quarta-feira, novembro 30, 2016

NA HORA DE IR À LUTA, DUO GRAFFITI, TRACEY MOFFATT, PHILLIP PIPERIDES & TANISE CARRALI


PRA QUEM NUNCA FOI À LUTA, ESTÁ NA HORA DE IR - Imagem: Invocation (2000), da artista australiana Tracey Moffatt. - Ainda ontem eu tinha algumas convicções, hoje não mais, nenhuma. De nada mais servem as certezas, todas aquelas tidas pelas mais ajustadas exatidões, ruíram com os ventos, feneceram na poeira: prova cabal de que não se sabe de nada. O tempo conduz à sabedoria, mesmo que seja pelos modos mais cruciais: paralelas erráticas e circundadas por projeções quiméricas e aventuras oníricas. O prazer de sonhar na pauta do dia, nunca é demais. Interagindo com a Natureza, tudo o que eclodiu instaurado pelo rigor da fortaleza e mantido à força bruta, esfacelou-se com algumas décadas de arrastado, até nem tanto, com seus tentáculos autodestrutivos na agonia de tudo e de todos. Algumas até que resistem caquéticas, esvaindo-se inermes no meio de suas próprias armas terríveis inutilizáveis, o auto-envenenamento do próprio carrasco. Apesar de neófito ainda, aprendi a trilhar o caminho das pedras. Não temo as topadas, escorregões ou desequilíbrios, eu sei pra onde vou. Se de ontem aprendi as lições, hoje sou melhor aprendente, pelo menos. O que eu sei de amanhã, pouco importa, valho-me do que faço agora. A cada dia posso ser melhor: quem sabe faz a hora não espera acontecer. © Luiz Alberto Machado. Veja mais aqui

 Curtindo Fronteiras (2010), do Duo Graffiti, formado pela flautista Cássia Carrascoza & Ricardo Bologna na marimba.

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De baratas, teias & farpas, Alexander Scriabin, Arquitas de Tarento, Artur Azevedo, Francisco Quevedo, Adrian Lyne, Richard Stainthorp, Charles Knight, Renata Zhaneta, Glenn Close & Clevane Pessoa de Araújo Lopes aqui.

E mais:
Todo dia é dia da mulher aqui.
Educação, Hilton Japiassu, Leopold Nosek &  Óleo de peroba na política aqui.
Marcio Baraldi & Transversalidade na educação aqui.
Segmentação do mercado na área de serviços aqui.
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Inesquecível viagem ao prazer & poema matuto aqui.
Homofobia, sexualidade, bissexualidade & educação para as diferenças aqui.
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DESTAQUE: PHILLIP POPERIDES
A arte do escultor cipriota Phillip Piperides.

CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Arte da atriz, diretora, escritora e artista visual e professora Tanise Carrali.
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CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
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terça-feira, novembro 29, 2016

HANNAH ARENDT, ALEX GREY, CAROL SABOYA, BRASILEIRO & FECAMEPA


O QUE É SER BRASILEIRO? - Não é decorar a História do Brasil da sala de aula, quando a tragicômica evolução dos séculos esconde uma inglória, nefasta e horrorosa coleção de fatos que mais envergonham até quem nem nasceu aqui. Não é cantar o Hino Nacional vestindo a amarelinha em dia de jogo de uma seleção organizada por uma entidade privada como a CBF, igualzinha a qualquer outra corporação voltada pros lucros, jogatinas e com escândalos até o pescoço, muito menos quando políticos golpistas encenam na defesa de suas aprovações, quando estão simplesmente fazendo valer o interesse da mão invisível em detrimento da população brasileira, nem nas inaugurações públicas realizadas com licitações duvidosas que mais encheram os bolsos dos interessados em nome da utilidade pública. Não é soltar uma ôia pro patrulheiro prele liberar sua viagem numa rodovia, ou pro fiscal de renda esconder sua sonegação, sequer quando azeita a engrenagem de qualquer servidor para agilizar seu processo em órgãos públicos. Não é se valer da carteirada para furar fila, avançar o sinal ou se achar o maior dos privilegiados em prejuízo dos demais. Não é ficar ancho por ser duma religião em que só os seus membros são irmãos e os demais de outras são os pecadores sem solução. Não é se aproveitar da promoção dos produtos da merenda escolar ou dos medicamentos dos postos de saúde, nem achar que pedestre devia ficar em casa, nem PNE ser um condenado divino, nem idoso um atrapalho de vida e criança uma dor de cabeça. Não é ser dendroclasta para arrancar qualquer pé de planta das calçadas e sair desmatando tudo em nome do progresso que só serve ao seu bolso. Não é achar que pobre não é gente, nem que toda biba é um desvio dos céus. Não é se informar apenas com as notícias da ideologia dos mandonistas e se achar que só sua TV a cabo informa tudo pra deixá-lo talqualmente qualquer bom de bolso em qualquer parte do planeta. Não é gritar que o Brasil é uma droga que não tem mais jeito e se balançar cantando uma felicidade de mentira ou uma dor de corno de amor ao país. Pra falar a verdade, nada disso acontece mesmo aqui, não é? Pode ser que isso seja lá do outro lado do mundo ou noutro país que ninguém vê, menos aqui. Isso porque, na verdade, falta é brasileiro no Brasil. © Luiz Alberto Machado.. Veja mais aqui

 Curtindo o álbum Belezas (AAM Music, 2012), da cantora Carol Saboya.

