FERNANDO PESSOA – No livro Teoria da literatura (Almeidna, 1973), do escritor e professor português
Vitor Manuel de Aguiar Silva, encontro que: Ao
lírico é impossível exilar-se de si mesmo, alhear-se de sua interioridade a fim
de se outrar, como diria Fernando Pessoa, a fim de criar seres e coisas que
alcancem um subido grau de distanciamento em relação ao sujeito individual. O
se outrar do poeta e
filósofo português Fernando Pessoa (1888-1935), refere-se ao fenômeno de
fazer-se outro, adotar várias personalidades, dando-lhes vida e
independência. Outrar-se pode ser, também, definido, como deixar-se
contagiar por algo de sentido novo e diferente, deixando-se transformar num ser
novo, distinto, que veste uma nova personalidade ou forma de estar no mundo. Do
mesmo modo, no livro O devir-eu de Fernando Pessoa (Relógio D’água, 2010),
o filósofo, ensaísta e professor português José Gil considera o fenômeno
estético Fernando Pessoa como detentor de uma potência que dá a pensar diversas
questões filosóficas, que se configuram como um modo particular de promover a
vibração das forças que dinamizam as intensidades impessoais de uma obra de
arte, levando o próprio leitor a entrar no movimento “despessoalizante” do outramento,
que estaria na base, por sua vez, do fascínio que ela, a poesia, exerce. Veja
mais aqui e aqui.
COMO VEJO O MUNDO,
DE ALBERT EINSTEIN - Minha condição humana me fascina. Conheço o
limite de minha existência e ignoro por que estou nesta terra, mas às vezes o
pressinto. Pela experiência cotidiana, concreta e intuitiva, eu me descubro
vivo para alguns homens, porque o sorriso e a felicidade deles me condicionam
inteiramente, mas ainda para outros que, por acaso, descobri terem emoções
semelhantes às minhas. E cada dia, milhares de vezes, sinto minha vida — corpo
e alma — integralmente tributária do trabalho dos vivos e dos mortos. Gostaria
de dar tanto quanto recebo e não paro de receber. Mas depois experimento o
sentimento satisfeito de minha solidão e quase demonstro má consciência ao
exigir ainda alguma coisa de outrem. Vejo os homens se diferenciarem pelas
classes sociais e sei que nada as justifica a não ser pela violência. Sonho ser
acessível e desejável para todos uma vida simples e natural, de corpo e de
espírito. Recuso-me a crer na liberdade e neste conceito filosófico. Eu não sou
livre, e sim às vezes constrangido por pressões estranhas a mim, outras vezes
por convicções íntimas. Ainda jovem, fiquei impressionado pela máxima de
Schopenhauer: “O homem pode, é certo, fazer o que quer, mas não pode querer o
que quer”; e hoje, diante do espetáculo aterrador das injustiças humanas, esta
moral me tranquiliza e me educa. Aprendo a tolerar aquilo que me faz sofrer.
Suporto então melhor meu sentimento de responsabilidade. Ele já não me esmaga e
deixo de me levar, a mim ou aos outros, a sério demais. Vejo então o mundo com
bom humor. Não posso me preocupar com o sentido ou a finalidade de minha
existência, nem da dos outros, porque, do ponto de vista estritamente objetivo,
é absurdo. E no entanto, como homem, alguns ideais dirigem minhas ações e
orientam meus juízos. Porque jamais considerei o prazer e a felicidade como um
fim em si e deixo este tipo de satisfação aos indivíduos reduzidos a instintos
de grupo. Em compensação, foram ideais que suscitaram meus esforços e me
permitiram viver. Chamam-se o bem, a beleza, a verdade. Se não me identifico
com outras sensibilidades semelhantes à minha e se não me obstino
incansavelmente em perseguir este ideal eternamente inacessível na arte e na
ciência, a vida perde todo o sentido para mim. Ora, a humanidade se apaixona
por finalidades irrisórias que têm por nome a riqueza, a glória, o luxo. Desde
moço já as desprezava. Tenho forte amor pela justiça, pelo compromisso social.
Mas com muita dificuldade me integro com os homens e em suas comunidades. Não
lhes sinto a falta porque sou profundamente um solitário. Sinto-me realmente
ligado ao Estado, à pátria, a meus amigos, a minha família no sentido completo
do termo. Mas meu coração experimenta, diante desses laços, curioso sentimento
de estranheza, de afastamento e a idade vem acentuando ainda mais essa
distância. Conheço com lucidez e sem prevenção as fronteiras da comunicação e
da harmonia entre mim e os outros homens. Com isso perdi algo da ingenuidade ou
da inocência, mas ganhei minha independência. Já não mais firmo uma opinião, um
hábito ou um julgamento sobre outra pessoa. Testei o homem. É inconsistente. A
virtude republicana corresponde a meu ideal político. Cada vida encarna a
dignidade da pessoa humana, e nenhum destino poderá justificar uma exaltação
qualquer de quem quer que seja. Ora, o acaso brinca comigo. Porque os homens me
testemunham uma incrível e excessiva admiração e veneração. Não quero e não mereço
nada. Imagino qual seja a causa profunda, mas quimérica, de seu sentimento.
