OS
ABORÍGENES: DAS SOCIEDADES PRIMITIVAS DE PINDORAMA AOS CAETÉS - “Adão
antes do pecado não fora mais inocente do que esta gente” (Carta de Pero Vaz de
Caminha). As
sociedades primitivas que habitavam a terra de Pindorama se encontram nomeadas
e elencadas por Quadros (1967, p. 94) sob a seguinte nomenclatura: Os aborígines do Brasil, de modo resultam de
migrações sucessivas, ocorridas em épocas diversas, algumas, há muitos séculos.
[...] Parece que os mais antigos e mais
conhecidos povoadores do território foram os tupis-guaranis. Estabeleceram-se
principalmente no litoral, embora também encontrados nas regiões centrais do
Xingu e do Tapajós, divididos em uma infinidade de tribos e grupos. Tais
informações resultam de que o território brasileiro, especialmente o
nordestino, era ocupado pelas tribos indígenas denominadas Potiguaras,
Tabajaras, Caetés, Abacatiaras, Aconans, Cariris, Coropatis, Mariquitos,
Chucurus, Umans, Vouvés, Chacós, Pipianos, Coropotós e Carijós, todos
descendentes dos tupis-guaranis. Na ótica de Bueno (2003, p. 94): Os tupis eram um grupo de
caçadores-coletores-horticultores que, como vários outros povos nativos do novo
mundo, praticava uma agricultura incipiente. Mandioca, feijão e cará
constituíam a base de sua alimentação. Fumavam tabaco e bebiam caium, um
fermentado de mandioca, e eram grandes caçadores e pescadores. Dominavam a
técnica da cerâmica. Viviam em aldeias, andavam nus, mas adornavam o corpo com
requinte. Uma das características mais marcantes dos tupis era a prática da
antropofagia: cativos de outras tribos eram devorados em um complexo ritual
repleto de significados. Por mais de mil anos, assim transcorrera a vida e a
morte em Pindorama. As tribos tupis, segundo o próprio Bueno (2003, p. 21),
dominavam o atual litoral brasileiro resultando em várias ramificações, entre
eles: “[...] Os tupiniquins (filhos do
tupi) eram inimigos dos tupinambás (descendentes do tupi), enfrentando também
os tamoios (os avós) e aos caetés (filhos da mata)”. Essas guerras
intertribais estavam relacionadas com a conquista de territórios, a vingança e
a antropofagia. Em Pernambuco predominavam as tribos tabajaras e caetés. Os
tabajaras ocupavam os atuais estados de Pernambuco e da Paraíba. Já os caetés
viviam da ilha de Itamaracá, em Igarassu, Pernambuco, até a foz do rio São
Francisco. Os caetés eram oriundos do tronco tupi, parentes dos tupinaés e
tupinambás, tem em seu nome oriundo de cau-ete,
que significa mata primitiva, constituída das árvores gigantescas da mata
atlântica. Na Carta de Pero Vaz de Caminha, os caetés são identificados como: A feição deles é parda, algo avermelhada: de
bons rostos e bons narizes. Em geral são bem feitos. Andam nus, sem cobertura
alguma. Não fazem o menor caso de cobrir ou mostrar suas vergonhas, e nisso são
tão inocentes como quando mostram o rosto. Também é encontrado o perfil
caeté no relato de Bueno (2006, p. 234), como sendo: Emplumados e belicosos, os nativos reunidos à beira-mar pertenciam à
nação caeté. Seu território tribal estendia-se da margem esquerda do São
Francisco à ilha de Itamaracá, em Pernambuco, prolongando-se, em intervalos
espaços, até os arredores de onde hoje fica João Pessoa, capital da Paraíba.
Por esta razão, em conformidade com os estudos realizados Gama (2002), os
índios caetés eram os primitivos habitantes da região compreendida hoje entre o
Cabo de Santo Agostinho, em Pernambuco, e a foz do rio São Francisco, na divisa
entre Alagoas e Sergipe, registrando que eles possuíam estatura média e
compleição robusta, sendo exímios pescadores e caçadores, construtores de
embarcações e que cultivavam milho, feijão, fumo e mandioca. Veja mais aqui,
aqui e aqui.
REFERÊNCIAS
BUENO,
Eduardo. Brasil: terra à vista! Porto Alegre: LP&M, 2003.
______.
Capitães do Brasil: a saga dos primeiros colonizadores. Rio de Janeiro:
Objetiva, 2006.
CASTRO,
Silvio. A carta de Pero Vaz de Caminha: o descobrimento do Brasil. Porto
Alegre: L&PM, 2003.
GAMA, Ana Maria Cardoso
de Freitas. A bacia do rio Pirapama. Recife: Projeto Marca D´Água – Relatórios
preliminares, 2002.
QUADROS,
Jânio. O pré-descobrimento, portugueses, índios e africanos. São Paulo: J.
Quadros, 1967.
Imagem: Stojaci akt, do artista plástico húngaro Miklos Mihalovits (1888-1960) veja mais aqui.
Curtindo o álbum Ludi Musici (Universe,
2007), da soprano catalã Montserrat
Figueiras (1942-2011). Veja mais aqui.
EPÍGRAFE – Mulier
recte olet ubi nihil olet, frase do dramaturgo romano Tito Mácio Plauto (255-185aC), recolhida da sua
peça teatral Mostellana, com o
significado de que a mulher cheira bem quando não tem nenhum cheiro. Veja mais
aqui.
