sábado, junho 17, 2017

A MENINA SANTA DE LUCRECIA MARTEL, ESCULTURAS DE DESIRÉ, VÊNUS DE MILTON DACOSTA, A MISÉRIA DA ECONOMIA & DICAS DA HORA PRA FELICIDADE AGORA!

DICAS DA HORA PARA FELICIDADE AGORA (AMANHÃ PODE SER TARDE DEMAIS, SE AVIE!) – Ad aperturam libra! Alô, alô, gentamiga do planeta Terra! Vamos aprumar a conversa? Vambora. Seguinte: quando a gente é empurrado pra vida, pega o bonde andando e há tempos correndo solto. Agora que pegou bigu, achegue-se, abolete-se aí, vamos conversar. Sabe de uma coisa? Viver não tem manual de instruções nem regulamento explicando tintim por tintim, tem não. Mas chega uma hora que umas perguntinhas danadas engancham nas catracas do quengo: de onde vim? O que estou fazendo aqui? Pra onde vou? Se você não tem a mínima ideia, não esquente: ninguém sabe. Pra quê mesmo saber, hem? Porém, essa coisa de interrogações que transbordam no íntimo é só pra filosofar, coisa que é só perda de tempo, não tem a menor utilidade prática. Quem pensa muito, nada faz, fica só na preguiça de nem ver o tempo passar. Não adianta fazer muitas perguntas, nem pensar na velhice, na morte, nas dúvidas, nada disso. Viver é consumir e logo, senão acaba. Compre agora, compre já e de tudo, compre mesmo, compre tudo, não pode perder terreno pros outros passarem na cara, faça tudo o que fazem – pelo sinal, nos trinques, etiquetas, tudo que for de bom tom! Ah, se serve ou não, depois vê – lixo serve mesmo pras coisas imprestáveis. A equação da vida é simples: precisa de algo? Adquira já. Tem dinheiro? Compre, a felicidade é sua. Ah, não tem dinheiro? Tem é que arrumar o quê fazer, agir duas ou mais vezes inadvertidamente – pense não, senão endoida, viu? -, ficar rico e se aproveitar de tudo, consumindo. O certo ou errado? Faça o que mandam, obedeça, resigne-se, você chega lá – se não chegou, leve na conta da falta de sorte, ou tente ser feliz chupando dedo. Considere que você entrou de graça, ou a fórceps ou cesariana, e quando toma pé da coisa paga até morrer. Está tudo pra você escolher, cada um que engrosse o couro pras lamboradas e firmar os cascos pras pisadas e coices. Antes, todavia, preste atenção que pra ser gente tem o código civil e uma tuia de leis, decretos e regras de exceção, afora uns golpes como freio de arrumação. Tem também o código de postura, de ética (aprendeu o que é isso?), já diz a canção: é preciso saber viver. E na base do politicamente correto. Enquanto se instrui respire ao máximo, ainda parece que é de graça, apesar de envenenado. Tenha tudo que puder – e se não tiver, dê um jeito: trabalhe dobrado, se mate, se rasque todo, se esfole de perebar, faça das tripas coração e o escambau, precisa impressionar, senão vira fechadura e, além do mais, tem sempre otário pras marretadas. A lição é de que hoje pra ser feliz bastam duas coisinhas bestas: seguir a cartilha dos economistas (eles não se entendem, contudo, ou vai na onda deles ou babau! Assim você fica por dentro do que é mais importante na vida, como Bolsa de Valores, debêntures, cotação do dólar, PIB, pei bufe, etc e coisa e tal, tudo pra fechar o cerco dos investimentos possíveis com as moedinhas do seu mealheiro) e ser amigo de um curador (é a única forma de se manter sempre na moda entre os fashionados nas boquinhas). Amigos? Ah, se enturme pra não findar na solidão. Entretanto, saiba de antemão: tenha dinheiro e todos estarão ao redor. Enquanto tiver, beleza. Se precisar, não conte com eles, nem se decepcione com virada de costas ou portas fechadas, todo mundo já sabe: só se lembra ou se procura alguém quando se precisa. Aprenda o abandono. Tome nota que tem quejandos que ganham dinheiro iludindo, jurando, mentem em um dia o que macaco pula em um mês, só no tinindo! Afora os que levam a vida no luxo só matando gente, roubando merenda das crianças e remédio de doente. Ninguém é flor que se cheire, só servem pra tirar o que tem e ensinar o que você já sabe. Chegue antes, porque depois é só vexame. Nunca caia na esparrela de achar que é o rei da cocada preta, nem pense que o céu é perto: o inferno está entupido de gente boa, com padres, pastores e gurus na porta com todos os credos de conveniência. Tenha cuidado: não vá cuspir pra cima e se esquecer de sair debaixo, nem pense que é bicho pra viver na molezinha: você já foi ferrado – e nem sentiu nem morreu -, vai ser abatido de qualquer jeito, por bem ou por mal. A vida é sacrifício, ninguém é pé de planta pra dar sem nada em troca, seja esperto: se deu com uma mão, peça com a outra. E não adianta pedir parada pra você descer: se correr, a coisa pega; se ficar, aguente as consequências. Não há tempo a perder, devagar só chega tarde. Amor? Use e abuse, alivie o animal. E quando virar cobrança e tititi, troque de roupa e vá à caça. Lembre-se: quando for pro mundo, deixe o coração em casa – ele só faz besteira, emoções e sentimentos são troços que custam caro e só dão prejuízo. Faça tudo que quiser dentro da lei, isso não quer dizer que não use do jeitinho pra mandar ver nas brechas, besta é quem não se aproveita! Vai que cola e dá samba, maior cloro, quem sabe. Se der bronca, aprume direito, bateu as botas, foi pro saco, já era. Vá em frente que o dia de ontem ninguém vê mais. Lavou, está novo. Ambiguidades? O que é, já não mais; o que não é, está pra ser. Reitero, se enturme: quem tem cu, tem medo; vai que rendido da trupe, pode ser que você no meio escape ileso. Pra tudo tem remédio, só não há como negociar com a morte. Ah, não se esqueça de tomar banho de sal grosso pra afastar os quebrantos e outras maleitas de olhos cega-pimenteira. Sim, aqui se faz, aqui se paga. Pronto, estão aí as dicas pra ser feliz dagora em diante. Até que enfim, seu problema está resolvido pra sempre. Sacou direitinho? A vida é agora, o resto depois vê, já achou a botija é só se vingar soltando uns peidinhos contra o vento e desancando com a maior cara feia os miseráveis e babaovos parasitas, e dormir tranquilo que já tem a salvação garantida, bote fé. Acta est fabula. © Luiz Alberto Machado. Veja mais aqui.