Querem compreender as poucas ideias que descobri. Mas a elas consagrei minha
vida, uma vida inteira de esforço ininterrupto. Fazer, criar, inventar exigem
uma unidade de concepção, de direção e de responsabilidade. Reconheço esta
evidência. Os cidadãos executantes, porém, não deverão nunca ser obrigados e
poderão escolher sempre seu chefe. Ora, bem depressa e inexoravelmente, um
sistema autocrático de domínio se instala e o ideal republicano degenera. A
violência fascina os seres moralmente mais fracos. Um tirano vence por seu
gênio, mas seu sucessor será sempre um rematado canalha. Por esta razão, luto
sem tréguas e apaixonadamente contra os sistemas dessa natureza, contra a Itália
fascista de hoje e contra a Rússia soviética de hoje. A atual democracia na
Europa naufraga e culpamos por esse naufrágio o desaparecimento da ideologia
republicana. Aí vejo duas causas terrivelmente graves. Os chefes de governo não
encarnam a estabilidade e o modo da votação se revela impessoal. Ora, creio que
os Estados Unidos da América encontraram a solução desse problema. Escolhem um
presidente responsável eleito por quatro anos. Governa efetivamente e afirma de
verdade seu compromisso. Em compensação, o sistema político europeu se preocupa
mais com o cidadão, com o enfermo e o indigente. Nos mecanismos universais, o
mecanismo Estado não se impõe como o mais indispensável. Mas é a pessoa humana,
livre, criadora e sensível que modela o belo e exalta o sublime, ao passo que
as massas continuam arrastadas por uma dança infernal de imbecilidade e de
embrutecimento. A pior das instituições gregárias se intitula exército. Eu o
odeio. Se um homem puder sentir qualquer prazer em desfilar aos sons de música,
eu desprezo este homem... Não merece um cérebro humano, já que a medula
espinhal o satisfaz. Deveríamos fazer desaparecer o mais depressa possível este
câncer da civilização. Detesto com todas as forças o heroísmo obrigatório, a
violência gratuita e o nacionalismo débil. A guerra é a coisa mais desprezível
que existe. Preferiria deixar-me assassinar a participar desta ignomínia. No
entanto, creio profundamente na humanidade. Sei que este câncer de há muito
deveria ter sido extirpado. Mas o bom senso dos homens é sistematicamente
corrompido. E os culpados são: escola, imprensa, mundo dos negócios, mundo
político. O mistério da vida me causa a mais forte emoção. É o sentimento que
suscita a beleza e a verdade, cria a arte e a ciência. Se alguém não conhece
esta sensação ou não pode mais experimentar espanto ou surpresa, já é um
morto-vivo e seus olhos se cegaram. Aureolada de temor, é a realidade secreta
do mistério que constitui também a religião. Homens reconhecem então algo de
impenetrável a suas inteligências, conhecem porém as manifestações desta ordem
suprema e da Beleza inalterável. Homens se confessam limitados e seu espírito
não pode apreender esta perfeição. E este conhecimento e esta confissão tomam o
nome de religião. Deste modo, mas somente deste modo, soa profundamente
religioso, bem como esses homens. Não posso imaginar um Deus a recompensar e a
castigar o objeto de sua criação. Não posso fazer ideia de um ser que sobreviva
à morte do corpo. Se semelhantes ideias germinam em um espírito, para mim é ele
um fraco, medroso e estupidamente egoísta. Não me canso de contemplar o
mistério da eternidade da vida. Tenho uma intuição da extraordinária construção
do ser. Mesmo que o esforço para compreendê-lo fique sempre desproporcionado,
vejo a Razão se manifestar na vida. [...] SOBRE A TEORIA DA RELATIVIDADE – [...] as ideias básicas mais essenciais da física teórica. Penso em primeiro
lugar na teoria do movimento das massas e da gravitação, obra de Newton; penso
em seguida na noção do campo eletromagnético, graças à qual Faraday e Maxwell
repensaram as bases de uma nova física. Tem-se razão ao dizer que a teoria da
relatividade deu uma espécie de conclusão à grandiosa arquitetura do pensamento
de Maxwell e de Lorentz, pois ela se esforça por estender a física do campo a
todos os fenômenos, inclusive gravitação. Ao tratar do objeto particular da
teoria da relatividade, faço questão de esclarecer que esta teoria não tem
fundamento especulativo, mas que sua descoberta se baseia inteiramente na
vontade perseverante de adaptar, do melhor modo possível, a teoria física aos
fatos observados. Não há necessidade alguma de falar de ato ou de ação
revolucionária, pois ela marca a evolução natural de uma linha seguida há
