio, meteu a mão no meu bolso e tocou meu
sexo rijo. O que é isso menino, você está armado aqui em casa? É um revólver? E
alisava meu pênis. Eu tremia que só vara verde. Encostou suas narinas às minhas
faces, enquanto acariciava meu sexo. Sentia a sua respiração ofegante. Até suas
mãos desabotoar minha bermuda, arriar o ziper, remover minha cueca e apalpar
meu pau duro babando com os alisados dela. Ela ajoelhou-se e ficou cheirando
toda extensão da minha pica, dava bitocas, esfregava os lábios e começou a
beijar e cheirar alisando, roçando as faces, lambuzando-se e lambendo e
chupando, engolindo, sua língua me causava calafrios de prazer: Vai, me chama
de chupona, felatriz, vai! Eu gosto, chama! E quanto mais eu repetia o seu
pedido, mais ela chupava com paixão, relando a vagina na minha perna e
abocanhando faminta meu caralho, ela minava, eu sentia o seu líquido nas minhas
pernas, deitei-me ao chão e tatei seu ventre, sua púbis, ela ronronava chupando
meu cacete e aliando meus dedos pelos lábios vaginais, pelo ânus, ela inquieta
como se pedindo para eu enfiar os dedos, enfiei o anular de uma mão na vagina e
o outro no seu cu, ela enlouquecia num paroxismo a ponto de engolir inteiro
minha rola na boca, chupando freneticamente e enquanto eu enfiava o dedo no seu
rabo, eu comecei a lamber sua priquita, ela rangia gutural a cada enfiada e
lambidas que eu lhe dava, a ponto de estertorar largando meu pau a tremeluzir
de gozo estupendo. Ela afastou-se completamente combalida e ficou deitada de bruços
no chão por um bom tempo, silenciada. Voltei para a mesa, comecei a folher os
livros, quando, enfim, ela se mexeu e veio se arrastando pelo chão, lambeu-me
os pés, as pernas, as coxas e alcançou meu sexo revivido e deu de chupar com
maestria, delicadamente, profundamente, até eu me exaltar com um gozo inteiro
na delícia magnífica de sua boca. © Luiz Alberto Machado. Direitos
reservados. Veja mais aqui.
DITOS & DESDITOS – Os homens estão aí.
A história dos homens está aí, onipresente. Ela ocupa todo o espaço e há muito tempo.
As mulheres sempre foram concebidas, representadas, como uma parte do todo,
como particulares e negadas, na maior parte do tempo. Podemos falar do silêncio
da História sobre as mulheres. Não é de espantar, portanto que uma reflexão
histórica participe dessa descoberta das mulheres sobre elas próprias e por
elas mesmas, aspecto de sua afirmação no espaço público, porque a emancipação
das mulheres, que diz respeito às relações entre os sexos, é um dos fatos
maiores do século XX. E aqueles que se surpreendem, provavelmente não estão a
par do desenvolvimento considerável dessa reflexão no mundo ocidental há um
quarto de século. Pensamento da
historiadora francesa Michelle Perrot.
ALGUÉM FALOU – Os animais têm
muitas vantagens sobre os homens: não precisam de teólogos para instruí-los,
seus funerais lhes saem de graça e ninguém briga por seus testamentos.
Pensamento do escritor, dramaturgo e filósofo iluminista
francês Voltaire
(François Marie Arouet/1694-1778). Veja mais aqui.
A ALEGRIA DA
ESCRITA – [...] Entusiasmo. Prazer. Raramente
ouvimos essas palavras! Raramente vemos
pessoas vivendo e, no nosso caso, criando com base nelas! Ainda assim, se me perguntarem sobre os itens mais
importantes no figurino de um escritor,
as coisas que moldam o seu material e o impelem em direção ao caminho que ele deseja percorrer, eu apenas o
aconselharia a olhar para o seu
entusiasmo, para o seu prazer. [...]. Trecho extraído da obra O Zen e a arte da escrita (Leya, 2011),
do escritor estadunidense Ray
Bradbury (1920-2012). Veja mais aqui e aqui.