A MISÉRIA DA ECONOMIA
Nada entendo de economia. “Se não entende, por que se mete a falar sobre o assunto?”, perguntarão alguns leitores. Minha resposta é singela: justamente por nada entender de economia é que me sinto encorajado a meter minha colher naquilo que os dicionários definem como a ciência que trata dos fenômenos relativos à produção, distribuição, acumulação e consumo de bens materiais. Leviandade? Não, paridade. Pleiteio os mesmos direitos dos economistas. Também quero poder falar de economia sem entender patavina do assunto. Em meados da década passada, o Financial Times perguntou a diversos setores profissionais da Europa o que, na opinião de cada um deles, aconteceria com a economia mundial nos próximos sete ou dez anos. Sete ou dez anos depois, ao confrontar as previsões com o que de fato acontecera na economia mundial, o jornal inglês constatou que os campeões de acertos não haviam sido, como era de se esperar, os economistas, mas os lixeiros das grandes cidades européias. Os economistas ficaram em terceiro ou quarto lugar. Se isso não é uma prova contundente de que eles nada ou pouco entendem do que dizem ou pensam entender, eu me chamo John Maynard Keynes. [...].
Trecho do artigo A miséria da economia: chegam ao fim as ilusões do neoliberalismo (Bravo, dezembro, 1998), do escritor e jornalista Sérgio Augusto.

Veja mais sobre:
Incipit vita nuova, A divina comédia de Dante Alighieri, As raízes árabes na tradição nordestina de Luís Soler, a música de Galina Ustvolskaya, a gravura de Gustave Doré, a pintura de Paul Sieffert, a arte de Jack Vetriano & Luciah Lopez aqui.

