quinta-feira, julho 06, 2017

JUAN RULFO, YES, ANNE MORROW LINDBERGH, A FOTOGRAFIA DE CLARENCE WHITE & A FESTA DOS BEIJOS

A FESTA DOS BEIJOS & MUITOS BEIJOS – Pra quem espera sozinha na sua escuridão, meu beijo fraterno. Pros desesperados de todas as causas, meu beijo de esperança. Pros que erraram e se perderam nos caminhos, meu beijo de abrigo. Pros que não sabem o que fazer depois de tanto pelejar, meu beijo de Sol. Pros que se arrependeram de tudo, meu beijo imenso. Pros que se fartaram de sonhar, meu beijo infinito. Pros que esqueceram de tudo, meu beijo afetuoso Pros que seguem adiante indiferentes na vida, meu beijo de braços abertos. Pros incansáveis, meu beijo de descanso. Pros que se matam de ansiedade, o meu beijo tranquilo. Pros que sucumbem na expectativa, o meu beijo de amanhã. Pros que se aborrecem na fúria de suas frustrações, meu beijo esquimó. Pros que desejam além da conta, meu beijo de placidez. Pros que desamam com seu coração duro e seco, meu beijo borboleta. Pros que amam além da conta, meu beijo de irmão. Pros miseráveis de todas as classes, meu beijo de comiseração. Pros irredutíveis donos da razão, meu beijo compassivo. Pros que erraram demais perdendo a esperança, meu beijo amigo. Pros que precisam, meu beijo afetuoso. Pros que choram, meu beijo solidário. Pros que sucumbiram a todas as circuntâncias, meu beijo de apoio. Pros que sonham um mundo melhor, meu beijo de paz. Pra mulher amada, o meu beijo francês molhado de vampiro apaixonado. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.

PEDRO PÁRAMO DE JUAN RULFO
[...] Eu imaginava ver aquilo através das recordações da minha mãe; da sua nostalgia, entre fiapos de suspiros. Ela viveu sempre suspirando por Comala, pelo regresso; mas jamais voltou. Agora, venho eu em seu lugar. Trago os olhos com que ela viu estas coisas, porque me deu seus olhos para ver. [...] A centenas de metros, acima de todas as nuvens, além, muito além de tudo, você está escondida, Susana. Escondida na imensidão de Deus, atrás de sua Divina Providência, onde não consigo alcançar você nem ver você e aonde minhas palavras não chegam. [...] Porque tinha medo das noites que enchiam a escuridão de fantasmas. De encerrar-se com seus fantasmas. Disso tinha medo. [...]
Trechos da novela Pedro Páramo (Record, 2004), do escritor, roteirista e fotografo mexicano Juan Rulfo (1917-1986), contando a epopéia de um homem que trafega num mundo de descobertas e reminiscências, entre mortos e vivos, com alternâncias de personagens numa infinidade de fragmentos e estrutura intrincada e inovadora que não seguem uma sequência temporal, por meio de discursos múltiplos, desordenados e contraditórios. O retorno à cidade após a morte da mãe para procurar o pai, quando toma ciência de ele já havia morrido anos atrás, entrando em contato com diversos moradores, todos, de alguma forma, ligados ao falecido e muitos filhos naturais dele, condenados a vagar eternamente pelos pecados cometidos. Veja mais aqui.

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Quando o beijo faz a festa aqui, aqui, aqui & aqui.

E mais:
Resiliência, perspectivas & festas: feliz aniversário, A prática libertadora de Paulo Freire, Liberdade da palavra de Octavio Paz, Resiliência em transtornos mentais de Makilim Nunes Baptista, a pintura de Luis Crump, a música de Midori Goto, Babi Xavier, a arte de Fabrice Du Welz & Luciah Lopez aqui.
Vamos aprumar a conversa: Primeira reunião, Ética pro novo milênio de Dalai Lama, Morte ao invasor de Gilvan Lemos, O despertar da primavera de Frank Wedekind, a pintura de Marc Chagall & Edgar Degas, a música de Toquinho, o cinema de Jean Cocteau & María Casares, a coreografia de Alonso Barros & a poesia de Valéria Tarelho aqui.
A arte de Frida Kahlo, a música de Alberto Nepomuceno & a poesia de Luciah López aqui.
A mulher & as relações de gênero aqui.
Palmares, uma cidade esta & Encontro dos palmarenses em Maceió aqui.
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Big Shit Bôbras, A miséria humana de Blaise Pascal, Os versos satânicos de Salman Rushdie, a poesia de Ludwig Uhland, a música de Paul McCartney, o cinema de Ridley Scott & Sean Young, Paulina Bonaparte & a escultura de Antonio Canova, a pintura de Andre Derain & Teatro cordel de Cesar Obeid aqui.
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PRESENTE DO MAR DE ANNE MORROW LINDBERGH
[...] De repente, numa manhã qualquer da segunda semana, a mente desperta, renasce para a vida outra vez. Não no sentido “urbano”, mas no sentido “marinho”. Ela começa então a flutuar, a se mexer, a fazer movimentos suaves e negligentes como as ondas preguiçosas que se quebram na praia. Nunca se sabe que possíveis tesouros essas ondas inconscientes vão lançar à areia branca e suave do consciente. Talvez uma pedra redonda de formato perfeito ou uma concha rara do fundo do mar; talvez uma concha-pera, uma concha-lua ou até mesmo um argonauta. Mas esses tesouros não devem ser procurados, muito menos desenterrados. Nada de escavar o fundo do mar. Isso frustraria nosso objetivo. O mar não recompensa os que são por demais ansiosos, ávidos ou impacientes. Escavar tesouros mostra não só impaciência e avidez, mas também falta de fé. Paciência, paciência e paciência é o que nos ensina o mar. Paciência e fé. Precisamos nos deitar vazios, abertos e sem exigências, como a praia – esperando por um presente do mar. [...].
Trecho do romance Presente do mar (Sextante, 2009), da escritora e aviadora estadunidense Anne Morrow Lindbergh (1906-2001), refletindo sobre a essência humana e demonstrando sensibilidade ao tratar de temas profundos, como envelhecimento, amor, casamento, paz, solidão, despojamento e felicidade. Ao buscar inspiração nas conchas da praia, que se transformam em metáfora das diversas etapas da vida e dos relacionamentos, a autora fala sobre a necessidade de às vezes estar sozinho para se encontrar, de se fortalecer para só depois se doar, de ser inteiro quando o mundo nos exige multiplicidade.Veja mais aqui.

RÁDIO TATARITARITATÁ: YES
Hoje é dia de especial com a banda britânica de rock progressivo Yes, formada por Jon Anderson (vocal), Chris Squire (baixo), Steve Howe (guitarra), Alan White (bateria), Rick Wakeman (teclados), Tony Kaye (teclados), Peter Banks (guitarra) e Bill Bryford (bateria), com apresentações de concertos e shows ao vivo. Para conferir é só ligar o som e curtir. Veja mais aqui e aqui.

A ARTE CLARENCE HUDSON WHITE
A arte do fotógrafo estadunidense Clarence Hudson White (1971-1925).

DEDICATÓRIA
A edição de hoje é dedicada aos aniversariantes: a poeta & artista visual Luciah Lopez & executivo & profissional de Marketing Marcos Alexandre Martins Palmeira.