quarta-feira, outubro 21, 2015

DEUS LUDENS, JELINEK, AUERBACH, VISHNEVA, CORDEL, GIULIA GAM, ALECHINSKY, TURMA DA MÔNICA, MAIORIDADE PRECOCE & BRINCARTE DO NITOLINO.


VAMOS APRUMAR A CONVERSA? MAIORIDADE PRECOCE - Mal completara os meus dez anos de idade e já me achava dono da minha própria venta: açodado, franzino, cabuloso, frascário e já metido a etopeu. Verdade! E melhor dizendo, eu tive duas maioridades: uma de fato e outra de direito. A de fato, aos dez anos depois que o Brasil ganhou aquela memorável partida pelo escore de 1 x 0 contra a Inglaterra na Copa de 70. Foi quando bati o centro da minha independência no desvio das condutas, aprendendo a fumar e a beber inveteredamente, um jactante cagunço que arrotava meio mundo de tramóias. E no meu azougue já posava com um bigodinho ralo para ilustrar melhor minhas atitudes de homem-feito. Tanto é que todos já me olhavam de soslaio, exceto meu avô por ser eu o neto mais velho. O resto, nossa, já não engoliam minhas invencionices. Era mesmo, eu me dava por dono do próprio nariz, já tinha lido tudo de Lobato, a Divina Comédia de Dante, Robinson Crusoé, o Assim falou Zaratustra de Nietzsche por mero acidente de percurso e havia me tornado o maior colecionador de gibis do pedaço. Por isso andava todo sorrateiro e cheio das pregas, saindo com as minhas a enrolar todo mundo com petas cabeludas. Era mesmo! Desde menino eu já mostrava pro que tinha vindo: eu lia o Soldadinho de Chumbo e contava pro meu avô a do Guarda de Papel. A tagarelice da Sherazade, eu dizia que era A donzela Enrolona. Inventava coisas em cima do já inventado e montado no cordel. - Onde está isso menino? -, perguntava meu avô já desconfiado das minhas arterices. - Nos livros! - Cadê-los. - Esses aqui. Meu avô pegava minuciosamente e lia um a um. Nem sei se lia realmente. Dias depois: - Seu cabra, esse monturo de livro num conta essas histórias do Guarda de Papel, nem da Enrolona, nem nada dessas loas que você conta. Cadê-las? - Eu num lhe disse, pai, esse menino anda mentindo! -, reclamava uma das minhas tias lá de dentro da cozinha. Sem saída, respondi em cima da bucha: - Tão aqui, vô? - Onde? - Aqui! -, respondia apontando para minha cabeça. - Tá inventando coisas, tá? - Tô, vô! - Você agora é inventor, é, seu sem-vergonha? Perdeu a graça, todos já constatavam minhas sem-vergonhices soltas, até meu avô que idolatrava minha pavoneada pessoínha. Quando fiquei mais taludo, um dia, cheio dos quequéos e folga de petulante, instei meu pai: - Véio, esse negócio de tá dando dinheiro pra mim, num dá certo. Sou um homem já e quero trabalhar. - Como é? -, meu pai esbugalhou os olhos, estupefato. - Quero trabalhar e pronto! Quero ter o meu certinho e não depender de ninguém! Depois de coçar o quengo, cafungar, morder os lábios, ajeitar os óculos na cara umas dez vezes, olhar pros lados, perder-se todo, meu pai asseverou: - Tudo bem. Amanhã chegue às 8 no Cartório. Pontualmente lá cheguei e meu pai largou-me sob a supervisão de um dos meus tios que trabalhava lá, o caçula da família, que ensinou assim a minha função ali: carimbador oficial e copista. Dei-lhe dor de cabeça até quase comer seus miolos todos. Eu tinha que carimbar as vistas, as conclusões, as juntadas nos processos e copiar as sentenças transitadas em julgado no livro-tomo de registro competente. Não tinha lá uma caligrafia decente, mas fui obrigado a comprar um caderninho daqueles para melhorar meus garranchos, senão a mangação num me deixava em paz. No sábado, hora do pagamento semanal, eis que recebo meu primeiro salário. Nem lembro quanto era, sei que deu para eu tomar uma violenta cervejada e comprar meus maços de cigarros para boas baforadas. Emendei sábado no domingo. Na segunda-feira, numa ressaca das brabas, reinicei meus afazeres conhecendo a via crucis que é todo retorno laboral depois de uma embeiçada solta na birita. Isso de carimbar de cabeça-pra-baixo, invalidar páginas processuais por mim inutilizadas ou trocá-las de ordem, acrescentar "digos" a uma porrada de mal entendidos no registro de sentenças, me enrolar todo com os protocolos e tombos cartorários, catar milho de dedógrafo na máquina de datilografia, calcular duzentas vezes custas erradas, supervalorizar ou depreciar demais os emolumentos cobrados, não discernir entre autos de natureza cível ou criminal, afixar instrumentos em títulos não protestáveis, trocar o local dos nomes de outorgantes pelos de outorgados procuradores - isto quer dizer que quem deveria receber o mandato expedia para quem transferia a responsabilidade, pura doidice de pequerrucho, ufa! Essas minhas trapalhadas duraram até meus dezoito anos quando, devidamente concursado, fui atormentar colegas numa instituição bancária oficial. Antes, porém, a outra maioridade, a de direito. Essa quando, por reviravolta da minha sobreteima de ginófago misógamo, inventei de levar banho-de-igreja, e aos quinze anos de idade, numa cerimônia avexada e ruidosa, fui emancipado na forma da lei. Tinha lá topete para isso? Mas era laborioso e cavucador. Depois disso, poucos meses depois fui pai de uma linda criança que já conta com seus trinta e tantos anos e é a mais importante – senão a única - obra-prima que já criara. E eu de tanto meter as mãos pelas pernas na vida, compartilho da compreensão dessas criaturas que mais aturam os meus paradoxos na cacunda do que qualquer outra coisa. Pois é. A vida é pra quê, hem? E vamos aprumar a conversa aqui

