segunda-feira, julho 06, 2015

DALAI LAMA, TOQUINHO, GILVAN LEMOS, VALÉRIA TARELHO, COCTEAU, WEDEKIND, CHAGALL, DEGAS & PRIMEIRA REUNIÃO!



VAMOS APRUMAR A CONVERSA? PRIMEIRA REUNIÃO – Quando publiquei o livro Primeira Reunião (Bagaço, 1992), reuni o que pude chamar de melhores poemas dos meus livros publicados anteriormente, como o Para viver o personagem do homem (Nordestal, 1982), A intromissão do verbo (Pirata, 1983), Raízes e Frutos (Bagaço, 1985), Canção de Terra (Bagaço, 1986) e Paixão Legendária (Bagaço, 1991). Na verdade, o volume foi dividido em duas partes: a primeira parte contemplando os melhores poemas dos livros já publicados; e a segunda parte, uma seleção com letras de canções por mim compostas e poemas inéditos até então cometidos. Com a edição completamente esgotada, tentei nos últimos anos, mas não consegui reeditá-la até agora, fato que me levou a tomar, posteriormente, a iniciativa de reunir alguns dos poemas do opúsculo em posts dos meus blogs, possibilitando, assim, que se possa ter acesso ao seu conteúdo. Para quem quiser conferir é só clicar aqui ou aqui.

 Imagem: Nude with Flowers, do pintor e ceramista francês Marc Chagall (1887-1985). Veja mais aqui e aqui.

Curtindo o dvd ao vivo Só tenho tempo para ser feliz (Biscoito Fino, 2005), do compositor e músico Toquinho. Veja mais aqui.

