INEDITORIAL:
QUEM, NUNCA APRENDEU A DISCERNIR ENTRE O QUE É E O QUE NÃO É, JAMAIS APRENDERÁ
A VOTAR! - Salve, salve, gentamiga do meu Brasilzão
véio, arrevirado e de porteira escancarada! Sei que ninguém está nem aí –
pudera, de repente o Brasil virou mais de pernas pro ar do que sempre esteve -,
mas devo dizer que daqui mais um dia, a gente tem a obrigação de votar. Ih!
Gostando ou não, eu vou. Sei também que ninguém confia mais nos políticos, na
justiça, na polícia, nos gestores públicos, nas notícias da imprensa, em
autoridade alguma. Também sei que de certeza a gente só tem duas: a primeira é
que quando a coisa é pro nosso lado, ah, a lei é inexorável: ou vai, ou racha.
Bota pra lascar! A gente que se vire pra sair da enrascada, só penando; e
quando é direito da gente, ou é adiado até nunca mais, ou está faltando, ou
prescreveu. É danado mesmo: quando vem não tem nem mais graça. A segunda é que
a gente só vê neguinho se arrumando, aprontando, burlando e desmandando,
avançando sinal, ultrapassando pela direita, enricando da noite pro dia,
pintando e bordando e, depois de CPIs, das ações da polícia federal e dos
intermináveis e milionários recursos jurídicos, sai mangando da gente por
sermos bestas de cumprir as leis e de trilhar como manda o figurino. Pois é,
pro lado da gente qualquer metidozinho fulustreco é autoridade prepotente.
Porém – e ainda tem contudo, todavia, entretanto -, tudo isso é culpa da gente
mesmo: a gente só sabe reclamar às escondidas da desconfiança geral. Então,
tudo isso ocorre porque a gente não tem coragem de encarar a bronca de frente e
exigir o cumprimento d tanto de lei que fabricam todo dia. A gente fica só: pra
que tanta lei se, apesar da compulsoriedade, jamais será cumprida por todos! Só
pelos bestas que andam na linha e correm o risco até do trem pegar. Como a
democracia é uma promessa não cumprida montada na dissensão, a gente tem mesmo
é que participar das broncas das nossas ruas, dos nossos bairros, da nossa
cidade, do nosso estado, do nosso país. É exatamente pela falta da nossa
participação que fazem do que fazem. E não vamos votar só por votar, mas com
consciência! Entendeu ou quer que desenhe? Se não deu ou não tem dado certo, um
dia a gente acerta! E só acerta quem tenta e erra. Enquanto isso, vamos pras
novidades do dia: O combate à corrupção nas prefeituras do Brasil, o
conhecimento da Filosofia da Educação de Cipriano Luckesi, a literatura de Marguerite
Duras & de Stanislaw Ponte Preta, a música do piano brasileiro de Miriam
Ramos, a arte visual de Lenora de Barros, a gaia ciência de Nietzsche, a
fotografia de Ed Freeman, o evento das Pensadoras – as grandes mulheres
filósofas da história, a croniqueta O amor é tudo no clarão dos dias e na
escuridão das noites e a arte & a poesia de Luciah Lopez. No mais, vamos
aprumar a conversa & tataritaritatá! Veja mais aqui.
Veja mais sobre
Brincar
com arte, Johan Huizinga, Cecília Meireles, Ziraldo, Fernando Botero, Teatro Infantil
& Literatura Infantil aqui.
E mais:
Proezas do Biritoaldo: quando Cupido acerta no alesado, Deus faz, o
diabo ajunta aqui.
Tolinho & Bestinha: Quando Tolinho deu uma de bundão e quase bate
as botas aqui.
Fceamepa: dando uns pulos que
ninguém é quadrado aqui.
Crônicas Natalinas aqui.
Râmana Mahârshi, Raimundo Carrero, Bardesanes, Rainer Werner Fassbinder, Elisa Fukuda, Hanna Schygulla, Sustentabilidade & Direito
Tributário aqui.
DESTAQUE:
[...] Todos
têm o direito de desfrutar de forma equitativa das contribuições que fazem aos
cofres públicos. Os recursos públicos devem ser utilizados para o
desenvolvimento das comunidades, e não para o enriquecimento de uns poucos. [...]
