ENTRE VERSOS & VIDA – Esta é Luciah Lopez: a menina que se fez poesia na mulher feita, entre versos e vida. Um
ser poeta singular, alquimista no fazer e refazer-se: uma extrospecção
introspectiva carregada de invocações, lirismo e justapostas inquietações,
amálgamas de sonhos entre os vampiros de Curitiba, as tardes de Monet, a poesia
de Neruda, o sobrevoo das borboletas, ou a degustar Blood Mary pelo trâmite da
infância e pelos díspares momentos de viver plenamente suas amplidões e
miudezas. Neste livro o ser e a obra se fundem: criador e criatura passam a ser
um só. E tudo transpira uma voz plural entre recomeços, abismos e vórtices;
tudo se expressa na dicção dos seus plenilúnios, solilóquios e deprecações -
nada mais são que entregas, hibernações e descobertas. Assim se faz e refaz, a
juntar fragmentos perdidos e cumplicidades no lampejo da essência vital. Entre
idas e vindas, quedas e conquistas, ela se mostra por inteiro e inteira, para
depois, na catarse, exaurir-se alinhavando seus versos entre agora e outrora,
haurindo a sua surpreendente poesia nua, visceral, instersticial, crua e em
carne viva, a coser antíteses como se brincasse com opostos entrecruzados na
heterogeneidade de enquadramentos que coexistem e se mostram colagens díspares
que passam a coabitar entre o real e o imaginário, ou melhor, como se do avesso
o outro se identificasse consigo e tudo além de si, porque sabe que a vida é
tecida por paradoxos. Uma sacada e tanto. Assim, ela tece versos e entrelinhas
a demarcar seu território em si e além de tudo, como quem faz do dia e da noite
uma queda d’água com velas soltas entre céu e mar. Esse o seu dom de voar, e
com um detalhe: a vida não é só um sonho, o prazer é só o outro lado da dor, a
dor que emancipa, estraçalha e regenera, É a vida. Este é o seu batismo: aos
seus olhos tudo é poetar, até o que não é, passa a ser. E com isso ela se faz
semente que floresce em poema: uma fruta no pé, é só tomar às mãos e saborear.
Por isso e muito mais, convido você para viajar na aventura dos voos
altissonantes entre os versos do universo da poeta. Eu fiz, refiz e recomendo –
se para você for como foi pra mim, será uma ótima e instigante viagem. Vamos
juntos, venha. (Veja detalhes da obra mais abaixo). © Luiz Alberto Machado.
Direitos reservados. Veja mais aqui.
TERRA ULRO DE MILOSZ
[...] O outro mundo não é diferente deste: podem crer
que é completamente idêntico. O homem que morre não muda de lugar. Ele
permanece onde se firmou a sua alma. Eis o mistério dos espíritos condenados a
penar. No outro mundo, você vive entre os mesmos espíritos com quem você viveu
aqui. Você é obrigado a contemplar tudo 0 que, na terra, dentro do corpo, você
deveria ter feito e não fez. E fazer coisas, sem corpo, e muito difícil. Você tem de exercer força sobre a Terra, sem
possuir quaisquer meios terrestres. Estes gemidos de sofrimento podem, às
vezes, durar até quinhentos anos. [...]
Trecho
extraído da obra Terra Ulro
(Oficina/UnB, 1999), do escritor polonês e Prêmio Nobel de Literatura de 1980, Czeslaw Milosz (1911-2004), em reconhecimento por seu pensamento
humanista sobre a liberdade, a consciência e o poder do totalitarismo sobre
corpos e mentes, autor das obras Mente
Cativa (Novo Século, 2010), que analisa o poder dos regimes tiranos que
escravizam homens e mulheres pelo terror, ideias e propriedade sobre o espírito
humano, e Não Mais (UnB, 2003), uma
antologia com seus poemas que o fizeram um dos maiores poetas do século XX.
Veja
mais sobre:
Manchetes
do dia: ataca o noticiário matinal, Folclore pernambucano de Francisco Augusto Pereira da Costa, a
música de Fabian
Almazan, Filosofia da Linguagem, Vinte vezes Cassiano Nunes, a
coreografia de Doris Uhlich, a pintura de Nicolai Fechin & a arte de Roberto Prusso aqui.
E mais:
Preciso
de um culpado, Peri Physeos de Anaxímenes de Mileto, A arte de furtar de Padre
Antônio Vieira, As odes pítacas Píndaro, Platónov de Anton Tchékov, o cinema de Walter Lang & Susan Hayward, a coreografia de Dave Saint-Pierre, a música de Stanley
Clarke, a pintura de Horace Vernet & Malcolm Liepke aqui.
O morro dos
ventos uivantes de Emily Brontë, A ópera dos mendigos de
John Gay, a música de Yngwie
Malmsteen & Julia Crystal, a pintura de Maria Luisa Persson & a
poesia de Floriano Martins aqui.
Gilbela –
Gilmara Jung, é nela que a beleza se revela aqui.
Literatura
de cordel: Cego Sinfrônio aqui.
