quarta-feira, dezembro 16, 2015

ANÁTEMA, BEETHOVEN, AUSTEN, BILAC, CREMA, ANA TERRA, CREMA, BRECHERET & MUITO MAIS.


VAMOS APRUMAR A CONVERSA? ANÁTEMA, A HISTÓRIA DA CANÇÃO - - Tudo começou quando em meados dos anos 1990 escrevi o poema A primavera de Ginsberg, concluindo que: Só a poesia tornará a vida suportável. No poema, eu prosseguia: ou que por eloquência nossa, mais fácil falar a língua do inimigo como se nada tivesse acontecido; ou que por superioridade nossa no meio dessa misturada doida, prescindiríamos de leis e governos; ou que por universalidade nossa, adaptaríamos nossa vida à todas do planeta numa carnavalizante existência; ou que por sapiência nossa, misturaríamos de tudo para traduzir o sumo do bom e do melhor nos esquecendo da excrescência noturna com que alicerçamos nosso ontem, enlameamos nosso hoje e fabricamos um infecto amanhã. Qual nada! Se todos os ardis nos iludem na página rotineira de uma novela televisiva; se todos os escroques nos remetem aos apuros com malabarismos sentimentais; se a todo momento expomos a mão à palmatória num vexame bisonho; se isso nada tem haver com nosso bocejo perene, oh! plebe ignara! Chamo de gato ao gato e ao governante de patife! Cada qual cuide de si! Pois todos os banquetes do palácio estão regados com nosso sangue de vítimas desmioladas, presas fáceis dos falastrões incorrigíveis, de gestos fesceninos, adeptos de gestapos e fiéis de Gog e Magog. Qual nada! Cultivemos então nosso orgulho majestoso do jeitinho para tudo, jogando uma bola fenomenal e flertando a bundinha daquelas que seguem para a praia a procura de uma noite por maior prazer, beldades de uma geografia anatômica capazes de esbugalhar os olhos dos mais insensíveis; cultivemos nosso orgulho pelos bens adquiridos através do processo de Felipe da Macedônia, felizes por dar uma marretada no otário que sai todo dia de casa com um chapéu que é a porrada da ocasião, da tapeação e ainda sorrir por haver lesado um imbecil, pelos presentes de Artarxerxes aos nossos desafetos, fofoqueiros que se metem em tudo como um azarão a nos perseguir; pelos que fazem política como pó de Pirlimpimpim e nos conduzem numa nau à deriva, sabe lá, Deus, para onde!!!! Pelos tolos que cumprem as leis violadas pelos sabidos; pelas leis que fazem vista grossa nas dilapidações e nos dão essa segurança de impunidade na rua;  pelas leis que vão até onde o rei falso quiser – toda lei na mão do feitor! pelos que fazem a guerra e ainda se arvoram na petulância de anunciar que o fazem por amor à humanidade, filhos da puta! Pelos que vivem de julgar a todos segundo seu próprio juízo e vomitam razões esquálidas na mais sectária das visões; pelos ambidestros sobre as farândolas dos falidos que cultuam o carnaval para se esbaldar da nossa desgraça e mangar da nossa besteira por santificá-los como bem sucedidos, quando não passam de um vesano sobre os nossos detritos e suas diatribes; pelos rabagás, os tais déspotas, cultores de tudo na base do balão de ensaio, postulantes às tendas de meninas fiéis católicas, que mal geram filhos e negam os peitinhos empinados para que não lhe caiam até a barriga desagradando seu patrão; por essa multidão andrajosa a exibir suas deformidades, dormindo no ponto, sequer desconfiando da sede do abismo com um riso banguela na hora mágica do gol; por essa gente que gosta de tanger gente na maior sem cerimônia; por essa gente que leva a riqueza dos outros na pontinha do dedo sem o menor rubor; pela história mentirosa que se ensina e a vergonhosa que segreda, quando aqui fenícios deixaram indícios suméricos mais valiosos na pré-cabrália e ninguém se deu conta do que seria, por isso deu no que deu! Será, então, um deus moreno, com um olhar tropical, indevidamente preterido, esperando, esperando, esperando por um novo milagre? ah! Para tanto há milagre de abril, cor anil, tão sutil, para ser hostil, com mentiras mil, ah!!! Ah! Se um Frínico tivesse aqui o poema da comoção popular!!! A terra é redonda e ainda, assim, cagam pelos quatro cantos de mundo!! Mas podemos ainda felizes sambar nas praias do nosso lindo litoral nem nos dando conta de tais leviatãs e ainda podemos sorver uma cerveja gelada no boteco da esquina sem nos incomodar com as cambadas e confrarias de nada no conluio dos interesses; e ainda gritar de emoção num lance de gol desconhecendo enxames, matilhas ou pragas ou quadrilhas ou súcias ou varas ou glutões ou vilões dos nossos congressos, legiões de algozes duma ação de verdugos com bocarras exuberantes e seus guinchos de sanha aracnídeas, inimicíssimos de nós meridionais; e ainda podemos remexer o esqueleto na Marquês de Sapucaí, pisando nossos remorsos, aplaudindo lúculus e gangsters e facínoras que financiam as atrofias das nossas vontades!!!!! E ainda podemos melar os pés no pantanal mato-grossense, desconsiderando homicidas sobre os incipientes lerdos inofensivos que não tem nem deus nem nada para se amparar!!!! E ainda podemos singrar as águas do São Francisco sem sabermos que somos verdadeiros suicidas na absolvição dos infratores no centro de uma hemorragia de idólatras no urinol!!!! E ainda podemos passear pelas ruas de Olinda sem prevermos da gatunagem dos que se dizem dermatóglifos de nossa missão, quiromantes do nosso destino, redentores do nosso sofrimento, puta-que-o-pariu!!!! Quem somos além de usuários de um reino diáspora com falcões nos plenários a nos mostrar o homem e o seu lobo, o predador e a sua presa, o desigual do forte sobre o fraco, deus meu? Só a poesia tornará a vida suportável!!! Ai entravam os acordes de Anáterma, surgindo nesse momento um discurso em que eu recitava um questionamento em cima da harmonia, Libelo: O que é legal? O que é legal, porra?!!!!? Afinal, no Brasil tudo se confunde: tudo é legal e ilegal ao mesmo tempo! Enquanto os acordes evoluíam na canção eu afirmava: Ilegal é a saúde pública em petição de miséria! A educação pública falida! A Administração Pública corrupta! A segurança pela hora da morte! A justiça ineficiente! Onde a dignidade humana? Com isso nasceu a letra: Pelo meio do mundo afora, pelo jeito que for e será, pelos ermos caminhos embora e nos abismos me extasiar. Ver o dia vir nascer das mãos, ver o sol se deitar nos olhos, é o meu destino de qualquer pagão e no sereno da noite me molho e enxugo a pele não me dera a vida uma escolha e por sentir amada na paixão minada, viver ! Pelo equívoco de quem desama repudiando deus e todo mundo, vociferando o verso que a veia inflama num anátema jamais profundo. Pelo de dentro e o que vem de fora, pelo embuste que segreda a farsa, procuro pelo que evadiu agora e no frigir já não vale mais nada e a pancada insólita se alastra na culatra e não foi feita só de mera viva cortesia, viver! Não me resta aqui dizer mais nada, isso é página virada precisa só viver! Veja o clipe da música aqui e mais aqui, aqui e aqui.

