terça-feira, dezembro 29, 2015

BIG SHIT BÔBRAS, BOCAGE, MACHADO, PICASSO, MILTON, TAUNAY, MAESTRINI, MARIA MARTHA & MUITO MAIS!!!

VAMOS APRUMAR A CONVERSA? BIG SHIT BÔBRAS - Bastou ser anunciado o maior evento de todos os tempos no Brasil, o Big Brother – a big shit da televisão brasileira -, para se saber qual assunto será predominante na escola, no hospital, no Congresso, nas Assembleias e Câmaras, no Tribunais e Comarcas, nas delegacias, nos salões de beleza, nas filas dos bancos, nas academias de ginástica e em todas conversas, debates e discursos de todas as instituições públicas e privadas do país. De antemão já se sabe que os intelectuais selecionados servirão de ícones e verdadeiros fabricantes de opiniões, de penteados, de cacoetes, de enriquecimento da língua nacional, dos conhecimentos mais relevantes da pós-modernidade e das condutas mais virtuosas para o engrandecimento da patriamada. Com certeza, baterá todos os recordes de audiência, demonstrando cientificamente a grande máxima do primeiro escriba peró que aqui aportou, de que aqui, em se plantando, tudo dá – jeitinho, manobras, camuflagens e prestidigitações, os símbolos mais nobres da nossa índole. Haverá até concurso para ver qual tipo de intelectual será seguido, copiado e adorado – definindo-se evidentemente quais serão os heróis prediletos e, também, os vilões que serão contemplados com o opróbrio geral -, cultuados tanto pela mídia nacional, como por todas as gentes de todos os quadrantes de Pindorama. Devotados estarão noitedia louvando ou condenando aqueles e aquilo que for feito na alcova, na cozinha, na mesa da sala, na piscina e em todos os cafundós da residência faustosa - mantida à custa de merchandising, propaganda subliminar e pelo verdadeiro desvelo de como atua e funciona a mão invisível -, que acomodará os grandiosos vultos da nossa futura história. Será, sem dúvida, um movimento tão importante que servirá de símbolo pátrio, a exemplo da bandeira, do hino e de todas as insígnias representativas da nação. Será tão devastador que, bastou seu anúncio, já provocou uma verdadeira debandada no que de mais original existe na terrinha boa de Alagoinhanduba: o Big Shit Bôbras (BSB). A primeira baixa foi o desengate do Padre Bidião da sua inseparável beata, baixando a batina e arrastando o chinelo para participar de tal evento, seguido na hora pelo Doro e todos os comparsas que engrossavam a participação de tão singelo espetáculo da paróquia. Sobraram apenas as mulheres que se viram tão escanteadas e de mãos abanando que resolveram, de pronto e com a revolta mais aguda de suas vidas, a criação de uma original e verdadeira greve de sexo para quando os inconfidentes retornarem ao rincão. Já se vê que o negócio está pegando e que, indubitavelmente, vai pegar mais. Enquanto isso, vamos aprumar a conversa aqui e aqui.

PICADINHO
Imagem: a arte da artista visual Julia Broad.


Curtindo a música Qualquer Coisa a Haver Com o Paraíso (Milton Nascimento - Flávio Venturini) com Milton Nascimento & Peter Gabriel e todo o álbum Angelus (1994), em que o Milton reúne além desse convidado outros como Pat MNetheny, John Anderson, Wayne Shorter, James Taylor, Herbie Hancok, entre outros. Veja mais aqui.

EPÍGRAFEQuid legis sine moribus, frase utilizada nas Memórias, do escritor, músico, historiador e sociólogo Alfredo d'Escragnolle Taunay (1843-1899): Constituições magníficas, pactos fundamentais, cheios de rutilantes promessas, mas daí à prática vai um mundo; tudo letra morta... Demais, quid leges sine moribus? [...]. Veja mais aqui.

CULTURA, ARTE & PÓS-MODERNIDADE - No livro Cultura de consumo e pós-modernismo (Nobel, 1995), do sociólogo e editor britânico Mike Featherstone, encontro que: [...] São pessoas fascinadas com a identidade, a apresentação, a aparência, o estilo de vida e a busca incessante de novas experiências [...] Atuando entre a mídia e a vida intelectual, acadêmica e artística, eles promovem e transmitem o estilo de vida dos intelectuais e artistas para um público mais amplo e se aliam a eles, intelectuais e artistas, para converter temas menos nobres, como moda, esporte, musica popular, cultura popular, em campos legítimos de análise intelectual e hierarquias simbólicas que se baseavam em distinções pretensamente nítidas entre alta cultura e cultura de massas, além de contribuir para educar e criar um público maior e mais receptivo para os bens e experiências artísticos e intelectuais. Veja mais aqui.

