sexta-feira, junho 02, 2017

AS PESSOAS DE PHILIP ROTH, FOFOCAS DE MARIA CLARA MACHADO, A ARTE DE LUCIAH LOPEZ & DEVOÇÃO DE AMOR

DEVOÇÃO DE AMOR - Imagem: arte da poeta, artista visual e blogueira Luciah Lopez - As minhas mãos e a sua efígie nos meus olhos é tão real, ah, sua presença, doce presença, porque sou o que dela me vem em carne viva, alma e coração. E se não fosse aquele instante a mais, eu haveria de me atrasar, como sempre, perder de vez, ah, de novo consumado a errar de sem fim. Felizmente a tarde, não sei mesmo se dia ou noite, pouco importa, era a sua espera no portão, leve e solta como a brisa, a segurar da minha mão numa guinada, enquanto eu em queda livre nas minhas errâncias abissais. De jeito levou-me aos seus lábios a me dizer de beijos em versos de sedução e a me chamar pra si, como se fosse a vida nascendo na barra do dia e eu aos desajeitos com os deleites de sua face colada na minha, eu bem juntinho dela pra não me deixar mais ir embora e eu não quero jamais dali sair, segurando em suas vestes para arrancá-las e eu pegar a pele a segurar sua feitura e a me chamar de vida e eu vivendo no seu semblante a poesia do abrigo revelado e eu mais que agarrado ver o futuro vivo por seus olhos acesos na minha perdição envolvida por seu encaracolado cabelo, a recusar de acordar daquele sonho mais que real, a beijar seus lábios, seios, alma, e a me chamar de amor preu deitei a cabeça cansada ao seu ventre, inebriado pelo aroma de flores e frutos que emanam de sua fonte minando para matar minha sede e lavar minha alma, vassalo do seu império, e mais a beijar as suas mãos, louvada seja, no meu sangue quente e destras ao meu sexo robusto na espessura exata da sua palma ambidestra com afinco ao meu regalo, pra sua carne adusta em pirotecnia no nosso festim obsceno, em que me faz seu altar devotado às preces e juras, agachando-se sobre as minhas pernas e a deslizar a seiva do seu desejo por minhas coxas como se fosse recompensa do poço dos prazeres a me alcançar o peito em chamas, até vergar em brasa a se deixar vencer por minha prontidão. Vencida e extravasada, ela se dispõe pronta a me servir indenizado pela expectação de tantas demoras na esperança de vê-la plena e tê-la inteira na volta do braço, aos beijos e ela a me chamar de deus e eu a possuí-la viva e a me chamar pra si pra ser minha e só minha mais que definitivamente. © Luiz Alberto Machado. Veja mais aqui.

AS PESSOAS DE PHILIP ROTH
[...] Combatemos nossa superficialidade, nossa falta de profundidade, de modo a tentarmos nos aproximar dos outros livres de expectativas reais, sem uma sobrecarga de preconceitos, de esperanças, arrogância, da forma menos parecida com o avanço de um tanque, sem canhão, sem metralhadoras e sem chapas de aço de quinze centímetros de espessura; a gente se aproxima das pessoas da forma menos ameaçadora, de pés descalços, em vez de vir rasgando o capim com as esteiras do trator, recebe o que elas dizem com a mente aberta, como iguais, de homem para homem, como dizíamos antigamente, e mesmo assim a gente sempre acaba entendendo mal as pessoas. A gente pode também possuir o cérebro de um tanque. Já estamos entendendo errado as pessoas antes mesmo de encontrá-las, enquanto ainda estamos prevendo o que vai acontecer; entendemos errado enquanto estamos diante delas; e depois vamos para casa e contamos a alguém sobre o encontro, e de novo entendemos tudo errado. Uma vez que a mesma coisa acontece com os outros em relação a nós, tudo vira uma ilusão desnorteante, destituída de qualquer percepção, uma espantosa farsa de incompreensões. E, como tudo isso, o que é que vamos fazer a respeito dessa questão profundamente significativa que são as outras pessoas, que se vêem drenadas de toda a significação que julgamos ser a delas e adquirem, em vez disso, um significado burlesco, o que vamos fazer se estamos tão mal equipados para distinguir os movimentos interiores e os propósitos invisíveis uns dos outros? Será que tomo o mundo devia trancar a porta de casa e ficar quieto, isolado, como fazem os escritores solitários, em uma cela a prova de som, invocando as pessoas por meio de palavras e depois sugerindo que essas pessoas feitas de palavras estão mais próximas das coisas reais do que as pessoas reais que deturpamos todos os dias com a nossa ignorância? Persiste o fato de que entender direito as pessoas não é uma coisa própria da vida, nem um pouco. Viver é entender as pessoas errado, entendê-las errado, errado e errado, para depois, reconsiderando tudo cuidadosamente, entender mais uma vez as pessoas errado. É assim que sabemos que continuamos vivos: estando errados. Talvez a melhor coisa fosse esquecer se estamos certos ou errados a respeito das pessoas e simplesmente ir vivendo do jeito que der. Mas se você é capaz de fazer isso... bem, boa sorte. [...].
