quinta-feira, março 07, 2013

FROMM, ISABELLE DE CHARRIÈRE, HEINER MÜLLER, DAISAKU IKEDA, KAREL KOSIK, ULRICH BECK, CLARA BARTON & LITERÓTICA

 


LITERÓTICA: ABDUÇÃO – Eu te procuro sonâmbulo quanto vulnerável e vou arrastado por teus encantos no meio da hora da captura que vai tecendo a minha vida para a explosão da euforia na entrega total das nossas ânsias. Eu te procuro hedonista na emoção da loucura de ser abduzido pela sedução do maná intergaláctico do teu fascínio e dos teus lábios cor de vinho com sabor de primavera. Eu te procuro lua nua na noite densa da insondável moldura de uma alfa qualquer, no cinturão dos asteroides, nas vísceras do universo que demarcam a lonjura da tua ausência. Eu te procuro incansavelmente a levitar nos desvãos dos dias e das noites ancorado à tua imagem no repasto dos nossos mais exaltados encontros. E quando te encontrar vidente à flor d’água clandestina dos nossos desejos, sem escolta na fuga de tuas pernas que mal chegam e já vêm com jeito ablativo de viagem, mais recolherei tua fruta na posse da mão com juras pornográficas, fome desenfreada e vertendo a miragem real da excursão dos nossos gozos na maldição do amor. E quando te encontrar farei meu batismo nas tuas águas íntimas e mais vou crescer maduro na fonte das carícias que nos inflamam a pele, nos transformam fogueira inextinguível desvelando a felicidade eterna. Então chega, vem e quero que venhas linda e nua como sempre com o fogo da tua alma reluzente, com as labaredas dos teus afagos, com as lapadas de tua língua a me lanhar a carne e a me fazer caber inteiro entre as estrelas no céu da tua boca.Chega, vem, vem que quero curtir a brasa de tua nudez mais escancarada a me tomar pelo pulso revelando a minha identidade e eternizando em ti meus desejos porque tu és o meu poema corporificado. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui e aqui.

 


DITOS & DESDITOS - Os resultados do amanhã serão visíveis nas causas que fazemos hoje. Vamos semear as sementes uma a uma, e vencer no presente pelo bem do futuro. Pensamento do poeta, filósofo, fotógrafo e líder budista japonês Daisaku Ikeda. Veja mais aqui.

 

ALGUÉM FALOU: O mundo tornou-se tão complexo que a ideia de um poder em que tudo se une e pode ser controlado de forma centralizada Agora é errônea... Estamos vivendo em um mundo que está além da controlabilidade... Pensamento do sociólogo alemão Ulrich Beck (1944-2015).

 

A HISTÓRIA DA INFÂNCIA - [...] Até hoje, meu assento em uma sela ou no dorso de um cavalo é tão seguro e incansável quanto em uma cadeira de balanço, e muito mais prazeroso. Às vezes, anos mais tarde, quando de repente me encontrava montado em um cavalo estranho na sela de um soldado, voando pela vida ou pela liberdade na frente da perseguição, abençoei as lições infantis dos galopes selvagens entre os belos potros. [...]. Trecho extraído da obra The Story of My Childhood (Arno Press, 1980), da enfermeira, professor e filantropa estadunidense Clara Barton (Clarissa Harlowe  - 1821-1912).

 

AS TRÊS FÊMEAS - [...] Não há dias verdadeiramente felizes, exceto aqueles em que a imprevidência é total. O próprio prazer não é tão doce prever que seja ainda mais doce não prever nada. [...] Cogitans dubito: Pensar é duvidar. Considere que desde o nosso nascimento estamos no mundo ao mesmo tempo espetáculo e espectadores, julgados e juízes, misturando constantemente a ideia do que nos convém que nossos semelhantes sejam e façam, com a do que 'convém a eles que nós ser e fazer; de modo que é criada em nós uma consciência da qual nos é impossível reconhecer os elementos. [...] Ninguém está fazendo tudo o que deveria. [...] Tantos homens são enviados para a guerra, apenas para matar e serem mortos, sem que isso seja repreendido por príncipes, generais, recrutadores: não seria estranho se tivéssemos direitos sobre todas as vidas fora da dele?[…]. Trechos extraídos da obra Les trois femmes (L'Age D'homme, 1996), da escitora neerlandesa Isabelle de Charrière (1740-1805).

