sábado, dezembro 31, 2016

EGBERTO GISMONTI, SY MILLER & JILL JACKSON, JOHN POPPLETON & TODO DIA UM NOVO ANO


TODO DIA UM NOVO ANO - Sabe, muitas vezes tive que abrir mão de posses, afetos, crenças e coisas que julgava imprescindíveis. Houve um tempo em que era doloroso ter que me desfazer do que custava caro na estima, não havia aprendido a lidar com perdas. O que acumulava, quando não se desfazia com o tempo ou fugia entre os dedos, cumulava de favores e dado com o maior prazer. Não me ressentia do que doava, doía a obrigação de demolir, cortar vínculos, principalmente das coisas adquiridas com grandioso sacrifício e, na hora do aperto, ter de repassar para outrem, mesmo o que fora fruto de planejamento, noites em claro, pernoites na lida. Da mesma forma que sucumbi às dívidas, nunca cobrei meus devedores, dando por perdido a qualquer inadimplência. O comum pra mim era extraordinário pros outros, pois até quando assalariado, todos recebiam em dia, eu sempre ficava pra depois. O acertado em meu favor sempre dava errado, em detrimento até o impossível paradoxalmente era exequível. Até mesmo o que era de direito, não fiz a menor questão de dispensar, nenhum remorso nisso, muito menos jamais valorizei as benesses perdidas do passado, porque, pra mim, só as lições valem do que passou, mais nada. Como diz Caetano, eu sempre quis muito mesmo que parecesse ser modesto, juro que não presto, eu sou muito louco. Ao mesmo tempo estimando xis pessoas ou coisas, tamanho era o meu desapego por materialidades. Pra mim, o que me é caro são valores espirituais. Amizades, sempre em alta conta do imperdível; posses, o que se perdeu compra de novo. Dificuldades? Não maldisse a sorte, sou privilegiado: viver, lições e aprendizados. Querer mais? Nunca fui seduzido por modas, embecamentos ou etiquetas, o que tenho e prezo são atemporais. Aprecio a arte e o bom humor; e fora isso, prefiro passar meu tempo com os olhos em páginas de livros, ou curtindo a Natureza na solidão meditativa. E se o que eu perdi valia alguma coisa, não me diz nada, sou resiliente. Como não vale nada, pra mim, o que se é ou pensa. O que vale mesmo é o que se faz. E todo dia, ao amanhecer, eu faço um ano novo, todos os dias. © Luiz Alberto Machado. Veja mais aqui

 Feliz ano novo no breque, na Brahma, no lar ou na lama com cana ou champanhe
No mar, na macumba, no rumo ou na rumba, nas noites cariocas
Feliz ano novo no porto, nas docas, nos ratos, nas tocas roubando os navios
No sarro, no cio, no lado sombrio, no fio da navalha
Feliz ano novo, cantando ou calada no blue
Na balada com a boca na trombeta, no grito, na greta, no gol
Na mutreta atrás de gente fina
Feliz ano novo, no sono ou na sina, no chão, na chacina, nos casos de polícia
Na fé, na ferida, no pé, na partida. no ronco da cuíca
Feliz ano novo, na massa, no muque, no bar, no batuque, nos corações vadios
Com festa ou sem festa, na luta indigesta, nos fogos de artifício
Feliz ano novo cantando ou calada no blue
Na balada com a boca na trombeta, no grito, na greta, no gol
Na mutreta atrás de gente fina.
Feliz Ano Novo, do álbum Carmo (Emi-Odeon, 1977), do compositor, multinstrumentista, cantor e arranjador Egberto Gismonti. Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.

Veja mais sobre:
Feliz Ano Novo & o Koln Concert, de Keith Jarret aqui.

