quarta-feira, fevereiro 15, 2006

TÊMIS, WALTER BENJAMIM, PATRÍCIA MELO, IRACEMA MACEDO, SANDIE SHAW, ÍSIS NEFELIBATA, JULIA BOND & ENQUETE TATARITARITATÁ!


TÊMIS – Têmis, filha do céu e da terra, era a deusa da justiça, na mitologia, sendo representada sempre com uma venda nos olhos, para distribuir sentença sem olhar a quem, e com uma balança nas mãos para pesar bem as razões de cada um. Recursou-se a casar com Júpiter mas foi por ele submetida, dando-lhe dois filhos: a Lei e a Paz. Júpiter teria colocado a sua balança entre os doze signos do zodíaco. Tanto a venda como a balança são símbolos da imparcialidade de Têmis, ou da verdadeira justiça. Veja mais aqui

Curtindo os álbuns The Best & The Very Best (2005), da cantora e psicoterapeuta britânica Sandie Shaw. Veja mais aqui.

EPIGRAFEEu não vejo aqui cantar, / nem gaita, nem tamboril, / é outros folgares mil, / que nas feiras soem d’estar: / é mais feira de Natal, / e mais de Nossa Senhora, / e estar tudo em Portugal, Auto da Feira de Maria Dias, recolhido da obra Literatura oral no Brasil (1984), organizada por Luís da Câmara Cascudo. Veja mais aqui.

DO POETA E DA POESIA – No livro A obra de arte na era da reprodutividade técnica (Abril, 1978), do filósofo, ensaísta e critico literário alemão Walter Benjamim (1892-1940), destaco: [...] Mas está fora de qualquer dúvida – e isto não é imprevisível – que o desenvolvimento da escrita não vai ficar ad infinitum vinculado às pretensões poderosas de um movimento caótico na ciência e na economia. Antes, chega o momento em que a quantidade se transforma em qualidade, e a escrita, avançando cada vez mais fundo no domínio gráfico de sua nova e excêntrica figuralidade, conquista de súbito os seus adequados valores objetais. Nesta escrita icônica, os poetas que, como nos primórdios, antes de mais nada e sobretudo, serão espertos na grafia, somente poderão colaborar se explorarem os domínios onde (sem muita celeuma) se perfaz sua construção: os do diagrama estatístico e técnico. [...]. Veja mais aqui e aqui.

INFERNO – O livro Inferno (Plamneta DeAgostini, 2003 – Prêmio de Jabuti, 2001), da escritora, roteirista e dramaturga Patrícia Melo, conta a história de um menino que mora em uma favela, filho de uma empregada doméstica que acredita na violência como método de disciplina, desistindo da escola e tornando-se olheiro dos traficantes. Daí ele se envolve com drogas e se torna depende químico, terminando por se envolver com o crime e conflitos com a polícia e facções rivais. Da obra destaco o trecho: [...] Cristo proibia a vaidade, e por isso Alzira não era vaidosa. Nada de batom, brincos, anéis, nenhum tipo de bijuteria, Alzira usava apenas um crucifixo de prata, que dona Juliana lhe dera de Natal. Mas quando recebia visitas em casa, ou quando ia à missa, gostava de trajar o vestido azul-marinho, de poliéster, que, apesar de quente, deixava-a bem-apessoada. Gostava principalmente de estar de banho tomado, com os cabelos molhados. Muitas vezes, antes de ir para a igreja, ao notar diante do espelho que sua cabeleira encarapitada já havia secado, molhava-a novamente, na pia, pois somente assim se sentia arrumada para sair. Limpeza, para Alzira, era tudo. Nada lhe dava mais alegria do que sentir o cheiro da água sanitária, vindo das calçadas lavadas pelos serventes dos prédios, quando andava cedinho pelo Leblon, na época em que trabalhava. Adorava, depois de um dia de faxina, entrar no chuveiro e se lavar, esfregar as unhas, vestir roupas limpas. Por isso ficou tão contrariada naquela tarde, ao receber o filho, de surpresa. Pés no chão, o vestido velho molhado na barriga, a mão cheirando a cebola, entra, ela disse. Se soubesse que José Luís viria, teria tomado banho. Teria ao menos posto uma gaze para cobrir a ferida na perna, José Luís se impressionou com o tamanho da lesão. Porra, mãe, cresceu muito. E dói, disse Alzira, doi muito, isso só para de me azucrinar quando Deus interfere, rezo, rezo, rezo, a dor passa todinha. Jesus vai resolver isso, explicou. [...]. Veja mais aqui.