TREPANAÇÃO – [...] abri a
boca e vi a minha língua e é tão estranho precisar da língua para falar e para
sentir o gosto das coisas, e olhei as minhas mãos, abri e fechei as mãos, olhei
os meus peitos e ali no meio vi um coraçãozinho vermelho, pulsando, antigamente
acreditavam que o coração era o centro do corpo, ali eles achavam que estavam
os sentimentos e os pensamentos e tudo partia do coração, além disso não se fazia
a menor idéia de que os ratos espalhavam peste pelas aldeias e que as águas
podiam levar germes para todo lado, li uma vez num livro de curiosidades que os
romanos morriam aos vinte anos e não se sabia por que mas depois descobriram
que era porque eles bebiam vinho em copos feitos de mercúrio e mercúrio
intoxica, e antigamente, li tantas histórias assim no livro de medicina, se
você sentia dor de dente eles arrancavam o seu dente com um boticão, sem
anestesia, e se você tinha sono demais rapavam a sua cabeça e batiam nela um
ramo de urtiga brava até você acordar e você acordava com a cabeça toda ferida
e coçando, e se você tinha uma ferida eles estancavam o sangue com teias de
aranha, e se você tinha uma doença nos olhos eles esfregavam o seu globo ocular
até sangrar e depois punham uma seiva de legume, para problema de pele eles
usavam barro, se você cortava o lábio eles o costuravam com cabelo humano, para
picada de abelha usavam cataplasma de ninho de abelha e ferrões, a gengiva com
problema era furada com um bico de pica-pau, a tatuagem de índios na América do
Norte era remédio contra dor de cabeça e dor de dentes e contra reumatismo,
para um doente possuído de um espírito davam mingau e passavam o mingau no seu
corpo enquanto ele aspirava uma fumaça de pó queimado e escutava música, para
dor de ouvido os incas jogavam no ouvido caldo de rim de lhama, usavam sangue
de condor para doenças nervosas, e sangue de vicunha contra a doença das
montanhas, xamãs indígenas tocavam tambor e o doente dizia o nome do espírito
mau que o tomava e depois ficava curado tomando banho e bebendo e vomitando
sangue de cabra, para a impotência sexual os hindus usavam extrato de inseto, e
um dia quando um príncipe hindu bebeu tanto que ficou delirando queimaram a
cabeça dele em cinco lugares diferentes, no livro eu li que antigamente os
médicos egípcios usavam uma "farmácia imunda": carne podre, gordura
rançosa, cera de orelha de porco, cocô de asno, de criança, de avestruz, de
mosca, e para espantar os demônios malignos faziam inalações fedorentas, os
médicos egípcios preparavam os remédios enquanto diziam frases mágicas, já no
tempo muito, muito antigo, abriam a cabeça das pessoas, eu li no livro de
medicina, era uma cirurgia chamada trepanação, abriam um buraco no crânio para que
os maus espíritos saíssem dali, e acham que eles salvavam algumas pessoas assim
pois quando um homem levava uma pancada na cabeça, e eles deviam levar todo dia
uma pancada na cabeça, o cérebro inchava e ficava feito uma panela de pressão e
a trepanação aliviava isso, e aliviava também a dor de cabeça, cada coisa! tudo
isso no livro me divertiu na hora, mas de noite me deu ainda mais medo de ir ao
ginecologista, a medicina evoluiu muito, muito mesmo, mas não mudou tanto
assim, eles ainda cortam, eles serram, eles costuram o nosso corpo, mas vão
descobrir muita coisa, no futuro a operação vai ser feita com a força do
pensamento, raio laser, só de imaginar o que o ginecologista vai me fazer eu