 Imagem: The Girl and Death, do pintor e gravurista belga Pierre Alechinsky.


Curtindo o álbum Preludes and Dreams for Piano - The Preludes for Piano, Op. 41 (Bis, 1999), da compositora e pianista rissa Lera Auerbach.

BRINCARTE DO NITOLINO – Hoje é dia de reprise do programa Brincarte do Nitolino para as crianças de todas as idades, nos horários das 10hs e 15hs (no horário de verão), no blog do Projeto MCLAM e com apresentação de Ísis Corrêa Naves. Na programação atrações especiais chamando a meninada com O Teatro Mágico, Caetano Veloso, Turma da Mônica, Toquinho, Nita na lenda do morro pintado, Meimei Corrêa, Tia Conça & muito mais No reino encantado de todas as coisas. No blog, muitas dicas de Educação, Psicologia, Direito das Crianças e Adolescentes, Teatro, Música e Literatura infantil, com destaque pro Brincar da Criança e as historias em quadrinhos dos Aventureiros do Una. Para conferir ao vivo e online clique aqui ou aqui.

DEUS LUDENS – No livro Humor e alegria na educação (Summus, 2006), organizado por Valéria Amorim Arantes, destaco trechos do capítulo Deus ludens – o lúdico na pedagogia medieval e no pensamento de Tomás de Aquino, de Jean Lauand: [...] Deus brinca. Deus cria, brincando. E o homem deve brincar para levar uma vida humana, como também é no brincar que encontra a razão mais profunda do mistério da realidade, que é porque é brincada por Deus. [...]. O homem mais erudito do seu tempo, Alcuíno ensina por meio de adivinhas, charadas e anedotas. E consubstancia formalmente seu principio pedagógico numa carta dirigida ao imperador Carlos Magno: “Deve-se ensinar divertindo!”. Antologico, nesse sentido, é o dialogo entre Alcuíno e Pepino, então um garoto de 12 anos. Junto com a discussão dos grandes temas existenciais – o que são a vida e a morte; o que é o homem, etc. -, o mestre propõe divertidas charadas ao aprendez: “Psst, não conta para ninguém, quero ver se você sabe qual é a caçada na qual o que apanhamos não trouxemos conosco e o que não pudemos caçar, sim, trouxemos conosco”. O menino, prontamente, responde – mostrando que sabe – que é a caçada feita pelo caipira (os piolhos: os piolhos que caçamos não os trazemos conosco. Os que não conseguimos caçar, sim, trazemos conosco! [...] Se, a propósito de Alcuíno, vimos o lúdico no ensino das escolas monásticas e na escola palatina, Petrus Alfonso, por volta de 1100, inclui em sua Disciplina clericalis – obra escrita para a formação do clero – uma coleção de anedotas para servir de exemplo na pregação! O personagem principal é Maimundus Nigrus, o preto Maimundo, um servo preguiçoso e espertalhão (uma espécie de Macunaíma ou de Pedro Malasartes) que sempre se sai bem. [...] No mosteiro beneditino de Gandersheim – na época de nossa eeducadora (em torno do ano 1000) um importante centro cultural, onde havia monjas de cultura esplendorosa -, Rosvita, após um hiato de séculos, reinventa o teatro, reintroduz a composição teatral no Ocidente e compõe seis peças de caráter educativo. A peça Sapientia (Sabedoria), por exemplo, traz bem utida toda uma aula de matemática! A peça narra o processo de Santa Sabedoria e de suas três filhas chamadas Fé, Esperança e Caridade, que são denunciadas por Antíoco ao imperador Adriano, acusadas de praticar a religião cristã. As meninas, de 12, 10 e 8 anos, respectivamente) são interrogadas pela persistência na fé, sucessivamen te martirizadas. O teatro de Rosvita volta-se para a educação. Nesse sentido, um momento da peça especialmente importante ocorre quando, com claros propósitos didáticos, Rosvita brinda-nos com uma aula de matemática no ato III, 31 e ss. Quando o imperador pergunta a idade das meninas. Sabedoria aproveita para desenvolver conceitos – fundamentais para a época – extraídos De aritmética de Boécio [...] O Libro del Acedrex, o primeiro tratado de xadrez do Ocidente, composto em 1283 por Alfonso, o sábio, começa pela rotunda afirmação: Deus quis que os homens naturalmente tivesse todas as formas de alegria para que pudessem suportar os desgostos e tribulações da vida, quando lhes sobreviessem. Por isso os homens procuraram muitos modos de realizar com plenitude tal alegria e criaram diversos jogos que os divertissem [...] O ludus que Tomás trata na Suma e na Ética é, sobretudo, o brincar do adulto (embora se aplique também ao brincar das crianças). É uma virtude moral que leva a ter graça, bom humor, jovialidade e leveza no falar e no agir, para tornar o convívio humano descontraído, acolhedor, divertido e agradável (ainda que possam se incluir nesse conceito de brincar também as brincadeiras propriamente ditas). Ao falarmos do lúdico, note-se que nos escritos de Tomás ludus e iocus são praticamente sinônimos. [...] O lúdico, tão necessário para a vida e para convivência humana, adquire na teologia de Tomás um significado antropológico mais profundo. Ele se baseia especialmente em duas sentenças bíblicas [...] Para Tomás, o brincar é coisa séria. Para ele, é o próprio Deus-Filho, o Logos, o Verbum, o Filho, a Inteligência Ceriadora de Deus [...]. “Brincando”, ludens, a sabedoria de Deus cria brincando, pois é próprio da sabedoria o ócio da contemplação, tal como se dá nas atividades do brincar, que não se buscam por um fim que lhes é extrínseco, mas pelo prazer que dão por si mesmas [...] o brincar do homem que busca o conhecimento deve significar também o reconhecimento dessa nota essencial na visão-de-mundo de Tomás: o mistério. [...]. Veja mais aqui e aqui.

