quarta-feira, setembro 17, 2008

NIETZSCHE, LEZAMA LIMA, SÓCRATES, CATHERINE LA ROSE, DERINHA ROCHA, DRICA NOVO & LITERÓTICA


 
Art by Catherine La Rose. Veja mais aqui.

LITERÓTICA: Imagem: Art by Derinha Rocha - I - USO & ABUSO - O olhar. E eu vejo o meu verso indeciso nas suas entremanhãs. Nas suas manhas vãs. E sou mais que herói na sua retina. A ponto de afinar as necessidades e ela com vaidade me segura com toda travessura pr´eu não ir embora. Agora? Não, nunca, só ela que adunca acha que posso ir embora. É canção. E ouço. Função por todo meu osso. De dor e prazer eu canto. Rigor e lazer, seu manto. E ela me ouve mortal criatura como se eu tivesse a candura de enfeitiçá-la. Quando na sala ela está nua para que eu a possua até o final dos tempos. Toco seu corpo, sua pele macia. É puro conforto quando vasculho sua alvenaria. É perfume no ar. É o seu cheiro a me fazer levitar no seu ventre com seu grito ancestral entre os dentes e a vida caindo na sua face sorrindo o atlântico sol. É quando ela se desmancha na minha boca ancha com o seu gosto singular: o meu verso incisivo a poetar na sua carne cunhã que usufruo com afã seu sabor de caju, maracujá, de abacaxi, de cajá. É quando ela foca e com a ponta da língua ela toca todos os meus poros, eu só revigoro e me rendo de paixão com ela estirada inteirinha na palma da minha mão. II – A REFÉM - No meio da tarde, a plenitude do dia. É quando ela, heroína minha, se faz repleta de gozo, vencedora de todos os desafios da carne e da alma. Aí ela se revela em suas orações e súplicas quando então se ajoelha e contrita no meu sexo bebe do meu gozo e faz seu rosário como quem jamais se farta e terá sempre em abundancia. E haverá de sempre comer e beber em mim a sua vida e colher os lírios do campo. E à sua vida mais lhe acrescento e ela glorifica porque derramo sobre seu corpo toda a glória da vida: porque sou o mar que invade a terra e ela a ilha que se deixa inundar pela minha voraz vontade de tê-la integral e totalmente minha. Porque na nossa contenda eu sou a orca e ela o leão marinho. Porque sou o urubu-rei cravando a minha marca para sempre sobre o seu domínio. Porque sou eu a torcida do Flamengo fanatizada por seu jeito, feito o Abaporu cada vez mais forte, viril e supremo por haver sugado e me abastecido de toda sua vitalidade. Porque sou seu ídolo de adoração e ela a deusa da minha veneração. E sobre sua majestade e submissão eu ergo a taça da nossa mútua vitória. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.


Imagem: Art by Derinha Rocha

DITOS & DESDITOS - Nos milênios exigidos por uma cultura, onde a imagem atua sobre determinadas circunstâncias excepcionais, ao converter-se o fato numa vivente casualidade metafórica, é onde situam-se essas eras imaginárias. A história da poesia (ou a poesia da história - acrescentaríamos) não pode ser outra coisa senão o estudo e a expressão das eras imaginárias. Pensamento do escritor cubano Lezama Lima (1910-1976). Veja mais aqui.

