domingo, dezembro 13, 2015

ESPINOSA, LUIZ GONZAGA, CHAUÍ, ADÉLIA PRADO, QUANDO TE VI & MUITO MAIS!!!

VAMOS APRUMAR A CONVERSA? QUANDO TE VI, A HISTÓRIA DA CANÇÃO – Essa canção nasceu numa tarde de maio na segunda metade dos anos de 1980. Surgiu ao dedilhar no teclado os sentimentos devotados àquela musa que ocupava meu coração. Estava eu no meio de um idílio envolvente, daquele devastando tudo, evoluindo no campo da incerteza e construindo a paixão legendária. Não havia futuro nem passado, apenas o presente de nossas vontades impetuosas de se entregar ao arrebatamento dos nossos avassaladores desejos. Tudo era impossível, tudo conspirava contra, contudo persistíamos completamente dominados pela atração dos nossos corpos. Como os quereres da nossa abrasadora comunhão perseguiam-me todos os intentos, repetidas vezes, manhãs, tardes, noites e madrugada adentro, tal como a mulher que se ama de forma inatingível, a melodia se insinuava sem que eu tivesse a mínima noção no que resultaria. Era a amada ardentemente desejada e a canção se insinuando como se a própria fosse: era a forma de eu tê-la por todo momento. Dias, semanas, meses e anos o tema me perseguindo toda vez que eu me sentava ao teclado, tomando corpo por si só, sem que eu me dedicasse além do exercício, pois, não era mais que isso: era a emanação intuitiva do sentimento. Experimentava formas para condução melódica sem que eu tivesse como definir nada além de me exercitar, como se expressasse apenas o que se passava por dentro de mim no meio daquele redemoinho. Um dia, acidentalmente eu resolvi incorporar uma harmonia e, aí, a canção tomou vulto e foi se aperfeiçoando até eu me dar conta de que poderia virar música de mesmo. Era um desafio porque virou gestação de um parto imprevisível, tal qual amor impossível que se alimentava dos encontros fortuitos e às escondidas. Tal como o amor que se agiganta dominando tudo, a música formava, sozinha, sem que eu pudesse intervir ou descartá-la num aborto. Virou, então, obsessão, tanto a paixão, como a canção. E de tanto trabalhá-la, de primeira percebi que seria só instrumental por exprimir tudo que eu sentia. Ela própria tivera vida e mandava ver. Não precisaria que dissesse nada, só executá-la, tal qual encontro ansiado em que os beijos e abraços falam por si só. Tudo estava dito só com a sua execução, mais nada. Como sempre fui muito inquieto, fui trabalhar outras experimentações, apenas para exercitar o instrumento e dela me esqueci, como naqueles momentos em que o namoro trava e não mais pode prosseguir. Assim eu achava. Passei mais a me ocupar com trabalhos ao violão como quem tenta esquecer uma paixão na busca por outra. E a canção se perdeu num canto recôndito da memória, como se o namoro tivesse sido definitivamente acabado. Havia um misto de sentimentos de libertação e derrota, quando, na verdade, estava apenas encruada e permanecia firme nalgum recanto do meu ser. Doutra feita, ao voltar ao piano levado para outras incursões melódicas, no meio de tudo e do nada, ela reapareceu, se insinuou e insistiu que me dedicasse mais atentamente na sua feitura. Aliás, ambas reapareceram: a mulher e a canção. Era inevitável. Passou-me, então, aquela melodia a repisar meus pensamentos e ideias demasiadamente, até levá-la duma vez pro violão como quem leva a amada pra cama para consumar o fato e, burilando a sua raiz para tê-la completamente desenvolta, ela se alojou de vez nas minhas projeções, a ponto de solfejá-la constante e demoradamente até ter a percepção de que deveria letrá-la. Esse o segundo e laborioso desafio. Mesmo quando ocupado noutros afazeres, ambas, o amor e a canção, se mantinham remoendo na cabeça. Além desse tormento, os primeiros versos criados intuitivamente não cabiam nas frases musicais e dava muito trabalho enquadrá-los para que coubessem certinhos dentro da melodia. Virou suplício, como um segundo parto, agora cônscio. Dias, semanas, meses, acho que até anos perseguidos pela melodia, depois de calibrada nas ideias pelo excesso de álcool e uma ressaca tumultuosa dentro de mim pela tarde festeira com a mulher que causara tudo isso, nasceu a primeira frase e, duma levada só, toda letra aparecia pronta com tudo que eu queria dizer. E como quem rega, acarinha, afaga o corpo da mulher, carpintei, ajeitei, rearrumei e, ao cabo de mais dias ou semanas, rebentou tudo: a letra e a música. Definitivamente, estavam prontas. E na primeira tarde oportunizada e que já se prenunciava a despedida definitiva, pude então cantá-la pra responsável de tudo: missão cumprida. E nos entregamos dolosamente, nos festejamos com todos os prazeres até então preteridos e pudemos ter naquele momento o que jamais tivemos: a entrega plena e a cumplicidade eterna. O amor se foi e a canção mergulhou no esquecimento. Hoje ela é como aquela filha que a gente vê nascer, crescer e se tornar sozinha e por ela mesma, o que é na vida dela e minha. (Quando te vi – Primeira Reunião. Bagaço, 1992). Veja mais aqui e aqui.


