quarta-feira, outubro 25, 2017

BEAUVOIR, JOEL SILVEIRA, AMILCAR DÓRIA MATOS, ISAC VIEIRA & FALANDO DE HERMILO

A VIDA VAI & EU VIVO - A vida passa e eu vou espreitando tudo como quem vai pro fim do mundo: catabis, vielas, rieiras abissais. Seguro tombo das topadas, deslizo no acostamento, faço a curva pra não escorregar de besta. Ô seu menino, pronde tu vais mesmo, hem? Saber, na vera, sei não, sei que vou, teimoso, teimosamente. A vida escorre e eu vou nadando firme como quem surfa na crista das ondas até a maré secar. Mesmo que sem abraços, mãos solidárias, estranhas paragens, agouros, presságios, sei que vou escapando, não sei pra onde. Isso é lá hora pra tu tá por aí, menino? O tempo eu faço, espaço eu crio, sigo avante. A vida corre e eu vou seguindo trilhas por zis caminhos até chegar em casa. Mesmo que sempre perdendo o bonde, atrasado trem impaciente, canelas secas, suor do rosto lavando o espinhaço, mãos calejadas de nãos e labuta, camibitos que nem cansam mais de tanto correr atrás, sei que vou, embaixo de chuva, maior tempestade desde ontem, pelas vitrines e vidraças, correndo bicho, o dia inteiro, rampa acima, ladeira abaixo, sobe desce, olha que coisa! A Lua está linda! O dia amanhece, que Solzão bonito, chega dá gosto de ver e sentir. É hoje, agora! A vida vai e eu vivo. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.

RÁDIO TATARITARITATÁ:
Hoje na Rádio Tataritaritatá especiais com a música do compositor e músico Roberto Menescal: Bossa evergreen, Elas cantam Menescal & Bossa Nova Live in Concert; da maestrina e cantora francesa Nathalie Stutzmann: L’Arlésienne Suite Bizet, An imaginary Cantata Bach & Concertos Vivaldi; do guitarrista, compositor, produtor e arranjador musical Robertinho de Recife: Metal Mania, Robertinho no Passo, Jardim da Infância, Pepperland & Transcendental; e da pianista Eliane Rodrigues: Momentos musicais, Étude op. 25 Chopin & Pour Le Piano Debussy. Para conferir é só ligar o som e curtir.

PENSAMENTO DO DIA – [...] Algumas vezes, durante discussões abstratas, irritei0me ao escutar me dizerem: “Você pensa isso porque é mulher”. E eu sabia que a minha única defesa era responder: “Eu penso porque é verdadeiro”, eliminando assim minha subjetividade. [...]. Trecho extraído da obra O segundo sexo (Difusão Europeia do Livro, 1970), da escritora, filósofa existencialista, ativista política, feminista e teórica social francesa Simone de Beauvoir (1908-1896). Veja mais aqui, aqui & aqui.

MENINO MORTO - [...] Os cadáveres... Eram muitos e feios; e ali estavam, enfileirados em todas as aléias do cemitério, numa arrumação de sucessivos dormitórios coletivos. Nunca, em toda minha vida, nem mesmo nos meses de guerra, estive diante de mortos tão mortos. A maioria fora mobilizada em pleno furor da rebelião. E daí, talvez, o rictus que se via na face macerada de quase todos, como se tivessem com raiva de ter morrido. Somente aquele menino (não mais de oito anos) morrera cândido, de olhos abertos, um começo de sorriso nos lábios. Os olhos vazios fixavam o céu de chumbo, e as mãos de unhas sujas e compridas pendiam sobre a laje dura. [...]. Trecho extraído da obra Tempo de contar (Record, 1985), do escitor e jornalista Joel Silveira (1918-2007).

O CAÇADOR - [...] Eu seria, segundo ele, a testemunha solitária da satisfação do seu “último desejo”. Assim ardendo em instante e intrigante curiosidade, eu me preparava para o desfecho daquela aventura, daquela alucinada missão que me fora atribuída, em carater de ineditismo, e da qual eu extraíra lições que poderiam alterar minha própria existência. Quando nada, de todo aquele aranzel em que eu fora apanhado, ficara o sentimento de que todos os seres humanos têm o sagrado direito de tocar para a frente sua vida intima, a salvo de viscosa interferência de intrusos. O caçador ia deixar de existir. Graças a Deus. [...]. Trecho da obra O caçador (Edificante, 2005), do escritor, advogado e jornalista Amilcar Dória Matos (1938-2010).

CAETÉS DEVORAM SARDINHA - Na praia os nativos aguardam o prelado / que nadando vem para o molho pardo, / sermão já não há, bem há breviário. / Festivos tacapes ao som de chocalos / eternizam o bispo, canabalizado. Poema de Côdeas de tempo e poema, extraído da obra Quisera ter a beleza que (Escrituras, 1997), do professor e poeta Sidney Wanderley. Veja mais aqui.

FALANDO DE HERMILO NA FAMASUL
Parificpando do Congresso de Educação, Ciência e Cultura: centenário de Hermilo Borba Filho, na Biblioteca Ascenso Ferreira, promoção da Aemasul/Famasul. Na ocasião falei da obra teatral, literária e tradução de Hermilo Borba Filho, revendo amigos como o estimado professor Wilson, Professor Admmauro Gommes, o poetamigo Wilmar Carvalho, o professor João da Silva, o poetamigo e poeta Gleidstone Antunes, o poeta, cantor e compositor Zé Ripe e muitos outros. Veja mais aqui.

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ARTE DE ISAC VIEIRA
A arte do artista plástico Isac Vieira, participando do projeto Pintando na Praça em Palmares & na Casa da Cultura do Recife. Veja mais aqui.