REFLEXÃO IMORAL – No livro Memórias póstumas de Brás Cubas (1881 - W. M. Jackson Inc, 1938), do escritor Machado de Assis (1839-1908), encontro o trecho que ele fala de uma reflexão imoral: Ocorre-me uma reflexão imoral, que é ao mesmo tempo uma correção de estilo. Cuido haver dito, no capítulo XIV, que Marcela morria de amores pelo Xavier. Não morria, vivia. Viver não é a mesma cousa que morrer; assim o afirmam todos os joalheiros desse mundo, gente muito vista na gramática. Bons joalheiros, que seria do amor se não fossem os vossos dixes e fiados? Um terço ou um quinto do universal comércio dos corações. Esta é a reflexão imoral que eu pretendia fazer, a qual é ainda mais obscura do que imoral, porque não se entende bem o que eu quero dizer. O que eu quero dizer é que a mais bela testa do mundo não fica menos bela, se cingir um diadema de pedras finas; nem menos amada. Marcela, por exemplo, que era bem bonita, Marcela amou-me... [...]. Veja mais aqui e aqui.

TRÊS SONETOS DE AMOR – No livro Sonetos e outros poemas (FTD, 1994), do poeta português Manuel Maria Barbosa l´Hedois du Bocage (1765-1805), destaco inicial um dos seus belos sonetos, o primeiro: Fiei-me nos sorrisos da Ventura, / em mimos feminis. Como fui louco! / Vi raiar o prazer; porém tão pouco / momentâneo relâmpago não dura. / No meio agora desta selva escura, / dentro deste penedo úmido e oco, / pareço, até no tom lúgubre e rouco, / triste sombra a carpir na sepultura. / Que estância para mim tão própria é esta! / Causais-me um doce e fúnebre transporte, / áridos matos, lôbrega floresta! / Ah!, não me roubou tudo a negra Sorte: / inda tenho este abrigo, inda me resta / o pranto, a queixa, a solidão e a morte. O segundo: A teus mimosos pés, meu bem, rendido, / confirmo os votos que a traição manchara; / fumam de novo incensos sobre a ara, / que a vil ingratidão tinha abatido. / De novo sobre as asas de um gemido / te ofr’eço o coração, que te agravara; saudoso torno a ti, qual torna à cara, / perdida pátria o mísero banido. / Renovemos o nó por mim desfeito, / que eu já maldigo o tempo desgraçado / em que a teus olhos não vivi sujeito; / concede-me outra vez o antigo agrado; que mais queres: eu choro, e no meu peito / o punhal do remorso está cravado. Por fim, o terceiro: Os garços olhos, em que Amor brincava, / os rubros lábios, em que Amor se ria, / as longas tranças, de que Amor pendia, / as linda faces, onde Amor brilhava; / as melindrosas mãos, que Amor beijava, / os níveos braços, onde Amor dormia, / foram dados, Armânia, à terra fria, / pelo fatal poder que a tudo agrava. / Segui-te Amor ao tácito jazigo. / Entre as irmãs cobertas de amargura. / E eu que faço (ai de mim!) como os não sigo? / Que há no mundo que ver, se a Formosura, / se Amor, se as Graças, se o prazer contigo / jazem no eterno horror da sepultura? Veja mais aqui e aqui.


AS MALVADAS & ATRAVÉS DA TELA - A trajetória da atriz, cantora e compositora Alessandra Maestrini, começou quando ela passou a integrar a temporada 1997/98 da peça teatral As malvadas, seguindo-se Ó abre alas (1999), Aí vem o dilúvio (1999), Rent (1999/2000), Les misérables (2002), Mamãe não pode saber (2002), A ópera do malandro (2003), O casamento do pequeno burguês (2004), Utopia (2006), A ópera do malandro Em concerto (2007), 7, o musical (2007/2008), Doce deleite (2009) e New York, New York (2011/2013). No cinema ela atuou nos filmes Fica comigo esta noite (2006), O labirinto (2007), Polaroides urbanas (2008), Primeiro ato (2009) e Através da tela (2009). Também tem feito muito sucesso na televisão, na qual atualmente participa do elenco do Toma lá, dá cá. Veja mais aqui.

FICA COMIGO ESTA NOITE – A comédia Fica comigo esta noite (2006), dirigido por João Falcão e baseada na peça homônima de Flávio de Souza, conta a história de um casal de jovens que se conhecem ainda jovem e se casam alguns anos mais trade, atravessando uma crise no casamento. Isso acontece na mesma época em que o marido morre assim, repentinamente, acontecendo o fato de que ele não sair sem se despedir e precisando resolver tudo com ela. Com isso, traz o enredo de uma história de um amor desgastado pelo cotidiano, reavivado na situação limite da morte. O destaque do filme, como não poderia deixar de ser, vai para a atriz Alessandra Maestrini. Veja mais aqui.

IMAGEM DO DIA
 O repouso do escultor (1933), do pintor, escultor, ceramista, cenógrafo, poeta e dramaturgo espanhol Pablo Picasso (1881-1973). Veja mais aqui.

DEDICATÓRIA
A edição de hoje é dedicada à atriz, escritora e roteirista Maria Martha.

AS PREVISÕES DO DORO PARA 2016
Confira as previsões dos signos e as simpatias aqui.

LEITORA TATARITARITATÁ
Imagem: foto de Fox Harvard.