Imagem Nude, do pintor checo Karel Skala (1908-2001)

 

Curtindo no Dia do Forró a coleção de cds Luiz Gonzaga – seu canto, sua sanfona e seus amigos (Revivendo, 2006), reunindo a obra de Luiz Gonzaga (1912-1989) e o cd Gonzagão e Gonzaguinha ao vivo, o livro Vida do viajante: a saga de Luiz Gonzaga (34, 1997) de Dominique Dreyfus, o livro Eu vou contar pra vocês (Ícone, 1990), de Assis Ângelo e a coletânea Luiz Gonzaga: Vozes do Brasil (Martin Claret, 1990) e o filme Gonzaga de Pai pra filho (2012). Veja mais aqui.


DESEJO, PAIXÃO E AÇÃO – O livro Desejo, paixão e ação na ética de Espinosa (Companhia das Letras, 2011), da filósofa Marilena Chauí, trata sobre ética da felicidade, a natureza e o homem, corpo e mente, a vida afetiva, virtude e liberdade, ciência dos afetos, retórica contra os retóricos, homens eminentíssimos, da retórica à ciência, fundamento ontológico e epistemológico da ciência dos afetos, o medo, paixão e vício, valentia e culpa, segurança e liberdade, guerra e paz, servidão e liberdade, finitude e fortuna, contrariedade e comunidade, liberdade e necessidade, entre outros assuntos. Da obra destaco o trecho Laços do desejo: [...] Sem dúvida, o desencantamento do mundo sofreu interrupções, no correr dos últimos séculos, com a emergência periódica dos irracionalismos; todavia, sob a poeira dos ventos irracionalistas e sob a necessidade urgente de repensar a própria ideia da razão, permaneceu intacta a confiança clássica na racionalidade das coisas e do mundo. É muito possível que o desejo, cuja mística parece tomar conta da ideologia contemporânea, seja uma noção privilegiada para captarmos o advento do mundo desencantado, particularmente quando acompanhamos sua mutação ao passar de conceito metafísico a conceito psicológico: de interpretante das estruturas e acontecimentos cósmico-teológicos, o desejo passou a significante das operações e significações inconscientes da psique humana. O desejo — eros platônico, mímesis aristótelica, simpatia-antipatia universais renascentista, Lust-Begier dedos mistérios teosóficos böhmianos — deixou de ser o motor e o móvel do universo para recolher-se no interior da alma, simples paixão humana. É verdade que, para os primeiros filósofos modernos — Bacon, Descartes, Hobbes, Espinosa, Leibniz — as paixões da alma ainda eram parte das operações comuns à Natureza inteira, mas com eles já está a caminho a separação metafísica do em-si e do para-si, preparando a passagem do desejo de condição e suporte do cosmo a objeto de uma ciência particular (a psicologia) e das clínicas (psiquiatria e psicanálise). O desencantamento do mundo tem como pressuposto essa decisiva mutação do desejo que, de misteriosa potência cósmico-teológica, transmuta-se em simples potência da alma cujo enigma cabe à razão decifrar inteiramente. A palavra desejo tem bela origem. Deriva-se do verbo desidero, que, por sua vez, deriva-se do substantivo sidus (mais usado no plural, sidera), significando a figura formada por um conjunto de estrelas, isto é, as constelações. Porque se diz dos astros, sidera é empregada como palavra de louvor — o alto — e, na teologia astral ou astrologia, é usada para indicar a influência dos astros sobre o destino humano, donde sideratus, siderado: atingido ou fulminado por um astro. De sidera, vêm considerare— examinar com cuidado, respeito e veneração — e desiderare — cessar de olhar (os astros), deixar de ver (os astros). Pertencente ao campo das significações da teologia astral ou astrologia, desiderium insere-se na trama dos intermediários entre Deus e o mundo dos entes materiais (corpos e almas habitantes de corpos). Os intermediários siderais, eternos e etéreos, exalam diáfanos envoltórios com que protegem nossa alma, dando lhe um corpo astral que a preserva da destruição quando penetra na brutalidade da matéria, no momento da geração e do nascimento. Pelo corpo astral, nosso destino está inscrito e escrito nas estrelas, e considerare é consultar o alto para nele encontrar o sentido e o guia seguro de nossas vidas. [...] Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.

