terça-feira, fevereiro 02, 2016

SANTA FOLIA, CHAUÍ, DARWIN, JAMES JOYCE, RODIN, MATISSE, GRAÇA GRAÚNA, CIKÓ, IRINA COSTA, ACERVUM & MUITO MAIS!!!

FOLIA TATARITARITATÁ: SANTA FOLIA (Imagem: Arte-vídeo da saudosa Derinha Rocha) Era início dos anos 1990, quando o parceriamigo Cikó Macedo me entregou uma melodia para apreciar. Dei uma arrumada e emplacamos a primeira parceria: Sede. Essa canção foi incluída no álbum Edição Extraordinária que ele gravou com Zé Linaldo Martins. Tempos depois ele me entregou um frevo. Tome tempo, um ano, dois. Quase todo dia eu pegava na melodia e dava uma sapecada na letra. Não gostava, lata do lixo. Queimei as pestanas para letrar a frevada boa. Enganchei de não gostar de nada que colocava ali. Deixei de mão. O tempo passava e eu sem acertar a mão na roda. Veio, então, a Copa do Mundo de 1994 e resolvi assistir Brasil e Holanda – o único jogo que vi da seleção no certame. Fiquei puto com a escalação, time retrancado, jogando na defesa. E quando vi o cansado Branco na lateral esquerda, no lugar de Leonardo que foi expulso contra os Estados Unidos, aí que perdi todas as esperanças de que chegasse a ser campeão. O jogo estava zero a zero, logo 1x0 pro Brasil, E mais um, 2x0. Mal comemorava quando vi quando o locutor da televisão falar 2x2. Oxe? O Brasil fez dois a zero agorinha?! Pois foi. Comemorava o segundo gol do Brasil, quando a Holanda fez dois somente na comemoração do segundo. Pode? Pois foi, o time dormiu e eles aproveitaram o cochilo. Coisas do Brasil, né? Aí que me desinteressei e fiquei tomando umas e outras, torcendo escondido, roendo as unhas, deu de aparecer uma no campo adversário. Eu já estava arretado com o cara quando ele pega a bola pra bater. Pra mim, aí fodeu. Esculhambei o cara e tudo. Na verdade, o cara mancava em campo. Mas era falta a favor do Brasil. Resolvi relaxar e tomar mais uns goles. Quando o tal do Branco deu um chute, um teiaço – como a gente dizia nas peladas do campinho de barro da Cohab I -, Romário e o zagueiro holandês saíram da bola e ela foi descansar no fundo das redes: Brasil 3x2 na Holanda. Gente, a inspiração bateu na hora! Escrevi a letra da música do Cikó que ficou Santa Folia: Quero ver o frevo na praça / Pra massa viver feliz / Segura a graça / Na raça / Na taça esse triz / Quero pular feito louco / Tão broco de endoidecer / Hoje a folia começa / E vai amanhecer./ E nessa noite vadia / Eu sinto essa fantasia / Esse momento mais terno / Até o sol raiar / E nessa vida eu queria / Pra reforçar no meu dia / A vontade mais certa da gente brincar / Que não fique tarde / Pra toda verdade / Poder ainda vir nos alcançar / A nossa santa folia no ar / E muito mais se quiser / A noite é festa pra se pular / Nos braços de uma mulher! Esse frevo foi incluído no álbum De janeiro a janeiro (1996), do Cikó Macedo. (Veja o clipe aqui). Em 2010, ele me enviou uma leva de temas para frevo, ao todo nove melodias. Até hoje não consegui dar por fechado. Se com um eu passei um tempão, imagine nove. Deus dará e ainda fecharei tudinho. E vamos aprumar a conversa aqui.

Veja mais:

PICADINHO
Imagem: Odalisque relaxing in a chair, do pintor francês Henri Matisse (1869-1954). Veja mais aqui.


Curtindo o álbum Salt (Righteous Babe, 2004), do cantor, guitarrista, compositor e produtor musical estadunidense Arto Lindsay.

EPÍGRAFEStruuggle for life, expressão extraída do livro A origem das espécies por meio da seleção natural ou a preservação das raças favorecidas na luta pela vida (Escala, 2009), do naturalista britânico Charles Robert Darwin (1809 — 1882), referindo-se à condição de que todos os seres lutam pela vida, sobrevivendo os mais aptos, tornando-se corrente como luta pela vida. Veja mais aqui, aqui e aqui.

REPRESSÃO SEXUAL – No livro Repressão sexual: essa nossa (des)conhecida (Brasiliense, 1991), da filósofa e educadora brasileira Marilena Chauí, encontro que: A repressão sexual pode ser considerada como um conjunto de interdições, permissões, normas, valores, regras estabelecidas histórica e culturalmente para controlar o exercício da sexualidade, pois, como inúmeras expressões sugerem, o sexo é encarado por diferentes sociedades (e particularmente a nossa) como uma torrente impetuosa cheia de perigos [...] As proibições e permissões são interiorizadas pela consciência individual, graças a inúmeros procedimentos sociais (como a educação, por exemplo) e também expulsas para longe da consciência, quando transgredidas porque, neste caso, trazem sentimentos de dor, sofrimento e culpa que desejamos esquecer ou ocultar. Veja mais aqui e aqui.