Trecho extraído do livro Pastoral americana (Companhia das Letras, 1998), do escritor estadunidense Philip Roth. Veja mais aqui.

Veja mais sobre:
Crônica de amor por ela, Os 120 dias de Sodoma de Marquês de Sade, a poesia de Ana Cristina César, a pintura de Pablo Picasso, a música de Roberto Carnevale, Teoria da Literatura de Rogel Samuel, Dia da Postituta, a arte de Claudia Andujar & Lygia Pape, o teatro de Chris Wilkinson & Linda Marlowe aqui.

E mais:
Pax profundis de Cagliostro, Arte e Gestalt de Janie Rhyne, A teus pés de Ana Cristina César, O professor filósofo de Marquês de Sade, Beijo no asfalto de Nelson Rodrigues, a pintura de Darel Valença Lins, a coreografia de Márcia Haydée Salavarry, a música da banda Bicho de Pé & Programa Tataritaritatá aqui.
As muitas e tantas do rei Salomão aqui.
Brebotes nos drops arruelados, A mãe e o peido, Deputados e Vereadores alagoanos, Eco do Badalo, Fecamepa & isto é Brasilsilsilsil aqui.
Responsabilidade social aqui.
Cantiga do mamoeiro, Educação & Constituição Federal, Zé-Corninho & Doro, Congresso Nacional, Afredo no mato sem cachorro aqui.
Para fazer do brasil um país melhor tem que começar tudo em casa, Incidentes em Antares de Érico Veríssimo, Cidades do amanhã de Peter Hall, A gaia ciência de Friedrich Nietzsche, a música de Louis Moreau Gottschalk & Ivan Lins, A Geração 70 de Álvaro Manuel Machado, O desenvolvimento das cidades de Nelson Werneck Sodré, a escultura de Alberto Santos & Candidato faz tudo cara de pau na maior responsa aqui.
É preciso respeitar as diferenças, A técnica e o tempo de Bernard Stiegler, Brick Lane de Monica Ali, A gaia ciência de Friedrich Nietzsche, O público e o privado de Angela de Castro Gomes, a música de Jards Macalé, Ópera do Arame de DiMagalhães, A cidade de Marshal McLuhan, o cinema de Sarah Gavron, a fotografia de Luiz Filho & Annie Leibovitz, Teatro na rua de Silvana Garcia, o cinema de Wong Kar-Wai & Maggie Cheung, a arte de Artur Barrio, Harvey Kurtzman & Will Elder, Canto paródia de mim aqui.
Depois da tempestade nem sempre uma bonança, A ciência pós-moderna de Boaventura de Sousa Santos, Os objetos técnicos de Gilbert Simondon, A dialética de Leandro Konder, A poética do romance de Autran Dourado, A gaia ciência de Friedrich Nietzsche, a música de Patti Smith, a coreografia de Hisako Horikawa, O teatro do Pombas Urbanas, o cinema de Julio Bressane, a fotografia de Alfred Noyer, a pintura de Nancy Bosser, a arte de Mônica Nador & Hudinilson Urbano Junior, o grafite de Alex Vallauri & Pra vida ofereço a outra face aqui.