ACMEÍSMO – Trata-se de um substantivo feminino
que significa ponta, parte aguçada de um objeto e que, figuradamente, é o ponto
mais alto, extremo de uma força, uma potência. Outrossim, tornou-se uma
corrente poética da literatura russa situada entre o movimento simbolista e o
Futurismo, por volta dos anos 1912-1913, buscando restabelecer algumas
tradições clássicas, sobretudo o culto da forma límpida na arte do verso. Os
poetas do grupo intitularam-se a si mesmo acmeistas, porque pretendiam elevar a
poesia russa ao ponto mais alto de perfeição formal. Assim, parecem
aproximar-se do Parnasianismo francês. Mas os acmeistas desprezaram os recursos
sonoros que caracterizam os poetas da Parnasse contemporânea. Eles procuraram
sobretudo a cristalinidade do verso e o equilíbrio da construção poética, a
expressão direta, a economia dos recursos e o realismo da linguagem que
caracterizaram a produção dos maiores poetas do grupo Ossip Mandelchtam e Anna
Akmatova. Veja mais aqui.
PAULO
E VIRGINIA – A união de
Paulo e Virgínia é um exemplo de amor puro e desinteressado, constante e capaz
de todos os sacrifícios. São esses os nomes dos personagens principais do
romance homônimo do escritor e botânico francês Bernardin de Saint-Pierre (1737-1814), publicado em 1788. A ação se
passa na antiga Isle de France, hoje Ilha Mauritius, outrora colônia francesa,
independente e situada em pleno oceano Índico. O romance é influenciado pela
obra Emile, de Jean-Jacques Rousseau, com suas cenas de paixão e renuncia.
Separada de Paulo, que é pobre, e mandada para a França pela mãe, para ali
completar a educação e fazer um casamento rico, Virginia a isso se recusa e volta,
deserdada, quando o navio, já à vista da ilha, naufraga e ela morre, também
morrendo, pouco depois, o desesperado amante que em vão se atirara ao mar para
salvá-la. Virginia só morre porque, na sua pureza, recusa despir suas pesadas
roupas, ou aceitar o auxilio de um marinheiro nu, que se oferece para salvá-la.
Moralista em excesso, encantam as passagens idílicas no belo cenário tropical
da ilha. Veja mais aqui.
HAICAIS – Entre os poemas da escritora,
professora e artista plástica Débora Novaes de Castro, destaco os seus haicais: I - noitinha no sítio / pernilongo azucrinando / luz de lamparina II - de madrugadinha / chuva fina no telhado / chaleira
chiando III - genuflexa a tarde / e
triste a juriti insiste / o horizonte arte IV – baú de lembranças / os laços ternos abraços / menina de tranças V -
do nosso galinho / penas apenas / casa do
vizinho. Veja mais aqui.
DOS
PALCOS AO ENGAJAMENTO NA GUERRA
- A atriz francesa Grabielle-Charlotte Réju (1856-1920), mais conhecida no
universo teatral francês como Mlle
Réjane, uma notável comediante que se tornou tão célebre em seu tempo
quanto Sarah Bernhardt ou Eleonora Duse, começando sua carreira no Theatre du
Caldeville, em 1875, quando começou a ser admirada por artistas como Marcel
Proust. Em 1906 ela abriu o seu próprio teatro em Paris, Ela esteve no Brasil
fazendo uma turnê em 1902 e retornou em 1909, confirmando a sua brilhante
carreira resultante de um vasto repertorio apresentados nos mais importantes
palcos. Durante a Primeira Grande Guerra ela engajou-se auxiliando as vítimas
de combate com parte de sua fortuna pessoal. Veja mais aqui.
ANGEL
EYES – O drama Angel
eyes (Olhar de anjo, 2011), dirigido pelo diretor mexicano Luis Mandoki, a
partir de argumento escrito por Gerald Di Pego, contando a história sobre um
homem misterioso atraído por uma policial durona do sexo feminino, depois de
ter salvado sua vida e cuja relação o ajuda a lidar com crises de seu passado.
O destaque do filme é para a atriz, cantora, compositora, produtora, dançarina
e estilista porto-riquenha Jennifer
Lopez.Veja mais aqui.
FECAMEPA & A DROGA DA FILA - Gentamiga do meu Brasil varonil, se tem uma coisa abominável, repudiante, execrável e que me tira do sério nesse Brasil é a tal da fila. Não que eu seja fura-fila ou me ache o sumo do privilégio, não, nada disso. É que tudo no Brasil é tão mal planejado que para onde a gente se vira tem uma fila empacada pra desconjuntar nossa vida. É ou não é? Se a gente precisa de alguma coisa, vixe! Lá está uma fila quilométrica enganchada num mata-burro. É fila pra concurso, nos aeroportos nesse apagão, no posto de saúde, na polícia, no Detran, ige! É fila pra isso, praquilo, praqueloutro, uma droga! Mas a campeã mesmo é a Caixa Economica Federal em dia de pagamento de aposentado. Um desrespeito! Ou seja: todo dia e o dia todo. Solidário com todos os brasileiros, escrevi isso aqui: DA CAIXA PRO CAIXOTE DE...
Veja mais Noam Chomsky, Luís
da Câmara Cascudo, O Rabicho da Geralda, Hector
Babenco, Marília Pêra, Enki
Bilal, Sara Bareilles, Danielle Winits, Frieze Magazine, Maria Luísa Mendonça e Xuxa Lopes aqui.
E
mais também Schubert, Tunga, Zygmunt
Bauman, Ken Wilber, Kenzaburo Oe, Tereza Costa Rego & Kate Beckinsale
aqui.
IMAGEM
DO DIA
Todo dia é dia da atriz, cantora,
compositora, produtora, dançarina e estilista porto-riquenha Jennifer Lopez.
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Imagem: Nude Female Torso by G
Linsenmayer.