A PIANISTA – No romance A pianista (Tordesilhas, 2011), da novelista e autora de peças de teatro austríaca, Elfriede Jelinek – Prêmio Nobel de Literatura de 2004, destaco o trecho inicial: A professora de piano Erika Kohut entra como um furacão no apartamento onde vive com sua mãe. Ela gosta de chamar Erika de “meu furacãozinho” porque às vezes a filha se movimenta com extrema rapidez. É dessa forma que ela tenta escapar da mãe. Erika já está chegando aos quarenta anos. Mas, no tocante à idade, a mãe facilmente poderia ser avó de Erika. Foi só depois de muitos anos difíceis de casamento que ela veio ao mundo. O pai imediatamente passou o bastão para a filha e desapareceu. Erika surgiu, o pai sumiu. Erika tornou-se ágil por necessidade. Como um enxame de folhas de outono carregadas pelo vento, ela entra pela porta em alta velocidade e tenta alcançar seu quarto sem ser vista. Mas a mamãe já está postada bem ali e exige-lhe explicações. Inquisidora e pelotão de fuzilamento em uma só pessoa, reconhecida unanimemente pelo Estado e pela família como mãe, ela a põe contra a parede e a obriga a falar. Quer saber por que Erika só está chegando agora, tão tarde, em casa. Já faz três horas que o último aluno voltou para casa, depois de ter sido ridicularizado por ela. Acha que eu não sou capaz de descobrir onde você esteve, Erika. Uma filha deve satisfação à sua mãe – e antes mesmo que a mãe peça. Mas a mãe não acredita, porque a filha gosta de mentir. A mãe ainda espera, mas conta apenas até três. [...] Veja mais aqui.