CANTIGA DO MAR PARA ESTA CIDADE – No livro Poesia Viva de Natal (FCCA-Nordestal, 1999), organizada por Manoel Onofre Junior, destaco o poema Cantiga do mar para esta cidade, da premiada poeta e filósofa Iracema Macedo: Vila ribeira vila de pedra / vila cor de alecrim / vila que beira o rio e sol que se mira em mim / vila de brasa em madeira podre acendida / vila que come a fala e fala que come a vida / vila vela consumida / valerá esta cantiga? / Alguma coisa cerzida entre os que têm e não têm / vila de mãe luiza vila de pai ninguém / tua luz, minha mãe, luzia / afoita doida no trem / farol ligeiro perdido ; guia de um breu comido / por ninguém sabe quem / vila que passa como um navio crescido / vila que cresce como um navio passando / tu queres tanta distância, meu deus, / mas a farsa é tanta / que tu te enfeitas no rosto / e ficas podre na trança / vela vale vela vila / areia preta duna branca / vila vila vila vila / serás livre sem ser Sampa? / Sem ser rua de metrópole / sem ser Bahia nem nada / terás também teu tesouro / Veloso velo de ouro / velado por sob o morro? / Vila de um mago vila de um rei / de um rei que vive descalço / e de um mago que dobra a lei / vila de nuvem vila de um mar perdido / vila de ponta negra e de corpo travestido. Veja mais aqui.

MARIE DORVAL – A atriz francesa Marie Dorval (Marie Amélie Thomase Delaunay – 1798-1849), obteve muito sucesso no teatro e teve uma vida amorosa movimentada, fatos esses que torna-la um mito. Órfã aos cinco anos de idade, foi criada por seu tio que era um ator cômico e passou a atuar no teatro desempenhando papel de crianças. Casou-se com um mestre de balé, ela ligou-se à comédia e à ópera cômica, casando-se novamente e tornando-se amante de Alfred de Vigny. Ela vai participar, juntamente com Victor Hugo de uma revolução dramática na escola romântica. Torna-se, posteriormente amiga de George Sand, da qual ela interpreta a peça Cosima, da Comédia Francesa, até morrer deprimida com a morte de um de seus filhos. A sua vida foi romanceada por Michel Mourlet nos livros História de uma maldição (2001) e na peça Marie Dorval (2002). Veja mais aqui.

COMO FAZER UM FILME DE AMOR – O longa-metragem Como fazer um filme de Amor (2002), com direção e roteiro de José Roberto Torero, desenvolve uma trama metalinguística em que o narrador revela clichês, truques e golpes necessários para fazer um filme de amor, tendo por base uma relação amorosa, com direito a um casal de enamorados e um par de rivais. O elenco conta com grandes atrizes, entre elas Denise Fraga, Marisa Orth, Ana Lúcia Torre, Ilana Kaplan e Maria Manuella. Veja mais aqui.

IMAGEM DO DIA

Musa do dia: a atriz e rapper estadunidense Julia Bond.


Veja mais Desejo, Piero Della Francesca, Ibys Maceioh, Friedrich Nietzsche, Rubén Darío, Pietro Aretino, Ludovico Ariosto, Jean-Pierre Jeunet, Audrey Tautou, Maria Luisa Persson & Kiki Sudário aqui. 


E também Keith Jarrett, Christian Bernard, Lendas Africanas, Isaac Newton, Casimiro de Abreu, Carlos Saura, Mia Maestro & Julio Hübner aqui

CRÔNICA DE AMOR POR ELA
QUEIMA
Ela arde e treme sozinha
Faz alarde e se espreme
Sonha crucificada em mim toda minha
(LAM) 
Veja mais aquiImagem: Sedução  de Ísis Nefelibata. Veja mais aqui e aqui.

CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Recital Musical Tataritaritatá
Veja aqui.