fico arrepiada de medo, já pensei em estudar medicina, o Vi vai fazer medicina,
feito o pai dele, o pai dele é neuro, serra a cabeça das pessoas, sabe fazer as
coisas mais incríveis, as mais fininhas, para salvar as pessoas, nem dá para
acreditar no que ele tem coragem de fazer, às vezes ele olha para mim como se
estivesse pensando em serrar a minha cabeça, e fala da medicina com a maior
paixão, mas eu não vou fazer medicina de jeito nenhum, muito menos para ficar
trepanando a cabeça das pessoas e descobrindo os espíritos que moram lá dentro,
porque eu já sei os espíritos que tenho dentro da minha, o espírito do zero na
matemática, o espírito do sonho nua na rua, o da raiva de não poder sair de
casa nem fazer tatuagem nem piercing, o do amor pelo Vi, as fotos dele, não sei
por que rasguei, acho que foi porque ele fica me controlando, pergunta tudo,
quer saber tudo, e eu não gosto de contar nada a não ser o que eu quero contar
naquela hora, e, mesmo assim, inventando umas histórias, às vezes eu converso
com o meu cérebro, digo para ele, Você não está apaixonado pelo Lu, Você quer
fazer sim a minha festa de quinze anos, Você está muito preguiçoso, Você não
vai me dizer o que é, mesmo, metáfora? Você está escondendo de mim aquela
resposta, Você não tem medo do ginecologista, mas eu estou morrendo de medo,
preciso fazer uma trepanação na minha cabeça para o espírito do medo do médico
ginecologista desaparecer, dormir, sonhar, aranha, extrato de inseto, panela de
pressão, sonífero azul... borracha de apagar... boa noite, cérebro. [...] Trecho
do conto Trepanação (Vida crônica –
Companhia das Letras, 2005), da escritora Ana Miranda. Veja mais aqui.
CÂNTICO
PASTORIL - Suba-me
aos lábios a canção pastoril desta hora; é preciso chamar / por Pan, o deus do
vento estio. Guardo o meu rebanho e Selénia, / o seu, / à sombra redonda de uma
oliveira que estremece. / Selénia está deitada entre ervas e flores. Levanta-se
e corre, / ou procura cigarras, ou colhe flores com ervas, / ou passa a água
fresca do ribeiro / pelo rosto. / Eu arranco lã do dorso alourado dos carneiros
/ para prover minha roca, e fio. Lentas são as horas. / Uma águia passa pelo
céu. / A sombra gira: mudemos de lugar o cesto das flores / e o jarro de leite.
Que me suba aos lábios o canto pastoril / deste fim de tarde: ó Pan, deus do
vento estio. Poema extraídos da obra As Canções de Bilitis (Max Limonad, 1984), do escritor belga Pierre
Louÿs (1870-1925). Veja mais aqui.
MAURREN MAGGI – a atleta paulista Maurren Higa Maggi que atua na modalidade salto em distância, 100m com barreira.
Ela tornou-se o maior nome da história do atletismo feminino brasileiro ao ganhar a medalha de ouro na prova de salto em distância dos Jogos Olímpicos de Pequim, de 2008, saltando 7,04m.
Na preparação olímpica no início de 2008, Maurren saltou 6,89m no Mundial de Atletismo Indoor, na Espanha, e conquistou a medalha de prata.
No Troféu Brasil de Atletismo, em junho de 2008, Maurren conquistou a medalha de ouro com a marca de 6,99m, o segundo melhor salto do mundo do ano.
Ela é a recordista brasileira e sul-americana do salto em distancia, com uma marca de 7,26m e bicampeã pan-americana em Winnipeg 1999 e Rio 2007 na mesma prova.
Ela já foi bronze no Mundial Indoor, campeã Pan-americana, campeã Mundial Universitária, campeã do Goodwill Games e campeã da Final do Grand Prix da IAAF.
Maurren Maggi é linda e é ouro, Brasil!!!!
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