 

TRÊS POEMAS - A SÓS COM ESTES CORPOS - Governos utopias\ Cresce a grama\ Entre os trilhos \ As palavras apodrecem\ No papel \ Os olhos das mulheres\ Ficam frios \ Adeus amanhã \ Status quo. A FELICIDADE DO MEDO- Às vezes entre a noite e a manhã \ Vejo os cães rodearem-te\ Cães com os dentes à mostra\ E tu deitas as mãos às suas patas \ E ris nos seus dentes\ E eu acordo a transpirar de medo\ E sei que te amo. EU SOU O ANJO DO DESESPERO - Eu sou o anjo do desespero. Com as minhas mãos distribuo a embriaguez, \ o atordoamento, o esquecimento, o prazer e o sofrimento dos corpos. \ O meu discurso é o silêncio, o meu cântico o grito. Na sombra das minhas \ asas habita o medo. A minha esperança é o último fôlego . A minha esperança \ é a primeira batalha. Eu sou a faca com que o morto abre o seu caixão. Eu sou \ o que há-de ser. O meu voo é a revolta, o meu céu o abismo de amanhã. Poemas do poeta e dramaturgo alemão Heiner Müller (pseudônimo Max Messer – 1929-1995).

 

 A TEORIA DA PERSONALIDADE DE ERICH FROMM – O filósofo, sociólogo e psicanalista alemão Erich Fromm (1900-1980), produziu uma extensa obra na qual aborda temas como linguagem simbólica, inconsciente social, sonhos, a tecnologia, a religião, humanismo normativo e a moldagem do individuo pela sociedade, a destrutividade, as falhas predeterminadas pela cultura, as influencias intrafamiliares, a situação humana, as necessidades básicas da alma humana, a experimentação da identidade por individualidade ou conformidade, ligação através do amor ou narcisismo, transcendência por criatividade ou por destruição, raízes por irmandade ou incesto, entre outras, criticando o processo de desumanização provocada pela sociedade capitalista, tornando-se um renovador da psicanalise com a promoção de inclusão das relações sociais e da cultura na compreensão dos fenômenos psíquicos. A TEORIA DA PERSONALIDADE – A teoria da personalidade de Fromm está embasada na orientação de caráter, identificada como sendo as formas que os indivíduos se relacionam com o mundo e constituem de forma geral o caráter de dias formas: pela assimilação e peça socialização. Ambas as formas quatro tipos de caráter identificados como negativos. São eles: o receptivo, o explorador, o acumulador e o mercantil. Um quinto tipo identificado como sendo positivo é denominado de caráter produtivo. No caráter receptivo se caracteriza pela noção de que o que se precisa está fora de si e que os fatores externos são os únicos modos de receber o que se quer, tornando-se dependente e submisso, precisando do outro para cuidar e que para identificar-se com aquele que cuida fará tudo para se assemelhar e não decepcionar. O caráter explorador é aquele agressivo que procurar retirar e explorar os outros, tomar dos outros pela esperteza como pela força, utilizando-se do poder para obter o que se deseja. O caráter acumulativo é aquele que identifica o mundo como um lugar ameaçador, desconfiando e tornando-se rígido em possuir e poupar, tornar-se frugal, avarenta ou econômica. O caráter mercantil está relacionado com o capitalismo, pelo qual ocorre o desempenho de papeis aprovados socialmente, foco na tarefa de se vender. Esses tipos de caráter se mesclam num individuo concerto e será um produto social o tipo de caráter predominante. Na sociedade moderna é predominante a orientação mercantil, gerando a opção pelo ter ao invés do ser. Estas orientações de caráter podem se mesclar num indivíduo concreto e o tipo de caráter predominante nos indivíduos é um produto social. A pessoa saudável não precisa de nenhuma dessas características, voltando-se para o caráter produtivo na busca pela realização do pleno potencial sem necessitar, depender ou explorar os outros. O amor produtivo não é possessivo e nem se reduz ao amor sexual. O amor produtivo tem sua base na produtividade e é o amor autêntico, que tem como exemplo máximo o amor materno e é marcado pelo desvelo, responsabilidade, respeito e conhecimento, razão pela qual este tipo de amor é desintegrado na sociedade capitalista contemporânea. O pensamento produtivo tanto respeita como reage e possui interesse no seu objeto, na busca pela compreensão e visão total dele. O caráter social pode ser dividido entre os que se orientam produtivamente ou improdutivamente. Os improdutivos são caracterizados como receptivos, exploradores, acumuladores e mercantis. Os produtivos são aqueles que manifestam a essência humana e realiza a produtividade. Para Fromm a base fundamental do caráter se encontra nos diversos tipos de organização da libido, admitindo que o caráter social se encontra na relação da pessoa com o mundo, com o outro e consigo mesmo, na função de moldar os indivíduos a agir na direção de exigência da sociedade. Esse caráter social produz o desejo de agir em conformidade com a exigência da sociedade que produz no individio a satisfação de agir conforme a cultura e realizar a mediação entre as ideias dominantes e o modo de produção. HUMANISMO – Para Fromm o homem é potencialmente bom e só se torna mau em condições adversas quando desenvolve uma potencialidade secundária. Ao distinguir a consciência humanista da consciência autoritária, Fromm observa que a consciência humanista está voltada para a integridade e interesse próprio, enquanto que a consciência autoritária está voltada para obediência, dever e abnegação do homem e seu ajustamento social. A meta da consciência humanista é a produtividade e a felicidade. Estas são as bases da ética humanista e da psicanálise do autor. A psicanálise humanista de Fromm envolve tanto a tipologia do caráter e suas influências na sociedade e no processo histórico, como também o questionamento acerca das bases da sociedade moderna, anti-humanista e mercantil, discutindo a questão do caráter social e os processos sociais gerados pelo capitalismo na influencia sobre o ser humano na quantificação/abstratificação, na alienação, na burocratização e na mercantilização. SAÚDE MENTAL – Ao abordar as relações sociais, Fromm passa a tratar sobre a saúde mental e com questionamento sobre a ideia de normalidade e a qualificação de anormalidade, entendendo que normalidade se dá na dependência e na adaptação do individuo em determinadas relações sociais, discutindo se essas relações são realmente saudáveis ou se o individuo comunga com a maioria da mesma doença psíquica para ser considerado normal. O SOCIALISMO HUMANISTA – A ideia do socialismo humanista surge da critica da sociedade contemporâneo e do socialismo real – o capitalismo de Estado –, propondo o socialismo comunitário humanista com foco nas relações sociais. Veja mais aqui, aquiaqui, aqui e aqui.

