PENSAMENTO
DO DIA –
Quando a gente enfia o pé na jaca, não adianta judiar da mãe do guarda, nem do fiofó
afolosado do prefeito. É só sair tropicando pra tirar o meladeiro e mandar ver
como se nada tivesse acontecido.
HORÁRIO
ELEITORAL GRATUITO – Doro apareceu como sempre: candidato presidenciável sem
partido, sem vergonha e sem ter onde cair morto. E foi logo dizendo: “Vote em Doro pela mudança!”. Oxe, aí eu
perguntei: - Como é? Ele na lata respondeu: “Os caras tão falando tanto de mudança que num sei se eu tô fora do negóço
ou se eles que enlouquecero”. Ué? Aí ele arremedou: “Será que desindoidei de vez ou os caras tão piradinhos de bigu na
fumaça do braquearo que não me disseram que tá queimando, hem?”. Já vi a
lorota. “Mudança? Pra mim a mudança tá só
na cor da bosta que a fedentina entuia!”. Pra mim, os caras estão
parafraseando Clarice Lispector: a mudança da mudança da mudança da mudança da
mudança... ou, ainda, eles querem voltar antes da mudança da mudança da mudança
e cair na ditadura dos milicos de 1964/85? É mudança demais pra meu juízo
pouco. Claro, ora, que a coisa num tá lá que se diga que tá maior das lindezas,
claro que não, ora ora! Longe de léguas de lonjura de chegar nem no chulé do
que a gente deveria ter por básico. Valha-me esse negócio de horário eleitoral
gratuito.
ÉTICA – “A ética pode ser definida como um estudo de padrões de conduta e de
julgamento moral. É especialmente útil quando permite solucionar padrões ou
julgamentos morais conflitantes. Não é algo assim tão simples quando decidir o
que é certo ou errado. Dilemas éticos mais difíceis surgem quando dois princípios
aparentemente corretos estão em conflito. Existem muitos exemplos desse tipo de
conflito no mundo atual. O debate em prol da vida em contraposição ao direito
de escolha (a opção de uma mulher por abortar o filho, por exemplo) é um
conflito clássico entre dois valores – a vida e o direito de escolha. Existem várias
outras situações. [...]”. Em vista disso, seja verdadeiro, proteja a
privacidade, não crie comportamentos inadequados, não seja ofensivo, seja justo
e equilibrado, evite estereótipos e proteja as crianças. E durma em paz
(recolhido de Alan R. Andreasen, do livro Ética
e marketing social: como conciliar os interesses do cliente, da empresa e da
sociedade numa ação de marketing).
PASSADO,
PRESENTE & FUTURO – “[...] O
conhecimento histórico organiza a desordem e estabelece um significado ao que
parece ser um caos, colocando o passado em perspectiva para explicar o
presente. [...] o que fomos no
passado pode mostrar o que somos no presente”. (Duane Schultz & Sidney
Schultz, História da psicologia moderna).
NÃO
DESISTA!
– “Quando as coisas derem errado, como às
vezes dão, quando sua estrada parecer uma subida sem perdão, quando as dívidas
forem altas e os recursos a expirar, e você quiser sorrir, e só conseguir
suspirar; quando a preocupação for a única coisa diante da sua vida – descanse,
se precisar, mas não desista. A vida é caprichosa, vivem dizendo, conforme
todos um dia acabam aprendendo, e muitos dos que lutam, acabam desistindo
quando teria vencido se continuassem insistindo. Não desista, ainda que seu
progresso pareça lento – você pode conseguir, com outra investida a contento. Muitas
vezes o lutador deixa de perseverar quando a taça da vitória tão perto estava
de conquistar, e acaba percebendo, já muito tarde, quando sobre a terra a lua
lança sua luz prateada quão próximo ele estava da coroa dourada. O sucesso é o
avesso do fracasso – continue lutando, ainda que o mais duro golpe possa vir –
porque quando piores estão as coisas é que não se pode desistir”. E
aconselho: leia Cândido e o Otimista de Voltaire, será um santo remédio. (recolhido
de Charles M. Futrell, do livro Vendas:
fundamentos e novas práticas de gestão).
O HOMEM DO
MUNDO DESPEDAÇADO – Aos 23 anos de idade, um soldado russo, subtenente
Zasetsky, levou um tiro no lado esquerdo da cabeça. O ferimento alterou seu
comportamento de forma abrupta, conforme verificado no seu diário. Uma mudança
experimentada por ele foi de visão fragmentada: “Desde que fui ferido, não pude mais ver um único objeto inteiro – nem uma
única coisa. Mesmo agora, preciso usar minha imaginação para completar objetos,
fenômenos ou qualquer coisa viva. Isto é, preciso representar sua imagem na
mente e tentar lembrar-me deles como elementos completos – depois de poder
observá-los, tocá-los ou obter alguma imagem deles”. Partes do corpo de
Zasetsky aparecem distorcidas para ele: “Às
vezes, quando estou sentado, subitamente sinto como se minha cabeça fosse do
tamanho de uma mesa – exatamente desse tamanho -, enquanto minhas mãos, pés e
tronco tornam-se bem pequenos. Quando fecho os olhos, sequer tenho certeza de
onde está minha perna; por alguma razão, costumava pensar (e até sentir) que
estava acima do ombro, e até mesmo acima da cabeça”. A percepção de espaço
dele foi prejudicada de outra forma. Segundo ele: “Desde que fui ferido, às vezes tenho dificuldade para me sentar em uma
cadeira ou em um sofá. Primeiro olho onde a cadeira está, mas, quando tento
sentar, subitamente tenho de agarrar a cadeira porque sinto medo de cair no
chão. Às vezes isso ocorre por que a cadeira está mais adiante do que eu
imagino”. Talvez o mais triste de tudo é que as habilidades intelectuais
dele ficaram profundamente prejudicadas: perdeu a capacidade de ler e escrever.
Teve dificuldade de compreender o sentido de uma conversa ou de entender uma
história simples. Outrora excelente estudante e pesquisador competente, não
podia mais lidar com assuntos que lhe eram básicos: gramática, aritmética,
geometria, física. Começando do zero, ele tentou desesperadamente reaprender. Procurou
meios de compensar as capacidades intelectuais que perdera. Porém, nisso,
jamais teve êxito, apesar dos diligentes esforços ao longo de mais de 25 anos. O
caso dele frisa a importância do cérebro para o comportamento e a cognição
(Registrado por Luria e recolhido de Linda Davidoff, Introdução à Psicologia).
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