E mais:
Clarice Lispector & Todo dia é dia da mulher aqui.
Primeiro de janeiro: o êxtase da vida aqui.
A Paz, Albert Einstein, Jiddu Krishnamurti, Paul Gaguin & Alexander Scriabin aqui.
Fernando Pessoa, Carlos Drummond de Andrade, Mário Quintana & 30 anos de arte de cidadã aqui.
O Sol nasce para todos aqui.
Quando ela faz o amor inesquecível aqui.
Satyricon de Petrônio & Flimar aqui.
A paranóia da paixão por ela aqui.
A febre da paixão aqui.
O natal de Popó aqui.
Simpatia para a virada do ano aqui.
A croniqueta de antemão aqui.
Todo dia é dia da mulher aqui.
Fecamepa aqui e aqui.
Palestras: Psicologia, Direito & Educação aqui.
Livros Infantis do Nitolino aqui.
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DESTAQUE: QUE HAJA PAZ NA TERRA
Que haja paz na Terra / e que ela comece em mim. / Que haja paz na Terra, / a paz que almejamos ter. / Com Deus como nosso Pai, / Somos nós irmãos. / Que eu viva com meu irmão / em doce harmonia. / Que a paz comece em mim / e que ela venha agora. / A cada passo que eu der, / eu semeie a paz / da Rosa na Cruz da Vida e no Amor / a desabrochar. / Que haja paz na Terra / e que ela comece em mim, / comece em mim.
Que haja paz na terra (Let there be peace on earth), a premiada canção composta por Sy Miller & Jill Jackson, em 1955, quando certa noite, cento e oitenta jovens de várias raças e religiões, reunidos num seminário nas montanhas da Califórnia, nos Estados Unidos, deram-se os braços, formando um círculo, e cantaram essa canção de paz. Eles sentiram que o fato de as pessoas cantarem essa música, com seu singelo e sábio sentimento, ajudaria a criar um clima para a paz e a compreensão no mundo.

CRÔNICA DE AMOR POR ELA
 A arte do fotógrafo John Poppleton.
Veja aqui e aqui.

CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na Terra: 
Recital Musical Tataritaritatá - Fanpage.
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sexta-feira, dezembro 30, 2016

BIGAS LUNA & AITANA SÁNCHEZ-GIJÓN, JOYCE, LUCIAH LOPEZ, AMAR & SER AMADO


O PRAZER DE AMAR E DE SER AMADO – Imagem: arte da poeta, artista visual e blogueira Luciah Lopez. - A cada dia que se passa a sua deslumbrante presença se faz mais viva no meu ser como a estrela guia que mostra o caminho perdido no meio de todos os momentos. Aprendo que a vida não é uma só e que tudo se realiza conforme o merecimento de quem dá como o fruto à mão, os ventos ao calor, a chuva na sequidão. Ao longo das horas a sua manifestação permeia todos os instantes, a me invadir com todos os sentimentos de plenitude e satisfação, como quem fosse agraciado pela vitória na hora da desesperança. Do dia a sua flor Iaravi me faz mais vivo do que sou entre pedras, estrelas e confins. Da noite os mistérios de Freya para me ensinar a viver tão completamente quanto o desejado que se projeta dos planos insones para o concreto desvelando miragens. Entre os dias e as noites não vejo a hora de tocar sua mão, sentir seu hálito poético, abraçar seu jeito menina de ser e de me esbaldar na fragrância de sua existência e poder estar na sua magnífica cachoeira transbordante, sentindo o vivo ressoar da força retumbante das cataratas do seu Iguaçu, o cheiro de umidade na cálida tarde de verão que emana da sua transpiração para me banhar por inteiro com a fragrância do seu olhar imantado pelos lábios amanhecidos em flor e seguir os caminhos de suas pedras feitas de céu e as suas veredas irradiando o feitiço que me faz apaixonado servo para todas as suas vontades além do horizonte e da imensidão do seu mar. E os seus versos cintilam com trovejante clamor de música iluminada de Sol a me arrebatar para fruir o seu maravilhoso esplendor. Sou mais que grato incensado pelos olores de todas as paixões mais irrestritas para provar do amor além de tudo, o seu amor no prazer de amar e de ser amado. © Luiz Alberto Machado. Veja mais aqui

 Um fogo queimou dentro de mim
Que não tem mais jeito de se apagar
Nem mesmo com toda a água do mar
Preciso aprender os mistérios do fogo
Pra te incendiar
Um rio passou dentro de mim
Que eu não tive jeito de atravessar
Preciso um navio pra me levar
Preciso aprender os mistérios do rio
Pra te navegar... Vida breve, Natureza...
Quem mandou, coração
Um vento bateu dentro de mim
Que eu não tive jeito de segurar
A vida passou pra me carregar
Preciso aprender os mistérios do mundo
Pra te ensinar
Mistérios, música de Joyce & Maurício Maestro, do cd/dvd Joyce ao vivo (EMI, 2008), da cantora, compositora e instrumentista Joyce. Veja mais aqui.

