domingo, julho 05, 2015

MIA COUTO, PORTINARI, HERÁCLITO, BACH, CASAIS MONTEIRO, LUIS ABREU, REGO MONTEIRO, TASSO, CANTARAU & QUEBRA DE XANGÔ.


VAMOS APRUMAR A CONVERSA? CANTARAU TATARITARITATÁ – Tudo começou lá por meados dos anos 1980, quando pintou uma linha melódica na ideia que dava num xote cabendo a palavra Tataritaritatá. A harmonia foi saindo com a melodia solfejada até que, mais ou menos encaminhada, fui trabalhar na letra. Empancou e não saía nada que prestasse. Fiquei por meses batucando na mente e nada, até que desisti e parti pro meu show Por um novo dia que entrou em cartaz em 1986. Os anos se passaram e entre, um show e outro, novas composições foram aparecendo, até que em 2008, mais de vinte anos depois, resolvi fazer uma martelada. Pintou a ideia de fazer um martelo agalopado, desconfiando eu que jamais teria topete para tal. Saiu, virou folheto de cordel e nasceu o cantarau – um misto de cantoria e sarau -, em que eu violava meus versos de cantautor, ora recitando, ora cantarolando. Depois da tentativa de letrar a Música das Nuvens e do Chão, do Hermeto Pascoal – com o título de Cantador e que por sinal, segundo me falou o meu amigo Santanna O Cantador, a música possuía mais de umas duas centenas de letras de gente de peso e que nunca foram autorizadas pelo autor -, resolvi fazer um xote com a minha profissão de fé. Por causa disso, pintou Desnorteio, o que me levou a organizar um repertório que deu no cantarau que apresentei com banda e tudo no Palco Aberto, em 2010, depois na Artnor e no Sopa de Letrinhas do Caiubi, em São Paulo, ambos em 2011, entre outros cometidos por aí. Após essas apresentações, saí pelos palcos da vida cantautorando meus versos e tons pelo Brasil afora, sempre chamando na grande com o mote vamos aprumar a conversa. Veja mais aqui, aqui e aqui.

Imagem: Mulher e Criança (1936), do artista plástico Candido Portinari (1903-1962). Veja mais aqui, aqui e aqui.

Curtindo Bach: Goldberg Variations BWV 988 (BC L9) for keyboard Clavier-Übung IV, Chromatic Fantasia & Fugue BWV 903 - Ecole de Musique Ancienne em Saint-Leu-la-Forêt; Italian Concerto, (Gramophone, 1936/RCA 1945, 1999), do compositor alemão Johann Sebastian Bach (1685-1750), com a musicóloga polonesa Wanda Landowska (1879-1959).

PROGRAMA BRINCARTE DO NITOLINO – Neste domingo, a partir das 10hs, haverá mais uma edição do programa Brincarte do Nitolino, no blog do Projeto MCLAM. Na programação comandada pela Ísis Corrêa Naves muitas atrações: a própria Isis declamando o poema Passarinho passarinho de Manoel Bentevi, Chico Buarque, Renato Braz, Quintal da Cultura, Fábulas de La Fontaine, Luiz Gonzaga, Nitolino, Originais do samba, Meimei Corrêa, Turma da Mônica, Sítio do Pica Pau Amarelo, Patati e Patatá & muita música, muita poesia, histórias e brincadeiras pra garotada. Para conferir ao vivo e online clique aqui ou aqui.

DA NATUREZA: O VIR-A-SER CONTÍNUO – Em sua História da Filosofia, Umberto Padovani e Luís Castagnola (Melhoramentos, 1978), assinalam que com Heráclito de Êfeso – que viveu entre o Vi e V século, solitário desdenhoso e desprezador da azáfama vulgar, de caráter altivo, misantrópico e melancólico, desprezando a plebe e recusando-se a intervir na política, contra a religião, os poetas e filósofos do seu tempo -, a filosofia afirma-se com a sua exposição do sistema introduzido na obra Da Natureza – escrito em prosa, no dialeto jônico e no qual recebeu o cognome de Skoteinós, o Obscuro -, cuja doutrina tem por princípio a essência, o elemento primordial, é o vir-a-ser, vez que tudo se acha em perpetuo fluxo, a realidade está sujeita a um vir-a-ser contínuo, sendo o único princípio estável da realidade a lei universal do próprio devir concretizado no fogo (racional) e que esse vir-a-ser é antítese, luta, revezando-se entre vida e morte: a luta é regra do mundo e a guerra é a geradora e a dominadora de todas as coisas e que este e esta oposição são reconduzidos à estabilidade e à unidade pela harmonia, pela sabedoria universal, que determinam o acordo entre as oposições. Ele é considerado o mais eminente pensador pré-socrático, por formular com vigor o problema da unidade permanente do ser diante da pluralidade e mutabilidade das coisas particulares e transitórias, estabelecendo a existência de uma lei universal e fixa (o Lógos), regedor de todos os acontecimentos particulares e fundamento da harmonia universal, harmonia feita de tensões, “como a do arco e da lira”. Da sua obra tem-se esse fragmento: Todos os homens da Terra mantém-se alheio à verdade e à justiça, ao mesmo tempo que, por sua pecaminosa insensatez, devotam-se à avareza e a sede de popularidade. Eu, porém, estranho a toda corrupção, esquivando-me à saciação geral que está intimamente associada à inveja, e porque tenho horror ao esplendor, não poderia ir à Persia, contentando-me com pouco, segundo a minha própria opinião. Veja mais aqui e aqui.