UMA ÉTICA PARA O NOVO MILÊNIO – O livro Uma ética para o novo milênio (Sextante, 2000), do atual Dalai Lama (Tenzin Gyatso) e líder religioso do Budismo, aborda temas como o fundamento da ética, sociedade moderna e a busca da felicidade, sem mágica e sem mistério, origem dependente e a natureza da realidade, redefinindo o objetivo, a suprema emoção, a ética e o individuo, a ética da contenção e da virtude, a ética da compaixão e o sofrimento, a necessidade de discernimento, ética e sociedade, responsabilidade universal, níveis de compromisso, paz e desarmamento, o papel da religião na sociedade moderna, entre outros assuntos. Da obra destaco o trecho: [...] A meu ver, criamos uma sociedade em que as pessoas acham cada vez mais difícil demonstrar um mínimo de afeto aos outros. Em vez da noção de comunidade e da sensação de fazer parte de um grupo, uma característica que achamos tão reconfortante nas sociedades menos afluentes (geralmente nas sociedades rurais), encontramos um alto grau de solidão e perda de laços afetivos. Apesar de milhares de pessoas viverem em grande proximidade, parece que muita gente, principalmente os velhos, não tem com quem falar a não ser com seus bichos de estimação. A sociedade industrial moderna às vezes me dá a impressão de ser uma imensa máquina autopropulsionada. Ao invés de os seres humanos acionarem a máquina, cada indivíduo torna-se um pequeno componente insignificante sem outra opção a não ser mover-se quando a máquina se move. O que gera essa situação é a retórica contemporânea de crescimento e desenvolvimento econômico, que reforça intensamente a tendência das pessoas para a competitividade e a inveja. E com isso vem a percepção da necessidade de manter as aparências - por si só uma importante fonte de problemas, tensões e infelicidade. Ainda assim, existe a probabilidade de que esse tipo de sofrimento psicológico e emocional tão comum no Ocidente reflita antes uma tendência humana latente do que uma deficiência cultural. Tenho verificado que formas semelhantes de sofrimento interior também são visíveis fora do Ocidente. Em algumas partes do sudoeste da Ásia pode-se observar que, com o aumento progressivo da prosperidade, as crenças tradicionais começaram a perder seu poder de influência sobre as pessoas. E, em consequência, o que se constata ali é uma inquietação generalizada muito semelhante à que se estabeleceu no Ocidente. O que indica que o potencial existe em todos nós e, da mesma forma que uma doença física reflete o ambiente em que vive a pessoa, o sofrimento psicológico e emocional surge dentro de um contexto de determinadas circunstâncias. Assim, nos países subdesenvolvidos do Hemisfério Sul, ou "Terceiro Mundo", encontramos enfermidades bastante restritas àquela parte do mundo, como as que decorrem de condições sanitárias insuficientes. Em contraposição, nas sociedades industriais urbanas vemos doenças manifestarem-se sob formas que são coerentes com aqueles ambientes. Em vez de doenças relacionadas à água, encontramos doenças relacionadas ao estresse. Tudo isso sugere que há fortes razões para supor que existe uma ligação entre a ênfase desproporcionada que é dada ao progresso exterior e a infelicidade, a ansiedade e o descontentamento da sociedade moderna. É uma avaliação que pode parecer muito sombria. Contudo, sem reconhecer a extensão e a natureza de nossos problemas, não será possível nem ao menos começar a tratar deles. Indiscutivelmente, uma das principais razões da verdadeira devoção que a sociedade moderna dedica ao progresso material é o próprio sucesso da ciência e da tecnologia. E mais do que isso, a maravilha desses tipos de atividade humana é o fato de trazerem satisfação imediata. São nesse sentido diferentes da oração, cujos resultados são, na maior parte, invisíveis - se é que na realidade as orações funcionam mesmo. E os resultados do progresso material são inevitavelmente impressionantes. Por isso, é normal que, lamentavelmente, essa devoção nos faça imaginar que as chaves da felicidade são, por um lado, o bem-estar material e, por outro, o poder conferido pelo conhecimento. Fica óbvio para quem reflete seriamente sobre o assunto que o primeiro por si só não nos traz felicidade, mas talvez seja menos evidente que o segundo também não traz. O conhecimento por si só não proporciona a felicidade resultante do desenvolvimento interior, que independe de fatores externos. Embora o conhecimento muito detalhado e específico dos fenômenos externos seja uma notável realização, a insistência em torná-lo objetivo principal de nossos esforços, longe de nos trazer felicidade, pode na verdade ser perigosa. Pode fazer-nos perder o contato com a realidade mais ampla da experiência humana e, de modo especial, com a nossa dependência dos outros. [...] Veja mais aqui.