Vamos
aprumar a conversa, Sociedade dos indivíduos de Norbert Elias,
As brasas de Sándor Márai, Babylon de Zuca Sardan, a música
de Hermeto Pascoal & Aline
Moreira, Anatomia do drama de Martin
Esslin, o cinema de Fred Schepisi & Meryl Streep, a escultura de Pierre-Nicolas Beauvallet, a arte de Derek
Gores & a pintura de Gilson Luiz dos Santos Braga aqui.
O
espelho de Machado de Assis aqui.
Brincarte
do Nitolino, O espírito de liberdade de Erich Fromm,
Visita meu corpo de Antonio Carlos Secchin, a literatura de Alexandre
Dumas, a música de João Gilberto, a pintura de Gustave Courbet
& Welington Virgolino, a arte de Bibi Ferreira, Judy Garland &
Isabelle Adjani aqui.
Vamos
aprumar a conversa,
O mundo como vontade de representação de Arthur Schopenhauer, A casa das
belas adormecidas de Yasunari Kawabata,
Ifigênia entre os tauros de Eurípedes, a música de Richard Strauss, Percursos em Arteterapia,
Jardim das delícias de Geraldo Carneiro, a arte de Mae West, a escultura de
Francisco Brennand, Jules Feiffer, a pintura de John
Constable & Peter Paul Rubens aqui.
Uma
coisa quando outra, A aventura da modernidade de Marshall Berman, a poesia de Adolfo Casais
Monteiro, Arquiteturas líquidas de Marcos Novak, a música de Maucha Adnet, a pintura de Alyssa Monks & Renie Britenbucher, a arte de Adriana Garambone & Luciah
Lopez aqui.
Solilóquio
das horas agudas, O mito de Sísifo de Albert Camus, Doença
sagrada de Hipócrates, a música de Meg
Myers, Neurofilosofia e Neurociência Cognitiva,
a pintura de José Manuel Merello, Mulher Negra & a arte de Luciah
Lopez aqui.
Resiliência, perspectivas & festas: Feliz
aniversário, A pedagogia
de Paulo Freire, Resiliência em
transtornos mentais de Makilim Nunes Baptista, Liberdade para
palavra de Octavio Paz, a
música de Midori Goto, a pintura de Luis Crump, Babi Xavier, a arte de Fabrice Du Welz & Luciah
Lopez aqui.
Ah, se
estou vivo, tenho mais o que fazer, a literatura de Liev Tolstói, A cena
dividida de Gerd Bornheim, a poesia de Nauro
Machado, a pintura de Lasar Segall, a música de Joyce & Maurício Maestro, a arte de Patrick Conklin & Luciah
Lopez aqui.
&
TAO TE
KING DE LAO TSÉ
Trinta raios rodeiam o eixo.
Mas é onde os raios não raiam que a roda
roda.
Vaza-se a vasa e se faz o vaso.
Mas é o vazio que perfaz a vasilha.
Casam-se as paredes e se encaixam portas,
Mas é onde não há nada que se está em casa.
Falam-se palavras e se apalavram falas.
Mas é no silêncio que mora a linguagem.
O ser faz a utilidade, mas é o nada
Que perfaz o sentido.
Poema do
Tao Te King: o Livro do Caminho e da
Virtude (Mauad, 2011), do antigo filósofo e escritor chinês Lao Tsé que viveu
por volta de 1300aC, uma das mais conhecidas e importantes obras chinesas, com
81 capítulos escritos entre 350 e 250aC., reunindo a tradição oral coletiva
sobre o Tao (a realidade última do Universo), inspirando o surgimento do
taoísmo e do budismo chan e zen.
RÁDIO
TATARITARITATÁ: ELIANE ELIAS
Especial
com a premiada pianista e cantora Eliane Elias, reunindo seus álbuns Made in
Brazil (2015), Swept Away (2012), Light My Fire (2011), Bossa Nova Stories
(2008), Brazilian Classics (2003), Sings Jobim (1998) e apresentações ao vivo
em Festivais de Jazz. Veja mais aqui.
QUINTO DIA DE LUCIAH LOPEZ
Me refugio na harmonia das suas palavras com cheiro de hortelã, e a
serenidade apaixonante da infância que nunca diz adeus, me transporta ao
paraíso aonde podemos escrever nossa história. E a sua voz exorta-me à
criatividade nas cores e linhas, de forma a revelar o meu olhar sobre todas as
coisas. Todavia, só me interessam as flores com as quais, eu me ponho a
construir nosso refúgio para os momentos de carinho e entrega. Não há o
fracionamento do Tempo ou exclamações e
interrogações que possam ser convertidas em dúvidas -, há somente a nossa
conduta pueril, livre de toda opressão e a certeza de nos pertencermos um ao
outro no hálito do universo.
Quinto dia,
poema/imagens: arte da poeta, artista visual & blogueira Luciah Lopez, autora do livro Entre
Versos: a palavra branca é nua, a ser lançado em breve com prefácio do
jornalista, crítico literário e presidente da Academia Poética Brasileira, Mhario Lincoln. Veja mais aqui.