A ESTRADA MORTA – O premiado romance Terra sonâmbula (1992 – Editorial Caminho, 2004), do escritor e biólogo moçambicano Mia Couto, conta a história de um menino no meio dos conflitos sangrentos depois da guerra anticolonial (1965-1975) com extensão entre os anos de 1976-92, que presencia o incêndio de um ônibus e encontra a únabriga dos cadernos de Kindzu, um longo diário de um dos mortos no acidente. Da obra destaco o trecho inicial: Naquele lugar, a guerra tinha morto a estrada. Pelos caminhos só as hienas se arrastavam, focinhando entre cinzas e poeiras. A paisagem se mestiçara de tristezas nunca vistas, em cores que se pegavam à boca. Eram cores sujas, tão sujas que tinham perdido toda a leveza, esquecidas da ousadia de levantar asas pelo azul. Aqui, o céu se tornara impossível. E os viventes se acostumaram ao chão, em resignada aprendizagem da morte. A estrada que agora se abre a nossos olhos não se entrecruza com outra nenhuma. Está mais deitada que os séculos, suportando sozinha toda a distância. Pelas bermas apodrecem carros incendiados, restos de pilhagens. Na savana em volta, apenas os embondeiros contemplam o mundo a desflorir. Um velho e um miúdo vão seguindo pela estrada. Andam bambolentos como se caminhar fosse seu único serviço desde que nasceram. Vão para lá de nenhuma parte, dando o vindo por não ido, à espera do adiante. Fogem da guerra, dessa guerra que contaminara toda a sua terra. Vão na ilusão de, mais além, haver um refúgio tranquilo. Avançam descalços, suas vestes têm a mesma cor do caminho. O velho se chama Tuahir. É magro, parece ter perdido toda a substância. O jovem se chama Muidinga. Caminha à frente desde que saíra do campo de refugiados. Se nota nele um leve coxear, uma perna demorando mais que o passo. Vestígio da doença que, ainda há pouco, o arrastara quase até à morte. Quem o recolhera fora o velho Tuahir, quando todos outros o haviam abandonado. O menino estava já sem estado, os ranhos lhe saíam não do nariz mas de toda a cabeça. O velho teve que lhe ensinar todos os inícios: andar, falar, pensar. Muidinga se meninou outra vez. Esta segunda infância, porém, fora apressada pelos ditados da sobrevivência. Quando iniciaram a viagem já ele se acostumava de cantar, dando vaga a distraídas brincriações. No convívio com a solidão, porém, o canto acabou por migrar de si. Os dois caminheiros condiziam com a estrada, murchos e desesperançados. [...]. Veja mais aqui, aqui e aqui.