LITERATURA O CARNEIRO DE OURO – Nas Lendas pernambucanas (Revista do Instituo Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano, volume XXIX, Recife, 1930), encontra-se a lenda O carneiro de ouro, narrada por Mário Melo: Tratava-se dum reino encantado. Disse-me uma velha que os antigos viram um carneiro de ouro que ao lusco-fusco passava à boca da furna e que nela habitava. Havia um sertanejo que tentara visita-la. Procurei-o para servir-me de guia. Prometeu levar-me ao local, com a condição de que não entraria. De uma feita, explicou-me, passarinhava nas imediações com um companheiro e teve desejo de desvendar o mistério. Entrou, com aquele, esgueirando-se. Um pouco adiante, viu uma jiboia. Levantou a espingarda em atitude de pontaria e ia desfechar o tiro, quando o companheiro lhe bateu no ombro, porque a cobra era a princesa encantada que ali habitava e, com o derramamento de sangue, se desencantaria e estariam perdidos. Recuou, recuaram e não entraria mais na furna. A narrativa aguçou ainda mais o desejo da visita, quando nada, para desencantar a princesa. Formou-se uma caravana de doze cavaleiros. Confiando em minha pericia de atirador, muni-me dum rifle para enfrentar a jiboia e desencantar a princesa, com quem, aliás, não poderia casar-me, sob pena de bigamia. No momento da partida, a velha que me falara no carneiro de ouro indagou-me: - Moço: vossenhoria leva velas bentas pelo padre Cirço? À resposta negativa, advertiu-me: - Pois não entre! Só pode entrar na furna com sete velas bentas pelo padre Circço, senão não verá nada. Tranquilizei-a. Disse-lhe que era abençoado pelo padre Cicero e nada temia. Partimos. A subida da Serra Talhada é verdadeiramente penosa. Seu nome provem de ter as encostas de rocha dura, cortadas verticalmente. Galgamo-la pela parte norte em sinuosidade, sobre seixos rolados, e com surpresa vi que o planalto era fértil, cultivado relativamente habitado. Por fim, chegamos, na descida da outra encosta, às proximidades de um córrego – o que no tempo sexo se adivinha pela natureza do terreno – onde o guia nos apontou um buraco, dizendo-nos que estávamos em frente à furna e repetindo que não entraria. Um dos companheiros mais atrevidos, antes de qualquer inspeção, empunha o revolver e escorrega-se pelo buraco. Súbito dá um grito, joga o revolver fora e recua. Um abraço da princesa? Um bote da jiboia? Marrada do carneiro de ouro? Nada disso. Grande casa de marimbondos, de atalaia, à entrada da furna. As vespas haviam-lhe picado os lábios e a mão que empunhava o revolver. Localizado, pelo esvoaçar, o reduto dos agressores, foram estes desalojados com um facho que se improvisou. Descemos três, rastejando, porque o diâmetro da furna não ultrapassa de uns cinquenta a sessenta centímetros. Ar deletério. Temperatura escaldante. Aqui e ali, rasto de quadrupede semelhante a cachorro e que se atribuía a animal que não é muito escasso na região. Nosso receio já não era do carneiro de ouro, nem da princesa ou mesmo da jiboia, mas que do antro surgisse um felino enraivecido e agarrasse o que ia na frente, indefeso, enfraquecido pelo calor e pelo mal-estar do ar que respirava. A mais um avanço, aparece um elemento para identificação do animal, cujo rasto se divisava de onde em onde, na areia; o excremento deste. Colhemo-lo numa caixa de fósforos e trouxemo-lo para ser examinado à luz do sol, pelos que nos apreciam peritos. Entregamo-lo ao guia, afamado caçador: - Será excremento de onça? O sertanejo olhou, tocou com o dedo, cheirou e sentenciou convencido: - De onça, não! É de cururu. E demos por finda a investigação. Espeleologicamente, a furna não apresenta interesse algum. Nem estalactites e estalagmites, nem esperanças de sua formação. Nenhuma caverna em forma de sala onde um homem possa estar de pé. Apesar de chamada a furna dos morcegos, nenhum nos apareceu para justificar o nome. Por quanto tempo, entretanto, não perdurará a lenda da princesa encantada com o seu carneiro de ouro, em cujo palácio subterrâneo só se poderá penetrar, para descobrir-lhe os encantos, com sete velas bentas pelo padre Cicero? Veja mais aqui.

