quinta-feira, março 07, 2013

POE & SARAH HELEN, DAVID MITCHELL, EMMANUELLE ARSAN, ARENDT, JILL TARTER, SYLVIE TESTUD, MARGARET BOOTH, HOBSBAWM & SCHÜTTE-LIHOTZKY

Imagem: arte da artista plástica estadunidense Margaret Kinder Booth (1927-2017)

 

DOS DESAFIOS & TROPEÇOS DO DIA A DIA – UMA: ENTRE SONHOS & PESADELOS – Sempre sonhei muito, tanto de olhos abertos ou fechados. Pudera, não sou geminiano à toa. Sonhei tanto e fiz tantas coisas, mas, confesso: tirei cada fino no abismo, chega aprender a ser bastante temeroso, só ouvia dos outros: Num disse! Entre tantos desanimadores levei uma na cara da editora de cinema estadunidense Margaret Booth (1898-2002): Eu também tenho uma fantasia. De viver uma vida sem medo. Tudo o que você precisa para ter a liberdade de fazer o que quiser são duas coisas: Deus e o trauma... Taí, oxe! Mertiolate nas feridas, limpei a poeira da roupa, tentei mudar de cara, olhei pra frente e vi o horizonte escancarado. Tô pronto para outra, por que não? Bola pra frente, gente. DUAS: SE É PRA IR, SIMBORA! – Pois bem, entre buracos e crateras abissais, escapei, apesar de todas as quedas. Arranhuras no corpo e na alma, face mais sem um pingo de moral para dizer que valia alguma coisa, derrubado todo e contando só com o ânimo destroçado e mais que solitário. Foi então que lendo uma entrevista da arquiteta austríaca Margarete Schütte-Lihotzky (1897-2000), dei de cara com isso: Eles pensaram que eu morreria de fome. Ninguém poderia imaginar contratar uma mulher para construir uma casa em 1916 – nem mesmo eu... Mas, para dizer a verdade, antes de criar a Cozinha de Frankfurt, nunca administrei uma casa ou cozinhei ou tive qualquer experiência na cozinha... Estava aí o que me faltava: criar coragem e meter a cara, lá ia eu renovado para enfrentar outros tantos naufrágios e baques. Ora, se. TRÊS: NEM MORRI! – Sim, digo procês que foram muitos embates, sobraram desdém, reprovações e injuriamentos. Quase pronto para jogar tudo pro alto e desistir, ouvi essa da Carole Lombard (1908-1942): À primeira vista, podemos dizer, nosso trabalho é vencer uma guerra... Paz! E eu não tinha ganhado uma, levado todas na caixa dos peitos e quase sem ter onde cair morto. Contudo, estava inteiro e tive sempre que me virar sozinho. Fui e voltei, como a Terra gira e outro dia nasce. Aqui estou para contar hestórias! Vamos aprumar a conversa!!!!

 


DITOS & DESDITOS - Nós, todos nós, somos o que acontece quando uma mistura primordial de hidrogênio e hélio evolui por tanto tempo que começa a se perguntar de onde veio. Somos feitos de poeira estelar. O ferro nas moléculas de hemoglobina no sangue em sua mão direita veio de uma estrela que explodiu há 8 bilhões de anos. O ferro em sua mão esquerda veio de outra estrela. Nós somos as leis da química e da física como elas se desenrolaram aqui na Terra, e agora estamos aprendendo que os planetas são tão comuns quanto as estrelas. A maioria das estrelas, como se vê agora, terá planetas. Em última análise, na verdade todos nós pertencemos a apenas uma tribo, aos terráqueos. Pensamento da astronoma e bióloga estadunidense, Jill Tarter. Veja mais aqui.

 

ALGUÉM FALOU: Tenha, de vez em quando, um pouco da possibilidade de respirar e de ver algo que, apesar de tudo, se mantém humanidade, mantenha um pouco de esperança, um pouco de vida e um pouco de distância. Pensamento da atriz e cineasta francesa Sylvie Testud.

