sábado, dezembro 05, 2015

MACEIÓ, GISMONTI, PRIAPEIA, LEMINSKI, BORNHEIM, PAES, EDUCAÇÃO, NEUROCIÊNCIA, PAPAI NOEL & MUITO MAIS!


VAMOS APRUMAR A CONVERSA? PAPAI NOEL AMOLESTADO – Sabe daqueles dias de vacas magras numa apertura arrochada de estreitar o juízo de qualquer sujeito? Pois é, multipliquem dez vezes mais a penúria e saberão a medida exata do que se passava com o Doro naquele momento periclitante. Para se ter uma idéia do labirinto, ele olhou de um lado e estava a esposa com a mão de pilão, pronta para lascar-lhe o quengo. Do outro lado, uma infieira de bruguelos-de-cabelim-de-milho, tudo com um olhão graúdo pras bandas dele, acompanhado dum buá infernal. E atrás, vôte, uma penca de credores, tudo doido para pegá-lo de num aguentarem mais o toque de arrudeio do sabido em driblar os pregos. Pois bem, no meio desse cenário tão alvissareiro, Doro escapuliu para arrumar uma lavagem de roupa que minorasse sua miséria, não antes receber no maluvido um desaforo da sua gasguita mulher: - Ói, seu-destrambeiado, si num chegar cum cumida hoje im casa, vou-me prá casa da mãe, de nunca mais tu vê nem minha cara nem dus mininos, ouviu, traste? Fez-se de entendido e saiu com aquilo martelando no quengo. Pé na bunda.  Depois de muito arrastado de sandália enchendo a rua de pernas, eis que apareceu a sua salvação: precisa-se de Papai Noel. Eita! Na medida.  Aí, deu um carreirão até onde precisavam do tal, encontrando, para sua revolta, uma fila enorme já de tantos postulantes ao cargo. - Puta-qui-me-pariu, outra fila da porra!! Orra, meu! Doro apertou as pestanas, espremeu o nariz, bateu na testa, fulo da vida e ficou matutando uma saída. - Desse jeito, passa o natal e eu não saio daqui! Teve um estalo. Imaginem: a dieta do rapaz, vocês já sabem, num é? Dá para sacar o desastre. Pois foi, apalpou a pança e largou um daqueles silenciosos que saiu queimando as beiradas do cu, de arrancar uma dúzia de pregas lá nele. - Eita, esse quase me rasga! -, disse para si. Vôte! O fedor não demorou muito. Correram todos, até os atendentes, não ficando uma só alma viva ali. Até o Doro aperreou-se com a inhaca. - Orra, meu! Tô meiorando cada dia mais. Desse jeito vô sê campião de peido em quaiquer lugá do praneta! Ainda bem que estamos imunes dessa catástrofe. Bem distante, né não? Pois bem, lá para as tantas, uma atendente resolveu retornar às atividades. Ela estranhou a presença de Doro ali. - O senhor aguentou aquela fedentina? - Ah! já tô acustomado, minha fia. - Óooooo. A lasqueira era que ainda restavam resquícios da catinga no ambiente, o que fez a moça apossar-se de uma tuia de fragrâncias para desimpestar os recantos. Hora e meia, depois, tudo restabelecido, Doro, como não poderia ser diferente, foi atendido. - O senhor já trabalhou de Papai Noel? - Minha fia, eu sô o mais originá Papa Noé da históra! - O senhor possui a indumentária? - Cuma? - O senhor possui a roupa do Papai Noel? - Quiláro, minha fia, a minha rôpa é a mai originá tumbém. Todo mundo gosta. Como era o único candidato que restara da fatalidade, ficou com o cargo. Um mês vestido de papai Noel sob o pagamento milionário de um salário mínimo por proventos. E o melhor: recebeu 50% adiantados na hora e foi arrumar a indumentária. Em casa livrou-se de uma panelada nas fuças porque deitou logo o dinheiro inteirinho na vista da mulher. - Só isso? - Foi o qui eu arrecebi, ôxe! Como a mulher estava virada, não agüentou e arribara com os bruguelos no cós da saia. Doro sozinho ficou vasculhando os farrapos do seu figurino. Quando conseguiu arrumar, juntando tudo, num dava uma peça inteira de nada. Aí ele avexado, danou-se a costurar fiapo de pano de todas as espécies possíveis e inimagináveis num remendo sem fim, na maior colcha de retalhos. Foi na habilidade da agulha tudo que viesse pela frente: pano de chão com cueca rasgada, mais duas caçolas imprestáveis, três fraldas meleguentas, resto de cortina, toalha de banho, pedaço de cetim, pele de bombo, empanado de sofá, um restinho de saia, taco de borracha, sacola plástica, telas, tapetes, fiapo de cambraia, flanela, pano de copa, bonés, matulões, couro, uma bagaceira!  