quarta-feira, junho 15, 2016

CRUZ E SOUSA, NATALIE IMBRUGLIA, ARQUIMEDES, HUGO PRATT, TOM 14 & GUERRA DE DUARTE COELHO


A CONVERSA DAS PLANTAS (Imagem: acervo LAM)- Olá, como vai? Tudo bem? A vida passa depressa, tempo corrido, hem? Ainda ontem eu vi o menino apontando pra tudo e me chamando atenção para coisas que só ele via. hoje, um homenzarrão formado de anel no dedo e aliança na outra, com um bruguelo na tipoia chamando papai. A gente quase não se dpa conta da rapidez. Só pelas fotos, quando vai lembrar: foi há tantos anos atrás. Que constatação. Vixe, isso tudo? Não foi anteontem? Vai ver: não, foi ano retrasado. Danou-se, do jeito que vai a gente chega logo o fim do ano de 2020. De mesmo. O povo que sabe: ano meiou, ano findou. Em janeiro, tantos projetos; estamos em junho e tudo na mesma. Projetos. As coisas pelo catombo, segura o tombo! Pare o mundo que eu quero descer! Aonde a gente vai parar, hem? Sei não. O negócio parece desgovernado e acho que Deus tirou férias. Ontem foi dia Dele. Ou foi anteontem? Ninguém se lembrou, nem os papa-hóstia, nem os berradores. Só de pedir, a fila dá volta nos quarteirões do mundo. Resolver? Ninguém. Tudo esperando cair do céu pra mudar da noite pro dia. Pois é, a culpa é sempre dos outros. Eu que não tenho um saco de pancadas pra transferir minhas broncas. De vez em quando morro de tédio, nada não. Logo durmo e acordo outro dia. Recomeçar do zero, melhor. Consertar tudo ou o que der, isso se não enzebrar de vez. Melhor proteger os guardados, chute nas partes íntimas só dá nocaute. Dor dos diabos. Fora do lance, se recuperando. E se salvando do déjà vu – ô Brasilzão do replay. Desde antanho a mesma coisa: só pra trás. Quando vai ver é tudo de novo e outra vez. É, gente que tem preguiça até de pensar e vivo só no prato feito. Aqui é o lugar em que a História se repete e ninguém se lembra ou não está nem aí de tão absorto com o umbigo na grife. Tudo só na banalização e eu me indignando sozinho, roendo por dentro a dor do alheio que é a minha própria, também. Namastê. Mas é cada coisa que aparece, já nem sei o que dizer. Só ficar engasgado, aguentando firme pra ver se na resignação a coisa um dia dá pro gasto. A coisa está bichada, o angu azedou, o acerto passou do ponto e empenou, a solução passou da hora, a bronca entornou e lascou, a zebra vingou, o gole entalou, a dose transbordou, o dique rompeu e agora? Seja lé o que for, melhor mesmo a gente tomar a iniciativa, porque pior não pode ficar. Se a coisa arrebenta, que Deus nos acuda. Estão até dizendo que até o ozônio vai contribuir pra defenestra a gente da face da Terra. Como? Papo aí duns cientistas que apareceu. Do jeito que vai a gente não chega 2050. Danou-se. A gente tem que fazer alguma coisa, não dá pra esperar a volta do enterro. Será que a gente sai derrotado? Vou à luta e morro na tuia. Vamos juntos, vambora. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.


Imagem: arte do desenhista e ilustrador italiano Hugo Pratt (1927-1995).

 Curtindo o álbum Left of the Middle (RCA, 1997), da cantora, compositora, atriz e modelo australiana Natalie Imbruglia.

PESQUISA
 Memórias Diárias da Guerra do Brasil (Fundação de Cultura Cidade do Recife, 1981), do quarto donatário da capitania de Pernambuco, Duarte de Albuquerque Coelho, crônica regional do período das lutas holandesas entre os anos de 1630/38, publicadas na Espanha em 1654, contando da guerra da resistência ocorrida no nordeste. Veja mais aqui.

LEITURA 

Poemas escolhidos (Cultrix, 1961), do poeta Cruz e Sousa (1861-1898). Veja mais aqui.

PENSAMENTO DO DIA:
Arquimedes estava tranquilamente sentado no mercado de Siracusa, traçando um círculo na areia e meditando algum abstruso problema de matemática. Tão embebido se achava em seus pensamentos se surpreendeu ao ver um soldado romano embriagado investir contra ele de espada em punho. “Antes de me matares, meu amigo”, disse Arquimedes, “peço-te que me deixes terminar o meu círculo”. Mas o soldado não lhe deu atenção, atravessando-o com a espada. “Ah, bem”, murmurou o velho cientista, enquanto agonizava estendido no chão, “eles me tiraram o corpo, mas eu levo comigo a minha mente”.
Acontecimento ocorrido quando do assassinato do matemático, físico, engenheiro, inventor e astrônomo grego Arquimedes de Siracusa (287-212aC). Veja mais aqui e aqui.

IMAGEM DO DIA 
Orientação sexual é direito de cada um. Respeitar é dever de todos.

Veja mais sobre Cantador, Jean Baudrillard, Hilda Hilst, Roger Vadin, Edvard Grieg, Zulmira Ribeiro Tavares, Brigitte Bardot, Manabu Mabe, Nicolas Poussin, Patricia Glatzl, Lígia Moreno & Theodore Roussel aqui.

CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Vulva, do artista plástico Tom 14.
Veja aqui e aqui.

CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Respeito à Pessoa Idosa.
Recital Musical Tataritaritatá.
Veja aqui.