A arte
da fotógrafa alemã Gabriele Viertel.
LITERÓTICA: PROVOCAÇÃO - Naquela
manhã meus olhos flagraram o frêmito dos seios dela tremulando dentro da sua
blusa decotada e ela sequer desconfiava o quanto a amava por inteiro, a
desejava além da vida e da morte, a venerava além do querer e poder e persigo e
persevero e a quero comigo para sempre e a todo momento. Ela a minha anfitriã
que amo e ela pensa que não, insegura e dando o melhor de si só por dar e por
amar num pirão que o meu mar engrossa e eu raspo a panela de todas as suas
deliciosas emanações. O seu jeito lindo de ser era mais que sensacional com um
encanto pronunciado na exibição daquelas duas frutas saborosas mexendo-se a
cada movimentada de seu corpo nos afazeres domésticos. Ela inteiramente
dedicada à labuta enquanto eu fazia juras silenciosas de amor e paixão por ela.
Ela remexendo inocente e eu fazendo estréia da cobiça buscando os agasalhos do
seu corpo. Havia poucas horas da nossa chegada, mas ela logo se dedicara às
arrumações colocando suas vestes sumárias, provocando instantaneamente em mim o
vuque-vique de seus caprichos corporais: era o tempo do cozimento e eu fervendo
imaginando a nossa gangorra. E eu me deliciando qual voyer descarado imaginando
suas curvas, remexidos, sensualidade, tudo dela ao meu dispor. Ali eu me
continha fazendo um esforço danado para agarrá-la atrapalhando sua diligência. Mas,
a cada olhadela, eu suava frio e tudo desembocava ventre abaixo se avolumando
nas minhas partes baixas só para fazer-lhe um parque de diversão além do que eu
podia dar. Era a explosão do amor na paixão mais medonha que eu já tivera
oportunidade de viver. Era a paixão mais devastadora de todas. E ao lado de uma
tesão que surgia inopinadamente para consagrá-la integralmente dona do meu
coração. Com isso eu me insinuava aproximando-me o máximo que podia de sua
dedicada atuação na limpeza da cozinha. Cada sacudidela dela no arremate das
funções, mais eu me achegava lambendo os beiços e atacando sutilmente suas
intimidades, roçando-lhe a nuca, as reentrâncias, o osso do mucumbu,
enfeitiçando-a para arrancar os seus suspiros mais vibrantes e a deixá-la
minando de emoção. Ela ainda sequer tinha a mínima idéia da minha mais absoluta
paixão. Quanto mais amava, mais queria e queria. Era ela, sim, ela, tudo o que
sempre quis e passaria a querer dali por diante.Com os meus ardis em pauta mais
procurava domá-la nas intenções mais safadas a ponto de apoderar-me por inteiro
de todo seu desejo, seu corpo e alma. Dominada, ela se entregava como quem
dar-se ao carrasco. E eu deliciosamente sorvia cada bocado de sua mais
extremada emanação corpórea e anímica. © Luiz
Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.
A arte
da fotógrafa alemã Gabriele Viertel.
PENSAMENTO DO DIA – [...] Para
nosso contexto histórico-social, um homem em silêncio é um homem sem sentido.
Então, o homem abre mão do risco da significação, da sua ameaça e se preenche: fala. Atulha o espaço de sons e cria
a ideia de silêncio como vazio, como falta. Ao negar sua relação fundamental
com o silêncio, ele apaga uma das mediações que lhe são básicas. [...].
Trecho extraído da obra As formas do
silêncio (EdUnicamp, 2002), da professora e pesquisadora Eni Orlandi. Veja mais aqui.
TEORIA DO DISCURSO – [...]
Compreendemos que os conhecimentos
(científicos) e os saberes (não-científicos), independentemente de sua
vinculação a verdades ou ilusões, constituem de elementos de ordem ideológica,
que intervêm na produção desses conhecimentos e saberes, e produzindo, através
deles, efeitos de verdade. Segundo essa visão, conhecimentos e saberes são
determinados por vínculos ideológicos que lhes subjazem, colocando-os em outro
tipo de relação, não mais de mútua exclusão, nem de igualdade de status, mas de
determinação por condições históricas exteriores ao campo estrito da produção
científica do conhecimento. [...] Trecho extraído da tese de doutoramento O
althusserianismo em linguística: a teoria do discurso de Michel Pêncheu (UFU,
2012), de Luis Fernando Bulhões Figueira. Veja mais aqui e aqui.
