quarta-feira, dezembro 06, 2017

AGOSTINHO DA SILVA, MARCIA TIBURI, ALCÂNTARA MACHADO, ANTÔNIO MENESES, RICARDO CORONA, ALINA IBRAGIMOVA, LUCINDA LYONS, RESILIÊNCIA & PESQUEIRA

A VIDA É MUITO MAIS - Imagem: arte da pintora inglesa Lucinda Lyons. - A vida é plena e o sonho é grande além dos sentidos. Para quem sabe a miudeza dos que se arvoram donos do saber e nada sentem nem vivem, valho-me do discernimento, vou entre Esfinges, Pinóquios e Franksteins com seus narizes fálicos assombrados com seus monstros e maravilhas traduzidas e explicadsa por seus próprios erros e julgamentos. Deles me chega algaravias dos vultos forjados na discórdia dos que mandam e saltam das páginas dos livretros para ganharem vidas prórpias e fazem de tudo para todos o que querem e em nome de seus interesses vendem ilusões e mentem, enganam, traem o propósito real e original que não sabem, para se sentarem ao lado dos que ignoram as máscaras do embuste da ignorância atávica, ocultando atrás das portas as intenções além das abstrações inalcançáveis. A mim chegam engalanados e mimosos, e os revelo da boca para o ouvido e logo se extinguem entre as muitas dimensões ao meu redor, porque sei do incompreensível e paradoxal, e cuido da minha vida e não interfiro no alheio. O Verbo sou galáxias inteiras e muitas pela espiral ascendente dos muitos níveis da evolução com o Fogo Purificador e a legislação moral do Livro da Revelação, e persigo pelos cento e vinte e cinco degraus que levam ao Criador, a me dar a capacidade infinita de ser outras tantas e muitas formas e os muitos níveis de compreensão, porque me mantenho entre os doze iniciados da Kabash, e o Zohar e a Hermética, os seiscentos e treze manifestos da Torá, as trinta e duas vias da sabedoria no Livro da Formação, os vinte e dois livros do Explendor para a Sabedoria da Verdade, o Livro da Iluminação, das Emanações, as dez propriedades divinas e suas vinte e duas letras, quando sou semente única em comunhão com todas as outras, a seguir a luz no alto a desfazer mistérios. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais 

RÁDIO TATARITARITATÁ:
Hoje na Rádio Tataritaritatá especial com o violoncelista Antônio Meneses no Concert Chello Elga & a violinista russa Alina Ibragimova interpretando o Concert to the memorian on the Angel Berg & Violin Bach. Para conferir é só ligar o som e curtir. Veja mais aqui.

PENSAMENTO DO DIA – [...] No político distingo dois momentos, o do presente e do futuro. Principiando pelo segundo, desejo o desaparecimento do Estado, da Economia, da Educação, da Sociedade e da Metafísica; quero que cada indivíduo se governe por si próprio, sendo sempre o melhor do que é, que tudo seja de todos, repousando toda a produção, por uma lado, no , por outro lado, na fábrica automática; que a criança cresça naturalmente segundo as suas apetências, sem as várias formas de cópia e do ditado que têm sido nas escolas, publicas e de casa; que o social com as suas regras, entraves e objectivos dê lugar ao grupo humano que tenha por meta fundamental viver na liberdade, e que todos em vez de terem metafísica, religiosa ou não, sejam metafísica. Tudo virá, porém, gradualmente, já que toda a revolução não é mais do que um precipitar de fases que não tiveram tempo de ser. Por agora, para o geral, democracia directa, economia comunitarista, educação pela experiência da liberdade criativa, sociedade de cooperação e respeito pelo diferente, metafísica que não discrimine quaisquer outras, mesmo as que pareçam antimetafísicas. Mas, fora do geral, para qualquer indivíduo, o viver, posto que no presente, já quanto possível no futuro; eliminando o supérfluo, cooperando, aceitando o que lhe não é idêntico – e muito crítico quanto a este -, não querendo educar, mas apenas proporcionando ambiente e estímulo, e procurando tão largo pensamento que todos os outros nele caibam. Se o futuro é a vida, vivamo-la já, que o tempo é pouco; que a Morte nos colha e não, como é hábito, já meio mortos, aliás, suicidados. [...]. Trecho da obra Textos e ensaios filosóficos (Âncora, 2000), do filósofo, poeta e ensaísta português Agostinho da Silva (1906-1994). Veja mais aqui.