Veja mais sobre:
A poética aristotélica, Erich Fromm, Georges Bataille, Eliete Negreiros, Rufino, Walter Hugo Khouri, Arthur Braginsky, Helena Ramos, El Tomi Müller, Fernando Fiorese & A primeira estética da arte dramática aqui.

E mais:
Primeiro encontro: o vôo da língua no universo do gozo aqui.
Cordel na Escola aqui.
Teoria Geral do Crime & Direito Penal aqui.
Responsabilidade civil, dano estético & erro médico aqui.
As trelas do Doro aqui.
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DESTAQUE: A VIOLÊNCIA
[...] A forma extrema de poder é o de todos contra um, a forma extrema da violência e um contra todos [...] Ao que parece, a resposta dependerá do que compreendemos como poder. E o poder, ao que tudo indica, é um instrumento de dominação, enquanto a dominação, assim nos é dito, deve a existência a um ‘instinto de dominação’. Lembramo-nos imediatamente do que Sartre disse a respeito da violência quando em Jouvenel que ‘um homem sente-se mais homem quando se impõe e faz dos outros um instrumento de sua vontade, o que
lhe dá um ‘prazer incomparável’ [...] o poder é de fato a essência de todo governo, mais não a violência.  A violência é por natureza instrumental; como todos os meios ela sempre depende da orientação e da justificação pelo fim que almeja. [...].
Trechos extraídos da obra Sobre a violência (Relume Dumará, 1994), da filósofa política alemã de origem judaica Hannah Arendt (1906-1975). Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.

CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Imagens: a arte do artista estadunidense Alex Grey.
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segunda-feira, novembro 28, 2016

WILLIAM BLAKE, GONZAGUINHA , DUARTE VITÓRIA, GLEIDISTONE ANTUNES, DESENCONTROS DE ONTEM & REENCONTROS AMANHÃ


ALÔ, CONGRESSO NACIONAL, OUÇA QUEM O ELEGEU!



DESENCONTROS DE ONTEM, REENCONTROS AMANHÃ – Entre as coisas que aprecio fazer nas horas de ócio é olhar pra trás e mangar dos meus disparates. Desde os memoráveis tempos aborrecentes de interrogação ambulante que sou até hoje, graças a Deus, de rimar nada com coisa alguma, de não ambicionar ser artista de TV ou capa de revista - embora andasse todo cheio das pregas, venta empinada e sempre folgado, todo espalhado e violando os limites do maniqueísmo ou do que fosse -, diversão de gente imatura, reconheço, porque nunca fora domesticado para integrar panelinhas, nem catequizado para professar fé ou lógica de natureza alguma. Exatamente, por isso, quase uma fraude, tal erva daninha na condição de inimigo a ser combatido, sem causa nem animal de estimação, eu sempre me dera disposto ao altruísmo. Pelo menos fui honesto comigo e ao que me propunha fazer, não escondendo de ninguém a patética jactância dos meus critérios duvidosos, sempre apostando em trunfos que não passavam de travessuras e risadagens, quando não deselegante e indiscreto usurpador da paciência alheia, radical em minhas tolices. Mesmo assim, depois da profusão assombrosa dos meus trocentos fracassos, procurava todo mundo para comemorar – cadê? Tudo desabado. Tiveram todos muita paciência comigo, sou grato, acho que relevavam meus desatinos. Mais sei que aguentaram além da conta, algumas ou tantas e muitas sucumbiram às antipatias que se esgarçaram das amizades às mórbidas indiferenças – de boas intenções o inferno já estava pra lá de sobrecarregado. Evidente que eu deveria ter culpa no cartório. Quanto mais tentava acertar, mais emporcalhava: sempre metia as mãos pelas pernas - vai ser desorientado assim na casa da peste, doido! Pudera, no frigir dos ovos, nunca fizera nada digno de nota, tudo construído na minha incapacidade extravagante em manter vínculos e convívios. Uma ou outra que se diga lá de qualquer coisa. Optei por ser estrangeiro auto-exilado na solidão, convivendo na penumbra dos meus porões. Contudo, ao reencontro com qualquer dos sobreviventes, viro festa de dia da padroeira, dentes mordendo as orelhas. É muito bom rever as pessoas. Exemplo disso, foi ter reencontrado indagora o poetamigo e professor Gleidistone Antunes da Silva, quem eu conheci alguns trinta anos atrás, então radialista Tony Antunes, quando dividíamos atividades numa emissora da terrinha. Todo esse tempo depois, batemos papo, atualizamos as novidades e retomamos o contato, razão pela qual destaco seu trabalho na imagem desta. Até um tanto entusiasmado com isso, ouso dizer aos de ontem e de sempre, da minha alegria de revê-los e de sonharmos juntos na construção de um mundo melhor paratodos. © Luiz Alberto Machado.. Veja mais aqui.


