terça-feira, agosto 25, 2015

ROGERS, GREENAWAY, FREI BETTO, STOCKHAUSEN, GOODRIDGE, SOCIODRAMA & FENELIVRO.


VAMOS APRUMAR A CONVERSA? A ATIVIDADE ARTISTICA COM FUNÇÃO ALTERNATIVA PARA O DESENVOLVIMENTO DO MUNICÍPIO (Fotos: Givanilton Mendes. Matéria A Região, ano I, nº 2, Dez/1983 / Artigo: A Região, Ano I, nª 5, 1984) – Após o lançamento do livro A intromissão do verbo (Pirata, 1983), fui convidado pelo então presidente da Fundação de Hermilo Borba Filho, poeta Juareiz Correya, para a Coordenadoria de Estudos e Pesquisas da Fundação, pela qual desenvolvi a palestra A atividade artística como função alternativa para o progresso do município, ministrada no auditório do Teatro Cinema Apolo e registrada na edição de dezembro de 1983, da recém-criada revista A Região – lançada no dia 15 de outubro de 1983, da qual eu fazia parte do conselho editorial. Fui convidado, então, a ministrar essa palestra em diversas instituições locais, bem como em cidades vizinhas atendendo convite das prefeituras da região. O foco principal da palestra estava no levantamento do acervo artístico e cultural da região, para catalogação e programação de eventos que pudessem se tornar um calendário aliado e de valorização do patrimônio histórico e turístico. Para facilitar o acesso às ideias defendidas e requisitadas pelas pessoas, fiz publicar o artigo homônimo nova edição de A Região (1984), trazendo detalhes da ideia para difusão em toda região Mata Sul de Pernambuco. E vamos aprumar a conversa aqui, aqui, aqui e aqui.


Imagem: Nude on a sofá, 58 huile 25 x 32, do pintor canadense Goodridge Roberts (1904-1974).


Curtindo o álbum – livro e cd - Kurzwellen (1968), do compositor alemão Karlheinz Stockhausen (1928-2007).

GRUPOS DE ENCONTRO – O livro Grupos de encontro (Matins Fontes, 2009), do psicólogo norte-americano e criador da abordagem psicoterapeuta Terapia Centrada na Pessoa, Carl Rogers (1902-1987), trata sobre origens e objetivos do movimento de grupos, modalidades e formas diferentes, linhas comuns, o processo de grupo, medo criado pelo movimento, o processo do grupo de encontro, fracassos, desvantagens, riscos, contexto filosófico e atitudes, função da criação de ambiente, aceitação do grupo, aceitação do individuo, compreensão empática, confrontação e feedback, expressão dos problemas, a mudanças nas pessoas, nas relações e nas organizações, a pessoa isolada e as suas experiências em grupo, campos de aplicação, construindo capacidades facilitadoras, entre outros assuntos. Da obra destaco o trecho: [...] No futuro perturbado que está à nossa frente, o movimento da experiência intensiva de grupo está ligado a problemas profundos e significativos que têm que ver com mudança. Mudanças que acontecem nas pessoas, nas instituições, na nossa alienação urbana e cultural, nas tensões raciais, nos conflitos internacionais, nas nossas filosofias e valores, na nossa própria imagem do homem. é um movimento profundamente significativo, e o seu caminho futuro terá, para melhor ou para pior, uma profunda influencia em todos nós. Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.