OS SETE CONSTITUINTES – No livro Dez cordéis num cordel só (Queima Bucha, 2006), do cordelista potiguar Antônio Francisco Teixeira de Melo, destaco Os sete constituintes: Quem já passou no sertão / E viu o solo rachado, / A caatinga cor de cinza, / Duvido não ter parado / Pra ficar olhando o verde / Do juazeiro copado. / E sair dali pensando: / Como pode a natureza / Num clima tão quente e seco, / Numa terra indefesa / Com tanta adversidade / Criar tamanha beleza. / O juazeiro, seu moço, / É pra nós a resistência, / A força, a garra e a saga, / O grito de independência / Do sertanejo que luta / Na frente da emergência. / Nos seus galhos se agasalham / Do periquito ao cancão. / É hotel do retirante / Que anda de pé no chão, / O general da caatinga / E o vigia do sertão. / E foi debaixo de um deles / Que eu vi um porco falando, / Um cachorro e uma cobra / E um burro reclamando, / Um rato e um morcego / E uma vaca escutando. / Isso já faz tanto tempo / Que eu nem me lembro mais / Se foi pra lá de Fortim, / Se foi pra cá de Cristais, / Eu só me lembro direito / Do que disse os animais. / Eu vinha de Canindé / Com sono e muito cansado, / Quando vi perto da estrada / Um juazeiro copado. / Subi, armei minha rede / E fiquei ali deitado. / Como a noite estava linda, / Procurei ver o cruzeiro, / Mas, cansado como estava, / Peguei no sono ligeiro. / Só acordei com uns gritos / Debaixo do juazeiro. / Quando eu olhei para baixo / Eu vi um porco falando, / Um cachorro e uma cobra / E um burro reclamando, / Um rato e um morcego / E uma vaca escutando. / O porco dizia assim: / – “Pelas barbas do capeta! / Se nós ficarmos parados / A coisa vai ficar preta… / Do jeito que o homem vai, / Vai acabar o planeta. / Já sujaram os sete mares / Do Atlântico ao mar Egeu, / As florestas estão capengas, / Os rios da cor de breu / E ainda por cima dizem / Que o seboso sou eu. / Os bichos bateram palmas, / O porco deu com a mão, / O rato se levantou / E disse: – “Prestem atenção, / Eu também já não suporto / Ser chamado de ladrão. / O homem, sim, mente e rouba, / Vende a honra, compra o nome. / Nós só pegamos a sobra / Daquilo que ele come / E somente o necessário / Pra saciar nossa fome.” / Palmas, gritos e assovios / Ecoaram na floresta, / A vaca se levantou / E disse franzindo a testa: / – “Eu convivo com o homem, / Mas sei que ele não presta. / É um mal-agradecido, / Orgulhoso, inconsciente. / É doido e se faz de cego, / Não sente o que a gente sente, / E quando nasce e tomando / A pulso o leite da gente. / Entre aplausos e gritos, / A cobra se levantou, / Ficou na ponta do rabo / E disse: – “Também eu sou / Perseguida pelo homem / Pra todo canto que vou. / Pra vocês o homem é ruim, / Mas pra nós ele é cruel. / Mata a cobra, tira o couro, / Come a carne, estoura o fel, / Descarrega todo o ódio / Em cima da cascavel. / É certo, eu tenho veneno, / Mas