sábado, agosto 05, 2006

LILITH, FECAMEPA, BALZAC, LANE, ERASMO, HORÁCIO, NETRENKO, TRUFFAUT, DIEHEL, ARDANT, SANDRA LUSTOSA & MUITO MAIS!



INTENÇÃO (Imagem: Abraço, da artista plástica Catarina Ribeiro) - Poder abraçar teu peito amigo, poder cruzar uma esquina, beber num bar. Poder lutar por um ideal antigo, carcomido, e expressar uma verdade linda bem sentida pra mostrar meu lugar, meu lar, meu lugar. Quantas avenidas se fizeram compridas no meu caminhar pra que as mulheres mal vestidas descolorissem o sonho que iria acabar. E o abraço no tempo não soprou o meu suspiro, construindo fantasias que iria encontrar na curva morna de viver no mais completo ardor. Eu tive um sonho e se fez menino e cresceu pelas correntes, pelos túneis e se fez amigo e eu vou abraçar e eu vou abraçar e eu vou abraçar. (Música e Letra, Luiz Alberto Machado). Música inserida nas temporadas do show Por um novo dia, 1987/1986. Veja mais aqui e aqui

 Imagem: Nu, do artista plástico russo Vladislav Nagornov.


Curtindo o álbum Opera Arias (Deutsche Grammophon, 2003), da soprano russa Anna Netrebko. Veja mais aqui.

EPÍGRAFEElephantus non capit murem, nec aquila muscas, frase usada por do teólogo e filósofo holandês Erasmo de Roterdã (1466-1536), significando o elefante desdenha o rato e a águia não apanha moscas. É baseada no provérbio latino Aquila non capta muscas, com o significado de que as pessoas importantes não cuidam de ninharias. Veja mais aqui.

A ALIENAÇÃO SOCIAL DO TRABALHO – No livro Novas veredas da psicologia social (Educ, 2006), organizado por Silvia T. Maurer Lane e Bader Burihan Sawaia, encontro o texto Avanços da psicologia social na América Latina, assinado pela professora e psicóloga Silvia Lane(1933-2006), com um trecho no qual ela aborda a questão atinente à alienação social produzida pelo trabalho, a partir das ideias propostas por Wanderley Codo: [...] a alienação produzida pelo trabalho traz na sua outra face a alienação mental, ou seja, o sofrimento psicológico. O trabalho criativo o homem, o trabalho repetitivo, rotineiro, sem sentido pessoal, o destrói psicologicamente. Nessa direção, seria importante analisar os efeitos da ideologia dominante que trata o trabalho como “um mal necessário”, como obrigação que dignifica o homem, e o lazer como “não fazer nada”, como ócio, negando o aspecto fundamental da atividade na constituição do psiquismo humano. [...] a categoria atividade, demonstrando o seu caráter fundamental na constituição do psiquismo – o homem, ao agir, ao produzir algo, se produz como ser consciente e singular. Por outro lado, a presença da emoção como uma mediação essencial para o movimento da consciência, para desencadear atividades e na produção da identidade, vem apontando para a importância dos conteúdos inconscientes. [...] Veja mais aqui e aqui.

AUREA MEDIOCRITAS – No livro Os pequenos burgueses, do escritor do Realismo francês Honoré de Balzac (1799-1850), encontro o personagem Phellion mencionar: [...] Acima da porta, colocara uma tabuleta de mármore branco, na qual se liam em letras de ouro: Aurea mediocritas. Sob o meridiano traçado num quadro dessa fachada, tinha feito escrever: Umbra mea vita sit (que a sombra seja minha vida). A expressão Aurea mediocritas é do livro As odes, epodos e carme secular do poeta lírico e satírico romano Quinto Horácio Flaco (65-8aC), significando áurea mediocridade. Diz o poeta que essa condição média, garantia de tranquilidade, é preferível à riqueza e à lucidez exagerada, como um ideal da vida discreta. Veja mais aqui, aqui e aqui.

FLOR FEMININA & EXILADO PÁSSARO – Entre os poemas da poeta que participou ativamente do movimento cultural Noites da Cultura Palmarense, Sandra Lustosa, destaco aqueles que foram inseridos na antologia Poetas de Palmares, organizado por Juareiz Correya. Inicialmente Flor feminina: Espero setembro / mergulho nas delícias / gosto primaveril / me vêm lembranças / infantil, ingênua, pura / desvariando no verde dos ciprestes / cálidas margaridas / chorões e brincos de princesa / meus pés pisam flores rasteiras / no meio do gramado / bem-me-quer / gitiranas, papoulas / lilases que me perpetuam / nos sorrisos-de-Maria / bem-me-queres? / Sou flor feminina / pra orgulho do meu sexo / voluptuosa flor / abaixo do meu ventre. Também o poema Exilado pássaro: Um sentimento ausente / pássaro fugidio / exilado de mim / melodia estrangeira / cheiro de mar / sabor de nordeste / com impulso brutal / uma força arrasta / a tortura sonhadora / de prazer e desejo / que brota / do não sei quê / de seus olhos. Veja mais aqui.

LILITH – Tive oportunidade de assistir em 2004, no Teatro Carlos Gomes, no Rio de Janeiro, à montagem da peça Lilith, texto e interpretação de Camila Diehel, com direção de Elid Bittencourt, contando o mito da mulher insubmissa por meio de um poema cênico, daquela que teria sido a cria da terra junto com Adão. Ao tentar impor seu pensamento e querer igualar-se ao homem, ela foi expulsa do paraíso e acaba encontrando abrigo junto aos demônios do mundo inferior. Belíssimo espetáculo em que entra em cena a assustadora inocência dos instintos da mulher primeva, com sua fúria, revolta, medos e desejos. Veja mais aqui e aqui.

LA FEMME D’À CÔTE – O drama La femme d'à côté (A Mulher do Lado, 1981), do cineasta francês François Truffaut (1932-1984), conta a história que se passa numa cidade, na qual um clube de tênis ocorre trágicos acontecimentos que aconteceram quando um homem que é casado tem novos vizinhos e fica surpreso ao ver que a mulher do novo vizinho já esteve envolvida com ele, há oito anos atrás. Ambos comportam-se como se não conhecessem, mas, pouco depois, o caso deles recomeça. No meio de uma festa ele perde o controle de uma situação muito embaraçosa e o passado é relembrado, deixando toda a situação mais tensa. O destaque do filme vai para a atriz de teatro e cinema francês Fanny Ardant. Veja mais aqui, aqui e aqui.

Como já dizia o Doro: Quando a crise esborra o bocal, é sinal que o pencó pegou e seja lá o que deus quiser!!!! Veja o Fecamepa aqui



 IMAGEM DO DIA
Todo dia é dia da atriz de teatro e cinema francês Fanny Ardant.



Veja mais Convite para a Crônica de amor por ela, George Gershwin, Friedrich Hölderlin, Zygmunt Bauman, Sérgio Porto, Oswald de Andrade, Anaïs Nin, Pedro Almodóvar, Parmigiano, Kiri Te Kanawa, Lucélia Santos, Penélope Cruz Sanchez, Sumi Jo & Luciah Lopez aqui

E mais também Ludwig van Beethoven, Eric Richard Kandel, Hermeto Pascoal, Nina Kozoriz, Linda Lovelace & Amanda Seyfried aqui

CRÔNICA DE AMOR POR ELA
REMELEXO
O seu dorso impávido desliza agudo peças insones águas do meu desejo arrebatado.
(LAM)

Nus, do pintor alemão Otto Lingner (1856-1917).
Veja aquiaqui e aqui.


CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Recital Musical Tataritaritatá
Veja aqui.