O acompanhamento e supervisão permanentes
da conduta dos administradores públicos é uma forma essencial de controlar a
corrupção. Para isso, é necessário informação [...] O exercício da cidadania pressupõe indivíduos que participem da vida
comunitária. Organizados para alcançar o desenvolvimento da comunidade onde
vivem, devem exigir comportamento ético dos poderes constituídos e eficiência
nos serviços públicos. Um dos direitos mais importantes do cidadão é o de não ser
vítima da corrupção. De qualquer modo que se apresente, a corrupção é um dos
grandes males que afetam o poder público, principalmente o municipal. Ela
também pode ser apontada como uma das cauãs decisivas da carência e da pobreza
das cidades, dos estados e do país. A corrupção corrói a dignidade do cidadão,
contamina os indivíduos, deteriora o convívio social, arruína os serviços
públicos e compromete a vida das gerações atuais e futuras. O desvio de
recursos públicos não só prejudica os serviços urbanos, como leva ao abandono
de obras indispensáveis às cidades e ao país. Ao mesmo tempo, atrai a ganância
e estimula a formação de quadrilhas que evoluem para o crime organizado, o
tráfico de drogas, e de armas, provocam a violência em todos os setores da cidade.
Um tipo de delito atrai o outro, que quase sempre estão associados. Além disso,
investidores sérios afastam-se de cidades e regiões onde vigoram práticas de
corrupção e descontrole administrativo. Os efeitos da corrupção são
perceptíveis na carência de verbas para obras públicas e para a manutenção dos
serviços da cidade, o que dificulta a circulação de recursos e a geração de
novos empregos e novas riquezas. Os corruptos drenam os recursos da comunidade,
uma vez que tendem a aplicar o grosso do dinheiro desviado longe dos locais dos
delitos para se esconderem da fiscalização e da justiça e dos olhos da
população. A corrupção afeta a qualidade da educação e da assistência aos
estudantes, pois os desvios subtraem recursos da merenda e do material escolar,
desmotivam os professores, prejudicam o desenvolvimento intelectual e cultural
das crianças e as condenam a uma vida com menos perspectivas de futuro. A
corrupção também subtrai verbas da saúde, comprometendo diretamente o bem estar
dos cidadãos. Impede as pessoas de ter acesso ao tratamento de doenças que
poderiam ser facilmente curadas, encurtando suas vidas. O desvio de recursos
públicos condena a nação ao subdesenvolvimento econômico crônico. Por isso, o
combate à corrupção nas administrações públicas deve estar constantemente na
pauta das pessoas que se preocupam com o desenvolvimento social e sonham com um
país melhor para seus filhos e netos. Os que compartilham da corrupção, ativa
ou passivamente, e os que dela tiram algum tipo de proveito, devem ser
responsabilizados. Não só em termos civis e criminais, mas também eticamente,
pois eles procuram fazer com que a corrupção seja aceita como fato natural no
dia-a-dia da vida pública e admitida como algo normal no cotidiano da
sociedade. É inaceitável que a corrupção possa ter espaço na cultura nacional.
O combate às numerosas modalidades de desvio de recursos públicos deve,
portanto, constituir-se em compromisso de todos os cidadãos e grupos
organizados que queiram construir uma sociedade justa e equilibrada. Devemos
isso aos nossos filhos. [...].
Trechos extraídos da obra O combate à corrupção nas prefeituras do
Brasil (Ateliê, 2004), Antoninho Marmo Trevisan, Antonio Chizzotti, João
Alberto Ianhez, José Chizzotti e Josmar Verillo. Veja mais aqui e aqui.
