quinta-feira, dezembro 22, 2016

PIERRE WEIL, JOSÉ MIGUEL WISNIK, JASPER JOHNS & GEORGE SEGAL


QUEM VAI PRA CHUVA É PRA SE MOLHAR – Imagem: Racing thhougts (1983) do artista plástico da Pop Art estadunidente Jasper Johns - A ordem é competir! E no alheio é cotovelo na venta, calcanhar na passada, bico nos possuídos, afinal do pescoço pra baixo tudo é canela. Vale tudo: rasteira, toque da vaca, perfídia e enrolação. Torcer pela queda dos outros e, se possível, apelar pra sorte pra dar tudo certo e que o azar só ronde o terreno do adversário. Acima de tudo que vença sozinho, cooperar só pro pódium e cada qual que cuide de si que o jogo é de campeonato! Alcançar o apogeu seja de que forma for, as armas são muitas, recursos diversos e em detrimento de todos e pro gozo da glória. Do contrário, vai ter muito aproveitador querendo provar do repasto com seu dedo atrevido, nada que uma boa descompostura não coloque os adiantados no seu devido lugar: na plateia. As benesses todas que sejam suas, os derrotados que morram de inveja. Tirar o maior proveito da ocasião que ninguém é besta, se correr tem corra atrás; se ficar, os sabidos chegam na frente. Não há tempo a perder, é pegar o máximo que puder e o que sobrar fica pros que vierem depois – certa dose de generosidade faz parte da etiqueta do politicamente correto. Quando chegar o fim do ano, depois de todos os tropeços, tabefes e celeumas, uma lembrancinha pros desafetos e tudo volta aos conformes. Qualquer aresta, um sorriso com aperto de mão: foi só um jogo jogado; se causou prejuízo a quem quer seja, pede-se perdão; se sobrou intrigados, arruma uma confraternização e as maledicências ficam pro ano que vem. O que importa é que tudo esteja resolvido, pelo menos por enquanto. Amanhã será outro dia e se encara tudo de novo. Pros recalcados uma brincadeira de Papai Noel, nada demais fazer uma gracinha. Pros achegados, parabéns e tapinhas nas costas. Como é Natal tudo tem que findar feliz e em paz no verão de capricórnio, até a virada do ano quando tudo recomeça com dentes rangindo de raiva, mãos prontas pra estapear qualquer que atravesse o caminho, coragem em dia pra levar tudo nos peitos e seja lá o que Deus quiser. © Luiz Alberto Machado. Veja mais aqui

 Curtindo a arte musical do músico, compositor, professor e ensaísta José Miguel Wisnik.

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DESTAQUE: FANTASIAS DA SEPARATIVIDADE
[...] Em todos os domínios da nossa existência ocidental, assistimos a infinitos jogos de poder, resultados de uma competição desenfreada: cascas de banana, passar a perna, olho gordo, pular carniça, jogo de cotovelo, briga de galo são entre outras, expressões populares da competição ou de comportamentos competitivos. [...] No plano individual se sabe que a competição gera a úlcera duodenal e o enfarto do miocárdio, doenças dos executivos. É verdade também que as competições esportivas aumentam a musculatura do corpo e podem contribuir para a saúde. Mas são elas indispensáveis para isto já que se observa pessoas fazendo cooper sem nenhum espírito de competição? [...] No plano emocional, observou-se que os jogos competitivos incentivam o orgulho de vencer, o egoísmo de ser o único a se sobrepor, e que gera o ciúme e a inveja dos vencidos. Na escola, na vida empresarial no serviço militar e entre irmãos em famílias que cultivam comparações fraternas, isto é um fato. A única vantagem emocional é o prazer efêmero da vitória, prazer aliás insaciável, que vicia as pessoas em repetir competições até o fim da vida. [...] No plano mental, a competição gera idéias de dominar, de autocracia, sem contar o fato de criatividade se colocar a serviço das idéias de trapaças, de espionagem, de enganar e dissimular. É verdade que a competição escolar e universitária estimula a aprendizagem. Mas será que o preço pago compensa os sistemas educacionais competitivos? [...] No plano cultural dos valores éticos, a competição gera uma cultura de trapaça, jogos de poder, esperteza, desonestidade, fraude e corrupção. [...] pelo sentimento de superioridade ela reforça ainda mais esta miragem, esta fantasia da separatividade. [...] A fantasia da separatividade se torna um consenso; todo mundo acredita em separatividade e separação entre disciplinas científicas. Os partidários da competição afirmam que ela estimula o progresso cultural e científico. Mas será ela o único estímulo existente para este fim? [...]
Trechos do texto Da competição à cooperação: uma evolução indispensável a nossa sobrevivência e paz (Unipaz), do educador e psicólogo francês Pierre Weil (1924-2008). Veja mais aqui, aqui e aqui.

CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Arte do pintor e escultor da Art Pop estadunidense George Segal (1924 –2000).
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CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na Terra: 
Recital Musical Tataritaritatá - Fanpage.
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