EU FALO DAS CASAS E DOS HOMENS – No livro Documenta Poética (Assírio & Alvim, 1973), do poeta, ensaísta, crítico literário e professor universitário português Adolfo Casais Monteiro (1908-1972), encontro o seu poema Eu falo das casas e dos homens: Eu falo das casas e dos homens, / dos vivos e dos mortos: / do que passa e não volta nunca mais... / Não me venham dizer que estava materialmente / previsto, ah, não me venham com teorias! / Eu vejo a desolação e a fome, / as angústias sem nome, / os pavores marcados para sempre nas faces trágicas das vítimas. / E sei que vejo, sei que imagino apenas uma ínfima, / uma insignificante parcela da tragédia. / Eu, se visse, não acreditava. / Se visse, dava em louco ou profeta, / dava em chefe de bandidos, em salteador de estrada, / - mas não acreditava! / Olho os homens, as casas e os bichos. / Olho num pasmo sem limites, / e fico sem palavras, / na dor de serem homens que fizeram tudo isto: / esta pasta ensanguentada a que reduziram a terra inteira, / esta lama de sangue e alma, / de coisa a ser, / e pergunto numa angústia se ainda haverá alguma esperança, / se o ódio sequer servirá para alguma coisa... / Deixai-me chorar - e chorai! / As lágrimas lavarão ao menos a vergonha de estarmos vivos, / de termos sancionado com o nosso silêncio o crime feito instituição /e enquanto chorarmos talvez julguemos nosso o drama, / por momentos será nosso um pouco do sofrimento alheio, / por um segundo seremos os mortos e os torturados, / os aleijados para toda a vida, os loucos e os encarcerados, / seremos a terra podre de tanto cadáver, / seremos o sangue das árvores, / o ventre doloroso das casas saqueadas, / - sim, por um momento seremos a dor de tudo isto... / Eu não sei porque me caem as lágrimas, / porque tremo e que arrepio corre dentro de mim, / eu que não tenho parentes nem amigos na guerra, / eu que sou estrangeiro diante de tudo isto, / eu que estou na minha casa sossegada, / eu que não tenho guerra à porta, / - eu porque tremo e soluço? / Quem chora em mim, dizei - quem chora em nós? / Tudo aqui vai como um rio farto de conhecer os seus meandros: / as ruas são ruas com gente e automóveis, / não há sereias a gritar pavores irreprimíveis, / e a miséria é a mesma miséria que já havia... / E se tudo é igual aos dias antigos, / apesar da Europa à nossa volta, exangue e mártir, / eu pergunto se não estaremos a sonhar que somos gente, / sem irmãos nem consciência, aqui enterrados vivos, / sem nada senão lágrimas que vêm tarde, e uma noite à volta, / uma noite em que nunca chega o alvor da madrugada... Veja mais aqui e aqui.

MARIA PEREGRINA – A peça teatral Maria Peregrina (2000), do premiadíssimo dramaturgo, professor e roteirista Luis Alberto Abreu, conta três histórias sobre uma personagem do folclore do Vale do Paraíba que viveu na primeira metade do século XX, mendigando e também era conhecida como Nega do Saco, considerada uma santa popular depois de sua morte. Da obra destaco o trecho inicial: MESTRE Boa noite. Não faz muito tempo e o mundo era outro. As casas eram poucas, espaçadas, e a terra, sem o asfalto e sem tantos prédios sobre ela, cheirava forte quando chovia. Lembram? À tarde, quase noite, o sino espalhava um som meio triste pelas largas distâncias do vale. Dom! Dom! Dem, Dom! Dem, Dom! Então, as pessoas faziam o sinal da cruz e recolhiam o cansaço do dia. Conversas nas janelas, café no fogão à lenha, histórias contadas antes do sono. Não faz muito tempo e o mundo era outro. As coisas todas eram outras. O tempo desfez. O tempo desfaz toda solidez. E o tempo faz. Como fez as coisas de hoje, tão diferentes. Mas o que o tempo desfez, a memória refaz. Refaz melodias, (A UM SINAL SEU O SOM DA ROMARIA TORNA-SE GRADATIVAMENTE MAIS FORTE.) reconstrói as poucas casas, retraça no papel branco da imaginação aquele tempo em que o mundo era outro. Um mundo de lembranças e pessoas que o tempo desfez. Mas a memória refaz. COM UM GESTO ENÉRGICO, O MESTRE FAZ INTRODUZIR A ROMARIA. AFASTA-SE DA ÁREA DA REPRESENTAÇÃO EM DIREÇÃO À ÁREA DOS MÚSICOS ENQUANTO OS ROMEIROS ENTRAM. CANTANDO, TOCANDO E DANÇANDO CUMPREM UMA COREOGRAFIA ALEGRE EM VOLTA DA ÁREA DE REPRESENTAÇÃO. DO MEIO DELES DESTACA-SE A MULHER DESMEMORIADA, INVADE A ÁREA DE REPRESENTAÇÃO. PARECE INDECISA. FINALMENTE SENTA-SE, SOBRE AS PERNAS, DEBAIXO DA ÁRVORE. OS ROMEIROS CONTINUAM A CANTORIA ATÉ CHEGAR AO LOCAL DOS MÚSICOS. O MESTRE, COM GESTOS LARGOS E NÍTIDOS, INDICA A CADA UM O SEU LUGAR. O ÚLTIMO DOS ROMEIROS, THEÓRFO, RECEBE DO MESTRE UM CAJADO E ENTRA NA ÁREA DE REPRESENTAÇÃO. SORRI PARA O PÚBLICO. [...] Veja mais aqui.

QUEBRA DE XANGÔ – O documentário 1912 O Quebra de Xangô, do antropólogo e professor Siloé Soares de Amorim, que assinou o roteiro e a direção, conta a história do trágico episódio histórico que marca a trajetória de perseguição enfrentada por mães e pais de santo em Alagoas, quando da repressão aos cultos afro-brasileiros ocorrida em Maceió, no dia 1º de fevereiro de 1912, por intolerância racial e religiosa em conflitos violentos. O quebra-quebra atingiu todos os terreiros da cidade, convertendo-se em um massacre que deixou marcas profundas na cultura local. O documentário foi contemplado no programa nacional de produção audiovisual DocTv em 2006. Veja mais aqui e aqui.

