O ALVO DO PÓDICE (Imagem:
Auto-abrazo, by Omar Ortiz) – A tua nudez esurina da vida afia as errâncias a
rutilar como esmeralda cobiçada ao alcance da mão. E linda nua vens impune à
flor das águas da volúpia, com o torvelinho de todos os encantos, com os olhos
de todas as querências, com a boca de todos os desejos, com o rosto enrubescido
de todos os ardores da paixão. E nua linda pose essa mais safada do teu olhar
manhoso que recende o aroma exaltado de fêmea no vício desesperada, indômita e
jacente a lamber os lábios da cor de romã, despertando a luxúria e motins nos
meus beijos sedentos que invadem querelantes por todos os poderes sobre a tua
posse. Nua e linda, propositalmente sedutora ao me virar às costas, oferecendo
a nuca com desleixe e te deixando render de bruços ao meu afago carinhoso. E
roço tua pele com a minha língua teimosa de prazer. E preencho teus recantos
com a minha gula faminta de sempre. E percorro tua assimetria como quem tomado
pela loucura que ambiciona todos os teus tesouros. Vou adiante e nua e linda
erradica a minha timidez a levar-me pelas fagulhas douradas da bola de fogo dos
teus janeiros, onde eu inundo com esmero de carícias todos os teus desvãos e
exploro com braçadas longas de afago todo o contorno de tua corcova azeitada. Nua
e linda, solícita e emborcada, és o alvo para o êmbulo intumescido rondando na
garupa e abrasado de pelejar nos requebros ofegantes de tuas montanhas
carnudas. És inteiramente grácil entre gemidos e delícias a me deixar invadir o
teu claustro globuloso, a me deliciar no sesso profuso dardejando firme na tua
meiguice espalmada. E escalo os íngremes aclives de tua popa generosa. E atiço
tuas fantasias mais iminentes. E me esgueiro na furiosa tempestade da tua
entrega para que eu possa saborear da vertigem das alturas, explodindo genioso
até repousar sossegado no maciço gracioso de tua carne imantada em decúbito
ventral. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui e aqui.
Imagem: Nude, do artista plástico húgaro Emerico Imre Toth. Veja mais aqui.
Curtindo
o álbum Sonaten for violine & klavier
(Genuin, 2006), especialmente a Sonate f.Violine & Klavier n.2 op.36, do compositor, pianista,
professor e maestro italiano Ferruccio
Busoni (1866-1924), na interpretação da violinista Gertrud Schilde & klavier Klaus Schilde. Veja mais
aqui.
PENSAMENTO DO DIA – Na temerança
do Fecamepa, das duas, uma: ou eu sou um bicho burro da porra, ou se tivesse
Justiça pra valer nem o vice, muito menos seus ministros podiam ter tomado
posse. Isso é ou não golpe: A buen entendedor,
breve hablador. A propósito: a expressão a bom entendedor, meia palavra basta ficou imortalizada no capítulo
XXXVII do Dom Quixote de La Mancha,
de Cervantes, e na comédia La Celestina de Fernando Rojas. Veja mais aqui e aqui.
AS MULHERES E A VIDA CONTEMPORÂNEA – No artigo As
Mulheres e a Vida Contemporânea
(Cult, agosto/2013), da filósofa, escritora,
professora universitária e artista plástica gaúcha Marcia Tiburi,
destaco os trechos: [...] Um outro lado da questão que começa a surgir no campo do feminismo
irônico que é, ao mesmo tempo, orgânico. Quando as mulheres falam em seu
próprio trabalho não esperam apenas pagar contas e fazer sucesso segundo os
padrões do capital, mas esperam estar se realizando como seres que são capazes
de mudar o seu próprio mundo e o mundo ao seu redor. Tantas artistas,
ativistas, empreendedoras sociais existem em nosso tempo que vemos a
criatividade como uma marca feminina no campo do trabalho. Se há alguma
diferença no modo de pensar das mulheres que em nossa época surgem em busca de
direitos, creio que seja esta. As mulheres querem “ser” algo muito diferente do
que os homens foram. Tendo a apostar que a cultura cooperativa e colaborativa
tem a ver com esse desejo que nasceu no projeto feminista há 200 anos na forma
de luta pelos direitos da “humanidade” como um todo. Humanidade na qual devem
estar inclusas todas as pessoas independente de características biológicas ou
fenótipos, independentemente de suas escolhas e destinos, inclusive as escolhas
e experiências sexuais que hoje em dia vão para além do binômio “mulher” e
“homem” e põem em cena a expressão de singularidades diversas. [...] A nossa
personagem é uma moça que é do seu tempo por que quer ter seu próprio tempo. A
meu ver essa é a característica comum das mulheres contemporâneas. Há ainda
muitas mulheres que se submetem ao patriarcado, que tentam agradar não apenas
aos homens, mas a toda a moral masculinista, que sonham com um casamento ideal
e a maternidade como se este fosse um objetivo de vida. Mas muitas outras
já desconstruíram esse paradigma e defendem a liberdade de cada uma a partir da
defesa da liberdade pessoal. Por isso, vemos tantas mulheres que ainda
querem casar, ter filhos, etc. e outras tantas que não desejam fazer nada
disso. Muitas mulheres hoje adoram crianças sem terem se casado, outras tantas
casam e optam por não ter filhos. Outras tantas descobrem na homossexualidade
uma vida mais feliz. Todas elas rompem com o padrão de subjugação que sempre
fez tantas mulheres infelizes. Isso significa que encontram a liberdade que não
pode ser realizada por ninguém, senão por elas mesmas. Isso significa ser uma
mulher contemporânea: ser dona do seu próprio tempo respeitando o tempo de cada
uma, respeitando primeiramente a si mesma. Veja mais aqui.
