QUE COISA! - Imagem: art by Vanessa Lamounier - Não era março como antes, era outubro tão nefasto quanto
sombrio pela ameaça de andar para trás. Cinquenta anos se passaram e quase
ninguém lembra mais da dor de mortos parentes ou não, e dos torturados
sobreviventes vitimados por sequelas discriminatórias. O alerta vem de tempos dos
continentes frios do Norte, onde tudo está fora da ordem humana, apenas sob o
jugo do capital desumano. Muitos se deixaram levar pelas duas caras do
duplipensar com seus dúbios discursos e ambíguas ações, dos que dizem que fazem
e nunca farão pelos outros nem por todos, só para si e os seus: interesses
escusos da arrogância e violência. O que julgava metade da rachadura, agora é
muito mais entre os que dormem sua infeliz noite para negar o dia, enquanto
vigilantes insones acendem luzes que muitos negam a ver, prevendo o embate do
ódio pronto para ceifar o amor na primeira esquina. É a lei do desamor na festa
de Fabos com o anúncio de uma nova treva trazida pela mortandade e privação da
liberdade: a entrega escrava dos piores tempos. O que é lamentável é que,
apesar de tudo que já foi dito e feito, não se aprendeu a lição, não se ousaria
a pena de morte, o preconceito, o armamento e o umbigocentrista fundamentalismo,
se não se quisesse desconhecer propositalmente, ou se olvidasse a vida que
passa a não valer nada, em nome de impostura furiosa como pretexto para o
engano. Ocorre que muitos foram encantados pelo grotesco discurso da sereia,
enterrando com suas pisadas e urros as canções da esperança de que podemos
fazer deste um mundo melhor. Infelizmente parece que não: o que foi construído às
duras penas para avançar na evolução humana, quase completamente desfeita por
golpes e pronto para ser definitivamente sacrificado em nome dos donos da
razão. Confesso que choro pelos que choram e pros que não sabem pra onde vão
levados pelos que riem cinicamente da desgraça alheia. Só me resta resistir como
aquele que não foge à luta e com o orgulho de ser nordestino, para não sucumbir
às sereias intolerantes e empunhando a bandeira das mãos dadas solidárias no
percurso evolutivo da vida. Venha, dê-me a sua mão e vamos juntos e sempre. © Luiz
Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.
DITOS & DESDITOS:
Lá
bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive
uma louca chamada Esperança
E
ela pensa que quando todas as sirenas
Todas
as buzinas
Todos
os reco-recos tocarem
Atira-se
E
—
ó delicioso voo!
Ela
será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra
vez criança…
E
em torno dela indagará o povo:
—
Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E
ela lhes dirá
(É
preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela
lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
—
O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA…
Esperança, poema extraído do livro Nova Antologia Poética (Globo, 1998), do
poeta, tradutor e jornalista Mário Quintana (1906-1994). Veja mais aqui.
A ARTE DE VANESSA LAMOUNIER
A arte da artista Vanessa Lamounier
AGENDA
Bora
ocupar, documentário que será lançado dia 05/11, 14:30hs, no
auditório do Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA), da Universidade
Federal de Pernambuco (UFPE ) &
muito mais na Agenda aqui.
&
Embalo
da vida, Gabriela Mistral, Mark Twain, Ismael Nery, Dōgen
Zenji, Jean-François Mattei, Benjamim Mangabeira,
Luiz Viola, Djavan, Bidú Sayão, Daniela Spielmann & Zé Ripe aqui.
RÁDIO TATARITARITATÁ:
Hoje curta na Rádio
Tataritaritatá a
música da cantora e compositora estadunidense Tracy
Chapman:
Live Concert Paris, Live Concert Oakland Coliseum Arena, Greatest Hits &
Show Live & muito mais nos mais de 2
milhões & 700
mil acessos ao
blog & nos 35 Anos de Arte Cidadã. Para
conferir é só ligar o som e curtir. Veja mais aqui.