 

LIÇÃO DO HOMEM - [...] O poder dos patrões reside na tristeza dos disciplinados. [...] É aquela que propõe a divisão dos bípedes em dois mundos, tão distantes e incompatíveis quanto um volume de vendas é com a teoria dos números ordinais transfinitos. [...] Ninguém é forçado a morrer mais estúpido do que quando nasceu. [...] Uma mulher que gosta de frutas proibidas e odeia os guardas dos parques públicos não pode ser de todo má. [...] Então foi assim que, nas primeiras manhãs que o sol iluminou, a árvore do bem e do mal ficou verde e as proibições foram desafiadas? [...]. Trechos extaídos da obra Emmanuelle: la lección del hombre (Tusquets, 2013), da atriz, escritora e modelo tailandesa Emmanuelle Arsan (pseudônimo de Marayat Rollet-Andriane, nascida como Marayat Bibidh – 1932-2005), autora das frases: O que é bonito é recusar-se a parar, sentar, adormecer ou olhar para trás... O erotismo, esse triunfo dos sonhos sobre a natureza, é o refúgio do espírito da poesia, porque nega o impossível... Veja mais aqui.

 

NUVEM ATLAS – [...] Minha vida não passa de uma gota em um oceano sem limites. No entanto, o que é um oceano senão uma multidão de gotas? [...] Um livro lido pela metade é um caso de amor pela metade. [...] Nossas vidas não são nossas. Estamos ligados aos outros, passado e presente, e por cada crime e cada bondade, nascemos nosso futuro [...] Viaje longe o suficiente, você se encontra [...] Os livros não oferecem uma fuga real, mas podem impedir uma mente de se coçar [...] Eu acredito que há um outro mundo esperando por nós. Um mundo melhor. E eu estarei esperando por você lá [...] As pessoas pontificam: "Suicídio é egoísmo". Clérigos de carreira como Pater vão um passo além e convocam um ataque covarde aos vivos. Os imbecis defendem essa linha ilusória por vários motivos: para evitar os dedos da culpa, para impressionar o público com sua fibra mental, para desabafar a raiva ou apenas porque falta o sofrimento necessário para simpatizar. A covardia não tem nada a ver com isso - o suicídio exige uma coragem considerável. Os japoneses têm a ideia certa. Não, o que é egoísta é exigir que outro suporte uma existência intolerável, apenas para poupar famílias, amigos e inimigos um pouco de exame de consciência. [...] Você diz que está 'deprimido' - tudo o que vejo é resiliência. Você tem permissão para se sentir confuso e de dentro para fora. Isso não significa que você é defeituoso - significa apenas que você é humano. [...] Poder, tempo, gravidade, amor. As forças que realmente arrasam são todas invisíveis. [...] Poder ilimitado nas mãos de pessoas limitadas sempre leva à crueldade [...] As almas atravessam as eras como as nuvens cruzam os céus, e embora a forma, a tonalidade ou o tamanho de uma nuvem não permaneçam os mesmos, ainda é uma nuvem e uma alma também. Quem pode dizer de onde veio a nuvem ou quem será a alma amanhã? Apenas Sonmi o leste e o oeste e a bússola e o atlas, sim, apenas o atlas das nuvens. [...] A crença, como o medo ou o amor, é uma força a ser compreendida à medida que compreendemos a teoria da relatividade e os princípios da incerteza. Fenômenos que determinam o curso de nossas vidas. Ontem, minha vida estava indo em uma direção. Hoje, está encabeçado em outro. Ontem, acredito que nunca teria feito o que fiz hoje. Essas forças que muitas vezes refazem o tempo e o espaço, que podem moldar e alterar quem nós imaginamos ser, começam muito antes de nascermos e continuam depois que perecemos. Nossas vidas e nossas escolhas, como trajetórias quânticas, são compreendidas momento a momento. Que cada ponto de interseção, cada encontro, sugere uma nova direção potencial. Proposta, apaixonei-me por Luisa Rey. Isso é possível? Acabei de conhecê-la e, no entanto, sinto que algo importante aconteceu comigo. [...] Trechos extraídos da obra Cloud Atlas (Random House Trade, 2004), do escritor, ator e comediante britânico David Mitchell.

