quarta-feira, setembro 02, 2015

GAUTIER, SÉRAPHINE, HERZOG, ASAM, EDUCAÇÃO AMBIENTAL, PEQUENO CIDADÃO, PSICODRAMA, NASCENTE & BRINCARTE DO NITOLINO.

VAMOS APRUMAR A CONVERSA? NASCENTE – A edição nº 13 do tablóide Nascente, jul/ago-1998, dedicada aos protetores da natureza, traz o editorial Voto Moral, com o desenho o Soltador de Pássaros de Ângelo Meyer e na sessão Bate Papo, uma entrevista com Beto Guedes: Política é um prato cheio de nada. Nas Notas Literárias, editada pelo escritor Ari Lins Pedrosa, uma entrevista com Gilberto Mendonça Teles. O artigo Por um nordeste tecnificado, do agricultor Gilberto França, o lançamento do cd Coisas de Pernambuco da banda Shampoo, a miss de São Miguel dos Campos, Macicleide Barbosa na lente de André Fon, um cartun de Zinei e uma homenagem à cidade histórica, heroica e monumento nacional Cachoeira (BA). Na sessão Registro o projeto Poesia em Cartaz da Fundação Casa da Cultura Hermilo Borba Filho, o lançamento nº 26 da revista Dimensão, editada por Guido Bilharinho, exposição de fanzines e publicações da Expozine (SP), o lançamento do livro Santo Souza: um poeta órfico (SE), a Coletânea Nacional de Poesia organizada por Benilson Pereira da Associação Capixaba de Escritores (ES), lançamento do livro Tudo é um momento, da poeta e professora Ilza Bezerra (AL); a 8ª edição da Antologia Literária Internacional Del’Secchi, editada pelo poeta Roberto de Castro Del’Secchi (RJ), a revista poética Albatroz (AL) e dicas de concursos e prêmios nacionais. Na sessão Tabuletas o sexto episódio das Proezas do Biritoaldo: Quando Cupido acerta no alesado, Deus faz, o diabo ajunta. E na sessão Nascente Poético poemas de Almandrade (BA), Humberto Del Maestro (ES), Paulo Gonçalves (MG), José Flavio J. Citelli (SP), Luciano de França (PE), Aloisio Bezerra (CE), Denise Teixeira Viana (RJ), Paulo Guggiana (RS), Luiz Alberto Vilar (AL), Marcio Souza Andrade (MG), Jorge Luiz (AL), Diógenes Tenório Junior (AL), Aparecida Ventura (PE), Gessy Carísio de Paula (MG), Danilo Sampaio (SE), Ana T. (SP), Abilio Pacheco (PA), Edjane Leal Cruz (PE), Rogério Xavier (AL) e Helder Morais Miranda (SP). Veja mais aqui e aqui.


Imagem da pintora francesa Séraphine Louis (1864-1942).


Curtindo o álbum Pequeno Cidadão (2009), da banda formada por Arnaldo Antunes, Taciana Barros, Edgard Scandurra, Antonio Pinto e seus filhos.

BRINCARTE DO NITOLINO – Hoje é dia da reprise do programa Brincarte do Nitolino pras crianças de todas as idades, nos horários das 10hs e das 15hs, no Projeto MCLAM, com apresentação de Isis Corrêa Naves. Na programação muitas atrações: Olavo Bilac, Chico Buarque & Vinicius de Morais, Nara Leão, Toquinho, Os Saltimbancos, MPB-4, Alceu Valença, Fagner, Boca Livre, As Frenéticas, Walter Franco, Rosa Clement, Nita & Meimei Corrêa, Milton Nascimento, Turma da Mônica & muito mais poesia, brincadeira, histórias e entretenimento pra garotada. E no blog dicas de Educação, Psicologia, Direito das Crianças e Adolescentes, Música, Teatro e Literatura infantil. Para conferir online clique aqui ou aqui.

EDUCAÇÃO AMBIENTAL – O livro A questão ambiental: diferentes abordagens (Bertrand Brasil, 2007), organizado por Sandra Batista da Cunha e Antonio José Teixeira Guerra, aborda temas como a natureza e o espaço, dialética da relação sociedade/natureza, produção de valor e articulação do espaço, técnica e produção do espaço, crise ambiental no século XX, os desastres e a tomada de consciência, atuação dos movimentos ambientais, movimentos ecológicos no Brasil, política e gestão ambiental, sustentabilidade e educação ambiental, perícia ambiental, turismo sustentável planejamento e gestão, encostas e a questão ambiental, canais fluviais, entre outros assuntos. Da obra destaco o trecho constante do estudo Sustentabilidade e educação ambiental de Mauro Guimarães: [...] O sentido de educar ambientalmente hoje vai além de sensibilizar a população para o problema. Não basta mais apenas sabermos o que é certo ou errado em relação ao meio ambiente. Precisamos até mesmo superar a noção de sensibilizar, que na maior parte das vezes é entendida como compreender racionalmente. Só a compreensão da importância da natureza não é o bastante para ser levada à sua preservação por nossa sociedade. Sensibilizar envolve também o sentimento de amar, o ter prazer em cuidar, como cuidamos dos nossos filhos. É o sentido de doação, de integração, de pertencimento á natureza. É preciso, ainda, e sobretudo, a mobilização, o pôr a ação em movimento. É incorporar (razão e emoção) à questão ambiental no cotidiano de nossa ação como prioridade. É uma mudança de atitude nossa com nós mesmos, em uma nova visão de mundo. Nossa com os outros e o ambiente que nos envolve, em uma ação solidária. É tudo isso em nossa luta polítca, como seres sociais que somos, pela conquista de um novo modelo de sociedade que preze a relação do equilíbrio com o meio ambiente, que passa obrigatoriamente pela justiça social, ou seja, é a construção de uma nova sociedade ambientalmente sustentável. É preciso, portanto, o exercício pleno de nossa cidadania em um processo de conscientização (consciência + ação). [...]. Veja mais aqui e aqui.