E mais:
E se nada acontecesse, nada valeria, Agá de Hermilo Borba Filho, As fábulas de Leonardo da Vinci, As glândulas endócrinas de M. W. Kapp, a música de Tomoko Mukaiyama, Compassos Cia de Danças, a arte de Eric Gill, a xilogravura de Perron, a pintura de Bruno Di Maio & Madalena Tavares aqui.
Tlön, Uqbar, orbis tertius de Jorge Luís Borges aqui.
Brincarte do Nitolino, Relativizando de Roberto DaMatta, a poesia de Johann Gottlieb Fichte, A estética do teatro de Redondo Junior, a música de Igor Stravinski, o cinema de Laurent Cantet & François Bégadeau, a xilogravura de MS - Marcelo Alves Soares, a pintura de Aldo Bonadei & a gravura de Maurits Escher aqui.
Desnorteio: vamos aprumar a conversa, Ideologia: técnica & ciência de Jürgen Habermas, Hora aberta de Gilberto Mendonças Teles, A arte & condição mulher de Ana de Castro Osório, o cinema de David Lynch & Isabella Rosselini, a escultura de Bartolomeu Ammanati, a pintura de Joseph-Marie Vien, a arte de Arlete Salles & Carta de amor de Maria Bethânia aqui.
Abaixo a Injustiça & Psicologia individual de Alfred Adler aqui.
Refém do amor aqui.
Responsabilidade civil dos bancos aqui.
A gestão do conhecimento & Clima Bom de Jorge Calheiros aqui.
Método científico aqui.
A poesia de Suzana Mafra aqui.
Vamos aprumar a conversa: a responsabilidade dos pais, Escrivão Isaías Caminha de Lima Barreto, O amor e o ocidente de Denis de Rougemont, a música de Stevie Wonder, a poesia de Murilo Mendes & Raimundo Correia, O teatro e a moral de Friedrich Schiller, o cinema de Nelson Pereira dos Santos & Ana Maria Magalhães, a coreografia de Martha Graham, a pintura de Georges Braque & a fotografia de Ralph Gibson aqui.
Vamos aprumar a conversa: Baú de Ilusões, O homem, a mulher & a natureza de Alan Watts, Amar verbo intransitivo de Mário de Andrade, Amor de novo de Doris Lessing, A ninfa Euridíce & a escultura de Joseph Edgar Boehm, a música de Christoph Willibald Gluck. a poesia de Pedro Kilkerry, o teatro de Machado de Assis, o cinema de Walter Hugo Khouri & Vera Fischer, a pintura de Jean-Baptiste Camille & a fotografia de Patrick Nicholas aqui.
Os tantos e muitos Brasis, A arte no horizonte do provável de Haroldo de Campos, Cartas ao planeta Brasil de Geneton Moraes Neto, a fotografia de Brian Duffy, a pintura de W. Cortland Butterfield, a arte de Laura Barbosa, Fonte & Crônica de amor por ela, a poesia de Leo Lobos & Adriana Zapparolli aqui.
A vida e a lógica da competição, Filosofia e teoria crítica de Max Horkheimer, Carta aos mortos de Affonso Romano de Sant’Anna, a música de Pierre Boulez & Pi-Hsien Chen, Inteligência brasileira de Max Bense, a fotografia de Sebastião Salgado, História do Brasil de Anna Bella Geiger, a pintura de Herbert James Draper & Umberto Boccioni aqui.
Livros Infantis do Nitolino aqui.
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LA NIÑA SANTA DE LUCRECIA MARTEL
O drama La niña santa (2004), da cineasta argentina Lucrecia Martel, produzido por Pedro Almodóvar, conta a história uma jovem católica entrando na puberdade, encontra-se dividida entre o desejo sexual e sua devoção religiosa, até ter um encontro nada convencional com um médico de passagem pela sua cidade, assumindo para si a missão de salvar a sua alma do pecado. Trata-se da demonstração do provincianismo sufocante, do preconceito e da incomunicabilidade entre gerações, dividido entre o fervor religioso e o florescimento sexual, a decadência e a falta de privacidade em situações que atingem as raias do incesto, a busca desesperada pela manutenção das aparências e a crueldade da adolescência. Ente os destaques do belíssimo filme, a atuação da atriz, produtora, diretora e fotógrafa argentina, Maria Alché.

ESCULTURAS DE DESIRÉ
Esculturas de Desiré Maurice Ferrary (1852-1904).

VÊNUS DE MILTON DACOSTA
A série Vênus, do pintor, desenhista, gravador e ilustrador Milton Dacosta (1915-1988).

Dia Mundial de Luta contra a Seca e a Desertificação
Veja mais aqui & aqui.
 

HIRONDINA JOSHUA, NNEDI OKORAFOR, ELLIOT ARONSON & MARACATU

  Imagem: Acervo ArtLAM . Ao som dos álbuns Refúgio (2000), Duas Madrugadas (2005), Eyin Okan (2011), Andata e Ritorno (2014), Retalho...