Fez o palitó assim, mais a calça. Ajeitou uma botina velha caindo aos pedaços numa batedeira dos infernos. E, ao cabo de três dias, estava com tudo pronto. No dia marcado ele chegou lá. Dirigiu-se ao camarim improvisado e foi se aprontar. Duas horas depois ele chegava no recinto na maior macacada! O Zé do Caixão nunca estivera mais lindo. Para filme de terror estava na medida. - Cadê o papai Noel? -, perguntou uma funcionária. - Ói eu aqui, dona moça! Vôte, a moça quase teve um troço do susto! - Isso é lá papai Noel que se apresente, moço? -, disse depois que consegiu se recompor do acidente. - E ocê qué mió qui isso, é? Sou o mai originá dos originais! - Para o Anticristo o senhor está perfeito! Para festa de assombração, para serenata no cemitério, coisa do tipo. - Ói, num me abufeli qui tô ficando nervoso! Depois de muito renhenhém, o cara teve permissão de assombrar as criancinhas. E quando foi se aproximando da platéia, levou um trupicão ao pisar no cadarço da bota, de sentar a venta no chão. Tei bei! - Empurra não, empurra não! -, dizia ele com ele mesmo para gargalhada da garotada que avançou em cima dele. Ôxe, tome assédio. E só se via a meninada: - Bicho feio! Bicho feio! - É a mãe d´ocês, seus porrinhas! Aí foi que o negócio pegou fogo! Os peraltinhas acharam de agarrá-lo, dando chute, pernada, dedada, beliscada, mordida, e ele revidando tudo no maior bafafá. O negócio ficou tão feio que teve de ter a interferência de uns dez seguranças para contornar o rebuceteio. Situação contornada, Doro ainda bufava quando teve de acocorar-se para atacar os cadarços da bota. Foi pior: o pano não aguentou e abriu um rasgão na roupa de deixá-lo de bunda de fora. Maior alvoroço! Quem estava e quem não estava nem aí, revestiu-se da maior risadagem.Fatalidade maior não haveria de acontecer. Porém, como tudo é possível, o pior ainda estava por vir. Doro estava escondido quando a organização mandou que ele fosse se atrepar no teto do prédio, para descer de lá de cima com todo o glamour que a ocasião exige. Havia para mais de zis crianças. Ele lá, cai mas num cai. Quando se agarra na corda, faz aquela averiguação de profissional, desconfia que a corda num agüenta e reclama: - Esse barbante num pode com eu não? - Bora, só tem esse aí, te vira, cara! Doro fez a maior cara feia, mas como não tinha jeito. O jeito mesmo era despencar lá de cima e matar logo um bocado de presepeiro lá embaixo e pronto, receber a outra metade do dinheiro e ir para casa com meio mundo de fratura exposta. Missão cumprida. Nada. Ele segurou na corda e começou a deslizar, descendo ao som daquelas canções natalinas e com o maior aparato de iluminação e efeitos visuais. - S´eu dispencá daqui, caio im cima das mininada, aí é só no macio. Eles morre, mas eu fico aparado qui só numa almofada com esses trelosos. No meio do estardalhaço todo, ele enganchou-se na armação, passando horas pendurado. Só se via a bunda branca reluzindo lá em cima. O cara passou o maior aperto, suando frio, o estatelar-se no chão, o medo, tudo duma só vez. Isso dava um remoído no estômago a ponto de deixar a merda pronta para arrombar com tudo. Não deu outra. Primeiro veio aquela flatulência arrochada. Póiiiiiiin! Depois, meu, o desgraceiro estava feito. A corda partiu-se e lá vem Doro carregado de bosta altura abaixo. Ploft! Só se viu o salpicado abundante em todas as direções. - Eita, o Papai Noel trouxe o saco cheio de merda! - Não meu, é que ele é feito de bosta mesmo!! Pelo andar da carruagem, dá para notar que o evento teve que contar com a intervenção da tropa de choque e o corpo de bombeiros para recompor tudo. Maior vexame. Doro ainda com a cara mais lisa conseguiu balbuciar: - É, num deu. Só na outra. Veja mais aqui e aqui.