GRANDE DESEJO & OUTROS POEMAS – No livro Poesia reunida (Siciliano, 1991), da escritora, professora e filósofa Adélia Prado, destaco inicial o poema Grande desejo: Não sou matrona, mãe dos Gracos, Cornélia, / sou é mulher do povo, mãe de filhos, Adélia. / Faço comida e como. / Aos domingos bato o osso no prato pra chamar o cachorro / e atiro os restos. / Quando dói, grito ai, / quando é bom, fico bruta, / as sensibilidades sem governo. / Mas tenho meus prantos, / claridades atrás do meu estômago humilde / e fortíssima voz pra cânticos de festa. / Quando escrever o livro com o meu nome / e o nome que eu vou pôr nele, vou com ele a uma igreja, / a uma lápide, a um descampado, / para chorar, chorar e chorar, / requintada e esquisita como uma dama. Em seguida, o poema Corridinho: O amor quer abraçar e não pode. / A multidão em volta, / com seus olhos cediços, / põe caco de vidro no muro / para o amor desistir. / O amor usa o correio, / o correio trapaceia, / a carta não chega, / o amor fica sem saber se é ou não é. / O amor pega o cavalo, / desembarca do trem, / chega na porta cansado / de tanto caminhar a pé. / Fala a palavra açucena, / pede água, bebe café, / dorme na sua presença, / chupa bala de hortelã. / Tudo manha, truque, engenho: / é descuidar, o amor te pega, / te come, te molha todo. / Mas água o amor não é. Depois, Objeto de amar: De tal ordem é e tão precioso / o que devo dizer-lhes / que não posso guardá-lo / sem que me oprima a sensação de um roubo: / cu é lindo! / Fazei o que puderdes com esta dádiva. / Quanto a mim dou graças / pelo que agora sei / e, mais que perdôo, eu amo. Por fim, Poema começado no fim: Um corpo quer outro corpo. / Uma alma quer outra alma e seu corpo. / Este excesso de realidade me confunde. / Jonathan falando: / parece que estou num filme. / Se eu lhe dissesse você é estúpido / ele diria sou mesmo. / Se ele dissesse vamos comigo ao inferno passear / eu iria. / As casas baixas, as pessoas pobres, / e o sol da tarde, / imaginai o que era o sol da tarde / sobre a nossa fragilidade. / Vinha com Jonathan / pela rua mais torta da cidade. / O Caminho do Céu. Veja mais aqui, aqui e aqui.