A MULHER QUE VEIO DO OVO – No livro Folktales from Germany (University Chicago, 1966), de Kurt Ranke, encontro a narrativa A mulher que veio do ovo, da qual destaco os seguintes trechos: Um jovem saiu em busca de uma esposa, pois não gostava de nenhuma das donzelas de sua aldeia. Bem, então procure, se você precisa – disse-lhe a mãe, mas certamente a fome o trará de volta, ou a sede! Enquanto o rapaz atravessava a flores, seu estomago logo deu sinal de fome e sua garganta ficou seca. Viu um ninho de passarinho no alto de uma árvore e subiu até lá, em busca de ovos para comer. Encontrou três e, assim que estava de volta ao chão, quebrou um deles. Para sua surpresa, uma linda donzela surgiu à sua frente. Dê-me água, ela disse, e eu serei sua, assim como você será meu. O rapaz não tinha água, e a moça desapareceu. Ele quebrou o segundo ovo, e surgiu uma virgem ainda mais radiante. Dê-me água, ela declarou, e eu serei sua, assim como você será meu. Antes que ele conseguisse encontrar água, ela desapareceu. Mais triste, porém mais experiente, ele procurou água antes de abrir o último ovo. Encontrou um poço num jardim, encheu uma taça com água e então quebrou o terceiro ovo. Uma virgem tão linda quanto o Sol e a Lua apareceu, vestida numa túnica dourada. No mesmo instante o rapaz apaixonou-se por ela. Dê-me água, ela disse, e eu serei sua, assim como você será meu. O rapaz ofereceu-lhe a taça de água, e ela bebeu, dizendo: Agora, eu sou sua e você é meu. O rapaz desejava imensamente que a linda mulher voltasse com ele para casa, então lhe disse: Se você esperar aqui, junto do poço, buscarei uma carruagem para você! [...] A mulher que veio do ovo saltou para dentro do poço, tornou-se um peixe e nadou até sumir de vista. A bruxa vestiu sua filha medonha com a túnica dourada, instruiu-a quanto ao que dizer quando o rapaz voltasse e partiu. Pouco depois chegou o rapaz com a carruagem. Quando viu aquela mulher feia, recuou. O que aconteceu com você?, ele perguntou, você era tão linda quando eu parti! Infelizmente, explicou a filha da bruxa, você me deixou exposta ao sol e eu fiquei preta! Mas se você me levar para casa tomarei banho e voltarei a ser tão linda quanto antes. [...] A esposa feia começou a andar de um lado para o outro. Voltou-se para o marido e perguntou: O que você está fazendo aqui, com todas essas mulheres? Por que não descansa e dorme um pouco? Quero ouvir a história dela, insistiu o marido, e assim a mulher que veio do ovo descreveu as três virgens e o modo como o rapaz dera uma taça de água à última. Então, ela disse, ele saiu para buscar uma carruagem com a qual levaria sua esposa. Nesse momento, acordei, concluiu a linda mulher, e não sei como o sonho terminou. Tente lembra-se, insistiu o marido, e a mulher que veio do ovo retomou a história, descrevendo como a bruxa susbtituira sua filha feia pela jovem noive. Ouvindo isso, o marido agarrou a filha da bruxa e trancou-a no quarto. Depois, foi até a casa da bruxa. Perguntou a ela: O que você acha de uma pessoa que rouba a esposa de um homem, tenta mata-la e a substitui por uma sapa medonha? A bruxa respondeu: Ora, essa pessoa deveria ser trancada num barril cheio de pregos e jogada do alto da maior das montanhas. Assim como a falsa esposa. E foi exatamente isso que o marido fez. Então, ele se casou com sua verdadeira esposa na igreja, e os dois viveram felizes para sempre. Veja mais aqui.