O AMOR É TUDO
NO CLARÃO DOS DIAS E NA ESCURIDÃO DAS NOITES (Imagem:
arte da poeta, artista visual e
blogueira Luciah Lopez). - A vida é plena
na claridade dos seus olhos amantes e eu sou mas que fascínio feito um deus
menino agraciado com a soberania sobre todas as coisas. E sou-lhe grato a
recolher cada mínimo reflexo do seu áureo olhar, cada gesto tímido de suas
portas entreabertas, para viver a cada instante a plenitude de sua existência
mágica para satisfação dos meus mais requerentes apelos. E revivo o cheiro de
sua boca viçosa a exalar os seus incensos na doçura da noite e no manjar do dia
,para que eu seja íntegro senhor de todos os seus domínios. E me aposso e tomo
conta diligente de tudo que emana de sua divina compleição, a dar-me as sete
chaves do seu coração imenso e o supremo refúgio de suas mãos magnéticas com
todos os seus poderes. Sou rei no seu reinado e usufruo da delicadeza de sua
carne báquica, opulenta, radiante e fecunda que transborda nos seus seios
florescentes, para que eu seja mais que reinante da sua auréola miraculosa na
graça do seu torso inteiriço, no feitiço do seu sexo inflado, na magistral
beleza que o seu corpo encerra na convulsão dos sentimentos que se agitam
indômitos no ventre dos desejos latentes e que palpita, ondula, ondeia, aguda
maré cheia na dócil paixão de quem ama, na graça miraculosa da embriaguez do
vício de amar. E eu à mancheia peço bis e a monja bela vai sorrindo e de mãos
juntas e espalmadas se eleva diante do meu semblante e recresce no seu poder
extremo com todas as suas amplidões infinitas, para que as minhas emoções
profanas se sacralizem na sua majestade com a minha reverência penitente de
governar a glória do seu amor. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados.
Veja mais aqui.
UMA MÚSICA
Curtindo o álbum duplo Piano brasileiro: 70 anos de história (Paulus, 2003), da pianista Miriam Ramos, interpretando
Villa-Lobos, Marlos Nobre, Almeida Prado, Ernesto Nazareth, Alberto Nepomuceno,
Francisco Mignone, entre outros compositores brasileiros.
PESQUISA: O
CONHECIMENTO - [...] O conhecimento é a compreensão inteligível da realidade, que o sujeito
humano adquire através de sua confrontação com essa mesma realidade. Ou seja, a
realidade exterior adquire, no interior do ser humano, uma forma abstrata
pensada, que lhe permite saber e dizer o que essa realidade é. A realidade,
através do conhecimento, deixa de ser uma incógnita, uma coisa opaca, para se
tornar algo compreendido, translúcido. [...] o conhecimento pode ser entendido, sim, como aquilo que adquirimos nos
livros, nas aulas e anãs conversa, mas com o objetivo de alcançar entendimento
da realidade. O que está em primeiro lugar, o que está na raiz do conhecimento,
é a elucidação da realidade e não a retenção de informações contidas nos livros.
Essas informações deverão ser auxiliares no entendimento da realidade; contudo,
elas por si mesmas não são o conhecimento que cada sujeito humano, em
particular, tem da realidade. É preciso utilizar-se das informações de maneira
intelectualmente ativa, para que se transformem em efetivo entendimento do
mundo exterior. [...] O conhecimento,
em síntese, é uma forma de entendimento da realidade. Muitas vezes, o
conhecimento é confundido com o processo de decorar informação dos livros, para
a seguir, repeti-la em provas escolares ou em provas de seleção. Isso não é
conhecimento. Isso é memorização de informação, sem saber o que, de fato, essa
informação significa. [...] Conhecimento,
no verdadeiro sentido do termo, é aquele que possibilita uma efetiva compreensão
da realidade, de tal forma permite agir com adequação. Trecho extraído da
obra Filosofia da educação (Cortez,
1994), do filósofo, escritor, professor e psicoterapeuta Cipriano Carlos Luckesi, tratando acerca da filosofia da educação e
sua relação com a pedagogia, sociedade, tendências pedagógicas na prática
escolar, perspectiva para a escola como instancia de mediação pedagógica, senso
comum pedagógico e postura crítica na prática docente escolar, os sujeitos do
processo educativo, métodos e procedimentos de ensino, o conhecimento e
elucidações conceituais e procedimentos metodológicos, conteúdos de ensino e
material didático, da pedagogia à prática docente, entre outros assuntos.
UMA LEITURA:
[...] Não
imaginava que aquele dia contaria em sua vida como o dia em que, pela primeira
vez, sozinha, aos dezessete anos, ela iria à descoberta de uma grande cidade
colonial. Não sabia que uma ordem rigorosa reinava ali e que as categorias de
seus habitantes são tão diferenciadas que se fica perdido se não for possível
encontrar-se em uma delas. [...].
Trecho do romance Barragem contra o Pacífico (ARX, 2003), da escritora, dramaturga,
roteirista e diretora de cinema Marguerite
Duras (1914-1996), contando a história de uma mãe viúva e obstinada lutando
para manter seus filhos, sonhos e mundo, adaptada para o cinema em 2008, com
direção de Rithy Panh. Veja mais aqui.