MORTE AO INVASOR – O livro Morte ao invasor (Francisco Alves, 1984), do premiadíssimo escritor e membro da Academia Pernambucana de Letras, Gilvan Lemos, que é autor de vinte cinco livros entre romances, contos e novelas, reúne onze contos, entre eles o homônimo do qual destaco o trecho: [...] Té que certa madrugada despertou com o açoite aguardado, seguido dum berro lancinante, que lhe pareceu desmedidamente exagerado. Não teria sido outro sonho? Estranhou não tivesse a mulher acordado também. Apurou os ouvidos. De fato, havia alguém gemendo no quintal. Meteu os pés da cama, nem teve tempo de calçar os chinelos. Acendeu a luz de fora, abriu a porta da cozinha. Ali estava o tal sujeito, o entroncado, dobrado no chão, a segurar a perna, soprando gemidos, careteando de dor. A calça fora também estraçalhada, pelos rasgões via-se o sangue que não cessava de correr da parte descarnada, com o osso partido à mostra. Graciliano saiu, encarou-o. o desgraçado ergueu o rosto contraído, Graciliano não sabia dizer se de medo, sofrimento ou ódio: - Me tire daqui – pediu. Graciliano não se comoveu: - Oi, cadê sua arrogância? O outro mal podia falar: - Isso é coisa que se faça? Me tire daqui. – E o que você fez também foi decente? Me deixar todos esses dias... – Conversa mole, vai logo, me tira daqui. – Pra você vir roubar minha casa? – Corno! Eu devia ter matado você. Não matei porque não quis. Covarde! Só porque estou assim. – Ah, inda está valente? Vamos, se mexa, me mate. A luz abafada do sol cambiava na folhagem da mangueira, a elétrica se avermelhava, como que enfraquecendo. Os pardais puseram-se a acordar ruidosamente. – Mato mesmo. Quando eu sair daqui você vai ver. Graciliano estava quase cedendo: - Se você me pedir perdão, se humilhar, devolver o que me roubou, tudo, coisa por coisa... – Sacana! Filho duma égua. E, com muito esforço, levantou-se numa perna só. Agora, sim, era ódio, ódio o que havia em seu rosto de feições mal tralhadas. Coçava-se a mão no bolso traseiro. Teria um revolver? Graciliano viu-se com a trave de ferro na mão. Ficara com ela depois de abrir a porta da cozinha. Esquecera-a. lembrava-o, de sua presença, a frieza imparcial do ferro trabalhado. No quarto em penumbra Alice despertou com a discussão. Notou a ausência do marido: Graci, chamou, apreensiva. Enquanto se dirigia para fora, passou a ouvir aquele som de mau presságio, cavo, fofo, esbaforido. – Graci, pelo amor de Deus – clamou, ao ver o marido atingindo o ladrão com a trave de ferro. Gritava aflita por socorro. O dia vinha clareando. Os pardais já o possuíam na plenitude de sua irresponsabilidade. Quando os vizinhos acorreram, era tarde. O ladrão jazia, cabeça quebrada, rosto banhando em sangue, preso à perna pela corrente de ferro da armadilha. Veja mais aqui.

LEGADO & OUTROS POEMAS – A poeta Valéria Tarelho foi incluída na Antologia Brasileira de Poetas Contemporâneos (Tribo, 2004/2009) e no Panorama Literário Brasileiro 2004/2005 (CBLE, 2004). Edita os blogs Textura e Seleção de Poemas, entre os quais destaco Legado: possível até prever: / a paixão [perfume] / passará / como outras perdas / [performance de pétala] / fará parte de uma seca / paisagem / na certa [carlos] / um poema pedirá / passagem / venha com seda / ou pedra polêmica / na bagagem. Também A olho nu: meu olho, quando mergulha em teu olho, não vê: contempla. / é um ver mais nítido, que se admira ante achados e pedidos no fundo cristalino. / é um [m]olhar de êxtase, imerso nas transparências que a menina do teu olho vai despindo. O também belíssimo Poema para os poros do acaso: eis / a segunda pele / que me envolve / em fim de sol / : tua tez / película lúcida / que molda-se / à tônica / dessa minha / natureza / louca. Por fim, o seu Gata: quase toda / sexta-feira / a poesia se enfeita / usa meias / [palavras] / de seda / e salta da gaveta / travestida / de poema. Veja mais aqui, aqui e aqui.