 

POEMASPARA - Em vão meu coração lutou com tuas feitiçarias: \ Ele não tinha refúgio de teu amor, - nenhum Céu, exceto \ em tua presença fatal; - de longe \ Ele possuía teu poder e tremia como uma estrela \ Cheia de luz e esplendor. Eu poderia considerar \ Quão escura uma sombra deve obscurecer seu raio? - \ Eu poderia acreditar que a dor poderia habitar \ Onde tua presença brilhante lançou seu encanto abençoado? \ Tu foste meu orgulhoso paládio; - poderia eu temer \ Os Destinos vingativos quando tu estavas perto? - \ Tu foste meu Destino; - tua canção, tua fama, \ Os encantamentos selvagens agrupados em torno de teu nome, \ foram a herança de minha alma, seu dote real; \ Sua glória, seu reino e seu poder! SONETOS PARA POE - 1 - Quando pela primeira vez olhei em teus olhos gloriosos, \ E vi, com sua beleza sobrenatural dolorosa, \ O Céu se aprofundando no céu, como os céus \ Das noites de outono sem uma sombra manchada, \ Eu parei como alguém a quem algum estranho sonho cativa; \ Pois, distante em alguma vida divina perdida, \ Alguma terra que todo sonho glorioso recorda, \ Um espírito olhou para mim com olhos como os teus. \ Mesmo agora, embora a morte tenha velado sua luz estrelada, \ E fechado suas pálpebras em sua noite implacável,— \ Como um sonho estranho, lembrado em um sonho, \ Novamente vejo, no sono, seu tenro raio; \ Esperanças imorredouras preenchem seu azul sem nuvens, \ Céu se aprofundando dentro do céu, sereno e quieto. 2 - Frequentemente, desde que teus olhos terrenos se fecharam nos meus, \ Nossas almas vagando vagamente no salão dos sonhos, \ Mantêm conversas místicas sobre a vida divina, \ Pela música silenciosa de correntes imortais; \ E freqüentemente teu espírito conta como as almas, afiadas \ Por destinos soberanos, não podem mais se separar, - \ Como a morte e o inferno são impotentes para dividir \ Almas cujas vidas profundas jazem coração a coração. \ E se, às vezes, alguma sombra persistente paira \ Pesada em meu caminho, algum pavor assombroso, \ Então eu te indico as harmonias \ Daquelas alturas calmas para onde nossas almas se elevam \ Através do sofrimento - a fé que aprova \ Na morte o poder imortal e vida divina de amor.  3 - Em nosso caminho solitário não floresceu nenhuma esperança terrena: \ Tristeza e morte estavam perto de nós, enquanto estávamos \ Onde a floresta escura, das encostas altas, \ Varreu sombriamente para o mar. A floresta encantada \ Emocionou-se, como se algum terror agourento se agitasse; \ E enquanto as ondas quebravam na costa solitária, \ Em seu tom baixo e monótono, pensei ter ouvido \ Uma voz solene que suspirava: “Você não se encontra mais.” \ Lá, enquanto os raios de sol nivelados pareciam queimar \ Através dos longos corredores de escuridão vermelha e outonal, \ Onde majestosos e célebres cenotáfios repousam \ Doces esperanças humanas, belas demais na Terra para florescer, \ Foi colhido o botão, cujas pétalas puras e frias \ Durmam meu coração até o Céu a flor desabrochar. 4 - Se teu coração triste, ansiando por amor humano, \ Em sua solidão terrena escureceu de medo, \ Temendo que o próprio alto Sol do Céu se mostrasse \ Impotente para salvar daquela esfera fantasmagórica \ Onde teu espírito vagava - se as flores \ Que apertavam em torno de teus pés , parecia apenas florescer \ No solitário Getsêmanes, através de horas sem estrelas, \ Quando todos os que amaram te abandonaram à tua ruína, - \ Oh, mas acredita nisso, naquele vale vazio \ Onde tua alma permanece, esperando para alcançar \ Tanto da doce graça do Céu quanto deve aproveitar \ Para aliviar seu fardo de dor arrependida, \ Minha alma te encontrará, e seu Céu renunciará \ Até que o grande amor de Deus, em ambos, uma esperança, um Céu conceda. WOMAN'S SPHERE - O homem ignorante por muito tempo seguiu seu caminho; \ A mulher indignada se vira e fica parada.\ Velhos provérbios nos dizem quando o mundo era novo,\ E homens e mulheres não tinham muito o que fazer,\ Adão costumava mergulhar e Eva girar;\ O trabalho dele era ao ar livre e o dela, dentro.\ Mas Adão agarrou a roca e o fuso,\ E Eve viu sua ocupação diminuir.