BATISMO DE SANGUE – O premiado livro – Premio Jabuti 1863 - Batismo de Sangue: Os dominicanos e a morte de Carlos Marighella (Bertrand Brasil, 1987), do teólogo e escritor Frei Betto, conta os bastidores do regime militar com a participação dos frades dominicanos na resitência à ditadura, a morte de Carlos Marighella e as torturas sofridas por Frei Tito. O livro foi adaptado para o filme homônimo em 2007, dirigido pelo cineasta Helvécio Ratton. Da obra destaco o trecho inicial: Foi na realidade uma noite do povo, publicou O Globo em sua edição do dia seguinte. Espetáculo de gala no estádio do Pacaembu, em São Paulo. Pelé teria festejado seu grande dia se o resultado fosse ao contrário. Mas foi o Coríntians que marcou quatro gols no Santos. Magnífica atuação do time do Parque São Jorge. A equipe praiana fez apenas um tento. E não foi de Pelé, foi de Edu. Os portões foram franqueados ao público. Arquibanca das repletas, torcidas excitadas, tambores, cornetas e apitos alegrando a noite de terça-feira, 4 de novembro de 1969. Bandeiras coloridas flutuavam sobre a multidão que aplaudia o desempenho de seus times. Bem que Pele tentou. Mas não seria ainda dessa vez.Quando ele dominava a bola, o coração da torcida batia acelerado. Poderia ocorrer a qualquer momento. Rivelino, porém, roubou-lhe a noite e balançou a rede adversária duas vezes. Pelé permaneceu na soma de 996 gols ao longo de sua brilhante carreira. Não seria ainda dessa vez que ele marcaria o milésimo gol. A contagem foi aberta aos 25 minutos. Rivelino centrou forte para a pequena área, Ivair entrou livre e tocou a bola para dentro da meta do goleiro santista. A torcida corintiana explodiu: a euforia reboava, as cornetas soavam estridentes, as baterias assemelhavam-se a disparos acelerados de canhões em salvas de tiros. Aos 32 minutos, Benê tentou cortar Joel e Ramos Delgado, sendo derrubado pelo primeiro. De pé esquerdo, Rivelino bateu a falta, chutando entre a barreira do Santos para ver a pelota enroscar-se no fundo da cidadela de Agnaldo. No intervalo do jogo, a torcida movimentava-se, agitada. O cheiro de suor misturava-se ao hálito úmido do clima chuvoso da noite quente, Dedos nervosos cruzavam, entre mãos estendidas, dinheiro, pipocas, refrigerantes, sanduíches, amendoim torrado. Possantes holofotes cobriam com um véu branco o gramado verde do Pacaembu. Nos vestiários, os times recobravam fôlego. De súbito, um ruído metálico de microfonia ressoou pelo estádio. Um ajustar de ferros puxados por corrente elétrica. Cessaram as batucadas, silenciaram as cornetas, murcharam as bandeiras em torno de seus mastros. O gramado vazio aprofundou o silêncio curioso da multidão. O locutor pediu atenção e deu a notícia, inusitada para um campo de futebol: Foi morto pela policia o líder terrorista Carlos Marighella.Augusto Marighella viera de Ferrara para a Bahia acompanhado de outros imigrantes do Norte da Itália. Era de Emilia, terra de destacados líderes italianos, como o fascista Mussolini e o socialista Nenni. Seus olhos claros refletiam a esperança que o animava. Mecânico de profissão, socialista de idéias, trazia consigo a experiência emergente do sindicalismo europeu. A baiana Maria Rita fixou o coração de Augusto em terra brasileira. Descendia ela dos negros haussás, escravos africanos trazidos do Sudão, sempre rebeldes à privação da liberdade. Moravam à Rua do Desterro, 9, na Baixa do Sapateiro, onde a 5 de dezembro de 1911 nasceu o filho Carlos. É dura a vida de operário, nesta terra quem não é doutor não tem vez, sabia Augusto. A mulher não queria os oito filhos subjugados como seus ascendentes negros; queria-os livres, senhores de seu destino. Os pais não pouparam esforços para que Carlos ingressasse, aos 18 anos, no curso de Engenharia Civil da antiga Escola Politécnica da Bahia. [...] Também destaco dois dos seis poemas de Frei Tito publicados no livro, que se suicidou no seu exílio na França, A Mulher: Vestiste de brancas nuvens e de sol azul / foste musa dos deuses; / de Baco, foste a primeira dama. / Alegraste corações, criaste profundezas. / Nos teus seios, pousou a mais bela borboleta / porque os tornaste esplendorosos como uma Rosa. / Rosa que cheira; / Rosa que atenta; / Rosa que ama. / Sois toda pura, / Ó formosa e bela mulher. Também Se o Céu e a Terra: Se minh'alma é morta, quem a ressuscitará? / De noites sombrias, / de luzes opacas. / Meu espírito geme em dores. / Meu coração bate como o tic-tac de um relógio / em busca do ser quando este ser é o nada. / Minha vida encerra-se em um eterno dilema: / O ser e o não-ser, / viver é ver, / ver estrelas, / ver flores, / ver a infinita beleza de um ser criador. / Não busco o céu, mas talvez a terra, / um paraíso perdido. / Se o céu é terra, nele eu me movo como um ser / moribundo: experiência, experiência do meu viver. / Em luzes e trevas derrama o sangue da minha existência. / Quem me dirá como é o existir / Experiência do visível ou do invisível? / Se o invisível é visível, para que ver? / Meu ver é sofrer, num mundo oculto / de minha profundeza: minha singularidade. / Talvez minha simplicidade complicada. / Há razões para o não-ser, / pois no nada, no vazio, / encontre uma chama que apanhe um absoluto. / Mas aonde? / Em que terra? / Olho todos os dias as estrelas, olhar singelo / de um infinito, tão vasto quanto a distância de seu brilho / Talvez elas sejam os olhos de Deus, do Deus criador / sem data. Veja mais aqui.