Há muito tempo que saí de casa, há muito tempo que caí na estrada
Há muito tempo que eu estou na vida
Foi assim que eu quis e assim eu sou feliz
Principalmente por poder voltar a todos os lugares onde já cheguei
Pois lá deixei um prato de comida, um abraço amigo
E um canto pra dormir e sonhar
E aprendi que se depende sempre de tanta muita diferente gente
Toda pessoa sempre é as marcas das lições diárias de outras tantas pessoas
E é tão bonito quando a gente entende que a gente é tanta gente
Onde quer que a gente vá
E é tão bonito quando a gente sente que nunca está sozinho
Por mais que a gente pense estar
É tão bonito quando a gente pisa firme nessas linhas que estão
Nas palmas de nossas mãos
É tão bonito quando a gente vai à vida nos caminhos onde bate
Bem mais forte o coração
O coração, ah! O coração.
Caminhos do coração (EMI-Odeon, 1982), do saudoso cantor e compositor Luiz Gonzaga Júnior, o Gonzaguinha (1945-1991). Veja mais aqui e aqui.

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Por que Brasil, hem?, Raduan Nassar, Adrienne Rich, Robert Schumann, Filolau de Crotona, Antonio Januzelli - Janô, Brian DePalma, Miguel Paiva, Natalia Gutman, Melanie Griffith, Deborah Shelton, Jan Sluyters & Efigênia Coutinho Mallemont aqui.

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Preconceito, ó, xô prá lá!, William Blake, Claude Lévi-Strauss, Stefan Zweig, Jean-Baptiste Lully, Ângela Vieira, Salvatore Samperi, Laura Antonelli, Katia Pinno, Ballet Eliana Cavalcanti, Nelina Trubach-Moshnikova & José Geraldo Batista aqui.
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DESTAQUE: AUGÚRIOS DA INOCÊNCIA
Ver um mundo num grão de areia,
E um céu numa flor do campo,
Capturar o infinito na palma da mão
E a eternidade numa hora.
Um tordo rubro engaiolado
Deixa o céu inteiro irado…
m cão com dono e esfaimado
Prediz a ruína do estado…
Ao grito da lebre caçada
Da mente uma fibra é arrancada.
Ferida na asa a cotovia,
Um querubim, seu canto silencia…
A cada uivo de lobo e de leão
Uma alma humana encontra a redenção.
O gamo selvagem acalma,
A errar por aí, a nossa alma.
Se gera discórdia o judiado cordeiro,
Perdoa a faca do açougueiro…
A verdade com mau intuito
Supera a mentira de muito.
É justo que assim deva ser:
É do homem a dor e o prazer;
Depois que isso aprendemos a fundo,
Seguros podemos sair pelo mundo…
O inquiridor, que astuto se posta,
Jamais saberá a resposta…
O grito do grilo ou uma charada
À dúvida dão resposta adequada…
Quem duvida daquilo que vê
Jamais crerá, sem como e porquê.
Se duvidassem, sol e lua
Apagariam a luz sua.
Soltar tua ira pode ser um bem,
Mas bem nenhum quando a ira te retém…
Toda noite e toda manhã
Alguém para a miséria está a nascer.
Em toda tarde e toda manhã linda
Uns nascem para o doce gozo ainda.
Uns nascem para o doce gozo ainda,
Outros nascem para uma noite infinda.
Passamos na mentira a acreditar
Quando não vemos através do olhar,
Que uma noite nos traz e outra deduz,
Quando a alma dorme mergulhada em luz.
Deus aparece e Deus é luz amada
Para almas que na noite têm morada,
Mas com a forma humana se anuncia,
Para aqueles que vivem nas regiões do dia.
Augúrios da inocência (poema, 1803) / The Greatness - Satan watching the Caresses of Adam and Eve (pintura, 1808), extraídos do livro Poemas do manuscrito Pickering / Os Portões do Paraíso (Antígona, 1996), do poeta, pintor e gravador inglês William Blake (1757-1827). Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.

CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Imagens: a arte do artista plástico português Duarte Vitória.
Veja aqui e aqui.

CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na Terra:
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