\ Ela deve então sentar-se com as mãos postas e ficar, \ Até que alguma bela sibila \ diga a ela “com quem casar?” \ Melhor dedicar seu tempo aos comitês da ala,\ Para desbravar Estados e sondar as cidades;\ Melhor não mais em elegância frágil,\ Mas entre em campo e reivindique o direito de voto. Poemas da ensaísta e poeta estadunidense Sarah Helen Power Whitman (1803-1878), todos dedicados à sua paixão Edgar Allan Poe que, para ela, escreveu o seguinte poema: PARA HELEN - SARAH HELEN WHITMAN: Eu te vi uma vez - apenas uma vez - anos atrás: \ Não devo dizer quantos - mas não muitos. \ Era meia-noite de julho; e de fora \ Uma lua cheia, que, como tua própria alma, subindo, \ Procurou um caminho precipitado através do céu, \ Lá caiu um véu de luz prateado e sedoso, \ Com quietude, e abafamento, e sonolência, \ Sobre os rostos voltados para cima de mil \ Rosas que cresceram em um jardim encantado, \ Onde nenhum vento ousava soprar, a não ser na ponta dos pés \ – Caiu nos rostos voltados para cima dessas rosas \ Que deu, em troca da luz-amor, \ Suas almas odoríferas em uma morte extática – \ Caiu nos rostos voltados para cima dessas rosas \ Que sorriu e morreu neste parterre, encantado \ Por ti e pela poesia da tua presença. \ Vestido todo de branco, sobre uma margem violeta \ Eu te vi meio reclinado; enquanto a lua \ Caiu nas faces voltadas para cima das rosas, \ E sozinho, voltado para cima - infelizmente, em tristeza! \ Não foi o destino que, nesta meia-noite de julho... \ Não foi o Destino, (cujo nome também é Tristeza,) \ Isso me fez parar diante daquele portão do jardim, \ Respirar o incenso daquelas rosas adormecidas? \ Nenhum passo se moveu: o mundo odiado dormiu, \ Salve apenas a ti e a mim. (Oh, Céu!— oh, Deus! \ Como meu coração bate ao juntar essas duas palavras!) \ Salve apenas a ti e a mim. \ Fiz uma pausa - olhei - E num instante todas as coisas desapareceram. \ (Ah, lembre-se que este jardim era encantado!) \ O brilho perolado da lua se apagou: \ As margens musgosas e os caminhos sinuosos, \ As flores alegres e as árvores repugnantes, \ Não foram mais vistos: os próprios odores das rosas \ Morreu nos braços dos ares adoradores. \ Todos—todos expiraram exceto ti—salve menos que tu: \ Salve apenas a luz divina em seus olhos— \ Salve apenas a alma em seus olhos elevados. \ Eu vi apenas eles - eles eram o mundo para mim! \ Eu vi apenas eles - vi apenas eles por horas, \ Vi apenas eles até a lua descer. \ Que loucas histórias do coração pareciam estar escritas \ Sobre aquelas esferas celestiais cristalinas! \ Quão sombrio é o infortúnio, mas quão sublime é a esperança! \ Quão silenciosamente sereno é um mar de orgulho! \ Que ambição ousada; ainda quão profundo— \ Quão insondável é a capacidade de amar! \ Mas agora, por fim, a querida \ Dian sumiu de vista, \ Em um leito ocidental de nuvem de trovão;\ E tu, um fantasma, entre as árvores sepulcrais \ Deslizou para longe. \ Apenas seus olhos permaneceram; \ Eles não iriam - eles nunca foram; \ Iluminando meu caminho solitário para casa naquela noite, \ Eles não me deixaram (como minhas esperanças) desde então; \ Eles me seguem - eles me guiam ao longo dos anos. \ Eles são meus ministros - mas eu sou seu escravo. \ Seu ofício é iluminar e inflamar - \ Meu dever, ser salvo por sua luz brilhante, \ E purificados em seu fogo elétrico, \ E santificados em seu fogo elísio. \ Eles enchem minha alma de Beleza (que é Esperança), \ E estão lá no céu - as estrelas para as quais me ajoelho \ Nas tristes e silenciosas vigílias da minha noite; \ Enquanto mesmo no brilho do meridiano do dia Eu ainda os vejo - dois docemente cintilantes Vênus, não apagadas pelo sol! Já sobre o envolvimento malogrado com Poe, ela escreveu: A inquietação e a falta de fé da época culminaram nele. Nada tão solitário, nada tão sem esperança, nada tão desolado quanto seu espírito em seus humores mais sombrios foi instanciado na história literária do século XIX. E por fim ela escreveu mais um poema para ele: No meio do rugido das máquinas, \ E o grito lúgubre do vapor, \ Enquanto cada papagaio e papagaio,\ Faz da idade de ouro o seu tema,\ Frequentemente, penso, ouço-te coaxar,\ Tudo não passa de um sonho ocioso. \ Enquanto esses gorjeantes “hóspedes do verão” \ Prate de “Progresso” cada vez mais,\ E, à força de fundições de ferro,\ Esta idade de ouro restauraria,\ Ainda assim, penso, ouço-te coaxar,\ Com voz rouca, “Nunca mais”. Veja mais a respeito aqui.