Imagem Polynesian-girl-nude, do artista plástico estadunidense Ralph Burke Tyree (1921 – 1979)

 Curtindo o álbum Feixe De Luz: "Todo começo é involuntário" (EMI, 1988), do compositor e arranjador Egberto Gismonti e Academia de Danças. Veja mais aqui, aqui e aqui.

NEUROCIÊNCIA & EDUCAÇÃO - No livro Neurociência e educação: como o cérebro aprende (Artmed, 2011), de Ramon M. Consenza e Leonor B. Guerra, destaco os trechos do capítulo O diálogo desejável: A educação tem por finalidade o desenvolvimento de novos conhecimentos ou comportamentos, sendo mediada por um processo que envolve a aprendizagem. Comumente, diz-se que alguém aprende quando adquire competência para resolver problemas e realizar tarefas, utilizando-se de atitudes, habilidades e conhecimentos que foram adquiridos ao longo de um processo de ensino-aprendizagem. Ou seja, aprendemos quando somos capazes de exibir, de expressar novos comportamentos que nos permitem transformar nossa prática e o mundo em que vivemos, realizando-nos como pessoas vivendo em sociedade. [...] As neurociências estudam os neurônios e suas moléculas constituintes, os órgãos do sistema nervoso e suas funções específica, e também as funções cognitivas e o comportamento que são resultantes da atividade dessas estruturas. [...] Embora muitas vezes se observe certa euforia em relação às contribuições das neurociências para a educação, é importante esclarecer que elas não propõem uma nova pedagogia nem prometem soluções definitivas para as dificuldades da aprendizagem. Podem, contudo, colaborar para fundamentar práticas pedagógicas que já se realizam com sucesso e sugerir ideias para intervenções, demonstrando que as estratégias pedagógicas que respeitam a forma como o cérebro funciona tendem a ser as mais eficientes. Os avanços das neurociências possibilitam uma abordagem mais científica do processo ensino-aprendizagem, fundamentada na compreensão dos processos cognitivos envolvidos. [...] O trabalho do educador pode ser mais significativo e eficiente quando ele conhece o funcionamento cerebral. [...] Com conhecimento científico, intercâmbio de experiências, julgamento crítico, disposição e energia, mas sem euforia excessiva, poderemos nos tornar, em breve, educadores de muito mais sucesso. Veja mais aqui, aqui , aqui e aqui.

VAI E VEM DE AIS – No livro Gozo fabuloso (DBA, 2004), do poeta, critico literário, tradutor e professor Paulo Leminski (1944-1989), encontro o conto Vai e vem de ais: Gilda cozinhava meu coração, minha empregada ia e vinha, enchia minha cabeça de uma vontade fazer loucuras naquele corpo moreno, agarrar, apalpar, enfiar a mão dentro daquele decote rechonchudo, cheirar tudo, aquela pele irresistível, estalar um beijo naquela boca sem vergonha, tirar peça por peça, as coxas, deve ter umas coxas de mulher de boate, um gosto de noite estrelada debaixo do sovaco, meter o nariz naquelas penugens ruivas, a calcinha, dava tudo pra tirar a calcinha de Gilda, ver aparecerem aquelas gostosuras de mulher, as duas bolas de carne mais lindas que já vi, os pelos explodindo sobre seu sexo, carnudo como fatias de uma fruta madura, Gilda se abrindo pra mim, mergulhador nos mares de fêmea, fundo, mais fundo, vibrando lá dentro, derretendo de prazer, Gilda deve ser muito quente, deve gostar de curtir um love, um homem dos bons, penetrando, indo até o fim, até o fundo, voltando, acelerando, botando meu fogo lá dentro dela, amassando sua cinturinha frágil, não, Gilda deve ter uma cintura forte, deve se mexer que é uma diaba, mulher do povo é que é fêmea, minha mulher, coitada, se esforça, mas não há nada como o talento, Gilda tem cara de quem gosta, ela me olha, eu perco a calma, dá vontade de agarrar ali mesmo, na frente da minha mulher, só pra minha mulher ver como reage uma mulher de verdade, uma fêmea sem preconceito, muito a fim de dar e levar, ando tão a fim de Gilda que até já ando inventando moda, peço pra minha mulher me trazer um uísque de bandeja, como se fosse minha empregada, como se fosse Gilda, como se ela pudesse ser como ela, daí, sim, fico bem louco, agarro minha mulher, começo a tirar a roupa dela, tarado, minha mulher fica encantada com o banho de homem que eu dou nela, pensando em Gilda, ah, Gilda, eu dava tudo pra ficar cego nesses teus cabelos soltos, como ele deve ter ficado, aquele teu namorado de ontem, quando vocês se encontraram, lá no teu quartinho, de noite, minha mulher tinha saído, eu fui pé ante pé, colei debaixo da janelinha, vocês dois lá dentro, Gilda e o entregador de pão entregando o pão direitinho, pelos gemidos de Gilda, parecia que estavam se matando, Gilda gritou quando o entregador a penetrou, “o pão no forno, está quentinho, madame, relaxe e aproveite”, eles se xingaravam, numa luta de morte, carne contra carne, a cama rangendo no ritmo louco dos vai e vens, as roupas saindo, as roupas que separavam a nudez de Gilda e do seu entregador, “ai, você me mata, meu cachorrão, puta merda, que pão, assim, assim, ai, não, não, venha, meu amor, ah, que loucura, mais, mais”, os grunhidos do entregador, fortes como o resfolegar de quem trabalha carregando pães, trabalhando o corpo da fêmea, fabricando aquela loucura, “ai, meu amor, ai, eu vou, com força”, a força do entregador, entregando ao querido corpo de Gilda um carregamento de prazer, com força, com uma força que eu não tenho, mais forte que eu, muito mais forte, o carregador de Gilda, as pernas fortes de andar na bicicleta entregando pães na redondeza, os braços morenos e fortes, a saúde ao sol, o peito largo na camiseta do Floamengo, blum! Gilda explode num grito alto e claro, a voz de quem morre de um golpe certeiro, a respiração de quem volta a nado de uma longa viagem, uma viagem de Gilda, uma viagem só deles, de Gilda e do seu entregador, não posso competir com o entregador de Gilda, fazer amor como a gente do povo faz, está tarde, minha mulher chega a qualquer momento, vou pedir para me trazer um uísque. Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.

