terça-feira, agosto 23, 2016

MERLEAU-PONTY, YO-YO MA, ILYA KABAKOV, MILOS FORMAN, DEISE FURLANI, PATRICK PALMER & GUAYASAMIN


DA INOCÊNCIA E DA INJUSTIÇA MILENAR– Imagem: Las manos de la protesta, do pintor e escultor equatoriano Oswaldo Guayasamin (1919-1999) - Ninguém escapa de uma cruzeta! Sim, sei, cada caso é um caso. Os registros históricos e, sobretudo, a Literatura estão fartas de ocorrências que se mostraram injustas e ocorridas há milênios. Manobras, conspirações e conluios de interesses são ardilosamente maquinados na calada da noite ou nos recônditos do dia secularmente. Vítimas são ceifadas, muitas vezes sobrecarregadas de inesgotável inocência, só pelo puro prazer de uns poucos grotescos em sobrepujar os limites dos mais desprezíveis motivos dos proveitos ambicionados. Coisas monstruosas, decerto. Nada mais que vantagens indesculpavelmente amorais, oriundas do mais injustificável egoísmo que se sobressai sobre tudo e todos. Quanta vileza. Vinganças inaceitáveis, atitudes apequenadas de seres que se mostram menores que o próprio tamanho, cuja razão só se expressa por meio da força bruta, do pisotear, humilhar, sacanear, suprimir, vergastar, cercear e usurpar direito alheio. Quanta barbaridade! Exemplos é o que não faltam, expô-los aqui daria um rol interminável: milênios de malquerenças. Pleno século XXI e tais bizarrices se repetem cotidianamente desde a mais remota era do inventário humano: fulano que no cumprimento de seu estrito dever foi torturado até a morte, beltrano que saiu de casa pra padaria e foi alcançado num tiroteio por uma bala perdida que o levou a óbito, sicrana beldade cobiçada foi capturada, seviciada e morta pela mais revoltante violência e manchetes agressivamente estampadas fazem a festa da banalização de crimes. A minha indignação supera todos os limites dos termômetros da revolta e eu não sei por que cargas d’água tanta selvageria à toa: tudo nivelado por baixo. Ah, quem sabe, um dia sejamos realmente humanos. Tudo muito lamentável, tudo pelo poder, pela posse. Aos carrascos do presente: ninguém passa impune, o tempo julgará. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui e aqui.


Curtindo o cd/dvd do álbum Live from Tanglewood: The Silk Road Ensemble with Yo-Yo Ma (2012), reunião de músicos promovida pelo violoncelista franco-americano Yo-Yo Ma na exploração de como as artes avançam na compreensão glogal, conectando o mundo por meio da arte e na concentração de esforços que envolvem desempenho musical, programas de aprendizagem e empreendedorismo cultural.

PESQUISA 
[...] O saber nunca é categórico, coloca-se sob o beneficio do inventário, nada pode fazer com que sejamos o passado: é apenas um espetáculo postado diante de nós e que precisamos interrogar. As questões partem de nós e as respostas, portanto, não esgotam, por principio, uma realidade histórica que não esperou por elas para existir. Ao contrário, o presente somos nós. Para ser, espera nosso assentimento ou nossa recusa. A suspensão do juízo, regra no que concerne ao passado, torna-0se impossível agora: esperar que as coisas adquiram feição para decidir, é decidir deixá-las ser por sua própria conta. E, no entanto, a proximidade do presente, fazendo-nos responsável por ele, nem por isso nos dá o acesso à própria coisa – desta feita, é por ausência de distancia que estamos condenados a ver apenas um lado. Saber e prática enfrentam, a mesma infinidade do real histórico. Porém, respondem-lhe de duas maneiras opostas: o saber, multiplicando os pontos de vista por meio de conclusões provisórias, abertas, motivadas, isto é, condicionadas a prática, por meio de decisões absolutas, parciais, injustificáveis. [...].
Trecho do ensaio A crise do entendimento, extraído da obra As aventuras da dialética (Martins Fontes, 2006), do filósofo fenomenólogo francês Maurice Merleau-Ponty (1908-1961). Veja mais aqui e aqui.

LEITURA 
[...] Para nós sobrará o canto da mesa da sala de jantar quando quisermos escrever, o computador do filho, quando nos arriscamos pela internet, o sofá com as outras mulheres nos jantares de casais, e por toda prte o terror do tempo que passa e que, sentimos, vai devorando uma vida que nunca aprendemos a administrar – pois jamais nos pertenceu. [...].
Trecho da obra Histórias do tempo (Mandarim, 2000), da escritora e tradutora gaúcha Lya Luft. Veja mais aqui.

PENSAMENTO DO DIA:

[...] este mundo nos foi revelado em toda sua completude: uma nova terra e um novo céu tornaram-se visíveis, todas as hierarquias celestes [...] e a completude inteira do cosmos celeste banhado em uma luz de ouro. O ícone é um modelo deste mundo e simultaneamente uma projeção, em nosso mundo, do mundo do outro lado. [...]
Trecho extraído da obra Über die ‘Totale’ Installation / On the ‘total’ installation (Cantz Verlag, 1995), do artista conceitual russo Ilya Kabakov.

IMAGEM DO DIA
A atriz, produtora e diretora de cinema israelense Natalie Portman no filme Sombras de Goya (Goya´s Ghosts – Espanha/EUA, 2006), do cineasta Milos Forman. Veja mais aqui.

Veja mais sobre A intromissão do verbo, Nelson Rodrigues, Nazik Al-Malaika, Antonio Meneses, Chan-Wook Park, Lourival Viegas, Nicole Kidman, Narrativas de Yamato, O pensamento pós-moderno e as tendências epistemológicas aqui.

DESTAQUE
Mosaico em cerâmica da mosaicista Deise Furlani.

CRÔNICA DE AMOR POR ELA

Nude, by Patrick Palmer.
Veja aqui e aqui.

CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na Terra
Recital Musical Tataritaritatá - Fanpage.
Veja  aqui e aqui.