O DESPERTAR DA PRIMAVERA – A peça teatral em três atos O despertar da primavera: a tragédia infantil (1890-1891), do escritor e dramaturgo do Expressionismo alemão Frank Wedekind (1864-1918), critica a sociedade alemã de finais do sec. XIX pela opressão à sexualidade, dramatizando fantasias eróticas entre os sonhos e devaneios, com uma profusão de personagens, ambientações e situações pelo sexual que irrompe na adolescência. Da obra destaco o trecho: MELCHIOR - Frio, muito frio. Queria abrir um buraco e me enterrar, mas não dá. Eu passei por tantas mortes e quase não chorei. Mas, às vezes, dependendo de como o sol se põe por trás da ponte ou de como as nuvens se debatem formando espirais de chumbo no céu, aí eu choro... Um choro que me sacode, que vem em soluços. Eu me entrego sem resistência, em espasmos de tristeza. Eu choro pelo fim da inocência, pela escuridão do coração humano e pela falta que me fazem o meu amigo (sempre os sonhos entre nós) e o meu amor - agora eu sei que era amor. Desculpe, eu esqueci de dizer o meu nome: é Melchior. ILSE - A alma humana é um abismo, que merda!... A Morte já esbarrou em mim tantas e tantas vezes. Eu perdi a conta de quantas vezes o Heinrich pôs o revólver dentro da minha boca e ameaçou: "É hoje, Ilse!". Mas eu entendo o Melchior Gabor. É que comigo, bom, comigo é diferente... Parece que ela não vai me pegar nunca, ou, pelo contrário, um dia, quem pega a Morte de surpresa sou eu!... HANSCHEN - Eu não sou muito de sentimentalismo. Por isso eu vou ser bem prático e claro. Meu nome é Hanschen. Hanschen Rilow. É verdade que um monte de coisas aconteceu desde a última primavera. Mas não interessa ficar aqui contando, agora. O que interessa é que aquele encantamento foi se apagando, aos poucos. Não foi, Ernst? E agora fica um vazio e uma saudade... Às vezes, eu acho que eu podia, com um gesto, talvez tivesse impedido que aquele anjo caísse. Mas eu estava ocupado demais, dormindo o sono dos amantes. THEA - Eu me chamo Thea e a Wendla Bergmann ainda é a minha melhor amiga. A mãe dela estava com os olhos tão inchados, parecia ter envelhecido dez anos em um. A Wendla gostava de me levar na casa da irmã - a gente passava tardes e tardes brincando com o bebê... O Karl é gordinho... Sempre achei que só os velhos morriam. Mas agora! Será que eu e a Martha pegamos a mesma doença dela e não sabemos? MARTHA - Todas as sextas-feiras eu planejo encontrar a Ilse, pra levarmos mais flores pro Moritz. Eu gostava dele. Ninguém mais comenta o que aconteceu. Já cheguei a fugir da escola e esperar durante horas e nada de ela aparecer. Mas eu sempre vou. Eu me deito no chão e falo baixinho pra ele: "Eu e a Ilse te oferecemos estas flores. Um beijo da sua amiga, Martha!". Wendla, a chuva não tem mais graça sem você. Volta logo... ERNST - Sabe, o Hanschen me disse uma vez que os adultos usam a autoridade deles pra justificar a sua estupidez. Que no fundo eles fazem tudo como a gente faz, as mesmas burrices. As mesmas idiotices. Essa é uma história cheia de burrice e de estupidez. Vocês vão ver tudo. E eu aposto como vocês vão me dar razão depois. Quando eu me lembro do que aconteceu fico até arrepiado. Agora tudo parece fazer sentido, o Moritz Stiefel foi um revolucionário. (Moritz Stiefel lê um livro) MORITZ - "A Lua cobre o rosto. E depois tira de novo o véu. Mas nem por isso parece ter alguma coisa a dizer. Vou voltar para o meu lugar. Endireitar a cruz que o louco idiota derrubou brutalmente. E quando estiver tudo arrumado, eu me deito outra vez de costas, me aqueço ao calor da minha putrefação. E sorrio". (arranca a página do livro e guarda no bolso do paletó) (Sala de estar dos Bergman) [...] Veja mais aqui.

LE TESTAMENT DE D'ORFEU – O filme Le Testament de D'Orfeu (O testamento de Orfeu, 1960), é um dos sete filmes realizados pelo escritor, dramaturgo, ator, encenador e cineasta do Surrealismo francês Jean Cocteau (1889-1963), conta a história da morte e ressurreição do poeta, atingido por uma bala ele viaja para momentos de vida e morte, presente e futuro, monstros e imaginação, medos e fantasias, sendo a vontade da biografia, conjugando com maestria os novos e velhos códigos verbais da linguagem de encenação e das tecnologias modernistas para criar um paradoxo com abordagem versátil e nada convencional. O destaque do filme vai para a atriz espanhola do teatro, cinema e televisão María Casares. Veja mais aqui.