A educação por água abaixo pra farra dos mal-educados, A metáfora do rizoma de Gilles Deleuze & Félix Guattari, A ilusão jurídica de István Mészarós, A morte sem nome de Santiago Nazarian, A gaia ciência de Friedrich Nietzsche, O Teatro da P com P, Serviço Social na Escola, a fotografia de Henri Cartier-Bresson, a escultura de George Segal, o cinema de Pierre Salvadori & Marie Trintignant, a arte de Eulalia Valldosera & Roger de La Fresnaye, a música de Jussara Silveira, o grafite de Crânio & Quando Ciuço Pacaru embarcou no maior revestrés aqui.
Judicialização do SUS, Objetivos da educação de Alain Touraine, Educação escolar de José Carlos Libâneo, Contos de Genji de Murasaki Shibuku, Luis da Câmara Cascudo & As Meninas do Conto, A gaia ciência de Friedrich Nietzsche, Serviço Social & trabalho profissional de Marilda Villela Imamoto, a música de Hans-Joachim Koellreuter & Sérgio Villafranca, a escultura de João Sotero, o cinema de Frances François Ozon, a fotografia de Eduardo Ramirez & Juan Esteves, a arte de Utagawa Kunisada & Carlos Scliar, A charge do Latuff & Pra que saúde se não tem nem onde cair morto aqui.
Brincar para aprender aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.
Fecamepa – quando o Brasil dá uma demonstração de que deve mesmo ser levado a sério aqui.
Cordel Tataritaritatá & livros infantis aqui.
Lasciva da Ginofagia aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.
História da mulher: da antiguidade ao século XXI aqui.
Palestras: Psicologia, Direito & Educação aqui.
A croniqueta de antemão aqui.
Fecamepa aqui e aqui.
Livros Infantis do Nitolino aqui.
&
Agenda de Eventos aqui.

FOFOCAS DE MARIA CLARA MACHADO
CENA: 1 – (Atendendo) Alô! Oi Patrícia. O quê?... Não... Não... não é possível! (Faz caras de alegria e fingida decepção) Não! Mas a Vânia é tão santinha... Que escândalo! Tá... tá... tá... Claro que não vou fofocar. Detesto essas coisas... Beijo. (Desliga e fica pensando por uns momentos). Mas a Vânia! Fingida. (Liga rápido; atende o número 2). 2 – Alô! Oi, Maria. 1 – Tenho uma ótima para te contar. Sabe a Vânia, a santinha? 2 – Sei. Sei... e daí? 1 – Menina, eu soube de uma... 2 – Conta logo Maria, você já está me deixando nervosa. 1 – Imagine que a Patrícia me contou que viu a Vânia no cinema com um homem muito mais velho do que ela. De mãos dadas! 2 – O quê? De mãos dadas? Deve ser o pai. 1 – Ela não tem pai. O pai morreu, saca? 2 – Mas não foi o pai da Helena que morreu? 1 – Bafo. Foi o da Vânia, sim. Safadinha, hem? E bancando a santa de pau oco. 2 – Mas ela não está namorando aquele sebo do Fernando? 1 – está. Justamente por isto é que fico mais espantada. Ele já era. Tá ferrado mesmo. 2 – Merece. Surfa mal paca. Quero só ver a cara dele hoje, quando souber, no colégio. Mas a Vânia, hem? 1 – Nem pensar!... 2 – Mas você vai dedurar? 1 – Eu hem? Mas essas coisas ocorrem... Então tchau, Lurdinha. 2 – Tchau. (Desliga e pensa um pouco) Essa não... Vou ligar para Eliana. Ela é irmã do Fernando. Deve saber (Liga). 3 – Alô! 2 – Eliana? 3 – Tudo bem, Lurdinha? 2 – Tudo jóia. Como vai o Fernando? 3 – Meu irmão? 2 – Quem poderia ser? 3 – Ora, poderia ser o Fernando Sabóia. 