nunca fiz um canhão. / E entre mim e o homem, / Há uma contradição / O meu veneno é na presa, / O dele no coração. / Entre os venenos do homem, / O meu se perde na sobra… / Numa guerra o homem mata / Centenas numa manobra, / Inda tem cego que diz: / Eu tenho medo de cobra.” / A cobra inda quis falar, / Mas, de repente, um esturro. / É que o rato, pulando, / Pisou no rabo do burro / E o burro partiu pra cima / Do rato pra dar-lhe um murro. / Mas, o morcego notando / Que ia acabar a paz, / Pulou na frente do burro / E disse: – “Calma, rapaz!… / Baixe a guarda, abra o casco, / Não faça o que o homem faz.” / O burro pediu desculpas / E disse: – “Muito obrigado, / Me perdoe se fui grosseiro, / É que eu ando estressado / De tanto apanhar do homem / Sem nunca ter revidado.” / O rato disse: – “Seu burro, / Você sofre porque quer. / Tem força por quatro homens, / Da carroça é o chofer… / Sabe dar coice e morder, / Só apanha se quiser.” / O burro disse: – “Eu sei / Que sou melhor do que ele. / Mas se eu morder o homem / Ou se eu der um coice nele / É mesmo que estar trocando / O meu juízo no dele. / Os bichos todos gritaram: / – “Burro, burro… muito bem!” / O burro disse: – “Obrigado, / Mas aqui ainda tem / O cachorro e o morcego / Que querem falar também.” / O cachorro disse: – “Amigos, / Todos vocês têm razão… / O homem é um quase nada / Rodando na contramão, / Um quebra-cabeça humano / Sem prumo e sem direção. / Eu nunca vou entender / Por que o homem é assim: / Se odeiam, fazem guerra / E tudo o quanto é ruim / E a vacina da raiva / Em vez deles, dão em mim.” / Os bichos bateram palmas / E gritaram: – “Vá em frente.” / Mas o cachorro parou, / Disse: – “Obrigado, gente, / Mas falta ainda o morcego / Dizer o que ele sente.” / O morcego abriu as asas, / Deu uma grande risada / E disse: – “Eu sou o único / Que não posso dizer nada / Porque o homem pra nós / Tem sido até camarada. / Constrói castelos enormes / Com torre, sino e altar, / Põe cerâmica e azulejos / E dão pra gente morar / E deixam milhares deles / Nas ruas, sem ter um lar.” / O morcego bateu asas, / Se perdeu na escuridão, / O rato pediu a vez, / Mas não ouvi nada, não. / Peguei no sono e perdi / O fim da reunião. / Quando o dia amanheceu, / Eu desci do meu poleiro. / Procurei os animais, / Não vi mais nem o roteiro, / Vi somente umas pegadas / Debaixo do juazeiro. / Eu disse olhando as pegadas: / Se essa reunião / Tivesse sido por nós, / Estava coberto o chão / De piubas de cigarros, / Guardanapo e papelão. / Botei a maca nas costas / E saí cortando o vento. / Tirei a viagem toda / Sem tirar do pensamento / Os sete bichos zombando / Do nosso comportamento. / Hoje, quando vejo na rua / Um rato morto no chão, / Um burro mulo piado, / Um homem com um facão / Agredindo a natureza, / Eu tenho plena certeza: / Os bichos tinham razão. Veja mais aqui, aqui e aqui.