A DEFESA DE SÓCRATES - O filosofo grego Sócrates nasceu em Atenas, cidade da Grécia, e ali viveu de 470 a 399 a.C. Não levava uma vida quieta, negligenciou riquezas, negócios, postos militares, tribunas, funções públicas e passava a maior parte do seu tempo nas praças dos mercados e nas ruas onde conversava com toda a sorte de pessoas levando-as a refletir sobre a vida e os costumes, sobre o bem e o mal. Este filosofo defendia que o mais inteligente é aquele que sabe que não sabe, isto contrapondo á ideia dos sofistas que eram pessoas estudadas que se diziam sábias, versadas em determinados assuntos e que ganhavam a vida ensinando aos cidadãos atenienses a, principalmente dominar a arte de bem falar, a retórica, Sócrates, tentou mostrar aos cidadãos atenienses que algumas normas são realmente absolutas e de validade universal. Para ele, o fim da educação era ministrar saber ao indivíduo pelo desenvolvimento de seu poder de pensamento e isto contrariava à classe dominante. Sócrates em toda a sua vida não escreveu nem publicou nenhuma obra. Suas ideia foram propagadas pelos discípulos Platão e Xenofonte, sendo por eles reunidas em publicações com aspectos morais e práticos o que o fez ser tradicionalmente considerado como um marco divisório da história da filosofia. Sua vida foi estar nas ágoras, ou seja, nas praças da cidade e nos mercados, conversando com as pessoas que lá encontrava, sempre dando demonstrações de que era preciso unir a vida concreta ao pensamento, unir o saber ao fazer, a consciência intelectual à consciência prática ou moral. Nunca deu importância à posição socioeconômica de seus discípulos. Dialogava com ricos e pobres, cidadãos e escravos. O que importava eram as condições interiores, psicológicas, de cada pessoa, pois essas condições eram indispensáveis ao processo de autoconhecimento. Seus ensinamentos eram voltados para a busca exclusiva da verdade, para a independência dos desejos pelos humanos, a ética em primeiro lugar permeando as ações morais e a dedicação reta e firme na defesa do verdadeiro. Por sua postura diante de todos e da democracia ateniense, da qual não participava a maioria da população, composta de escravos, estrangeiros e mulheres, Sócrates foi considerado subversivo, razão pela qual, houve então o fato de que um dia, Querofone que era amigo de infância de Sócrates, inquiriu do Oráculo de Delfos, quem seria o homem mais inteligente, obtendo a resposta que seria Sócrates e este, ao saber disso, iniciou investigações acerca da sapiência dos conterrâneos, resolvendo submetê-lo a exames filosóficos. Foi quando constatou que os demais inquiridores não eram sabiam como presumiam ser, uma vez que passou a expor a fraqueza de pensamento de todos, passando a amealhar antipatias que o levou ao tribunal acusado de corruptor da juventude, de investigar fenômenos celestes e tudo que pudesse haver entre a terra e o céu ignorando a existência dos deuses. Ademais, ele se recusava ao culto devido aos deuses do Estado, o que levava á ameaça de introduzir entidades que pervertiam a mocidade e levando-a cometer os mesmos crimes de ateísmo contra a ordem vigente. Assim acusado, ele, então, defendeu-se apenas para cumprir a lei. Em sua defesa alegava que seus acusadores não apresentavam nenhuma testemunha de que recebesse qualquer compensação das supostas persuasões e o acusaram com tanta imprudência, porém ele tinha um testemunho suficiente do que dizia, ou seja, a própria pobreza. Dizia que nunca foi mestre de ninguém; que sempre era procurado por jovens e velhos e nunca os recusavam. Devido ao bem que fazia aos cidadãos de Atenas, deveria ser exaltado, como eram os vencedores olímpicos e ser, as expensas do Estado, nutrido no Pritaneu. Para ele, seria preferível morrer sem filosofar. Há que se considerar que suas ideia representavam uma ameaça social, na medida em que era vista como desrespeitando a ordem vigente e dirigindo suas atenções para as pessoas, sem fazer distinções de classe ou posição social. Na sua defesa, ele expôs sua conduta articulada com o bem do Estado, exigindo testemunhos contra ele, sem súplicas nem lamúrias, negando aceitar o desterro. Por esta razão, foi recolhido num cárcere, sendo julgado e condenado à morte ingerindo um cálice de cicuta, um veneno extraído de uma planta do mesmo nome. Morreu Sócrates em 399 a.C. com 71 anos de idade. Suas ideia passaram pela determinação do verdadeiro objeto da ciência que, para ele, não era sensível nem particular e sim inteligível, obtida pelo processo dialético denominado de indução, ou seja, na comparação eliminando-se as diferenças e qualidades, nem possuindo o caráter da demonstração, mas retendo o elemento estável, comum e permanente. Neste sentido, para ele a essência da coisa é a natureza, o que fazia com que ele se expressasse de forma didática e polêmica por meio de diálogos que se confrontavam entre a instrução e a contestação, buscando a contradição até chegar na ironia socrática da ignorância. Além disso, por meio da introspecção ele desferia sua arguição formada por múltiplas perguntas de caráter indutivo para se chegar ao geral num processo denominado de maiêutica, efetuando assim o parto das ideia. Neste processo ele traz o apotegma de que se deve conhecer a si mesmo antes de tudo. Registra então Platão três momentos definidos na defesa socrática. A primeira, confere o discípulo socrático, que Sócrates enfrenta a todos e contra-argumenta sempre com ironia e lucidez todas as causas de seu julgamento, quando expõe corajosamente as verdadeiras razões que o levaram até ali e, diante da pessoa de Meleto, desenvolve a discussão final de sua vida contra o poder arrogante e a inveja. O segundo momento platônico da defesa socrática se dá com o enfrentamento direto que vai dar no terceiro momento onde o acusado ciente de sua inevitável condenação à morte, demonstrou-se mais ainda corajoso e firme no seu propósito da verdade com um discurso forte, imponente e seguro, desafiando a todos a aprenderem a amizade, filosofia, verdade e caráter, na busca da essência das coisas e das ideias, despojando-se da reputação, riqueza e poder. Sócrates defendia que o bem pensar leva ao bem viver e que o objetivo humano deve ser o conhecimento perfeito do próprio homem dentro do aspecto moral, professando a imortalidade da alma, a espiritualidade, a vontade com inteligência, os conhecimentos intelectual e sensitivo, tornando-se, pelo visto, a moral ser a parte culminante de sua filosofia. Defendia mais o filosofo que a virtude é a o único meio do homem se assemelhar a Deus e alcançar a felicidade, e que esta virtude só se adquire com a sabedoria, reconhecendo a lei natural que é universal, expressão da vontade divina, fonte primordial do direito positivo e independente do arbítrio humano, sendo cético quanto aos aspectos metafísicos e cosmológicos. Observa-se que o filosofo grego processou uma verdadeira reforma filosófica determinando a indução dialética como método, baseada na ética e fundando com isso uma grande escola que o fez ser considerado ainda hoje, como o maior e mais marcante filósofo da história da filosofia ocidental. REFERÊNCIA: PLATÃO. Apologia de Sócrates. São Paulo: Martin Claret, 2007. Veja mais aqui e aqui.