séculos. A rejeição de certas concepções sobre o espaço, o tempo e o movimento,
concepções julgadas fundamentais até esse momento, não, não foi um ato
arbitrário, mas simplesmente um ato exigido pelos fatos observados. A lei da
constância da velocidade da luz no espaço vazio, corroborada pelo desenvolvimento
da eletrodinâmica e da ótica, junto com a igualdade de direito de todos os
sistemas de inércia (princípio da relatividade restrita), indiscutivelmente
revelada pela célebre experiência de Michelson, inclina desde logo a pensar que
a noção de tempo deve ser relativa, já que cada sistema de inércia deve ter seu
tempo particular. Ora, a progressão e o desenvolvimento desta ideia realçam
que, antes da teoria, a relação entre as experiências pessoais imediatas, de
uma parte, e as coordenadas e o tempo, de outra parte, não fora observada com a
indispensável acuidade. Eis sem contestação um dos aspectos fundamentais da
teoria da relatividade: é sua ambição explicitar mais nitidamente as relações
dos conceitos gerais com os fatos da experiência. Além disso, o princípio
fundamental permanece sempre imutável, e a justificação de um conceito físico
repousa exclusivamente sobre sua relação clara e unívoca com os fatos
acessíveis à experiência. De acordo com a teoria da relatividade restrita, as
coordenadas de espaço e de tempo ainda conservam um caráter absoluto, já que
são diretamente mensuráveis pelos relógios e corpos rígidos. Mas tornam-se
relativos já que dependem do estado de movimento do sistema de inércia
escolhido. O continuum de quatro dimensões realizado pela união espaço-tempo
conserva, de acordo com a teoria da relatividade restrita, o caráter absoluto
que possuíam, conforme às teorias anteriores, o espaço e o tempo, cada um
tomado à parte (Minkowski). Da interpretação das coordenadas e do tempo como
resultado das medidas, chega-se à influência do movimento (relativo ao sistema
de coordenadas) sobre a forma dos corpos e sobre a marcha dos relógios, e à
equivalência da energia e da massa inerte. A teoria da relatividade geral
funda-se essencialmente sobre a correspondência numérica verificável e
verificada da massa inerte e da massa pesada dos corpos. Ora, este fato
capital, jamais a mecânica clássica o pudera explicar. Chega-se a esta
descoberta pela extensão do princípio de relatividade aos sistemas de coordenadas,
possuidoras de uma aceleração relativa de uns em relação aos outros. Assim, a
introdução de sistemas de coordenadas possuidoras de uma aceleração relativa em
relação aos sistemas de inércia mostra e descobre campos de gravitação
relativos a estes últimos. Daí se torna evidente que a teoria da relatividade
geral, baseada na igualdade da inércia e do peso, autoriza também uma teoria do
campo de gravitação. A introdução de sistemas de coordenadas aceleradas, um em
relação a outro, como sistema de coordenadas igualmente justificadas, como
parece exigir a identidade entre a inércia e o peso, conduz, juntamente com os
resultados da teoria da relatividade restrita, à consequência de que as leis
dos movimentos dos corpos sólidos, em presença dos campos de gravitação, não
correspondem mais às regras da geometria euclidiana. Observamos o mesmo
resultado na marcha dos relógios. Então, impunha-se, necessariamente, uma nova
generalização da teoria do espaço e do tempo, já que, doravante, se mostram
absolutamente caducas as interpretações diretas das coordenadas do espaço e do
tempo pelas medidas habituais. Esta generalização de nova maneira de medir já
existia no setor estritamente matemático, graças aos trabalhos de. Gauss e de
Riemann. E descobrimos que se fundamenta essencialmente sobre o fato de que a
nova maneira de medir empregada para a teoria da relatividade restrita,
limitada a territórios extremamente pequenos, pode se aplicar, com todo o
rigor, ao caso geral. Tal evolução científica, narrada como foi vivida, tira
das coordenadas espaço-tempo toda a realidade independente. O real, em sua nova
medida, agora só se apresenta pela ligação de suas coordenadas com as grandezas
matemáticas que reconhecem o campo de gravitação. A concepção da teoria da
relatividade geral aplica-se a partir de uma outra raiz. Ernst Mach realçara de
modo singular o fato de que na teoria newtoniana havia um ponto verdadeiramente
pouco explicado. Com efeito, considera-se o movimento sem referência a suas
causas, mas simplesmente enquanto movimento descrito. Por conseguinte, não vejo
