E SE VEM OU
VAI, EU VOOU - Imagem: Dance, do escultor
e pintor português Manuel Pereira da
Silva (1920-2003) - Cada qual seu quinhão, conforme foi domesticado.
Educação é outra coisa, catequese é o que é: como domar selvagens, apascentar
feras, à mancheia. Afinal, tudo é bicho, uns mais, outros menos, cada qual
cuide de si. Ideologias tantas para todas as ocasiões - uma, circunstancialmente,
serve à carapuça. Não há escapatória, ninguém sai incólume ou está imune.
Dominante ou não, tanto faz, quem é quem ninguém sabe. Nem eu mesmo sei o que
fazer na escuridão da noite humana, não há o mínimo sinal de luz no fim do
túnel. Apesar do dia, muitas sombras rondam na caverna escura. Nem tudo está
perdido, nem é tarde demais. Sem a redoma dos sentidos, vastidão pras escolhas,
zis caminhos pra seguir. Nutro esperanças e só. Tirante a cegueira, não há
vazio, pulsa latente a vida, escondida. É preciso ver além, no íntimo das
coisas, na amplitude infinita de tudo e nada. E se vem ou vai, eu voou.
Vambora. © Luiz Alberto Machado. Veja mais aqui.
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