 



ERIC HOBSBAWM – SOBRE HISTÓRIA - ERIC HOBSBAWM é um historiador marxista egípcio reconhecido internacionalmente e autor, dentre outras importantes obras, do livro “SOBRE HISTÓRIA”, um dos últimos trabalhos reunindo ensaios publicados pelo autor, onde ele analisa o significado e os compromissos envolvidos na tarefa da escrita da história. Com clareza e erudição, Hobsbawm, refletindo o papel do historiador, analisa problemas pertinentes para atualidade como a indefinição das identidades nacionais na Europa e o uso ideológico do discurso histórico naquela realidade. O livro também analisa o legado de 150 anos do Manifesto Comunista, a herança de Marx aos historiadores, a revolução bolchevique, as relações entre história e economia e a noção de progresso no conhecimento histórico, entre outras questões. Por fim, o livro que aborda a História e o sentido do passado, a sociedade contemporânea, a previsão do futuro, se os estudos históricos progrediram, da história social à história da sociedade, historiadores e economistas, engajamento, Karl Marx, todo povo tem história, pós-modernismo na floresta, a volta da narrativa, a história britânica e os Annales, a história de baixo para cima, o presente, história da Revolução Russa, barbárie, manual do usuário, não basta a história de identidade e o Manifesto Comunista. Veja mais aqui, aquiaqui.

FONTE:
HOBSBAWM, Eric. Sobre historia. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.



HANNAH ARENDT – ENTRE O PASSADO E O FUTURO - A filosofa, pensadora da liberdade e teórica política alemã Hannah Arendt (1906-1973) abarcou temas sobre política, autoridade, totalitarismo, educação, condição laboral, violência e a condição da mulher. A sua obra é fundamental para entender e refletir sobre os tempos atuais, dilacerados por guerras localizadas e nacionalismos. Ela foi aluna do filósofo Heidegger - com quem teve um relacionamento amoroso - na universidade alemã de Marburgo, e formou-se em filosofia em Heidelberg. Quando o nacional-socialismo de Hitler subiu ao poder, em 1933, ela saiu da Alemanha e foi para Paris, a capital francesa, onde entrou em contato com intelectuais como o escritor Walter Benjamin. Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), o governo francês de Vichy colaborou com os invasores alemães e, por ser judia, Hannah foi enviada a um campo de concentração, em Gurs, como "estrangeira suspeita". Porém, conseguiu escapar e aportou em Nova York, em maio de 1941. Exilada, ficou sem direitos políticos até 1951, quando conseguiu a cidadania norte-americana. Ela se tornou a teórica do inconformismo, defendendo os direitos dos trabalhadores, a desobediência civil e atuou contra a Guerra do Vietnã (1961-1975). A sua obra “Entre o passado e o futuro” aborda questões conceituais de História, na ótica antiga e moderna, questionando autoridade, liberdade, crise na educação, crise na cultura e sua importância social e política, verdade e política, e a conquista do espaço e a estatura humana. Veja mais aqui, aquiaqui e aqui.