Imagem: Volupte, do pintor e ilustrador francês Antonio de la Gandara (1861 – 1917).


Curtindo a coleção Sinfonias Urtext Lujo (Deutsche Grammophon), com as nove sinfonias do compositor erudito alemão Ludwig van Beethoven (1770-1827).


MÉTODO ANALITICO X MÉTODO SINTÉTICO – No livro Saúde e plenitude: um caminho para o ser (Summus, 1995), de Roberto Crema, encontro a distinção entre os métodos analítico e sintético, oferecendo suas características e peculiaridade. O método analítico surgiu como reação ao dogmatismo e obscurantismo medieval, com ênfase na parte, a serviço da decomposição, fatos específicos e particulares, tendência reducionista, via quantitativa, caráter mecanicista, fundamentos principais na razão e sensação, somático (os cinco sentidos clássicos), necessidades e leis, determinista, exatidão, regularidade, codificação matemática, reprodutividade, controle, previsibilidade, geral, regularidade, inclinação indutiva, progressividade, acumulação, relação causal, ponto de vista da causalidade, espaço externo e exterioridade, nível do objeto, ponto de vista da causalidade, realidade objetiva, experimental, hemisfério cerebral esquerdo, exclusão do sujeito pela dualidade, função explicativa, aplicação às ciências da natureza, e seus principais mentores foram Galileu, Bacon, Desartes, Newton, Freud, Berne, entre outros. Já o método sintético surgiu como reação ao racionalismo positivista e analicismo moderno, ênfase na totalidade, a serviço da unificação, realidade plena e total, tendência apliativa e globalista, via qualitativa, caráter organicista, fundamentos principais na emoção e intuição, psíquico, liberdade e responsabilidade, indeterminista, incerteza, flexibilidade, codificação poético-metaforica, unicidade, visa a participação, imprevisibilidade incluindo mistério, singular, biográfico, instantaneidade, descontinuidade, relação acausal e sincronicidade, ponto de vista da finalidade e sentido, espaço interno e interioridade, nível do sujeito, consciência, valores, experiencial, hemisfério cerebral direito, inclusão do sujeito e não-dualidade, função compreensiva, aplicação às ciências do espírito, mentores Dilthey, Smuts, Jung, Soler, Frankl, Krishnamurti, entre outros. Veja mais aqui e aqui.