2 – Aquele emplastro? Não. É seu irmão mesmo. 3 – Deve ir bem, por quê? 2 – Continua o namoro dele com a Vânia? 3 – Acho que sim. Ontem mesmo estavam agarradinhos na praia. 2 – Ah é? É um espanto! 3 – Por quê? 2 – Nada não. 3 – Fala, ora. O que é que há? Que papo furado é esse? 2 – Pergunta à Patrícia. 3 – Caramba! Tu ta esquisita, hem? 2 – Não gosto de fuxicos, mas é bom você telefonar para a Patrícia. (Desliga e fica feliz) Quero só ver. 3 – Lurdinha ta tão estranha. Vou ligar para a Patrícia. (Liga) 4 – Alô? 3 – Patrícia? Eliana. 4 – Oi, Eliana. 3 – Que papo é este da Vânia com o Fernando? 4 – Com o Fernando? 3 – É. 4 – Ele não é seu irmão? Pergunte a ele. 3 – A Lurdinha me disse para perguntar a você. 4 – Bem. Já que você sacou... Mas promete que não vai contar nada ao Fernando? 3 – Prometo. 4 – A Vânia tava beijando um cara mais velho no cinema outro dia. 3 – Não! É bafo. 4 – Não é não. Eu vi. 3 – Meu irmão tá ferrado. 4 – Tá mesmo. 3 – Nunca pensei. A Vânia, hem? Com aquela cara de freira do Colégio Sion, hem? 4 – Eu nunca fui com a cara dela. 3 – Aquele visual de santinha nunca me enganou também. 4 – Nem a mim. 3 – Bem, Patrícia, então tchau. 4 – Tchau, Eliana. Não fica espalhando não, viu Eliana. Detesto fofocas... 3 – Tchau! (desliga) 3 – Será que a Helena já sabe? (liga depressa) 5 – Alô? 3 – Aqui é a Eliana. 5 – Oi, Eliana. 3 – Tenho uma ótima para te contar. 5 – Conta. 3 – Promete não espelhar? 5 – Prometo. 3 – Sabe a Vânia? 5 – Sei... Sei claro! 3 – Sabe o que eu soube? 5 – Claro que não sei, ora, você ainda não contou. 3 – Promete mesmo não espalhar? 5 – Prometo. Desembucha logo, Eliana. estou verde de curiosidade. 3 – A Lurdinha me contou que a Maria contou prá ela que a Patrícia viu a Vânia agarrada com um velho no cinema. Depois telefonei prá Patrícia e ela me confirmou tudo. 5 – O quê? A Vânia namorada do Fernando? 3 – Ela mesma. 5 – ... 3 – Alô... alô... vocês está aí, Helena? 5 – Estou... estou muda de espanto! A Vânia? 3 – Ela mesma. A fingidinha... 5 – Mas ela não é namorada do seu irmão, Eliana? 3 – Jura que não conta nada prá ninguém? 5 – Juro. Mas estou de boca aberta. 3 – Fecha a boca e tchau. (desliga). 5 -A Vânia com um velhinho. É demais. Aos beijos... (liga rápido para Carmem.) 6 – Alô! 5 – Aqui é a Helena. 6 – Oi! Por que você não foi à praia ontem? 5 – Não muda de assunto, Carmem. Tenho uma ótima para te contar. 6 – Que assunto? 5 – A Vânia vai se casar com um velho. 6 – O quê? 5 – Pode cair da cadeira. 6 – Mas eu estou em pé. 5 – Então cai de bunda. 6 – Não brinca. O que foi? 5 – É isto mesmo. A Eliana me telefonou e disse que a Lurdinha ouviu da Maria que ouviu da Patrícia que ouviu da... não, foi a própria Patrícia que confirmou que recebeu a participação... 6 – Participação de quê? De quê? Desembucha logo, Helena! 5 – Que a Vânia ia se casar com um sujeitinho velho caquético e milionário. 6 – Não... não pode ser... E o Fernando? 5 – Dizem que ele mata o velho...também duvido...Bobo como ele é, não mata nem uma mosca, muito menos um velho milionário... 6 – Ainda por cima surfa mal paca. 5 – A galera vai delirar quando souber... 6 – Estou de boca aberta. 