sexta-feira, agosto 24, 2007

FECAMEPA, MONTSERRAT FIGUEIRAS, PLAUTO, CAETÉS, ACMEÍSMO, JENNIFER LOPEZ, DÉBORA NOVAES DE CASTRO & MUITO MAIS!!!




OS ABORÍGENES: DAS SOCIEDADES PRIMITIVAS DE PINDORAMA AOS CAETÉS - “Adão antes do pecado não fora mais inocente do que esta gente” (Carta de Pero Vaz de Caminha). As sociedades primitivas que habitavam a terra de Pindorama se encontram nomeadas e elencadas por Quadros (1967, p. 94) sob a seguinte nomenclatura: Os aborígines do Brasil, de modo resultam de migrações sucessivas, ocorridas em épocas diversas, algumas, há muitos séculos. [...] Parece que os mais antigos e mais conhecidos povoadores do território foram os tupis-guaranis. Estabeleceram-se principalmente no litoral, embora também encontrados nas regiões centrais do Xingu e do Tapajós, divididos em uma infinidade de tribos e grupos. Tais informações resultam de que o território brasileiro, especialmente o nordestino, era ocupado pelas tribos indígenas denominadas Potiguaras, Tabajaras, Caetés, Abacatiaras, Aconans, Cariris, Coropatis, Mariquitos, Chucurus, Umans, Vouvés, Chacós, Pipianos, Coropotós e Carijós, todos descendentes dos tupis-guaranis. Na ótica de Bueno (2003, p. 94): Os tupis eram um grupo de caçadores-coletores-horticultores que, como vários outros povos nativos do novo mundo, praticava uma agricultura incipiente. Mandioca, feijão e cará constituíam a base de sua alimentação. Fumavam tabaco e bebiam caium, um fermentado de mandioca, e eram grandes caçadores e pescadores. Dominavam a técnica da cerâmica. Viviam em aldeias, andavam nus, mas adornavam o corpo com requinte. Uma das características mais marcantes dos tupis era a prática da antropofagia: cativos de outras tribos eram devorados em um complexo ritual repleto de significados. Por mais de mil anos, assim transcorrera a vida e a morte em Pindorama. As tribos tupis, segundo o próprio Bueno (2003, p. 21), dominavam o atual litoral brasileiro resultando em várias ramificações, entre eles: “[...] Os tupiniquins (filhos do tupi) eram inimigos dos tupinambás (descendentes do tupi), enfrentando também os tamoios (os avós) e aos caetés (filhos da mata)”. Essas guerras intertribais estavam relacionadas com a conquista de territórios, a vingança e a antropofagia. Em Pernambuco predominavam as tribos tabajaras e caetés. Os tabajaras ocupavam os atuais estados de Pernambuco e da Paraíba. Já os caetés viviam da ilha de Itamaracá, em Igarassu, Pernambuco, até a foz do rio São Francisco. Os caetés eram oriundos do tronco tupi, parentes dos tupinaés e tupinambás, tem em seu nome oriundo de cau-ete, que significa mata primitiva, constituída das árvores gigantescas da mata atlântica. Na Carta de Pero Vaz de Caminha, os caetés são identificados como: A feição deles é parda, algo avermelhada: de bons rostos e bons narizes. Em geral são bem feitos. Andam nus, sem cobertura alguma. Não fazem o menor caso de cobrir ou mostrar suas vergonhas, e nisso são tão inocentes como quando mostram o rosto. Também é encontrado o perfil caeté no relato de Bueno (2006, p. 234), como sendo: Emplumados e belicosos, os nativos reunidos à beira-mar pertenciam à nação caeté. Seu território tribal estendia-se da margem esquerda do São Francisco à ilha de Itamaracá, em Pernambuco, prolongando-se, em intervalos espaços, até os arredores de onde hoje fica João Pessoa, capital da Paraíba. Por esta razão, em conformidade com os estudos realizados Gama (2002), os índios caetés eram os primitivos habitantes da região compreendida hoje entre o Cabo de Santo Agostinho, em Pernambuco, e a foz do rio São Francisco, na divisa entre Alagoas e Sergipe, registrando que eles possuíam estatura média e compleição robusta, sendo exímios pescadores e caçadores, construtores de embarcações e que cultivavam milho, feijão, fumo e mandioca. Veja mais aqui, aqui e aqui.

REFERÊNCIAS
BUENO, Eduardo. Brasil: terra à vista! Porto Alegre: LP&M, 2003.
______. Capitães do Brasil: a saga dos primeiros colonizadores. Rio de Janeiro: Objetiva, 2006.
CASTRO, Silvio. A carta de Pero Vaz de Caminha: o descobrimento do Brasil. Porto Alegre: L&PM, 2003.
GAMA, Ana Maria Cardoso de Freitas. A bacia do rio Pirapama. Recife: Projeto Marca D´Água – Relatórios preliminares, 2002.
QUADROS, Jânio. O pré-descobrimento, portugueses, índios e africanos. São Paulo: J. Quadros, 1967.

 Imagem: Stojaci akt, do artista plástico húngaro Miklos Mihalovits (1888-1960) veja mais aqui.


Curtindo o álbum Ludi Musici (Universe, 2007), da soprano catalã Montserrat Figueiras (1942-2011). Veja mais aqui.

EPÍGRAFEMulier recte olet ubi nihil olet, frase do dramaturgo romano Tito Mácio Plauto (255-185aC), recolhida da sua peça teatral Mostellana, com o significado de que a mulher cheira bem quando não tem nenhum cheiro. Veja mais aqui.