ZARATUSTRA – [...] Valores às coisas conferiu o homem, primeiro, para conservar-se – criou, primeiro, o sentido das coisas, um sentido humano! Por isso ele se chama “homem”, isto é: aquele que avalia. Avaliar é criar: escutai-o, ó criador! O próprio avaliar constitui o grande valor e a precisiodade das coisas avaliadas. Somente há valor graças à avaliação; e, sem a avaliação, seria vazia a noz da existência. Escutai-o, é criadores! [...]. Trecho da obra Assim falou Zaratustra (Europa América, 1988), do filósofo e poeta alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900). Veja mais aqui e aqui.


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MUSA DA SEMANA: DRICA NOVO 
DRICA NOVO – Ela é cantora, compositora e webdesigner. Também é guitarrista e começou a tocar aos doze anos nas bandas de rock da cidade, influenciada pelo Kid Abelha, Barão Vermelho, Dulce Quental, entre outros.




Estudou teoria e violão na Escola de Música Villa-Lobos e guitarra com professores particulares, além de ter estudado canto com Jú Cassou (Popular), Dilza Neves (Lírico) e com Suely Mesquita (Técnica Vocal).




Seu cd, Em tempo, foi produzido inicialmente por Carlos Trilha e Fernando Morello e finalizado por Arthur Maia. Também conta com uma faixa bônus produzida por Marcelo Salazar.




Ela é linda, aniversariou ontem e para conhecer melhor acesse o belíssimo sítio dela: Parabens, Drica Novo.



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