outro movimento a não ser o movimento relativo das coisas umas em relação às
outras. Mas a aceleração que descobrimos nas equações do movimento de Newton
continua inconcebível desde que se raciocine a partir da ideia do movimento
relativo. Então Newton viu-se obrigado a imaginar um espaço físico com relação
ao qual deveria existir uma aceleração. Este conceito de um espaço absoluto
introduzido ad hoc mostra-se, é certo, logicamente correto, mas não satisfaz
o sábio. Por este motivo E. Mach procurou modificar as equações da mecânica de
modo que a inércia dos corpos fosse explicada por um movimento relativo, não
por referência ao espaço absoluto, mas por referência à totalidade dos outros
corpos ponderáveis. Em vista dos conhecimentos científicos do tempo, a
combinação devia fracassar. Mas esta questão atormenta sempre nossa razão. A
indução do pensamento impõe-se com uma força ainda muito maior quando se pensa
em função da teoria da relatividade geral, pois, segundo ela, sabe-se que as
propriedades físicas do espaço são influenciadas pela matéria ponderável. Minha
profunda convicção reconhece que a teoria da relatividade geral não pode
superar estas dificuldades de maneira verdadeiramente satisfatória a não ser que
se pense o universo como um espaço fechado. Os resultados matemáticos da teoria
nos impõem esta concepção, se se admitir que a densidade média da matéria
ponderável no universo possui um valor finito, por menor que seja. COMO VEJO O MUNDO – A obra Como
vejo o mundo, do físico alemão Albert Einstein (1879-1955), trata em seu
primeiro capítulo acerca da visão do autor sobre o mundo, o sentido da vida,
como julgar o homem, o porquê da riqueza, comunidade e personalidade, o Estado
diante da causa individual, o bem o e mal, religião e ciência, a religiosidade
da pesquisa, paraíso perdido, a necessidade da cultura moral, fascismo e
ciência, liberdade de ensino, métodos modernos de inquisição, educação em vista
de um pensamento livre, métodos modernos de inquisição, educação em vista de um
pensamento livre, Educação/Educador, alunos japoneses, mestres e alunos, os
cursos de estudos superiores de Davos, alocução pronunciada junto do túmulo de
H. A. Lorentz, Joseph Popper-Lynkaeus, Arnold Berliner, G.B. Shaw, Bertrand
Russell e o pensamento filosófico, as mulheres americanas, entre outros
assuntos. No segundo capítulo trata sobre política e pacifismo, o sentido atual
da palavra paz, a guerra, o problema do pacifismo, o serviço militar, Sigmund
Freud, as mulheres e a guerra, pacifismo ativo, sobre a questão do
desarmamento. a Corte de Arbitragem, a Internacional da ciência, as minorias,
civilização e bem-estar, reflexões sobre a crise econômica mundial, a produção
e o poder de compra, produção e trabalho, a proteção do gênero humano, entre
outros assuntos. No terceiro capítulo trata sobre a luta contra o
nacional-socialismo e a profissão de fé. No quarto capítulo trata sobre
problemas judaicos, o cristianismo e judaísmo, anti-semitismo e juventude, a
necessidade do sionismo, entre outros assuntos. Por fim, no quinto e último
capítulo aborda sobre os estudos científicos, os princípios da pesquisa,
princípios da física teórica, o método da física teórica, a teoria da
relatividade, a teoria da relatividade geral, o problema do espaço, do éter e
do campo físico, Johannes Kepler, a
mecânica de Newton e sua influência sobre a formação da física teórica,
a influência de Maxwell sobre a evolução da realidade física, o barco de
Flettner, a causa da formação dos meandros no curso dos rios. Lei de Baer, a
verdade científica e a degradação do homem de ciência. Veja mais aqui, aqui,
aqui e aqui.
REFERÊNCIA
EINSTEIN, Albert. Como vejo o
mundo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1981.
Veja mais sobre:
A Uiara do Jaraguá aqui.
E mais:
Quebra de Xangô, Yulia
Gorodinski, Relacionamentos Afetivos, Psicologia Jurídica & Criminologia aqui.
Deusa
Vesta, Daniel Goleman & Foco, Crimes Tributários, Psicologia & Pesquisa
aqui.
Gilles Deleuze & Félix Guattari,
Peter Gabriel, Catarina Eufémia, Sam Mendes, Vicente Caruso, Mena Suvari, O
Rádio & Radiodifusão, Psicopatologia & Memória, Sandra Fayad & Janne
Eyre Melo Sarmento aqui.
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Tolinho & Bestinha: quando a lei do
semideus é cachaça, tapa e gaia aqui.
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CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
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