ACMEÍSMO – Trata-se de um substantivo feminino que significa ponta, parte aguçada de um objeto e que, figuradamente, é o ponto mais alto, extremo de uma força, uma potência. Outrossim, tornou-se uma corrente poética da literatura russa situada entre o movimento simbolista e o Futurismo, por volta dos anos 1912-1913, buscando restabelecer algumas tradições clássicas, sobretudo o culto da forma límpida na arte do verso. Os poetas do grupo intitularam-se a si mesmo acmeistas, porque pretendiam elevar a poesia russa ao ponto mais alto de perfeição formal. Assim, parecem aproximar-se do Parnasianismo francês. Mas os acmeistas desprezaram os recursos sonoros que caracterizam os poetas da Parnasse contemporânea. Eles procuraram sobretudo a cristalinidade do verso e o equilíbrio da construção poética, a expressão direta, a economia dos recursos e o realismo da linguagem que caracterizaram a produção dos maiores poetas do grupo Ossip Mandelchtam e Anna Akmatova. Veja mais aqui.

PAULO E VIRGINIA – A união de Paulo e Virgínia é um exemplo de amor puro e desinteressado, constante e capaz de todos os sacrifícios. São esses os nomes dos personagens principais do romance homônimo do escritor e botânico francês Bernardin de Saint-Pierre (1737-1814), publicado em 1788. A ação se passa na antiga Isle de France, hoje Ilha Mauritius, outrora colônia francesa, independente e situada em pleno oceano Índico. O romance é influenciado pela obra Emile, de Jean-Jacques Rousseau, com suas cenas de paixão e renuncia. Separada de Paulo, que é pobre, e mandada para a França pela mãe, para ali completar a educação e fazer um casamento rico, Virginia a isso se recusa e volta, deserdada, quando o navio, já à vista da ilha, naufraga e ela morre, também morrendo, pouco depois, o desesperado amante que em vão se atirara ao mar para salvá-la. Virginia só morre porque, na sua pureza, recusa despir suas pesadas roupas, ou aceitar o auxilio de um marinheiro nu, que se oferece para salvá-la. Moralista em excesso, encantam as passagens idílicas no belo cenário tropical da ilha. Veja mais aqui.

HAICAIS – Entre os poemas da escritora, professora e artista plástica Débora Novaes de Castro, destaco os seus haicais: I - noitinha no sítio / pernilongo azucrinando / luz de lamparina II - de madrugadinha / chuva fina no telhado / chaleira chiando III - genuflexa a tarde / e triste a juriti insiste / o horizonte arte IV – baú de lembranças / os laços ternos abraços / menina de tranças V - do nosso galinho / penas apenas / casa do vizinho. Veja mais aqui.

DOS PALCOS AO ENGAJAMENTO NA GUERRA - A atriz francesa Grabielle-Charlotte Réju (1856-1920), mais conhecida no universo teatral francês como Mlle Réjane, uma notável comediante que se tornou tão célebre em seu tempo quanto Sarah Bernhardt ou Eleonora Duse, começando sua carreira no Theatre du Caldeville, em 1875, quando começou a ser admirada por artistas como Marcel Proust. Em 1906 ela abriu o seu próprio teatro em Paris, Ela esteve no Brasil fazendo uma turnê em 1902 e retornou em 1909, confirmando a sua brilhante carreira resultante de um vasto repertorio apresentados nos mais importantes palcos. Durante a Primeira Grande Guerra ela engajou-se auxiliando as vítimas de combate com parte de sua fortuna pessoal. Veja mais aqui.

ANGEL EYES – O drama Angel eyes (Olhar de anjo, 2011), dirigido pelo diretor mexicano Luis Mandoki, a partir de argumento escrito por Gerald Di Pego, contando a história sobre um homem misterioso atraído por uma policial durona do sexo feminino, depois de ter salvado sua vida e cuja relação o ajuda a lidar com crises de seu passado. O destaque do filme é para a atriz, cantora, compositora, produtora, dançarina e estilista porto-riquenha Jennifer Lopez.Veja mais aqui.

FECAMEPA & A DROGA DA FILA - Gentamiga do meu Brasil varonil, se tem uma coisa abominável, repudiante, execrável e que me tira do sério nesse Brasil é a tal da fila. Não que eu seja fura-fila ou me ache o sumo do privilégio, não, nada disso. É que tudo no Brasil é tão mal planejado que para onde a gente se vira tem uma fila empacada pra desconjuntar nossa vida. É ou não é? Se a gente precisa de alguma coisa, vixe! Lá está uma fila quilométrica enganchada num mata-burro. É fila pra concurso, nos aeroportos nesse apagão, no posto de saúde, na polícia, no Detran, ige! É fila pra isso, praquilo, praqueloutro, uma droga! Mas a campeã mesmo é a Caixa Economica Federal em dia de pagamento de aposentado. Um desrespeito! Ou seja: todo dia e o dia todo. Solidário com todos os brasileiros, escrevi isso aqui: DA CAIXA PRO CAIXOTE DE...




Veja mais Noam Chomsky, Luís da Câmara Cascudo, O Rabicho da Geralda, Hector Babenco, Marília Pêra, Enki Bilal, Sara Bareilles, Danielle Winits, Frieze Magazine, Maria Luísa Mendonça e Xuxa Lopes aqui

E mais também Schubert, Tunga, Zygmunt Bauman, Ken Wilber, Kenzaburo Oe, Tereza Costa Rego & Kate Beckinsale aqui.


IMAGEM DO DIA
Todo dia é dia da atriz, cantora, compositora, produtora, dançarina e estilista porto-riquenha Jennifer Lopez.

CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Imagem: Nude Female Torso by G Linsenmayer.
Veja aqui e aqui.