SOCIODRAMA – No livro O agente social que transforma: o sociodrama na organização de grupos (Ágora, 2004), de Marlene Magnabosco Marra, encontro a parte que trata do Sociodrama – perspectiva teórica e metodológica, da qual destaco o trecho: [...] O sociodrama como método de tratamento possibilita enfrenta a complexidade da realidade por promover o envolvimento de todos os atores sócias (família, conselheiros, pesquisadores) de forma presencial – a microrrealidade e a comunidade, organizações sociais, institucionais, mediante a macrorrealidade contida nas referências dos participantes (contexto social). Favorece também a mobilização popular, a transformação de conceitos, a construção de serviços alternativos por ser considerado um suporte clínico-educativo, uma clínica social, uma socioterapia in loco, uma vez que promove intervenções psicossociais com a perspectiva de confirmação e ampliação da competência e das estratégias construídas pelo grupo. Todos participam da construção, conformando o pensamento de Santos (1998) de que todo conhecimento é autoconhecimento. [...] No sociodrama, trabalhamos com os conteúdos sociodinâmicos, objetos da educação não só no sentido da educação formal (ensino), mas como um meio de continuidade social, de mudança, de transformação. [...] No sociodrama, as pessoas são levadas a investir e experienciar como se sentem ao receber uma nova informação e ao avaliar as impressões subjetivas e os sentimentos que têm a esse respeito. [...] O treinamento da espontaneidade é um modo imprescindível a qualquer programa que vise modificar o comportamento das pessoas no sentido do compromisso com novas aprendizagens para os relacionamentos interpessoais [...] O sociodrama cria um espaço para o desempenho espontâneo de papeis, possibilitando desvendar as determinações culturais de um grupo, suas redes sociais e a tomada de consciência da situação e da condição de cada participante em certo contexto social. [...] Veja mais aqui.

THE DRAUGHTSMAN’S CONTRACT – O filme The Draughtsman's Contract (O Contrato do Amor, 1982), do cineasta e artista multimídia britânico Peter Greenaway, conta uma história que se passa no campo Inglês em 1694, na qual um um desenhista é chamado por uma senhora para fazer doze desenhos de sua casa a partir de ângulos diferentes. Ele concorda, contanto que ele pode ter a senhora para seu prazer íntimo. Ele é um perfeccionista e muito meticuloso em seus desenhos, exigindo que cada uma das pessoas da casa sigam suas regras, sobretudo o que tem para permanecer no mesmo lugar enquanto ele desenha. A partir de então, coisas estranham começam a acontecer: estátuas de pedra começar a se movimentar e ocupar locais diferentes para contorcer em outra postura estática, objetos começam a mudar de local para confundir em seus desenhos, até acontecer momentos de chantagens e violência. Veja mais aqui e aqui.

FENELIVROAcontecerá entre os dias 28 de agosto e 7 de setembro, no Centro de Convenções de Pernambuco, a I Feira Nordestina do Livro (Fenelivro), um evento gratuito com realização da Associação do Nordeste de Distribuidores e Editores de Livros (Andelivros) e da Câmara Brasileira do Livro (CBL), em parceria com a Companhia Editora de Pernambuco (Cepe). No dia 30 de agosto acontecerá a Noite Alagoana no evento, na qual realizarei palestra ao lado dos convidados Arriete Vilela, Carlito Lima e Eduardo Proffa. Veja detalhes aqui e aqui.

IMAGEM DO DIA
 
Espetáculo de ballet Lecuona, do Grupo Corpo, com coreografia de Rodrigo Pederneiras, música de Ernesto Lecuona (1895-1963), cenografia e iluminação de Paulo Pederneiras e figurino de Freusa Zechmeister.


Veja mais no MCLAM: Hoje é dia do programa Tataritaritatá, a partir das 21 hs, no blog do Projeto MCLAM, com a apresentação sempre especial e apaixonante de Meimei Corrêa.
Na programação: Leonard Bernstein & Gershwin, Pat Metheny, Jean Michel Jarre, Salif Keita, Fernanda Takai, Ray Charles, Selma Reis, Nando Lauria, Cláudia Telles, Roupa Nova, Milton Nascimento, Djavan, Maria Bethania & Chico Buarque, Oswaldo Montenegro, Trio Hamilton de Holanda, Marcos Suzano & Marcos Morelenbaum, Daniel Pissetti Machado, Mazinho, Mônica Brandão, Elisete Retter, Lyara Velloso, Ibys Maceioh, Elvis Costello, Billy Ray Cyrus, Alexandra Burke, Etta James, Rita Porto, Marco Tognoli, Lilian Pimentel, Carlos Miúdo, Carlinho Motta, Nuno Baez, Tribalistas & muito mais. E para conferir online acesse aqui.

VAMOS APRUMAR A CONVERSA?
Foto: Leitora de Fox Harvard
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