O CÉREBRO NA ESCOLA – O livro
O cérebro vai para a escola e o coração
vai junto – relato de experiências (Wak, 2014), da professora, pedagoga e
psicopedagoga Rosita Edler Carvalho,
trata sobre as experiências da autora como educadora usando o cérebro e o coração,
as contribuições das Neurociências Cognitivas para aprimorar o processo
ensino-aprendizagem, novas estratégias de ensino-aprendizagem, importantes
processos cognitivos, os fenômenos da atenção, da memória, da linguagem, níveis
de estruturação da linguagem, origem e aquisição da linguagem, linguagem e
pensamento, o sistema límbico, a pedagogia da afetividade, entre outros assuntos.
Veja mais aqui.
HOMO VIDENS – A obra Homo videns: televisão e pós-pensamento
(Edusc, 2001), do cientista político italiano Giovanni Sartori, aborda temas como o incentivo da violência
pela televisão e sua pouca e mal informação, discutindo papel dessa mídia na
mudança da natureza do ser humano e a mudança do seu comportamento com o
progresso tecnológico com a utilização dos meios de comunicação de massa com
maior audiência: O vídeo está
transformando o homem sapiens produzido pela cultura escrita em um homo videns
no qual a palavra vem sendo destronada pela imagem. Para o autor, a
televisão está transformando os humanos, por exemplo, atualmente as crianças
aprendem a assisti-la antes mesmo de aprenderem a ler e escrever. Em cada um
dos três capítulos ele aborda questões acerca da imagem (ver sem entender), da
videopolítica (poder político da televisão) e a democracia. Veja mais aqui.
O ESTADO JARDIM – O livro
O estado jardim (Rocco, 2001), do
escritor estadunidense Rick Moody,
conta a história que se passa no subúrbio industrial de Nova Jersei nos anos
1980, quando um grupo de jovens entre 18 e 25 anos enfrenta a perda das ilusões
da adolescência e da vida real pelo subemprego, drogas e álcool. Do livro
destaco o trecho: [...] Foi passando pelo
distribuidor de cerveja, pelos trilhos de carga, pelo multiplex de dez cinemas,
e quando chegou ao lugar onde acorrentara a motoneta, nada restava além de
molas soltas e elos de corrente espalhados pela calçada feito vísceras, na
calçada rachada. Ali as linhas de tensão, nas rachaduras, um capim amarelado
brotava em tufos diminutos e ferozes. Veja mais aqui.
TRAÇO & LINHA – Entre
os poemas da professora paraense especialista em psicopedagogia Ádila J. P. Cabral – Cabral Poesias, destaco
o seu poema Traço e linha: Eu nasci com
milhões / De entrelinhas / Finas linhas / Mal traçadas
/ Não sei ler. / Eu nasci com milhões / De entre laços
/ Traço traços / Traço formas / Pra viver.
/ Traçaria entre laços / Nessas linhas / Linhas turvas
/ Linhas tortas / Vou romper. / Desalinho mal traçados
/ Sigo traços / Entre abraços / Descontínuo
/ Meu sofrer. Também o seu poema Asa: Hoje eu quero me despir / De o frágil ser humano. / Fazer do sonho asa
e voar / Subir, chegar aos céus. / Cansei-me do chão / E dos dias iguais. / Hoje
eu quero me despir / De tudo que me faz cativo / E me vestir / De liberdade.
Veja mais aqui.
EU FALO O QUE ELAS QUEREM OUVIR – A peça
teatral Eu falo o que elas querem ouvir,
do escritor, dramaturgo e jornalista Mário
Prata, trata sobre um deputado que sequestra um diretor teatral para obriga-lo
a ensaiar um parente no papel de louco e assim escapar da condenação por
estupro, o que prejudicaria o politico, contando com a participação de uma
prostituta na tramoia. Veja mais aqui.
SUNSHINE – O filme Sunshine (o Despertar de um Século, 1999),
escritor e produzido pelo cineasta húngaro István
Szabó, conta a história de três gerações de uma família judia, do antigo
Imperio Austro-Húngaro, no começo do século XX até o período revolucionário de
1956, cujo protagonista central carrega as semelhanças passadas de pai para
filho. Veja mais aqui.
IMAGEM DO DIA
Todo dia
é dia da premiada atriz e modelo britânica Rachel Weisz.
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
CANTARAU:
VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Recital Musical Tataritaritatá
Veja mais:
TODO DIA É DIA DA
MULHER
Imagem: arte de Luciah Lopez