DA PRIAPÉIA – No livro Poesia erótica em tradução (Companhia das Letras, 2006), organizada pelo poeta e tradutor José Paulo Paes, encontro os poemas recolhidos da Priapeia. Primeiro, o poema A ameaça de Priapo a uma jovem: Conquanto Priapo de madeira eu seja, madeira a foice, como vês, e o pênis, vou te agarrar e segurar bem firme e todo em ti, por longo que ele seja, mais tenso do que a corda de uma cítara, até tuas costelas vou cravá-lo. Depois, A vantagem do pênis de Priapo: Leva a maior das vantagens o meu pênis: para mim mulher alguma é larga. Em seguida, o poema Priapo pede aos romanos que não o deixem perecer por causa da luxúria excessiva: Romanos, socorro – tudo tem limite. Cortai-me o membro viril, caso contrário não mais tereis Priapo, pois a cada noite, mais lúbricas do que pardais na primavera, as mulheres da vizinhança me fatigam. Vede vós próprios o quanto estou exausto, debilitado, consumido, pálido, eu que em outros tempos, rubicundo e forte, desbaratava os ladrões mais atrevidos. O corpo se me extingue, enfermo tusso e cuspo agora saliva perigosa. Por fim, Priapo a certa pudica: Para não veres meu emblema viril, apartas a vista, como o pudor exige: sem dúvida porque o que temes olhar, anseias por recebe-la em tuas entranhas. Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.

TEATRO CONTEMPORÂNEO – No livro O sentido e a máscara (Perspectiva, 1975), do filósofo, professor e crítico de teatro brasileiro Gerd Bornheim (1929-2002), encontro o texto Questões do teatro contemporâneo, do qual destaco os trechos: A situação do teatro contemporâneo é extremamente complexa, para não dizer caótica. Errado, contudo, andaria quem disso inerisse que se trata de um teatro pobre, sem imaginação, desprovido de recursos maiores. Deve-se mesmo afirmar que é exatamente o contrário que se verifica: o panorama do teatro de hoje é, inegavelmente, de uma riqueza imensa, de uma pluralidade de experiências jamais vista em nenhuma fase da história da dramaturgia e da arte cênica. E é precisamente esta pujança que torna a realidade teatral problemática, complexa, e mesmo caótica. O grande problema está em captar a sua unidade, ou em estabelecer os critérios básicos que possibilitem uma visão orgânica e unitária do conjunto. [...] Mas cremos que estas sumárias indicações são suficientes para que se possa compreender a real riqueza do teatro contemporâneo e o profundo sentido da problematização que o informa: muito mais ele é repensado, procurando dar-se ao que parece anacrônico novas possibilidades, num processo inventivo que recusa limites. [...]. Veja mais aqui, aqui e aqui.

ESPOSAMANTE – A comédia dramática Esposamante (Mogliamante, 1977), dirigida por Marco Vicário, conta história de um produtor de vinhos anarquista é dado como morto, deixando a mulher livre para assumir os negócios e a sua própria personalidade. A transformação intelectual e sexual dessa mulher, no entanto, ainda é alvo de atenção do marido desaparecido. Essa esposa, com uma suposta histeria, encontra-se paralisada em sua cama lindamente adornada por anjos, uma esposa cercada de anjos e bonecas para que os demônios não possam surgir. No filme, o tempo todo, deparamo-nos com o Olhar. Antonia que olha Clara, o padre que olha os dançarinos, amaldiçoando-os, o olhar de Luigi, revelador de todas as suas emoções, o olhar de Enrico (o melhor, a falta do olhar de Enrico). E o filme se desenrola numa impressionante. O destaque vai para a atriz italiana Laura Antonelli (1941-2015). Veja mais aqui.

IMAGEM DO DIA
Todo dia é dia da belíssima e sensual atriz Daryl Hannah.

DEDICATÓRIA
A edição de hoje é dedicada à Maceió. Veja aqui.