AFINIDADES SECRETAS – No livro Poésies complètes (1845), do escritor, jornalista e critico literário francês Théophile Gautier (1811-1872), encontro o poema Afinidades secretas, num tradução de Érico Nogueira: Sobre o frontão de um templo antigo, / dois blocos de mármore, olhando /o azul-anil do céu castiço, / esculpiram um sonho branco; / incrustadas no mesmo nácar, / depois que Vênus lá chorou, / duas pérolas segredaram / e o fundo do mar escutou; / por um jardim do verde Líbano, / irisada de gotas d'água, / a rosa não disse aos espinhos / o que eles não disseram à rosa; / sobre as cúpulas de Veneza, / dois pássaros brancos pousaram, / os mesmos que amor, com destreza, / deixou num tronco eternizados. / Mármor, pérola, rosa, ave, / tudo se vai, tudo se move; / funde a pérola, o mármor cai, / a rosa murcha, a ave foge. / Cada parcela, ao ir-se embora, / deságua no magma extremo / onde Deus bate na bigorna / a forma de tudo, e o desenho. / É mui lenta a metamorfose / do mármor branco em branca face, / da rosa em lábios cor-de-rosa, / do canto alado em verso táctil. / É o canto que reaparece / no coração de dois amantes, / e a perla que agora umedece / na boca de riso brilhante. / Daí nascem as simpatias / à doçura irrenunciável / que faz uma alma baldia / rever-se na cara metade. / Cedendo ao apelo do olfato, / à visão do brilho, ou da cor, / voa o átomo para o átomo, / como a abelha para a flor. / Ah, a memória dos devaneios / sob o frontão ou sobre o mar, / de frases partidas ao meio, / junto da fonte, à luz do luar, / de beijos e de asas que batem / em cúpulas de ouro puro, / e de moléculas que ardem, / e vão-se buscando no escuro. / Desperta o amor estiolado, / o que passou passa de novo, / rebenta a rosa sobre o lábio, / um olho pousa em outro olho. / Sobre o nácar, ou num sorriso, / a perla revê sua brancura; / num rosto delicado, liso, / o mármor o amor emoldura. / A voz da ave enfim ressoa, / eco abafado de um gemido, / todo obstáculo esboroa, / e o estranho se torna em amigo. / Ó tu, por quem eu ardo e passo, / que fonte, frontão ou roseira, / que cúpula viu nosso abraço, / perla ou mármor, flor ou abelha? Veja mais aqui e aqui.

PSICODRAMA NAS INSTITUIÇÕES – O livro Psicodrama nas instituições (Cadernos de Psicodrama – Ágora, 1990), organizado por Luiza Cristina Azevedo Ricotta, aborda temas como atendimento conjunto pais-crianças, trabalho ambulatorial, uma leitura relacional das perturbações emocionais da criança, fases do duplo, do espelho e da inversão, matriz de identidade, átomo social, co-consciente e co-inconsciente, espontaneidade e conserva cultural, conceito de saúde e doença no psicodrama, família, atendimento vincular em psicodrama, atualidades nos métodos terapêuticos psiquiátricos, psicodrama e psicoterapia breve, psicoterapia de psicóticos em instituições, a vitimização física e sexual da família e o papel da instituição, ensino de psicopatologia, assistência psicológica no programa da mãe participante, da análise à ação psicodramática, desenvolvimento do papel profissional, entre outros assuntos. Este livro complementa uma série de estudos realizados na área. Veja mais aqui e aqui.

AGUIRRE, A CÓLERA DOS DEUSES – O drama histórico Aguirre, a cólera dos deuses (Aguirre, der Zorn Gottes, 1972), dirigido pelo cineasta alemão Werner Herzog e música de Popol Vuh, conta a história da expedição de Pizarro, colonizador espanhol, na Amazônia, em 1560, em busca do El Dourado. O filme discute a violência e a rebeldia do europeu diante dos habitantes do Novo Mundo, em busca de El Dorado, a lendária cidade de ouro, em 1541-1542, tomando por base a narrativa do diário do Frei Gaspar de Carvajal (que participou da expedição ao El Dorado), na verdade o filme deixa de lado o aspecto histórico e se concentra mais nas teses costumeiras do diretor Herzog, preocupado em mostrar os efeitos mentais e emocionais sofridos por homens em situações-limite, confrontados com a natureza primitiva e desconhecida. A expedição armada espanhola atravessa os Andes e chega até ao Rio Orenoco, chefiada por Don Pedro Urzúa e pelo segundo-em-comando, o cruel e ambicioso Lope de Aguirre. Logo ao chegar ao rio, Aguirre se rebela e aprisiona Urzúa, declarando um dos expedicionários, Dom Fernando de Gúzman, como o Imperador de El Dorado. A medida que seguem o curso fluvial em uma balsa, Aguirre se perde cada vez mais em sua própria ambição e sucumbe a enlouquecidos sonhos de glória. Veja mais aqui.

IMAGEM DO DIA
Imagem: detalhe da escultura Assumption of the Virgin (1717-1725), do arquiteto e escultor alemão Egid Quirin Asam (1692-1750).


Veja mais no MCLAM: Hoje é dia do programa Quarta Romântica, a partir das 21hs, no blog do Projeto MCLAM, com a apresentação sempre especial e apaixonante de Meimei Corrêa. E para conferir online acesse aqui.

VAMOS APRUMAR A CONVERSA?
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