ORGULHO E PRECONCEITO – Na obra Orgulho e Preconceito (Abril, 1982), da escritora inglesa Jane Austen (1775-1817), destaco o trecho inicial: É uma verdade universalmente conhecida que um homem solteiro, possuidor de uma boa fortuna, deve estar necessitado de esposa. Por pouco que os sentimentos ou as opiniões de tal homem sejam conhecidos ao se fixar numa nova localidade, essa verdade se encontra de tal modo impressa nos espíritos das famílias vizinhas que o rapaz é desde logo considerado a propriedade legítima de uma das suas filhas. — Caro Mr. Bennet — disse-lhe um dia a sua esposa —, já ouviu dizer que Netherfield Park foi alugado afinal? Mr. Bennet respondeu que não sabia. — Pois foi — assegurou ela. —Mrs. Long acabou de sair daqui e me contou tudo. Mr. Bennet não respondeu. — Afinal não deseja saber quem é o locatário? — gritou a mulher, impacientemente. — Você é quem está querendo me dizer e eu não faço nenhuma objeção a isto. Este convite foi suficiente. — Pois, meu caro, você deve saber que Mrs. Long disse que Netherfield foi alugado por um rapaz de grande fortuna, oriundo da Inglaterra. E que além disso ele chegou segunda-feira numa elegante caleça a fim de visitar a propriedade. Ficou tão encantado que entrou imediatamente em negócio com Mr. Morris; Mrs. Long falou também que ele entrará na posse do prédio antes do dia de São Miguel. Alguns dos seus criados devem chegar já na próxima semana. — Como se chama ele? — Bingley. — É casado ou solteiro? — Oh, solteiro, naturalmente, meu caro. Solteiro e muito rico! Quatro ou cinco mil libras por ano. Que boa coisa para as nossas meninas, hem? — Como assim? De que modo pode isso afetá-las? — Meu caro Mr. Bennet — replicou a esposa —, como você, às vezes, é enfadonho! Deve saber que ando pensando em casar uma delas... — Será este o projeto do homem ao se instalar aqui? — Projeto? Tolice... Como é que você pode dizer uma coisa destas? É até muito provável que ele se apaixone por uma delas. Portanto, assim que chegue, você deve ir visitá-lo. — Não vejo motivo para isto. Você pode ir com as meninas, ou pode até mandá-las sozinhas, o que talvez ainda seja melhor, pois como você é tão bela quanto qualquer uma delas Mr. Bingley pode preferi-la. — Você está me lisonjeando. Decerto já tive o meu quinhão de beleza, mas não ambiciono ser nada de extraordinário agora. Quando uma mulher tem cinco filhas crescidas, deve deixar de pensar em vaidades. — Em casos como esses, em geral, uma mulher não tem muito que pensar em beleza. — Mas meu caro, você deve realmente ir ver Mr. Bingley, quando ele chegar. — Não quero assumir esse compromisso. — Mas lembre -se das suas filhas. Pense que partido seria para uma delas! Sir William e Lady Lucas estão decididos a ir. É exclusivamente por motivo idêntico, pois você sabe que em geral eles não visitam recém-chegados. Deve ir, pois a nós, mulheres, será impossível fazê-lo, se antes você não o fizer. — Creio que isto é excesso de escrúpulos da sua parte. Tenho certeza de que Mr. Bingley terá muito prazer em vê-la. Além disso eu lhe enviarei algumas linhas por seu intermédio, assegurando-lhe que darei o meu consentimento para que ele se case com qualquer das meninas que escolher, embora devesse acrescentar um elogio para a minha pequena Lizzy. — Desejo que não faça tal coisa. Lizzy não é melhor do que as outras. Estou convencida de que não tem metade da beleza de Jane. E nem sequer metade do bom humor de Lydia. Mas você não cessa de manifestar a sua preferência por ela. — Nenhuma delas tem muito o que se lhes recomende — respondeu Mr. Bennet. — São tolas e ignorantes como as outras moças. Mas Lizzy é realmente um pouco mais viva do que as irmãs. — Como é que pode falar mal assim dos próprios filhos, Mr. Bennet? Você se compraz em aborrecer-me; não tem nenhuma pena dos meus pobres nervos. — Está enganada, minha cara. Tenho muito respeito pelos seus nervos. São meus velhos amigos. Venho escutando você falar a respeito deles com grande consideração, pelo menos durante esses últimos vinte anos. — Ah, você não sabe o que eu sofro! — Espero que você se restabeleça e viva bastante tempo para ver muitos rapazes com quatro mil libras anuais de rendimentos se instalarem na vizinhança. — Pouco nos adiantará que venham vinte deles se você se recusar a visitá-los. — Pode ficar certa, minha querida, de que quando chegarem os vinte eu os visitarei a todos. Mr. Bennet era um misto tão curioso de vivacidade, humor sarcástico, reserva e capricho, que a experiência de vinte e três anos juntos tinha sido insuficiente para que a sua esposa lhe conhecesse o caráter. O espírito de sua mulher era menos difícil de compreender; tratava-se de uma senhora dotada de inteligência medíocre, pouca cultura e gênio instável. Quando se aborrecia imaginava que estava nervosa. A única preocupação da sua vida era casar as filhas. Seu consolo, fazer visitas e saber novidades.[...] Veja mais aquiaqui.

