sábado, julho 23, 2016

BAUDRILLARD, DAVID LYNCH, DORIS UHLICH, BERNARD MIÈGE, EFIGÊNIA ROLIM, VICENTE REDONDO, EDILSON VIRIATO, SANDRA HIROMOTO, ÉRICA CHRISTIEH & SARAH BRASIL


ELUCUBRAÇÕES DAS HORAS CORRIDAS –(Imagem: arte do diretor, roteirista, produtor, artista visual, músico e ator estadunidense David Lynch) – Há tempos eu não sei o que dizer de certas coisas, penso eu haver equívocos demais: intolerância, superficialidade, engodo, tautologias, embustes, ofensas. Danou-se! A cada dia que se passa as pessoas se ofendem com mais e maior facilidade, por isso as relações se tornaram tão voláteis, descartáveis, de tudo não valer um cuspe – principalmente quando ele bate na cara: aí é revertério de pernadas, mãozadas, injúrias, blasfêmias, até perdigoto acidental vira pé de guerra. Como há tempos já se dizia que visita de mais de três dias é a pior das indesejáveis, amizade que dure esse período já é exitosa, avalie: não se atura mais o outro, ou desfizeram-se os laços - amizade só dura o tempo do interesse, amigo só quando se precisa. A necessidade dita as relações, quando fica congestionada por incompreensões ou contaminadas pelas indiferenças – já não há graça alguma em nada -, uma nova substitui feito uma roupa que se troca no cabide, sentimentos na lata de lixo. Tudo só é agradável até a hora da discordância, quando por um cabelinho de sapo emerge inimizades que, no apurado, não se sabe direito como foi que tudo começou: a era da descontinuidade. Parece mais que todo mundo está de saco cheio, sobrecarregado de tédio, esborrando angústia desconhecida, asco de tudo. O adulto gregário só no bar ou na foto de família – esta, por sua vez, só em enterro ou festa que finda com farpas e canivetes afiados -, o umbigocentrismo ocupou tudo e cada um falando pelos cotovelos. Blábláblá. Algaravias. Enquanto isso, eu vou só e a pé pelas ruas, acenando, sorrindo, no luxo que me dou de ser estrangeiro a dar bom dia em qualquer lugar no país em que nasci. Às vezes até me vejo Garabombo, o invisível, destá. E pra quem achou que eu havia morrido, ainda estou vivinho da silva e carregando o coração na ponta dos dedos, acaso algum assaltante fantasma resolva me surpreender pra que eu não tenha mais nada o que fazer. E vamos aprumar a conversa. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.


Imagem: a arte da pintora, designer, poeta visual, editora de Artes Visuais do Jornal Memai e especialista em Marketing e poéticas da arte contemporânea, Sandra Hiromoto.

 Curtindo as músicas dos álbuns Saga de Virgulino Ferreira, o Lampião, Astro Rei, Eu quero é cantar Luiz e Sarah Brasil e a sinfonia da passarinhada, da cantora e compositora Sarah Brasil.

PESQUISA:
[...] Uma nova comunicação que se de si para si mesma e onde reina o tautismo, neologismo que condensa tautologia, autismo e totalidade.
Trecho extraído da obra O pensamento comunicacional (Vozes, 2000), do teórico da mídia, administrador acadêmico e professor Ph. D em Economia, Bernard Miège, apresentando a evolução e as principais correntes fundadoras do pensamento comunicacional, destacando as problemáticas surgidas sobre temas como indústrias culturais, a introdução das tecnologias de informação e comunicação na sociedade e nas organizações, e a análise das teorias da comunicação.

LEITURA
[...] Respiro fundo. Essa maldita ansiedade que não me deixa aproveitar mais a minha profissão. Por mais que seja lindo ser professor, ainda há um espinho incomodando o meu coração, que se contorce e queima ao se lembrar do depoimento da Naomi. O fato de agressões sem motivos ou razão acontecerem tão frequentemente com professores, no Brasil, me aterroriza. Não posso evitar de pensar, que talvez a próxima vítima seja eu. Chega até ser ridículo sentir medo daquilo que eu sonhei para minha vida. Enquanto me aproximo da sala, sinto uma mão puxar a minha blusa delicadamente e desperto surpresa com aquele rosto tão angelical, que me olha sorrindo.
Trecho do livro Meu delírio, a ser lançado pela escritora Érica Christieh.

PENSAMENTO DO DIA: 
 [...] não estamos mais no drama da alienação, mas no êxtase da comunicação. E este êxtase é obsceno. [...] caminhamos para um mundo inteiramento funcional, operatório, racional, positivo, sem o mínimo buraco, de uma transparência total, logo, extremamente mortal. [...] o virtual e o viral caminham juntos, a recente irrupção dos vírus eletrônicos oferece uma anomalia remarcavel: diríamos que existe um prazer moleque das máquinas em amplificar; ou em produzir efeitos perversos, em exceder suas finalidades pelas suas próprias operações. Existe aí uma peripécia irônica e apaixonante. Pode ser que a inteligência artificial se parodie a ela mesma nessa patologia viral, inaugurando aqui uma espécie de verdadeira inteligência.
Trecho extraído da obra El otro por si mismo (Anagrama, 1988), do sociólogo e filósofo francês Jean Baudrillard (1929-2007). Veja mais aqui, aqui e aqui.

IMAGEM DO DIA: 
A arte da premiadíssima dançarina e coreógrafa austríaca Doris Uhlich. Veja mais aqui.

Veja mais sobre Reino dos Sonhos, Osman Lins, Denise Levertov, Laszlo Moholy-Nagy, Mike Todd aqui.

DESTAQUE
A arte da poeta, contadora de história, artista plástica, escultora e estilista Efigênia Rolim – a Rainha do Papel.

CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Nu - Acrílico e pastel sobre madeira, do pintor espanhol Vicente Romero Redondo.
Veja aqui e aqui.

CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Imagem: arte do escultor, pintor, gravador, desenhista, professor de dança e curador Edilson Viriato.
Recital Musical Tataritaritatá - Fanpage.
Veja aqui e aqui.