Veja mais sobre:
Viva Manguaba, Manoel Bentevi, Alain Resnais, Aldo Brizzi, Luís da Câmara Cascudo, Luís de Camões, Sábato Magaldi, Sabine Florence Azéma, Tomas Spicolli, Larry Vincent Garrison, Trapiá, Teatro Renascentista & Viviani Duarte aqui.

E mais:
Educação Holística, Claude Houghton, Paulo Bruscky, Psicologia Escolar, Crimes Online & Flimar aqui.
Chaplin & Tempos Modernos, Stendhal, Marina Saleme, Psicodrama, Educação & Direito Ambiental aqui.
Quando ela é toda sonsa na paixão aqui.
Decameron de Boccaccio, Flimar & 30 anos de arte cidadã aqui.
Aprontações dela no ápice do amor aqui.
A contumácia dos desejos dela aqui.
Crônica de amor por ela aqui.
Tolstói, Psicologia Cultural, Alimentos Avoengos, Heroi, Direito, Cinema & Padre Bidião aqui.
O cativeiro amoroso da teimosia dela aqui.
Michel Foucault, Mary Vieira, Fernando Paixão, Roserlei, Assédio Moral, Psicodrama, Flimar, Educação & Síndrome de Burnout aqui.
A mútua dívida do amor aqui.
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DESTAQUE: A CAMAREIRA DO TITANIC
O filme La Camerara del Titanic (A camareira do Titanic, 1999), dirifido pelo cineasta espanhol Bigas Luna (1946-2013), conta a história que se passa em 1912, quando o homem ganha uma viagem para assistir a partida do Titanic, conhecendo uma jovem que embarcará no navio como camareira. Destaque para a atuação da atriz espanhola Aitana Sánchez-Gijón. Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.

CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Não importa se é lua cheia ou noite de escuridão. Ela arranca a roupa e uiva feito bicho-, rolando no chão, em atitude provocadora passa a língua pelos lábios e rasga o verbo falando palavrão. Nessa hora, ela é bicho que não atina coisa com coisa e não adianta reza e nem figa, porque não tem fuga. Tudo é questão de momento e o tempo desacelera em conchavo evidente. Lá fora, a lua espia em silêncio e morrendo de inveja se cobre de nuvens. A vizinhança em polvorosa, batem as janelas e as mais afoitas esfregam as coxas aproveitando a comichão. E lá no chão, no tapete da sala de estar-, braços e abraços, bocas e línguas, salivas e beijos, pernas e sexos se possuindo numa consumição que até mesmo o padre eterno abdica da castidade e se entrega às malemolências das ex beatas e prova da mesma maçã da tentação. A noite segue madrugada à dentro e ela uiva e crava as unhas nas costas do seu macho, puxando o peso dele sobre o próprio corpo em completa rendição -, na verdade uma mulher/fêmea compartilhando seu orgasmo. Freya e Odur
Fêmea, poema & arte da poeta, artista visual e blogueira Luciah Lopez.
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CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
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quinta-feira, dezembro 29, 2016