O ESPECULADOR DE OLHOS INVISÍVEIS DE CARNE – A Cia Corpos Nômades, está em temporada até 20 de dezembro, sempre as sextas e sábados às 21h e domingo às 20h, no Espaço Cênico O Lugar, em São Paulo, com o espetáculo O especulador de olhos invisíveis de carne, dirigida pelo coreógrafo e bailarino João Andreazzi, resgatando o principio da ideia do “corpo nômade”, sequência de uma pesquisa iniciada há 16 anos, cujo o lugar/foco foi a extinta favela do Gato (hoje conjunto habitacional do Parque do Gato) e a Cultura Guarani (Aldeias: Krukutu e do Jaraguá). Lugares que foram revisitados em 2014 e 2015 com o intuito de observar as modificações ocorridas nesses locais. Neste processo os textos de Samuel Beckett serviram de condutor para as escolhas dos elementos cênicos e na elaboração da coreodramaturgrafia. Ficha Técnica Concepção e Direção: João Andreazzi Elenco: Dresler Aguilera, Gervasio Braz, João Andreazzi e Letícia Mantovani Trilha Sonora: Felipe Julian Iluminação: Décio Filho Figurino: David Schumaker Cenário e Vídeo: Cia. Corpos Nômades e David Schumaker Designer Gráfico: Juliana Basile Agradecimentos: Marcos Tupã (Aldeia Krukutu), Francisca Guarani(Aldeia Krukutu), Tupãzinho (Aldeia krukutu) Sr. Sassa (Favela do Gato), Dona Maria(Favela do Gato), Davi Martins (Aldeia Jaraguá), Jacira Minelli Andreazzi, Marcela Costa, Talita Bertanha, Claudio Willer. Duração: 50 minutos. Serviço: O Especulador de Olhos Invisíveis de Carne – Temporada: 4 a 20 de dezembro Dias: Sempre as sextas e sábados às 21h e domingos às 20h Preços: R$ 10,00 e R$ 5,00 (meia entrada) ESPAÇO CÊNICO O LUGAR – Rua Augusta, 325 – Consolação – São Paulo – Reservas e informações – (11) 3237-3224 – ciacorposnomades@gmail.com. Convênio com estacionamento na Rua Augusta, 108, São Paulo. Veja mais aqui e aqui.

OS OLHOS AZUIS DE YONTA – O filme Os olhos azuis de Yonta (1992), do cineasta guineense Flora Gomes, dá continuidade temática a Morti Nega, revendo as mesmas questões de fundo, as do seu país perante a história, regressando-se aos temas trauma e esperança, entre os pequenos nadas do medo e do desejo, uma jovem, um velho combatente, distraído com os seus velhos ideais e seus novos negócios, que não vê o fraquinho que por ele tem a Mulata de olhos azuis. Bela como é, não desdenha a moda. Alheio aos estratagemas do capitalismo e aos dramas do seu país em rotura, um jovem conterrâneo de Yonda, que lhe envia de Paris missivas românticas e absurdas, a cidade de Bissau e a interpretação destacada da atriz Maysa Marta como protagonista do longa metragem. Trata-se de um belíssimo filme, história extraordinariamente interessante e com imagens encantadoras de uma realidade nua e crua, mas com a ternura permeando desde a primeira cena desse ótimo longa. Veja mais aqui.

IMAGEM DO DIA:
 A arte do fotógrafo, pintor e desenhista checo Jan Saudek.

DEDICATÓRIA
A edição de hoje é dedicada à precursora da enfermagem no Brasil Ana Nery (1914-1880).