AGENDA – No próximo dia 18 de julho, às 19hs, no Julinho Clube, São Paulo, acontecerá o lançamento do livro de poesias Como suportar jabs no baço e encarar nocautes (Patuá, 2015), do poeta, compositor e agitador cultural Vlado Lima. Na ocasião ocorrerá o especial Influenza, com a presença de poetas e compositores do Clube Caiubi. O autor já lançou Pop para-choque (Patuá, 2012) e possui poderes intermináveis, mesmo nunca tendo indo à Bahia, não tendo terminado o catecismo nem a faculdade jornalismo, muito menos o curso de datilografia, torna-se especializado em fazer inimigos, contar piadas de caipira e falar da vida alheia. Além disso, odeia João Gilberto, não suporta filme iraniano e é autor da polêmica música euodeiocaetanoveloso.com.br. Pelo lado bom, ele produz o concorrido sarau Sopa de Letrinhas, gosta da bisteca do Sujinho, revistas do Aranha, Pernalonga, Clint Eastwood, Sabrina Sato, Smiths, Neil Young, Sérgio Sampaio, Leonard Cohen, Henry Miller, Bukowski, Hammett e Fante, muito viciado no sanduba de pernil do Estadão e tem saudades da Seleção de 82: Sócrates, Zico, Júnior e Falcão. Lembra? Veja detalhes aqui e mais aqui.

IMAGEM DO DIA
Imagem: Natureza morta, do pintor, desenhista, escultor, professor poeta Vicente do Rego Monteiro (1899-1970).

VAMOS APRUMAR A CONVERSA?
Imagem: ilustração de Luciano Tasso.
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Veja mais sobre:
O passado escreveu o presente; o futuro, agora, Sociolinguística de Dino Preti, o teatro de Bertolt Brecht, Nunca houve guerrilha em Palmares de Luiz Berto, a música de Adriana Hölszky, a escultura de Antonio Frilli, a arte de Thomas Rowlandson, a pintura de Dimitra Milan & Vera Donskaya-Khilko aqui.

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A liberdade de expressão, A filha de Agamenon de Ismail Kadaré, A natureza de Parmênides de Eléia, Poema sujo de Ferreira Gullar, O teatro essencial de Denise Stoklos, a música de Badi Assad, o cinema de Ingmar Bergman & Liv Ullmann, a escultura de Emilio Fiaschi, Programa Tataritaritatá, a pintura de Gustav Klint & Vera Donskaya-Khilko aqui.
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Literatura de cordel: História do capitão do navio, de Silviano Pirauá de Lima aqui.
Preconceito, ó! Xô pra lá, Diários de viagem de Franz Kafka, A revolta de Atlas de Ayn Rand, A lua e o infinito de Giacomo Leopardi, a música de Leoš Janáček & Cheryl Barker, o cinema de Alessandro Blasetti & Sophia Loren, Maguerite Anzieu & Jacques Lacan: caso Aimée, a arte de Liliana Castro, a pintura de Helmut Breuninger & Hermann Fenner-Behmer aqui.
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Quadrilha das paixões mais intensas, Vaqueiros & cantadores de Luís da Câmara Cascudo, Terra de Caruaru de José Condé, a música da Orquestra Armorial & Cussy de Almeida, A Setilha de Serrador, O casamento de Maria Feia de Rutinaldo Miranda Batista, a arte de Roberto Burle Marx. a xilogravura de Severino Borges, J. Miguel & Vermelho aqui.
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Dos bichos de todas as feras e mansas, Cantadores de Leonardo Mota, O Romance da Besta Fubana de Luiz Berto, O martelo alagoano de Manoel Chelé, a música do Duo Backer, a escultura de Antoni Gaudí, a militância de Brigitte Mohnhaupt, a arte de Natalia Fabia & a xilogravura de J. Borges aqui.
Quem desiste jamais saberá o gosto de qualquer vitória, A linguagem & as ciências de Roman Jakobson, Nos caminhos de Swan de Marcel Proust, a arte de Regina José Galindo, a fotografia de Thomas Karsten, a pintura de Henry Asencio, a música de Secos & Molhados & Luiza Possi aqui.
Tudo em mim, mestiço sou, O povo brasileiro de Darcy Ribeiro, A história da minha vida de Helen Keller, Anarquismo & ensaios de Emma Goldman, a escultura de Luiz Morrone, a fotografia de Pisco Del Gaiso, Os Fofos Encenam & Viviane Madu, a música de Guilhermina Suggia & a pintura de Martin Eder aqui.
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