EI! TEM ALGUÉM AÍ? – [...] Ele se inclinou
bem para frente, fazendo uma reverência. […] Perguntei: “Por que você
está se inclinando?” “Lá de onde eu venho”, explicou ele, “nós sempre fazemos
alguma reverência, quando alguém faz uma pergunta fascinante. E quanto mais
profunda for a pergunta, mais profundamente a gente se inclina.” […] a resposta me impressionou tanto que fiz uma
profunda reverência, me inclinando ao máximo. “Por que você me fez uma
reverência?”, perguntou ele, num tom quase ofendido. “Porque você deu uma
resposta superinteligente para minha pergunta”, respondi. Daí, numa voz bem
alta e clara, ele disse algo que eu haveria de lembrar para o resto da vida: “Uma
resposta nunca merece uma reverência. Mesmo que for inteligente e correta, nem
assim você deve se curvar para ela. […] Quando
você se inclina, dá passagem. […] E a
gente nunca deve dar passagem para uma resposta. […] A resposta é sempre um trecho do caminho que está atrás de você. Só a
pergunta pode apontar o caminho para frente”. Achei que havia tanta sabedoria
nas suas palavras, que precisei segurar bem firme meu queixo para não fazer
outra reverência. [...]. Trecho extraído da obra Ei! Tem alguém aí? (Companhia das Letrinhas, 1997), do
escritor e professor norueguês Jostein Gaarder. Veja
mais aqui.
CAMINHOS DE MINHA TERRA - Caminhos
inventados / por quem não tem pressa de ir embora./ Pelos que vão à escola. / Pelos
que vão à vila trabalhar. / Pelos que vão ao eito. / Pelos que levam quem se
despede da vida, que é tão bela… / À minha terra ninguém chega: ela é tão
pobre… / Dizem que tem bons ares para os tísicos - / Mas os tísicos não vão lá:
é tão difícil de ir-se lá… / Caminhos de minha terra onde perdi / os olhos e o
passo de meditação… / Caminhos em que ceguinhos e aleijados podem / ir sem
olhos e sem pernas: eles não atropelam os pobrezinhos. / Alguém quer partir e
eles dizem: / – “Não vás: toma lá uma goiaba madura, / uma pitanga, um ingá e
dão como / as mãos dos missionários que dão tudo, / cajus, pitombas, araçás a
todos os meninos do lugar”. Poema
extraído da obra Os melhores poemas (Global,
1994), do médico, escritor, tradutor e pintor Jorge de Lima
(1893-1953). Veja mais aqui e aqui.
A arte
da fotógrafa alemã Gabriele Viertel.
CLAUKY SABA - Ela nasceu Claudia Ferreira em Londres, sob o signo de Leão, num dia de 1971.Ela depois virou Clauky Saba:É poeta, multiartista: atriz, cantora, produtora cultural e publicitária. Atua no universo alternativo da poesia, da música e do teatro com o grupo SaubaSauers e no Movimento inVerso. Ela é a esfinge em movimento inverso.
DECIFRA-ME OU DEVORO-TE
Poeta que sou
acostumada estou
a escrever descrever
pessoas e seus momentos,
coisas e seus movimentos.
Porém nunca dantes
em meus versos mutantes
havia sido escrita descrita
em palavras de outrem
Pois que me levem além
do arco-íris-sur-ton
da alegria no tom
da poesia com som
Livre imagética vocabular,
luz inspiração lunar,
desanuvia minha mente,
expresse como sente,
dicionário a me decifrar...
“Decifra-me ou devoro-te”
O NOVO EM CIO
Solto um grito pra dentro.
O oco do eco acusa o vazio
latente em meu peito.
Qual um imóvel que se aluga...
Há lugar para tudo e nada
numa sala sem memória.
O cheiro do novo me comove...
É como um buquê de possibilidades
que perfuma e decora o ambiente.
Nada mais presente
do que o momento-agora
em movimento constante.
Rumo ao desconhecido
mundo fora do casulo
liberto minhas asas...
e
pulo.
ANDO VARIANDO
andam dizendo por aí que eu ando variando.
só porque eu sou eu e sou muitas eus,
em meu estilo básico louco romântico
inconstante depressivo maníaco
neurótico e bacana?
ando variando,
ora pé, ora cabeça
mudam de idéia,
mudam senso e direção.
ando variando,
ora amanheço, ora tardo,
mas, não falho,
só vario.
vario porque sou várias eus,
esfinges e coliseus,
indecifráveis, mas, fascinantes!
amo todas as minhas faces
como se nunca as tivesse visto antes.
sem recalques nem percalços,
ando com meus pés descalços.
Ela edita o blog Arte em toda parte.
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