5 – Então fecha a boca, porque é verdade. E até logo. Tô atrasada prá caramba. Tenho que ir a um dentista que minha mãe inventou. Tchau. 6 – Vou contar tudo prá Silvinha. Ela que se diz tão amiga da Vânia. Quero só ver. 7 – (atendendo) Oi, Carmem. Tudo bem? 6 – Tudo maravilhoso. 7 – Pois prá mim não. Você soube que minha avó morreu ontem? 6 – Oh... Meus pêsames. 7 – Estava muito velhinha. 6 – Coitada. 7 – O que é que ia contar? 6 – (animando-se) Por falar em velha, sabe da última? 7 – Morreu mais alguma avó? 6 – Sabe a Vânia? 7 – Também perdeu a avó? 6 – Nada disso. A avó dela está espertinha. Mas eu soube que ela vai casar com um velho milionário. 7 – O quê? 6 – É isto aí. E o pior é que soube também que o Fernando, namorado dela, disse que mata o velho. 7 – Mata? 6 – Deve ser de ciúmes. 7 – Que horror! Quem te contou? 6 – Toda a turma já sabe. 7 – Mas a Vânia? Ontem mesmo ela estava na casa da Maria Lúcia com o Fernando. 6 – Tudo hipocrisia. Toda a turma e toda a cidade só comenta isto. (De repente todas falam ao mesmo tempo suas falas, menos Sílvia que fica pensativa. Silêncio.) 7 – Vou ligar para a Vânia. 8 – Oi, Sílvia. Tudo bem? 7 – Então que história é essa que estão espalhando por aí que você vai se casar com um velho milionário... 8 – Não me consta que o Fernando seja velho ou milionário, nem me consta que eu vou me casar. 7 – Pois é, mas a Carmem me contou que soube pela Helena, que a Eliana disse que... 8 – Isto está me cheirando a Patrícia... 7 – O quê? 8 – Ela me olhou com uma cara outro dia no cinema que vi logo que ia dar galho. 7 – O quê? 8 – Eu estava outro dia no cinema com meu pai que chegou da França. 7 – Mas você tem pai? 8 – Tenho, ora. Só que não gosto de falar nele. Ele é separado de minha mãe e vive na França. 7 – Ahhhh, então o velho... 8 – Velho coisa nenhuma; meu pai está bem enxuto e estávamos mesmo de mãos dadas...Puxa que fofoqueiras vocês são...
Fofocas, extraído da obra Exercícios de Palco (Agir, 1995), da escritora e dramaturga Maria Clara Machado (1921-2001). Veja mais aqui, aqui e aqui.

CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na Terra:
A evolução do pensamento capaz de reproduzir a origem do Tempo e tudo que nele está contido, mas não de forma estática, e, sim em constante movimento. A visão da sua imagem até a 'primeira vez' nunca se perdeu, e os seus traços sempre foram os mesmos - familiares ao meu coração e alma. E tantas vezes eu chamei por você em nossa infância recente que era imperativo reencontrá-loe mesmo que que estas revelações se tornem parte dos experimentos da vida, mesmo assim, a aspereza da solidão terá sido válida por tudo aquilo que de você fluiu para mim e me fez verdadeiramente mulher em toda concepção da palavra. Por longo tempo permanecemos à porta dos sonhos e eu andei pelas horas, carregando nas mãos todos os signos que traduzem o essencial para que possamos ser aquilo que desejamos. Pela primeira vez, senti a paz ressurgindo, ao vê-lo sorrir/menino que é e sempre foi.
Primeiro dia – texto, poema & imagens - arte da poeta, artista visual e blogueira Luciah Lopez
Recital Musical Tataritaritatá - Fanpage.
Veja os vídeos aqui & mais aqui e aqui.