NEL MEZZO DEL CAMIN & CANÇÃO DE ROMEU - No livro Poesias (1888 – Martin Claret, 2002), do jornalista e escritor do Parnasianismo brasileiro, Olavo Bilac (1865-1918), destaco, inicialmente, o poema Nel mezzo del camin:  Cheguei. Chegaste. Vinhas fatigada / E triste, e triste e fatigado eu vinha. / Tinhas a alma de sonhos povoada, / E alma de sonhos povoada eu tinha... / E paramos de súbito na estrada / Da vida: longos anos, presa à minha / A tua mão, a vista deslumbrada / Tive da luz que teu olhar continha. / Hoje segues de novo... Na partida / Nem o pranto os teus olhos umedece, / Nem te comove a dor da despedida. / E eu, solitário, volto a face, e tremo, / Vendo o teu vulto que desaparece / Na extrema curva do caminho extremo. Também o poema Canção de Romeu: Abre a janela... acorda! / Que eu, só por te acordar, / Vou pulsando a guitarra, corda a corda, / Ao luar! / As estrelas surgiram / Todas: e o limpo véu, / Como lírios alvíssimos, cobriram / Do céu. / De todas a mais bela / Não veio inda, porém: / Falta uma estrela... És tu! Abre a janela, / E vem! / A alva cortina ansiosa / Do leito entreabre; e, ao chão / Saltando, o ouvido presta à harmoniosa / Canção. / Solta os cabelos cheios / De aroma: e seminus, / Surjam formosos, trêmulos, teus seios / À luz. / Repousa o espaço mudo; / Nem uma aragem, vês? / Tudo é silêncio, tudo calma, tudo / Mudez. / Abre a janela, acorda! / Que eu, só por te acordar, / Vou pulsando a guitarra corda a corda, / Ao luar! / Que puro céu! que pura / Noite! nem um rumor.. / Só a guitarra em minhas mãos murmura: / Amor!... / Não foi o vento brando / Que ouviste soar aqui: / É o choro da guitarra, perguntando / Por ti. / Não foi a ave que ouviste / Chilrando no jardim: / É a guitarra que geme e trila triste / Assim. / Vem, que esta voz secreta / É o canto de Romeu! / Acorda! quem te chama, Julieta, / Sou eu! / Porém... Ó cotovia, / ilêncio! a aurora, em véus / De névoa e rosas, não desdobre o dia / Nos céus... / Silêncio! que ela acorda... / Já fulge o seu olhar... / Adormeça a guitarra, corda a corda, / Ao luar! Veja mais aqui e aqui.