PENSAMENTO DO
DIA: VAMOS ACABAR COM ESTA FOLGA! – O negócio aconteceu num café, tomando umas e
outras. Havia brasileiros, português, franceses, argelinos, alemães, o diabo.
De repente, um alemão forte pra cachorro levantou e gritou que não via homem
pra ele ali dentro. Houve a surpresa inicial, motivada pela provocação e logo
um turco, tão forte como o alemão, levantou-se de lá e perguntou: — Isso é
comigo? — Pode ser com você também — respondeu o alemão. Aí então o turco
avançou para o alemão e levou uma traulitada tão segura que caiu no chão. Vai
daí o alemão repetiu que não havia homem ali dentro pra ele. Queimou-se então
um português que era maior ainda do que o turco. Queimou-se e não conversou.
Partiu para cima do alemão e não teve outra sorte. Levou um murro debaixo dos
queixos e caiu sem sentidos. O alemão limpou as mãos, deu mais um gole no chope
e fez ver aos presentes que o que dizia era certo. Não havia homem para ele ali
naquele café. Levantou-se então um inglês troncudo pra cachorro e também entrou
bem. E depois do inglês foi a vez de um francês, depois de um norueguês etc.
etc. Até que, lá do canto do café levantou-se um brasileiro magrinho, cheio de
picardia para perguntar, como os outros: — Isso é comigo? O alemão voltou a
dizer que podia ser. Então o brasileiro deu um sorriso cheio de bossa e veio
vindo gingando assim pro lado do alemão. Parou perto, balançou o corpo e...
pimba! O alemão deu-lhe uma porrada na cabeça com tanta força que quase
desmonta o brasileiro. Como, minha senhora? Qual é o fim da história? Pois a
história termina aí, madame. Termina aí que é pros brasileiros perderem essa
mania de pisar macio e pensar que são mais malandros do que os outros. Crônica extraída da obra Tia Zulmira e eu (Autor, 1961), do mestre da crônica e do
humor Sérgio Porto (1923-1968) sob a identificação do magistral Stanislaw Ponte
Preta. Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.
UMA IMAGEM:
Procuro-me (2004),
projeto da artista visual e poeta Lenora
de Barros, com cartazes que foram colados em diversos locais, enquanto a
artista gravava vídeos com a reação das pessoas. Ela utiliza em suas obras
diversos recursos com fotografia, vídeo e instalação.
AGENDA: AS
PENSADORAS – AS GRANDES MULHERES FILÓSOFAS DA HISTÓRIA – O curso As
pensadoras: as grandes mulheres filósofas da história, prosseguirá no
próximo dia 19/10, das 17 às 19hs, no auditório do prédio Íris III – do curso
de Direito do Centro Universitário Cesmac -, sobre o tema As mães da igreja e pensadoras cristãs medievais, ministrado pelo
professor e coordenador do grupo Álvaro
Queiroz. Veja mais aqui e aqui.
A GAIA CIÊNCIA
[...] No
fundo, desgostam-me todas aquelas morais que dizem: “Não faças isso! Renuncia!
Supera-te!” – gosto, ao contrário, daquelas morais que me incitam a fazer algo
e a fazê-lo de novo e de manhã até a tarde e à noite sonhar com isso, e não
pensar em mais nada, a não ser: fazê-lo bem, tão bem quanto só é possível
justamente a mim! [...] Mas não
quero, de olhos abertos, lutar por meu empobrecimento, não gosto de todas as
virtudes negativas – virtudes cuja essência é o próprio negar e renunciar a si.
Ao fazermos, deixamos, trecho extraído do
Livro IV, da obra A gaia ciência
(Companhia das Letras, 2012), do filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900). Veja mais aqui.
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Sou
altar dos teus sacrifícios vagina em plena geometria onde o suor do teu corpo
jorra o esperma da tua verdade Sou a pia batismal o livramento dos teus pecados
a renascer-te___ homem no vértice e na flor Sou a oração e a saudade a dor e o
prazer a revigorar o teu pênis na oração e na tua infinita presença para sempre
em mim.
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na
Terra com a arte do fotógrafo estadunidense Ed Freeman.
Recital
Musical Tataritaritatá - Fanpage.