sexta-feira, agosto 19, 2016

BEAUMARCHAIS, ANA VIERA PEREIRA, AFONSO FONSECA, ANA CASCARDO, ANA MAIA NOBRE, HIROMOTO & LUCIAH


O SONHO DO AMOR - (Imagem, arte da poeta, artista visual e blogueira Luciah Lopez). Oito horas da manhã e o sonho anunciava o amor: um golpe certeiro no deleite da paixão. Era cedo do dia, tarde na vida – não antes o flerte fugaz a se corporificar na efígie certificada. Bastaram oito segundos e um plenilúnio: quimeras, esperas, o remoto que explode rasgando trajeto. Era o amor de verdade: olhos candentes, fervores da carne – alvoradas na pele, desejos crepusculares. Oito minutos se passaram e singravam correntes, devaneios de nuvens, errâncias estelares. Oito horas e era Iaravi, seios de rosas, ventres de flores: o encontro dos ventos, caingang, caeté. Oito dias e era Freya com todos os meneios evanescentes da noite na escuridão desvelando a magia ubíqua do seu ser: era mais que a fumaça do mistério a se dissipar na revelação imanente. Oito semanas e fundia Freyaravi nas diuturnas fragrâncias de todos os quereres: perfumes de mar, incensos da alma. Oito meses e o mesmo frescor do primeiro instante a envolver desgarrados siameses mútuos que se eternizam no sonho do amor. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui e aqui.


Curtindo as músicas na interpretação da cantora, compositora, produtora e professora de canto Ana Cascardo.

PESQUISA
[...] Cumpre compreender a crítica fundamental ao idealismo, como pressuposto do privilégio da afirmação da vida, em sua espontaneidade original. Privilégio de sua vívida e intensa vivência, e de sua potência criativa. Da potência criativa do espírito de uma vida que experimenta, que tenta o inédito, e cria. Da potência do homem no sentido da auto-superação, e de criação do mundo e de si próprio. De sua capacidade de transformação, com galhardia, da fatalidade de uma simples condição de vítima do dado, e do pressuposto, à revelia do poder cri/ativo de seu ser-no-mundo. [...].
Trecho extraído da obra Para uma história da psicologia e da psicoterapia fenomenológico existencial – dita humanista, Gestalt – Abordagem rogeriana (Apontamentos/Pedang, 2006), do psicólogo, psicoterapeuta e facilitador de grupos Afonso Lisboa da Fonseca. Veja mais aqui e aqui.

LEITURA 
Atrás dos óculos, via a vitrine vazia. Um ponto, o caos, a vista embaçada. Atrás dos óculos, via as lágrimas como pérolas escuras. Escorrem-lhe pelo rosto vincado e laceram-lhe a pele, numa abertura lenta de ruínas incandescentes por onde se esgueira a memória. Atrás dos óculos, via a fuga, com os olhos fechados até às comissuras dos lábios. Uma sentinela apagada no cimo do farol, a plena escuridão, o frio, o afogamento solitário. Atrás dos óculos, via a vergonha de não ver o óbvio, de perder as lentes e não entender, de procurar e não ver o sorriso de hiena no lábio fino, a alma esgarçada sem conseguir se ver inteira por dentro. Tudo aos pedaços, aos bocados. Atrás dos óculos, via um fio feito rio avolumado, as margens muitas que contêm nadas. Via o abismo de um si mesmo despreparado. Via as garras, o vento, a imundície da neve derretida à noite na calçada da cidade grande. Ao sair, muniu-se de ouro. Jurou a si mesma, diante do espelho que lhe cortava as ruas, preencher-se com o mais puro e valioso ouro, juntando os buracos até se fazerem tela. Nem o que lhe roubaram faria falta. Muito melhor ser inteira pela segunda vez do que nunca ter se sabido pedaços.
Atrás dos óculos, extraído do blog Das Ventanias, editado pela escritora, professora doutora em Literatura Comparada pela USP e coordenadora da QuintAventura, Ana Viera Pereira.

PENSAMENTO DO DIA: TOUT FINIT PAR DES CHANSONS

Qu’on l’opprime, Il peste, Il crie, / Il s’ agite em cent falons, / Tout finit dês chansons.
(Quando o oprimem, zanga-se, grita, / agita-se de mil maneiras, / mas tudo acaba em canções).
Trecho extraído da obra Le nozze di Figaro (As bodas de Fígaro - Zahar, 1991), do autor teatral francês Pierre-Augustin Caron de Beaumarchais (1732-1799), satirizando os costumes da época e a expressão foi dada pelo comediógrafo quando fez o personagem Briod’oison cantar, na cega-rega final da peça, a propósito do povo.

IMAGEM DO DIA

A arte da premiada arquiteta, designer e artista visual Ana Maia Nobre.

Veja mais sobre Primeira Reunião: Amuleto, Haroldo de Campos, Sivuca, Émile Durkheim, Gustave Flaubert, Alda Garrido, Isabel Coixet, Gustave Caillebotte, Maria de Medeiros & J. Borges aqui.

DESTAQUE
A arte da pintora, designer, poeta visual, editora de Artes Visuais do Jornal Memai e especialista em Marketing e poéticas da arte contemporânea, Sandra Hiromoto. Veja mais aqui.

CRÔNICA DE AMOR POR ELA
 ao me despir do dia a minha pele de noite - reverbera e delira ao seu toque e a sua boca de brisa morna embriaga e me faz eterna e me transpira aromas e rimas indizíveis e desconexas e me recria em cada beijo e nos tornamos criaturas nuas cruas de pudores até nos perdermos em mais um gozo para sempre assim Freya e Odur
Nua, poema/imagem, arte da poeta, artista visual e blogueira Luciah Lopez.
Veja aqui e aqui.

CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
 Recital Musical Tataritaritatá - Fanpage.
Veja  aqui e aqui.