TEATRO MEDIEVAL – Na obra Teatro Vivo (Civita, 1976), organizada por Sábato Magaldi, encontro que: Enquanto por toda a parte do Ocidente o Império Romano sucumbia diante das investidas dos chamados povos bárbaros, a igreja levava adiante sua intenção de colocar todos sob a bandeira de Cristo. Para tanto, apoiou entusiasticamente qualquer iniciativa apologética que conduzisse àquele objetivo. Vestindo a cena de uma sagrada missão, o clero dos inícios da Idade Média transformou em apóstolos os integrantes dos incipientes grupos que perambulavam ao redor dos primeiros templos católicos. Provavelmente, os espetáculos profanos não perderam sua força, mas devem ter sido confinado ao interior dos feudos, mais precisamente dentro dos castelos senhoriais. De qualquer forma, a documentação é bastante exígua. Enquanto a igreja adquiria o monopólio da educação, ao qual se deve a grande influencia que exerceu na sociedade da Europa Ocidental, cantores e comediantes passaram a se movimentar nos mesmos círculos, tornando-se indistintos. Surgiu assim a figura do menestrel, misto de cantor da corte da primitiva Idade Média e o do antigo jogral dos tempos clássicos. Dotado de impressionante versatilidade, o menestrel ocupou o lugar do poeta culto, especializado na balada heroica. Mas não assumiu apenas a função de poeta e cantor. Era a um só tempo músico, dançarino, dramaturgo, ator, palhaço e acrobata, executando divertimentos de todos os gêneros, desde as canções de baile às histórias de fadas e lendas dos santos. O menestrel tentava o sensacional, as grandes tiradas, a poesia viva. Ele também sofreu a hostilidade do clero, diante do qual sucumbiram os cantores da corte nos séculos VIII e IX. Assim, a partir dessa época multiplicaram-se os artistas errantes e vagabundos, que se viam obrigados a procurar seu público pelas estradas e feiras. No período sem moeda e sem comércio da primitiva Idade Média, em que a propriedade agrária era a única fonte de rendimento, a cultura tornou-se patrimônio exclusivo da igreja. Aos camponeses convocados para festejar as datas católicas, eram didaticamente apresentadas as chamadas moralidades, em que abstrações como a gula e a luxuria, consideradas pecados capitais, surgiam na forma de terríveis demônios. Esse apavorante teatro, a serviço de ideias religiosas, continha ao mesmo tempo rústicos traços de tragédia, comédia e farsa. O programa cultural da igreja atingiu completamente seu objetivo nos fins do séc. X, sob a influencia do movimento surgido na França, na Abadia de Cluny. Com a aproximação do ano 1000 passou-se a pregar o fim do mundo, o julgamento final e o terror da morte. Os homens viviam em estado de constante excitação religiosa, com peregrinações, cruzadas e excomunhões de imperadores e reis. [...] Veja mais aqui e aqui.
 HISTÓRIA TRÁGICA COM FINAL FELIZ – O curta metragem de animação português História trágica com final feliz (2005), da cineasta portuguesa Regina Pessoa, é a segunda parte da trilogia sobre curtas de animação da diretora sobre infância, após A Noite (1999) e Kali, o pequeno vampiro. Esse filme recebeu inúmeros prêmios, realizado a partir de ideias de gravuras e serigrafias, contando a história de uma menina que se isola diante de uma sociedade intolerante. Trata-se de um belíssimo curta sobre respeito às diferenças, imperdível. Veja mais aqui.

MESA DE CANTOS, POESIA & VIDEOMANIA - A professora e blogueira Flavia Daher edita vários blogs, entre eles Mesa de Cantos, FlaviaPoesia e Videomania, entre outros, todos voltados para reunião de textos, poemas, vídeos, músicas e entretenimentos em geral. Na entrada dos blogs encontrei essa mensagem, na qual meritória de destaque, ela expressa suas ideias: A vida é curta, quebre regras, perdoe rapidamente, beije lentamente, ame de verdade, ria descontroladamente, e nunca pare de sorrir, por mais estranho que seja o motivo. E lembre-se que não há prazer sem riscos. A vida pode não ser a festa que esperávamos, mas uma vez que estamos aqui, temos que comemorar!!! Aplausos, vale a pena conferir. E como se trata de uma pessoa para lá de simpática, competente, presente a todo momento e duma generosidade ímpar, nada melhor que aproveitar para saudá-la desejando tudo de bom e do melhor pra ela! Veja mais aqui.

IMAGEM DO DIA:
A arte do escultor ítalo-brasileiro Victor Brecheret (1894-1955)

DEDICATÓRIA
A edição de hoje é dedicada à poeta, compositora, produtora musical e audiovisual, Ana Terra. Veja aqui e aqui.