PESQUEIRA – O município de Pesqueira compreende administrativamente os distritos sede, Cimbres, Mimoso, Mutuca, Papagaio e Salobro, e os povoados Ipanema, Cajueiro, Beira Mar, Capim de Planta, Papagaio de Cima, Marimbas, Pacheco e Cacimbão. Está inserido na unidade geoambiental das encostas ocidentais do Planalto da Borborema, destacando-se as serras do Mimoso e do Ororubá. Na Serra do Ororubá vivem os índios Xukuru, em 24 aldeias, consolidando o município como o maior reduto indígena do Nordeste. A terra indígena, homologada em 2001, ocupa uma área de 27,5 mil hectares, onde os índios desenvolvem atividades agrícolas e bordados tipo renascença. Além disto, no núcleo urbano habitam aproximadamente 200 famílias indígenas, sobretudo no bairro Xukurus. A tribo dos Paratiós foi extinta e dela quase não há registros. A sua história começa em fins dos anos 1659/1660 com a fundação de uma missão da Congregação do Oratório, fundada junto à tribo cariri de nome Xujuru, que habitava a serra. O local foi batizado de Monte Alegre, depois se tornou Cimbres e fora elevada à categoria de vila em 3 de abril de 1762. Antes disso, segundo carta de sesmaria datada de 24 de janeiro de 1691, o lugar já era sede da Capitania de Ararobá. Ao que parece, a dita capitania foi transferida para os Campos dos Garanhuns por volta de 1727. A capitania voltaria para Monte Alegre em 1762, com a elevação da povoação à categoria de vila e sede de município. A partir de 1800, uma fazenda começou a ser instalada, de nome de "Poço Pesqueiro" (ou "da Pesqueira", como também se encontra nos registros mais antigos) e começou a progredir com rapidez. Tanto que a 13 de maio de 1836, Poço Pesqueiro já era uma povoação vistosa e fora elevada a vila com o simplório nome de "Pesqueira". Junto com a elevação a vila, Pesqueira recebeu a sede do Município de Cimbres (que no alto da serra, já não era tão viável para assuntos políticos e o comércio). Em 1880 a vila foi elevada a cidade com o nome de "Santa Águeda de Pesqueira", que não vingou e recebeu o nome de "Pesqueira". A vila de Cimbres foi a ela anexada e, juntas, Cimbres e Pesqueira formaram o município de Cimbres até 1913, quando "Pesqueira" passou definitivamente a ser o nome do Município, passando a antiga sede a mero distrito. O município encontra-se inserido nos domínios das bacias hidrográficas dos rios Ipanema e Ipojuca, e seus principais tributários são: o Rio Ipojuca, além dos riachos: dos Pebas, Cana-Brava, do Boi, Santana, Gravatá, Ceguinha, da Atravessada, do Guerra, Quebra-Roça, do Bálsamo, Baraúnas, Liberal, Papagaio, do Belo e Salobro. Veja mais aqui.

NEOFUNDAMENTALISMO & CRENÇA ÚTIL– [...] o neofundamentalista cultua a mais bruta ignorância, a que despreza o conhecimento. Se lembrarmos de Walter Benjamin definindo o capitalismo como religião, o neofundamentalismo analogamente corresponderia à ignorância como religião. [...] A ignorância é, assim, o próprio fundamento [...] é sempre desonesta. Não importa se ele acredita ou não no que diz. Ele está em busca de efeitos e causando efeitos para ter resultados traduzíveis em lucros: dinheiro, audiência, votos. Em última instância: poder. Daí que seja fácil fundar igrejas ou shoppings em um mundo em que Deus – que ocuparia o lugar da verdade nas religiões – se confunde com mercadorias, em um mundo em que a Indústria Cultural da religião embota toda a relação com a transcendência. Diferente do simples crente para quem a verdade é o cerne de uma crença capaz de orientar pensamento e atos, o fundamentalista usa sua crença, na qual, a propósito, não pode ter certeza de que ele realmente creia. Ao usar a crença, o fundamentalista desrespeta não apenas a crença alheia, mas a própria crença em nome da qual age. [...] Ele odeia a verdade que finge amar, assim no campo religioso, odeia um deus que ele não possa explicar. [...] Como um desesperado, sem um Deus em quem possa confiar, ele se autodenuncia em sua descrença. O fundamentalista é a prova de que Deus, mesmo que possa existir, não existe. Trechos do artigo Neofundamentalismo: culto da ignorância e crença útil (Cult, outubro 2014), da filósofa, escritora, professora universitária e artista plástica gaúcha Marcia Tiburi. Veja mais aqui e aqui.