IMAGEM DO DIA
 Imagens do espetáculo de dança O despertar da primavera (2009), baseado na obra de Frank Wedekind (1864-1918), dirigido por Charles Möeller e Claudio Botelho com música de Ducan Sheik e coreografia de Alonso Barros.

 
Veja mais sobre:
Cruzetas, os mandacarus de fogo, Concepção dialética da história de Antonio Gramsci, Sob o céu dos trópicos de Olavo Dantas, O escritor e seus fantasmas de Ernesto Sábato, a pintura de Eliseo Visconti, a fotografia de Rita-Barreto, a arte de Benício & a música de Rosana Sabença aqui.

E mais:
No colo do pai de Hanif Kureishi, Viagem nas primeiras horas de Wole Soyinka, A crise na América Latina de Emir Sader, Técnica teatral de Erwin Piscator, a arte de Václav Hollar, a pintura de Carl Kricheldor & Isaac Lazarus Israels, a música de João Bosco, o cinema de Stelvio Massi & Joan Collins aqui.
Curto e grosso: O balanço da copa, O anti-édipo de Deleuze & Guattari, poemas de Arthur Rimbaud, Infância, imagem & literatura aqui.
Dois poemetos de amor pra ela: Beiju & Gula voraz aqui.
Frínico & o povo chora, Direito Ambiental, Educação Sexual, Psicopatologia, Psicose, perversão & neurose aqui.
Nem te conto & Big Shit Bôbras, O lobo da estepe de Hermann Hesse, Repenso o mundo de Wislawa Szymborska, Elegias & sátiras de Xenófanes de Colofão, a música de Gluck & Sylvia McNair, o cinema de Phil Karlson & Marilyn Monroe, a pintura de Richard Geiger & Philippe de Rougemont, a arte de Osvaldo Jalil & Bia Sion aqui.
E se nada acontecesse, nada valeria, Agá de Hermilo Borba Filho, Fábulas de Leonardo da Vinci, a música de Tomoko Mukaiyama, As glândulas endócrinas de M. W. Kapp, Compassos Cia de Danças, a arte de Eric Gill & Perron, A pintura de Bruno Di Maio & Madalena Tavares aqui.
É domingo nas mãos, Cinema de Ascenso Ferreira, A obra de arte & a reprodução de Walter Benjamim, Cinema Brasileiro, O que será de Chico Buarque, a pintura de Giuseppe Cacciapuoti & Umberto Brunelleschi aqui.
Aprendendo no compasso da vida, A psicologia social de Arthur Ramos, Sharon & minha sogra de Suad Amiry, a música de Nação Zumbi, o pensamento de Roger Bacon, Hans Richter & Transhumance, a arte de Georges Ribemont-Dessaignes & Jiddu Saldanha aqui.
O dia amanhece e é maravilhoso viver, A literatura brasileira de Afrânio Coutinho, O teatro de Françoise Sagan & Catherine Deneuve, o pensamento de Aristóteles, a música de Maggie Cole & a Sinfonia Pornográfica de Charles Baptiste, a pintura de Orly Faya, a arte de Hannah Höch & Arte Yoga aqui.
A filharada de Zé Corninho, Travessia marítima de Thomas Mann, O casamento de Anne Morrow Lindbergh, a música de Charlotte Moorman, O homem & a natureza de Alan Watts, o cinema de Rainer Werner Fassbinder & Hanna Schygulla, Emmanuelle Seigner, a arte de Hansen Bahia & Attila Richard Lukacs aqui.
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CRÔNICA DE AMOR POR ELA
 Imagem: Nude from the Rear, Reading, do pintor, gravurista, escultor e fotografo francês Edgar Degas (1834-1917)
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