ROMEU & JULIETA ATÉ ASSALTO AO BANCO CENTRAL - A atriz de teatro, cinema e televisão, Giulia Gam começou sua carreira teatral aos quinze anos de idade, que foi selecionada pelo direito Antunes Filho, para a peça Romeu e Julieta (1984), viajando por diversos países com a montagem. Em 1987 atuou na peça Fedra, seguindo Fim de Jogo (1991), Cacilda (1998) e Diluvio em tempos de seca (2005). No cinema ela atuou nos filmes Olhar eletrônico (1986), Besame mucho (1987), O país dos tenentes (1987), Aurora (1987), Fogo e paixão (1988), A grande arte (1991), Oswaldianas (1992), O mandarim (1995), Sábado (1995), Miramar (1997), Policarpo Quaresma, herói do Brasil (1998), Tiradentes (1999), Outras estórias (1999), O casal dos olhos doces (2002), O teatrão segundo Antunes Filho (2002), O preço da paz (2003), Oswaldo Cruz – o médico do Brasil (2003), Sexualidades (2003), A dona da história (2004), Árido movie (2004), O passageiro – segredos de adulto (2006), A guerra dos Rocha (2008), Chico Xavier (2010) e Assalto ao Banco Central (2011). Realizou diversos trabalhos na televisão em novelas e séries de sucesso. Veja mais aqui.


MONICA E A SEREIA DO RIO – O filme musical de animação Mônica e a Sereia do Rio (1987), dirigido pelo cineasta Walter Huggo Khoury (1920-2003), é o quarto filme da série Turma da Mônica e o primeiro a misturar técnica de animação com livre action contando com participação da cantora Tetê Espíndola. O filme conta a história de Mônica passeando pela rua até o cenário desaparecer e ela se encontrar uma porta que acaba de ser desenhada. A porta se abre e ela é jogada para dentro onde acaba indo parar numa área florestal se encontrando com uma fada que se diverte cantando nas matas. Mônica a segue e decide contar a ela histórias de seus amigos. Entre cada história a fadinha canta e passa a se transformar numa oncinha, numa flor, num pássaro e por fim numa sereia. A história também tem partes com A Gruta do Diabo, Jacaré de Estimação, o Tocador de Sinos e A Seria do Rio. Após as histórias e as canções a porta mágica reaparece e Mônica se despede da fadinha e volta ao seu bairro, porém antes disso ela escuta a voz da fadinha e em seguida termina se deparando com a vegetação de sua cidade. Veja mais aqui e aqui.

IMAGEM DO DIA
Todo dia é dia da arte da bailarina russa Diana Vishneva.

 Veja mais no MCLAM: Hoje é dia do programa Quarta Romântica, a partir das 21 horas (horário de verão), com apresentação sempre especial e apaixonante de Meimei Corrêa. Em seguida, o programa Mix MCLAM, com Verney Filho e na madrugada Hot Night, uma programação toda especial para os ouvintes amantes. Para conferir online acesse aqui .


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