sábado, fevereiro 18, 2017

ANDRÉ GIDE, HUNDERTWASSER, CAROL ANDRADE & BRIAN SMITH

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SOU DESTE CHÃO COMO A TERRA, O FOGO, A ÁGUA E O AR! - Sou deste chão como a água que desce das nuvens sem calças para irrigar a Terra, para matar a sede na sobrevivência dos seres e plantações, a escorrer por córregos para ser rio ao mar, onde sou maior que a mim mesmo pelos oceanos e continentes. Sou deste chão como o fogo alumia com o clarão a purificar ao calor das labaredas que queimam a pele o que é de Sol, a incendiar o que sou e não sou, e renasço das cinzas a todo momento. Sou deste chão como os ventos do sopro de Deus no invisível dos pulmões, a levitar pelas rajadas sobre montanhas e vales, pelas ventanias dos desertos, pelo voo inimaginável de tudo que vai com as poeiras e sementes, em movimento ubíquo pra mudança do tempo e clima em que sou veloz tropical longe das tempestades e furacões. Sou deste chão como a Terra que brota raiz pras plantas de tudo por solo e relevos nos mais diferentes ecossistemas e habitats, para todos os vegetais e animais, além dos passos e pisadas por sobre pedras e cristais, pelas veredas, vulcões, cânions até ser-me o que sou deste chão minha vida. © Luiz Alberto Machado. Veja mais aqui.

Curtindo os álbuns Vida adentro (2005), Outras Mulheres (2012) e Sorria (2016) e o talento musical da cantora, compositora e professora de canto Carol Andrade.

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DESTAQUE: SE O GRÃO NÃO MORRE
[...] Nossos atos mais sinceros são também os menos calculados; a explicação que se lhes procura dar posteriormente continua vã. Uma fatalidade me conduzia; e talvez também a secreta necessidade de lançar um desafio à minha natureza; porque, em Emmanuèle, não era a própria virtude que eu amava? Era o céu, que o meu insaciável inferno desposava; mas esse inferno eu o omitia no mesmo instante: as lágrimas do meu luto tinham-lhe apagado todas as fogueiras; eu estava como que deslumbrado de azul, e o que eu não consentia ver mais tinha cessado de existir para mim. Acreditei que podia dar-me a ela todo inteiro, e o fiz sem reserva de coisa alguma. Noivamos pouco tempo depois.
Trecho da autobiografia Se o grão não morre (Nova Fronteira, 1982), do escritor francês Prêmio Nobel de Literatura de 1947, André Gide (1869-1951). A obra descreve a vida do autor da infância até o noivado com sua prima. Na primeira parte ele traz lembranças da infância, a família, a expulsão da escola por maus hábitos, as primas, o adultério da tia, lições de piano e a descoberta da literatura e do teatro, traição e receio das prostitutas, a pensão, as ligações adúlteras e a arte e a música influenciando a literatura. Na segunda parte conta a primeira viagem à Argélia, a descoberta da homossexualidade, o encontro com Oscar Wilde, redescoberta da religião, a morte da mão e o noivado com a prima. Veja mais aqui.

CRÔNICA DE AMOR POR ELA
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