PORTINARI, XIOMARA FORTUNA, MARCUS GARVEY & EMMANUEL VILLANIS


QUEM QUER DIFERENTE TEM QUE FAZER DIFERENTE -
Imagem: Carnaval (1957), do pintor Cândido Portinari (1903-1962) - Com a chegada do verão poucos dias atrás, dão-se as festividades de final de ano. É hora de harmonizar o bem-estar com as comezainas e os brindes comemorativos que são muitos e imoderados nesta época. Enquanto isso, a cada dia que se passa, dá-se a contagem regressiva na ponta dos dedos e as retrospectivas servem para reflexão avaliadora do que se passou e para se ter a perspectiva do ano vindouro. Nesse momento, alguns - senão todos - estão revestidos do mais célebre entusiasmo, mesmo que não tenha augurado êxito ou se tenha alcançado a fortuna das realizações de sonhos adiados de forma sacrificada. Ora, o que foi, passou; vale o que virá. Organizam-se as férias, reorganizam afazeres e metas, elencam promessas e, na balada dos ânimos, planos não faltam para que sejam factíveis tão logo entrem os primeiros dias de um novo momento na vida de cada um. Reanimam-se perdões retomando caminhos e reconduções, reavivando esperanças quase perdidas e, conscientemente ou não, forjam realizações antes levadas na ponta da quimera. Afinal, o que não deu certo antes, agora pode acertar na veia. Não há nada que faça lembrar outros anos passados com o mesmo espírito e sua posterior derrocada, valendo agora a vez do novo e o que não se fez já era, ficou pra trás. Seria, então, de bom alvitre que nessa leva animada se pudesse projetar que o mundo ao redor é todo feito de interesses tão diversos quanto o que cada um alimenta nas suas fantasias. E esses interesses nem sempre são convergentes, antes díspares, quando muito paralelos. Vale a constatação: cada cabeça é um mundo e em cada mundo nada é tão assemelhado quanto distinto daquilo que se possa prever. Além do mais, todo mundo sabe que só se constrói qualquer coisa de relevo com muita determinação, criatividade e sacrifício; e que para essa construção desandar é coisa de piscada de olhos, bastando uma faísca de discórdia e tudo vira escombros de uma hora para outra, tendo que voltar pros cálculos, prancheta e projetos, tudo outra vez. Vale o que aprendeu. E uma coisa aprendi: se há amor solidário e alteridade em tudo que se faz e caminha, é exatamente isso que será colhido no resultado final. Se, ao contrário, mágoas, frustrações e hipocrisia permearem toda empreitada, não haverá outra colheita na safra diferente do que foi plantado: ninguém planta batata para ver um pé de manga florescer. Quem planta bananas, bananas há de colher. E mais: não há que esperar que o mundo mude pra ficar do jeito que se quer, sonha ou deseja; cada um é que deve colocar em prática a mudança que quer, sonha ou deseja, para, a partir de si próprio, começar a mudança, senão entrarão novos e vindouros anos na mesma dos que já passaram e nada de novo foi capaz de se ver sob o Sol, aí não haverá novidade diferente do sisifismo, né? Quem quer diferente, tem que fazer diferente, senão dá na mesma. E vamos aprumar a conversa. © Luiz Alberto Machado. Veja mais aqui

 Curtindo o álbum Pa cantarte a ti (2010), da cantora e compositora dominicana Xiomara Fortuna.

Veja mais sobre: 
Big Shit Bôbras, Machado de Assis, Bocage, Pablo Picasso, Milton Nascimento, Alfredo d'Escragnolle Taunay, Mike Featherstone, Fox Harvard, Julia Broad, Alessandra Maestrini, João Falcão & Maria Martha aqui.
 
E mais:
Henry Miller & 30 anos de arte cidadã aqui.
Quarto poema de amor pra ela aqui.
O Direito aqui.
Emma Bovary & Gustave Flaubert aqui.
A criação do mundo aqui.
Cantiga de amor pra ela aqui.
Crônicas palmarenses: gratidão aos professores aqui.
A pobreza aqui.
Saúde no Brasil aqui.
Dois poemas pra ela nua sexta-feira meio dia em ponto aqui.
Aos professores da gramática portuguesa aqui.
Eu & ela a festa do amor aqui.
A trajetória da mulher aqui.
Padre Bidião e o fim do mundo aqui.
A croniueta de antemão aqui.
Todo dia é dia da mulher aqui.
Fecamepa aqui e aqui.
Palestras: Psicologia, Direito & Educação aqui.
Livros Infantis do Nitolino aqui.
&
Agenda de Eventos aqui.

DESTAQUE: MARCUS GARVEY

[...] Deus e a Natureza primeiro nos fizeram como realmente somos. Pelo uso do nosso próprio gênio criador, devemos fazer de nós mesmos aquilo que desejamos ser [...].
Pensamento do comunicador e ativista jamaicano Marcus Garvey (1887-1940), criador da Universal Negro Improvement Association (UNIA), que possuía o lema One God! One Aim! One Destiny! (Um Deus! Uma aspiração! Um destino!), com os objetivos da promoção da consciência e unidade na raça negra, da dignidade e do amor; do desenvolvimento da África, livrando-a do domínio colonial e transformando-a numa potência; de protestar contra o preconceito e a perda aos valores africanos; de estabelecer instituições de ensino para negros, onde se ensinasse a cultura africana, também promover o desenvolvimento comercial e industrial pelo mundo e auxiliar os despossuídos em todo o mundo.

CRÔNICA DE AMOR POR ELA
A arte do escultor francês Emmanuel Villanis (1858-1914).
Veja aqui e aqui.

CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na Terra: 
Recital Musical Tataritaritatá - Fanpage.
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JUDITH BUTLER, EDA AHI, EVA GARCÍA SÁENZ, DAMA DO TEATRO & EDUCAÇÃO LINGUÍSTICA

  Imagem: Acervo ArtLAM . A música contemporânea possui uma ligação intrínseca com a música do passado; muitas vezes, um passado muito dis...