RESILIÊNCIA – [...] O grau de resiliência pode ser alterado pela educação e é assim possível injetar confiabilidade, segurança e esquemas de organização mesmo em pessoas ou comunidades aparentemente apáticas. A pessoa ou organização resiliente necessita ser ágil, apresentar facilidade em acolher a diversidade, contextualizar o conhecimento e sua cíclica transtormação, revelar poder sistêmico e criar solidariedade, sabendo dar a volta por cima, reajustar-se rapidamente após perturbações, choques ou frustrações e, sobretudo, achar saídas. Saber explicar-se, possuir autoconfiança, sentido da efemeridade e da importyancia da biodiversidade, e construindo-se permanentemente realizam julgamentos éticos. O grau de resiliência de uma pessoa pode até ilustrar seu potencial de inteligência, considerando que a inteleigencia é a capacidade de resolver problemas e criar produtos de valor social. [...]. Trecho extraído da obra A construção de uma nova pedagogia para uma escola pública de qualidade (Vozes, 2009), do educador Celso Antunes. Veja mais aqui.

APÓLOGO BRASILEIRO SEM VÉU DE ALEGORIA – [...] Belém vibrou com a história. Os jornais afixaram cartazes. Era assim o título de um: Os passageiros no trem de Maguari amotinaram-se jogando os assentos ao leito da estrada. Mas foi substituído porque se prestava a interpretações que feriam de frente o decoro das famílias. Diante do Teatro da Paz houve um conflito sangrento entre populares. Dada a queixa à polícia foi iniciado o inquérito par aapurar as responsabilidades. Perante grande número de advogados, representantes da imprensa, curiosos e pessoas gradas, o delehado ouviu vários passageiros. Todos se mantiveram na negativa, menos um que se declarou protestante e trazia um exemplar da Biblia no bolso. O delegado perguntou: - Qual da causa do motim? O homem respondeu: - A causa verdadeira do motim foi a falta de luz nos vagões. O delegado olhou firme nos olhos do passageiro e continuou: - Quem encabeçou o movimento. Em meio da ansiosa expectativa dos presentes, o homem revelou: - Quem encabeçou o movimento foi um cego! Quis jurar sobre a Bíblia mas foi imediatamente recolhido ao xadrez porque com autoridade não se brinca. Trecho do conto extraído da obra Novelas paulistanas (José Olympio, 1961), do escritor Alcântara Machado (1901-1937). Veja mais aqui & aqui.

ONDAS NA LUA CHEIA (POEMA SOB INFLUÊNCIA)A lua que tudo assiste / agora incide / O mar / — sob efeito — / ergue-se / crispado de ondas espumantes / Sua língua de sal / lambe e provoca / as escrituras da areia firme / Ondas deslizantes / redesenham / onde outras ondas ainda / desredesenharão, / fluindo / no fluxo / da influência / Sob efeito lunar / o mar muda / e a lua, / antes toda, / agora, mínima / e quem com ela muda?). Poema extraído da obra Ladrão de fogo (Medusa, 1999), do poeta, tradutor, editor e performer Ricardo Corona.

ARTE & PERFORMANCE
Corpo Política – performance  Almoço sobre a relva, de Natasha de Albuquerque & Conceito contra conceito, de Maria Eugência Matricardi. .Fotos: Pamela Guimarães.

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A ARTE LUCINDA LYONS
A arte da pintora inglesa Lucinda Lyons.