sexta-feira, abril 07, 2017

COPPOLA, JONATHA BROOKE, KELLY DI BERTOLLI, LUCIAH LOPEZ & SYDIA ARAÚJO LOPES

A GRUTA DO AMOR – Imagem/foto: Ilha do Mel, da poeta, artista visual e blogueira Luciah Lopez. - Desde a hora de romper o dia, atravessando a tarde noite adentro, madrugada afora, eu errava sozinho de mim pelos quatro cantos do mundo, a buscar do pouso aconchegante de um grande amor. Andejo de muitas léguas, cansado de tudo, batia pernas solado vivo chão do mundo, até exaurir arranchado nalgum lugar que fosse. Paradeiro de mesmo, não havia, onde desse e pudesse, caçava, pescava, vivia ao canto das belas aves em derredor, ao doce das frutas nos campos, raízes ao sabor da fome, o que tivesse na redondeza das paragens. No meio das andanças, um belo dia acordo nas proximidades de uma gruta que não havia percebido ali e sobre ela, uma linda e formosa moça a cantar em lágrimas a sua sina e vida. Vinte vezes vi o dia todo e ouvi aquela moça tão formosa aos prantos, voz terna sonora, a encantar meu coração e tudo de vivo ali existente, até findar a tarde e ela se recolher no interior da gruta escura e silenciosa para desaparecer sem deixar o menor vestígio. Passei o dia inteiro ouvindo o seu pranto e a admirar suas belas formas, até cair a noite e dela o silêncio imperar para às ouças chegar apenas os silvos e ruídos da mata espessa com seus seres desenvultados em farra até o raiar do dia. Uma nova manhã e ela amanhecia lá sempre bela a cativar meu coração e nem dera fé da minha existência dera para que eu pudesse alentar a viva emoção de amar. Tomei coragem e fui até o seu esconderijo, quando me viu, seus olhos ardentes e dardejantes incendiaram minhas faces com labaredas por todo meu corpo, até vê-la inteira, coração em flor, um sorriso lavado pelas lágrimas que recolhi de seu canto terno, a sua doce amargura que nos meus lábios eram venenos que não matam, temperos de esperança, vidas que crescem. Alisei as suas faces e cabelos, ela olhos enxutos abriu-me os braços e abracei demoradamente para sentir o perfume de sua carne fresca de mulher feita. Tomou-me as mãos, desceu os degraus a me levar até a entrada da gruta, a me dispor da sombra de frondosa árvore. Ali ela me mostrou todos os caminhos que vão e vêm das matas, até a fonte que sai da gruta para aguar a terra e nascem os rios lá longe. Quando tive sede, ela me trouxe da fonte dos seus olhos, quando tive fome, ela me serviu do que tinha de suas posses. Sentou-se à beira da fonte e lá, muitas vezes juntei as mãos e bebi, era o gosto dela, a vida dela. Anoitecera e ela se despedira com leve adeus. E eu, olhos vivos na solidão, à espera dela noutro dia, até que fatigado, entrei na gruta, ela não estava, adormeci num leito de verde relva, sono pesado. Acordei com o pingado de duas gotas da fonte do rochedo, caíram-me sobre as pálpebras, outras ao ouvido e mais outras no meu coração. Levantei-me quase manhã, cadê, nem sinal dela, saí como desesperado a procurar, ao encalço de suas pegadas que o vento tratou de apagar e eu me perder pelo mato para, de repente, ouvir-lhe o canto, ela estava lá, voltei correndo, lá sobre o rochedo, a linda e bela. Tomei impulso e corri pra lá, olhei firme para ela, agora escravo dela, abraço demorado. A gruta era ela e eu todo seu. Ela me levou pelas mãos enquanto o seu amor corria no meu sangue por todas as minhas veias até me deixar em febre de amor. Toquei seu corpo e ela me sorriu, beijei-lhe os lábios e ela a mim se entregou inteira e úmida até sermos unos na paixão da gruta do amor. © Luiz Alberto Machado. Veja mais aqui.

 Curtindo os álbuns Jonatha Brooke Live (Bad Dog Records, 1999), Steady Pull (Bad Dog Records,2001), Live in New York (Bad Dog Records, 2006) e The Works (Bad Dog Records, 2008), da cantora, escritora e compositora de rock folk estadunidense
Jonatha Brooke.

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A arte da atriz e escritora Kelli di Bertolli, por sua atuação na peça teatral Valsa nº 6, de Nélson Rodrigues, em 2001, monólogo com pensamentos retrospectivos e delirantes de uma jovem no instante que precede sua morte, assassinada enquanto executa a música de Chopin. Veja mais aqui.

DESTAQUE:
Entre os filmes que já destaquei aqui e assisti do premiado cineasta, roteirista e produtor estadunidense Francis Ford Coppola, outros quatro quero destacar: o primeiro deles, o musical romântico One from the Heart (1982), que conta a história de um mecânico e uma agente de viagem numa noite de julho, cada qual com seus parceiros idealizados, quando, depois de suas noites de paixão, chegam a se encontrar, discutem e seguem caminhos opostos. O destaque fica por conta da atuação da atriz, cantora, comediante e dançarina Terry Garr. O segundo, o drama The Outsiders (1983), baseado no romance homônimo de Susan E. Hinton, contando a história de órfãos que tentam sobreviver com subempregos, perseguição da polícia e preconceito da sociedade, tentando amadurecer e enfrentando os ricos. O terceiro, o drama policial Cotton Club (1984), contando várias estórias que se entrelaçam entre os freqüentadores e contratados de um clube. O destaque fica por conta da atuação da atriz estadunidense Diane Lane. Por fim, o quarto o drama Gardens of Stone (1987), contando a história de um veterano de guerra que quer treinar soldados para o Vietnam, mas é designado para outra missão, findando com as honras militares dos que foram para a guerra. O destaque fica por conta da atriz, diretora e modelo estadunidense Anjelica Huston. Veja mais aqui e aqui.

CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Poema/foto/arte da poeta, artista visual e blogueira Luciah Lopez.
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DEDICATÓRIA:
A edição de hoje é dedicada à amiga veterinária e zootecnista Sydia Araújo Lopes.

CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na Terra:
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