Imagem: Nu, da artista plástica Catherine Abel.
Curtindo o álbum Sweet Face of Love - Jane Duboc sings (2010), da
cantora e compositora Jane Duboc.
DIREITO AO MEIO AMBIENTE
SAUDÁVEL – No livro Direito ambiental brasileiro (Malheiros,
2014) de Paulo Affonso Leme Machado, traz a inscrição do art. 225 da
Constituição Federal vigente, dando conta que Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de
uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder
Público e à coletividade o dever de defende-lo e preservá-lo para as presentes
e futuras gerações, assim, é um direito de cada um, como pessoa humana,
independente de sua nacionalidade, raça, sexo, idade, estado de saúde,
profissão, renda ou residência. Assinala o autor que: A sadia qualidade de vida só pode ser conseguida e mantida se o meio
ambiente estiver ecologicamente equilibrado. Ter uma sadia qualidade de vida é
ter um meio ambiente não poluído [...] A
Constituição diz que incumbe ao Poder Público promover a educação ambiental em
todos os níveis de ensino e a conscientização para a preservação do meio
ambiente (art. 225, parágrafo 1º, VI). Promover a educação ambiental em todos
os níveis de ensino é inserir a transmissão dos conhecimentos sobre meio
ambiente no ensino escolarizado. [...] A
Lei 9.795/99 dispôs sobre a educação ambiental e instituiu a Política Nacional
de Educação Ambiental. Entre seus princípios básicos está a concepção do meio
ambiente em sua totalidade, considerando a interdependência entre o meio
natural, o socioeconômico e o cultural, sob o enfoque da sustentabilidade. Como
um dos objetivos da lei está o incentivo à participação individual coletiva.
[...]. Veja mais aqui, aqui e aqui
TODOS OS NOMES – O romance Todos os nomes (Companhia das Letras,
1997), do
escritor, teatrólogo, jornalista e dramaturgo português José Saramago (1922-2010) – Prêmio Nobel de Literatura de 1998, conta a história de um escriturário do
principal cartório de registro da cidade que resolve arranjar um hobby
para distrair-se do trabalho monótono, começando por colecionar recortes de
pessoas famosas. Quando descobre que são todas semelhantes - meras imagens -
passa a buscar detalhes da vida da gente simples e desconhecida, até enredar-se
em um labirinto intransitável de informações e números, sugerindo que, se a
vida se resumiu a números e documentos, é preciso refazê-la. Da obra destaco o trecho: [...] Ao princípio, um princípio que vinha de muitos séculos atrás, os
funcionários residiam na Conservatória Geral. Não propriamente dentro dela, em
promiscuidade corporativa, mas numas vivendas simples e rústicas construídas no
exterior, ao longo das paredes laterais, como pequenas capelas desamparadas que
tivessem ido agarrar-se ao corpo robusto da catedral. As casas dispunham de
duas portas, a porta normal, que dava para a rua, e uma porta complementar,
discreta, quase invisível, que comunicava com a grande nave dos arquivos, o que
naqueles tempos e durante muitos anos foi tido como sumamente beneficioso para
o bom funcionamento dos serviços, porquanto os funcionários não eram obrigados
a perder tempo em deslocações através da cidade nem podiam desculpar-se com o
trânsito quando chegavam atrasados à assinatura do ponto. Além destas vantagens
logísticas, era facílimo mandar a inspeção verificar se eles estavam a faltar à
verdade quando se lembravam de dar parte de doente. Infelizmente, uma mudança
nos critérios municipais acerca do ordenamento urbanístico do bairro onde
estava situada a Conservatória Geral forçou a deitar abaixo as interessantes
casinhas, com exceção de uma, que as autoridades competentes decidiram
conservar como documento arquitetônico de uma época e como recordação de um
sistema de relações de trabalho que, por muito que pese às levianas críticas da
modernidade, também tinha as suas coisas boas. É nesta casa que vive o Sr.
José. Não foi de propósito, não o escolheram a ele para ser o depositário
residual de um tempo passado, se calhou assim foi só por causa da localização
da vivenda, encontrava-se ela num recanto que não prejudicaria o novo alinhamento,
logo não se tratou de castigo ou de prêmio, que não os merecia o Sr. José, nem
a um nem a outro, permitiu-se que continuasse a viver na casa, nada mais. Em
todo o caso, como sinal de que os tempos tinham mudado e para evitar uma
situação que facilmente seria interpretada como de privilégio, a porta de
comunicação com a Conservatória foi condenada, isto é, ordenaram ao Sr. José
que a fechasse à chave e avisaram-no de que por ali não poderia passar mais.
Esta é a razão porque o Sr. José tem de entrar e sair todos os dias pela porta
grande da Conservatória Geral, como outra pessoa qualquer, ainda que sobre a
cidade esteja a cair a mais furiosa das tempestades. Há que dizer, no entanto,
que o seu espírito metódico se sente desafogado obedecendo a um princípio de
igualdade, mesmo indo, neste caso, em desfavor seu, ainda que, a falar verdade,
preferisse não ter de ser sempre ele a subir a escada de mão para mudar as
capas dos processos velhos, sobretudo sofrendo de pânico das alturas, como já
foi dito. O Sr. José tem o louvável pudor daqueles que não andam por aí a
queixar-se dos seus transtornos nervosos e psicológicos, autênticos ou
imaginados, e o mais provável é nunca ter falado do padecimento aos colegas,
caso contrário estes não fariam outra coisa que mirá-lo receosos, quando ele
estivesse lá no alto, com medo de que, apesar da segurança do cinto, se
despencasse dos degraus e lhes viesse cair em cima da cabeça. Quando o Sr. José
regressa enfim ao chão, ainda meio atordoado, disfarçando o melhor que pode os
últimos mareios da vertigem, aos outros funcionários, tanto os iguais como os
superiores, não lhes aflora sequer ao pensamento o perigo em que haviam estado. [...]
Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.
PARA
O SEXO EXPIRAR & OUTROS POEMAS ERÓTICOS – No livro O amor natural (Record, 1992), do poeta, contista e cronista Carlos Drummond de Andrade (1902-1987),
destaco inicialmente Para o sexo a expirar: Para o sexo a expirar, eu me volto,
expirante. / Raiz de minha vida, em ti me enredo e afundo. / Amor, amor, amor —
o braseiro radiante / que me dá, pelo orgasmo, a explicação do mundo. / Pobre
carne senil, vibrando insatisfeita, / a minha se rebela ante a morte anunciada.
/ Quero sempre invadir essa vereda estreita / onde o gozo maior me propicia a
amada. / Amanhã, nunca mais. Hoje mesmo, quem sabe? / enregela-se o nervo,
esvai-se-me o prazer /antes que, deliciosa, a exploração acabe. / Pois que o
espasmo coroe o instante do meu termo, / e assim possa eu partir, em plenitude
o ser, / de sêmen aljofrando o irreparável ermo. Também O que se passa na cama: (O que se passa na cama / é segredo de quem
ama.) / É segredo de quem ama / não conhecer pela rama / gozo que seja
profundo, / elaborado na terra / e tão fora deste mundo / que o corpo,
encontrando o corpo / e por ele navegando, / atinge a paz de outro horto, /
noutro mundo: paz de morto, / nirvana, sono de pênis. / Ai, cama, canção de
cuna, / dorme, menina, nanana, / dorme a onça suçuarana, / dorme a cândida
vagina, / dorme a última sirena / ou a penúltima... O pênis / dorme, puma,
americana / fera exausta. Dorme, fulva / grinalda de tua vulva. / E silenciam
os que amam, / entre lençol e cortina / ainda úmidos de sêmen, / estes segredos
de cama. Ainda o Sugar e ser sugado pelo amor: Sugar e ser sugado pelo amor / no mesmo instante boca milvalente / o
corpo dois em um o gozo pleno / que não pertence a mim nem te pertence / um
gozo de fusão difusa transfusão / o lamber o chupar o ser chupado / no mesmo
espasmo / é tudo boca boca boca boca / sessenta e nove vezes boquilíngua. Por
fim, De arredio motel em colcha de damasco: De
arredio motel em colcha de damasco / viste em mim teu pai morto, e brincamos de
incesto. / A morte, entre nós dois, tinha parte no coito. / O brinco era
violento, misto de gozo e asco, / e nunca mais, depois, nos fitamos no rosto.
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O TEATRO & A TELEVISÃO - A trajetória da atriz, cantora e
bailarina Sheila Matos foi
desenvolvida no teatro, no cinema e na televisão. No
teatro ela atuou em musicais como "Evita", "Charity Meu Amor",
"South American Way", "Tribobó City", "Ópera do
Malandro", "As Robertas - Loucas pelo Rei",
"Cleópatra?", entre outros. Em
2007/2008, participou do elenco da remontagem de "Gota D'Água", de
Chico Buarque e Paulo Pontes. Em julho de 2008, estreou o musical "Eu sou
o Samba". Em 2009, Sheila voltou a integrar o elenco do musical "Gota
D'Água" na turnê do espetáculo em Portugal. Obteve duas indicações para o
Prêmio Mambembe; uma por sua atuação como atriz coadjuvante no musical infantil
"A Bossinha Nova" de Karen Accioly e no Musical de enorme sucesso
"Teatro Musical Brasileiro II" de Luiz Antonio Martinez Correa. Ela hoje
está em cartaz com a peça "Na Rotina dos Bares", de Marcos França,
com direção de Ana Paula Abreu, que tem no elenco Antonio Pedro Borges, Édio
Nunes, Letícia Nedella entre outros. Também participou de diversas
novelas e dos programas como Escolinha do Professor
Raimundo (1990), A Diarista (2004) e Carga Pesada (2005). Veja mais aqui.
AMOR EM CINCO
TEMPOS – O
drama Amor em cinco tempos (5x2, 2004), dirigido pelo cineasta e escritor
francês François Ozon, conta em ordem cronológica inversa a história de um jovem casal nos cinco
momentos-chave de suas vidas em conjunto: o divórcio, brigas, nascimento de seu
primeiro filho, casamento e o encontro. Os capítulos são separados por canções
românticas italianas e é estrelado pela atriz, roteirista e cineasta
ítalo-francesa Valeria Bruni Tedeschi, ganhadora do Premio Pasinetti de
Melhor Atriz. Veja mais aqui.
IMAGEM DO DIA
A arte do desenhista e ilustrador Niceas Romeo Zanchett.