ULISSES – No livro Ulisses (Civilização Brasileira, 1966), escritor irlandês James Joyce (1882-1941) – presente que ganhei do poeta Afonso Paulo Lins -, destaco o trecho que: [...] A verdade, cospe-a fora. Eu o quereria. Eu tentaria. Não sou um bom nadador. Agua fria fofa. Quando eu metia a cara nela na bacia de Clongowes. Posso ver não! Quem está atrás de mim? Fora, rápido, rápido. Vês a maré enchendo de todos os lados rápido, laminando rápido os bancos de areia castanha-decaucoloridas? Se eu tivesse terra debaixo de meus pés. Quero que seja sua vida ainda sua, a minha seha minha. Um homem afogado. Seus olhos humanos berram para mim no horror de sua morte. Eu... Com ele juntos no fundo... Eu não podia salvá-la. Águas: morte amarga: perdida. Uma mulher e um homem. Vejo a saiota dela. Arregaçada, aposto. O cão deles equipava por um minguante banco de areia, trotando, fungando por todos os lados. Procurando algo perdido em vida passada. [...]. Veja mais aqui e aqui.

DA HUMANIDADE LEVADA PELAS ÁGUAS – Entre as poesias da escritora Graça Graúna, destaco o poema Da humanidade levada pelas águas (Em memória de Aylan Kurdi): Viver é perigoso, / o poeta dizia. / Assim mesmo insistimos / em fazer a travessia. / Viver é perigoso, / mas seguimos / vestidos de coragem / na ânsia de encontrar / o olhar generoso / o abraço apertado / a mão amiga / que acolham os nossos sonhos... / Em meio à travessia / a humanidade / é levada pelas águas / e tudo que me fica / é uma tênue esperança / que se alastra pelo mundo / nos sonhos do pequeno anjo / de asas partidas. / Apesar das muralhas / e dos arames farpados, / o direito à Paz nos aproxima. / Viver é perigoso, / mas insistimos... Veja mais aqui e aqui.

MADEMOSIELLE GEORGE - A atriz francesa Marguerite-Joséphine Weymer, mais conhecida como Mademoiselle George (1787-1867), tornou-se a mais brilhante da cena francesa, começando na Comédie Fraçaise, na qual seu tio era secretário e seu pai era o diretor, atuando a partir dos cinco anos no drama e na ópera cômica. Na adolescência já era dotada de sensibilidade apurada, de uma maravilhosa e sonora voz, alcance e som, flexível e poderosa, estreando profissional em 1802, com Clitemnestra. Deu-se inicio ao triunfo geral torcendo que aliada à sua beleza como a sua voz, com dicção apurada e elegante, chegando ao auge com sua atuação Amenaide. Finalmente ela conseguiu o papel de Idame, o Órfão da China. Foi nessa época que ela se tornou a amante do Primeiro Cônsul Napoleão Bonaparte que lhe deu o apelido de Georgina, e tornou-se amiga de Alexandre Dumas e Victor Hugo. Ao ser abandonada pelo amante, seguiu para Rússia, onde sua vida entrou numa nova fase de honras, glória e riqueza. Seguiram-se inúmeros sucessos e ao retornar à França foi coroada de êxito. Veja mais aqui.

IT’S A WONDERFUL LIFE – O filme It's a Wonderful life (A felicidade não se compra, 1946), dirigido por Frank Capra, conta a história de um espírito desencarnado, candidato a anjo que, para ganhar suas asas, recebeu a missão de ajudar um valoroso empresário que se encontrava com grave problema financeiro, provocado por desonesto banqueiro e tinha a intenção de se suicidar. O aspirante a anjo foi encontrá-lo na véspera do Natal, à noite, prestes a saltar de uma ponte nas águas geladas que corriam embaixo. Fazendo-se visível e identificando-se, falou de sua missão e, sem nenhuma pretensão de demovê-lo da ideia, comentou que seria um desperdício, porque ele vinha sendo importante para muita gente. Ante o ceticismo de seu protegido, que se sentia um fracassado, o amigo espiritual mostrou-lhe várias situações que teriam acontecido se não fosse sua interferência. A morte do irmão, a tristeza da esposa, a situação lastimável de sua cidade entre outras. O destaque do filme fica por conta da atuação da atriz estadunidense Donna Reed (1921-1986). Veja mais aqui.

REVISTA ACERVUM - Está no ar a atualização da Revista Acervum – Suplemento Nacional de Literatura & Artes, editada pelo jornalista Mhario Lincoln. Esta edição é especial Luis Augusto Cassas, encartando a Revista Poética Brasileira com destaques para Jamerson Belfort, Osmarosman Aedo, Mariana Felix, Izau Neto, Luciah Lopez, entre outros. Traz ainda a entrevista com o poeta Eloy Melônio. Veja mais aqui.

IMAGEM DO DIA
A arte do escultor e pintor francês Auguste Rodin (1840-1917). Veja mais aqui.

DEDICATÓRIA
A edição de hoje é dedicada à cantora portuguesa nascida em Angola e radicada no Brasil, Irina Costa. Veja aqui.

CRÔNICA DE AMOR POR ELA 
Veja aqui.

 Veja as homenageadas aqui.

E veja mais Ayn Rand, Elisa Lucinda, Lenine, Alina Zenon, Enrique Simonet, Paula Burlamaqui & muito mais aqui.