REFERÊNCIAS
FROMM, Erich. O espírito da liberdade. Rio de Janeiro: Zahar, 1970.
______. A arte de amar. São Paulo, Itatiaia, 1990.
______. A crise da psicanálise: Freud, Marx e a Psicologia Social. Rio de Janeiro, Zahar, 1977.
______. A linguagem esquecida: uma introdução ao entendimento dos sonhos, contos de fadas e mitos. Rio de Janeiro, Zahar, 1983.
______. A revolução da esperança: por uma tecnologia humanizada. 5ª edição, Rio de Janeiro, Zahar, 1984.
______. Análise do homem. Rio de Janeiro, Zahar, 1978.
______. Anatomia da destrutividade humana. Rio de Janeiro, Zahar, 1975.
______. Da desobediência e outros ensaios. Rio de Janeiro, Zahar, 1984.
______. Do ter ao ser. Rio de Janeiro, Manole, 1992.
______. Grandeza e limitações no pensamento de Freud. Rio de Janeiro, Zahar, 1980.
______. Meu encontro com Marx e Freud. Rio de Janeiro: Zahar, 1984.
______. O coração do homem. Rio de Janeiro, Zahar, 1965.
______. O medo à liberdade. Rio de Janeiro, Zahar, 1981.
______. Psicanálise da sociedade contemporânea. Rio de Janeiro, Zahar, 1976.
______. Psicanálise e religião. Rio de Janeiro: Livro Ibero-Americano, 1966.
______. Ter ou ser? Rio de Janeiro, Guanabara, 1987.


KAREL KOSIK: DIALÉTICA DO CONCRETO – O livro “Dialética do concreto” de Karel Kosik, trata da dialética da totalidade concreta, o mundo da pseudoconcreticidade e a sua destruição, reprodução espiritual e racional da realidade, a totalidade concreta, economia e filosofia, metafísica da vida cotidiana, da cultura, da ciência e da razão; filosofia e economia: a problemática de O capital de Marx, o homem e a coisa ou a natureza da econômica; a práxis e totalidade, história e liberdade e o homem.

FONTE:
KOSIK, Karel. Dialética do concreto. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1976.




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