segunda-feira, maio 30, 2016

DRUMMOND, JUAN ONETTI, YANN TIERSEN, TODOROV, WESSELMANN, ASHA YOUNG, BARAVELLI & KENNY COLE


SE NÃO DEU E FEDEU, SÓ NA OUTRA, MEU! - (Imagem: Vida abstrata, do desenhista, pintor, gravador e escultor Luiz Paulo Baravelli) - A gente perde a hora, passa batido. Se passou do ponto, tostou. Ou gorou. É gora de correr atrás, recuperar o tempo perdido. Maior peleja, sacoleja e segura o tombo no trampo, manda ver. A gente perde o bonde, a passada. Espera outra condução, é o fim da picada. Fazer o quê? Impaciência, maldiz da vida e da mãe do guarda. Solta os cachorros, desce dos tamancos, chuta o pau da barraca e ver o circo pegar fogo. Quanto maior o vespeiro, maior buruçu. Fodido por um, fodido por mil. Ou vai, ou racha. Não engole mosquito, quanto mais saparia. Se é pra lascas tudo, vambora duma vez. Nada de lengalenga, ou tudo, ou nada. Paga pra ver e passa recibo, manda ver.A gente perde tempo, leseira alugando o maluvido. Pega na beca e no bico da chaleira de tanto achar ruim. Encara a desfeita, duplicata vencida, quando vê o troco, tá na pindaíba. Assunta direito, conversa mole é roubo de tempo. Dá de enfesado, ajusta no tanto, a valsa enquanto manda ver. A gente perde a cabeça, desapruma o juízo. Maior prejuízo. Se pisa na bola, escorrega no piso. Tem caroço no angu, formiga no travesseiro. Só tem piranha no aquário, o filme queimou e tá maior aguaceiro. Tudo esborrou, abriu a comporta no maior berreiro. Entrou de penetra, se livre do flagra! Se deu o créu na treta, não faça careta, o negócio é sério. Segura o trupe, lascou. Deu sangue na canela, entopiu o banheiro. Deu cupim na madeira, ferrugem no aço, desbotou o retrato,caiu na esparrela. Queimou arroz, todo amarrotado. Cadê o vinco? O título foi protestado. Deu praga na plantação, deu bicho na fruteira, armaram cruzeta, boca de caieira. Tá só na remela, parece catota, passaram o rodo, deu com a gota o maior migué! Dá uma de doido e corre o risco de ficar estropiado e mal sucedido. Pra dar jeito, freio de arrumação. Toma pé da situação, não engane com confeito, nem com enrolação. Quando a coisa empena, tudo fica entortado: maior remoinho, maior atoleiro. Não vê nem saída pro sufoco bronqueiro. Se deu mole, chame na grande. No fim do calendário não tem mais fevereiro, fecha pra balanço! Sai do agiota, faz concordata, assume a bancarrota. No fim se não deu, fica pra depois. Se fedeu, só na outra. Foi, já era. Feche os olhos, melhor. Fechou? Não vê nada, né? Não há tempo, não há bonde, nem espaço ou conversa, nem pronde ir. É só você e você. Agora ache a luz, só você não vê, ela brilho em algum lugar aí dentro. Ache. E vamos aprumar a conversa & tataritaritatá! © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui

 Imagem: arte do escultor e pintor da Pop Art e da Arte Moderna estadunidense Tom Wesselmann (1931-2004). Veja mais aqui e aqui.


Curtindo o álbum Infinity (Mute Records, 2014), do músico de vanguarda, muiltiinstrumentista e compositor francês Yann Tiersen.

PESQUISA
Introdução à literatura fantástica (Perspectiva, 1975), do filósofo e linguísta búlgaro Tzvetan Todorov, tratando acerca dos gêneros literários, definição do fantástico, o estranho e o maravilhoso, a poesia e a alegoria, o discurso fantástico, os temas, o eu e o tu, entre outros assuntos. Veja mais aqui.

LEITURA 
47 contos de Juan Carlos Onetti (Companhia Das Letras, 2006), do escritor uruguaio Juan Carlos Onetti (1909-1994),com seus personagens anti-herois da espectral Santa María, carregados de inconformismo e desencanto, desesperançados e à deriva, tragédia e humor, amor e solidão, lirismo e crueldade, melancolia e ilusão. Veja mais aqui.

PENSAMENTO DO DIA:
Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo, mas estou cheio escravos, minhas lembranças escorrem e o corpo transige na confluência do amor.
Quando me levantar, o céu estará morto e saqueado,
eu mesmo estarei morto, morto meu desejo, morto o pântano sem acordes.
Os camaradas não disseram que havia uma guerra
e era necessário trazer fogo e alimento.
Sinto-me disperso, anterior a fronteiras, humildemente vos peço que me perdoeis.
Quando os corpos passarem, eu ficarei sozinho desfiando a recordação
do sineiro, da viúva e do microcopista que habitavam a barraca e não foram encontrados ao amanhecer esse amanhecer mais noite que a noite.
Poema extraído da Antologia poética (José Olympio, 1979),do poeta, contista e cronista Carlos Drummond de Andrade (1902-1987). Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui e aqui

Imagem: Parabellum(Prepare for War), do artista visual Kenny Cole.

Veja mais sobreSônia Mello, Mikhail Bakunin, Po Chu Yi, Bertha Lutz, Murilo La Greca, Paulo Bellinati, Teatro Espontâneo & Psicodrama, Mata Hari & Melinda Gebbie aqui.

IMAGEM DO DIA 
Gambiarra, arte do fotógrafo JR.

CRÔNICA DE AMOR POR ELA

Imagem: Reclining woman with stuido stoll, da artista plástica Asha Carolyn Young.
Veja aqui e aqui.

CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Xilogravura do pernambucano MS (Marcelo Alves Soares)
Recital Musical Tataritaritatá
Veja aqui.