FONTE:
ARENDT, Hannah. Entre o passado e o futuro. São Paulo: Perspectiva, 2005.



FUNDAMENTOS DE HISTÓRIA DO DIREITO – O livro “Fundamentos de História do Direito”, organiado por Antonio Carlos Wolkmer, traz uma série de temas como O Direito nas Sociedades Primitivas, Direito e Sociedade no Oriente Antigo: Mesopotamia e Egito por Cristiano Paixão Araujo Pinto, O Direto Hebraico Antigo por Marco Antonio de Souza, O Direito Grego Antigo por Raquel de Souza, A instituição da família em cidade antiga por Jenny Magnani de O. Nogueira, O direito romano clássico: seus institutos jurídicos e seu legado por Francisco Quintanilha Véras Neto, A natureza história da instituição do direito de propriedade por Valcir Gassen, O direito romano e seu ressurgimento no final da Idade Média por Argemiro Cardoso Moreira Matins, A institucionalização da dogmática jurídico-canonica medieval por Rogério Dutra dos Santos, Aspectos históricos, políticos e legais da Inquisição por Samyra Haydêe Naspolini, Da desconstrução do modelo jurídico inquisitorial por Salo de Carvalho, Da invasão da América dos sistemas penais de hoje: o discurso da inferioridade latino-americana por José Carlos Moreira da Silva Filho, O direito nas missões jesuíticas da América do Sul por Thaís Luzia Colaço, O direito no Brasil Colonial por Claudio Valentim Cristiani, Instituições, retórica e o bacharelismo no Brasil por José Wanderley Kozima, O escravo ante a lei civil e a lei penal no Império (1822-1871) por Arno Wehling e Uma introdução à história social e política do processo por José Reinaldo de Lima Lopes. Veja mais aqui.

FONTE:
WOLKMER, Antonio Carlos (Org). Fundamentos de história do direito. Belo Horizonte: Del Rey, 2008.


ENSINO DE HISTÓRIA – O livro “Ensino de História: fundamentos e métodos”, da professora e doutora paulista Circe Maria Fernandes Bittencourt, aborda questões alusivas à história escolar, tratando de disciplina escolar, conteúdos e métodos de ensino, abordagem histórica, as atuais propostas curriculares, os métodos e conteúdos escolares, os conteúdos históricos, a aprendizagem em história, os procedimentos metodológicos, as praticas interdisciplinares, os materiais didáticos, as concepções e usos dos livros, o uso didático de documentos, documentos não escritos na sala de aula, fotografia, museu, musica, cinema, o processo de descobertas e interpretação dos objetos com propostas pedagógicas.

FONTE:
BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Ensino de história: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2004.


FERNAND BRAUDEL – ESCRITOS SOBRE A HISTÓRIA & UMA LIÇÃO DE HISTÓRIA - O livro “Escrito sobre a História” de Fernand Braudel (1902-1985) traz uma abordagem acerca dos tempos da História a partir do Mediterrâneo à época de Filipe II e as posições da História em 1950. Em seguida traz a história e as outras ciências do homem, a exemplo das Ciências Sociais, da unidade e diversidade das ciências do homem, historia e sociologia, economia histórica, história serial sobre Sevilha e o Atlântico (1504-1650), a história social e a demografia e as dimensões da ciência do homem. Por fim traz a história e o tempo presente considerando o Brasil baiano onde o presente explica o passado e a história das civilizações no contexto de que o passado explica o presente.
Outra obra de Fernand Braudel, “Uma lição de história” traz uma abordagem inicial acerca do Mediterrânio a partir da formação das culturas mediterrâneas, o homem biológico, o tempo bizantino, muçulmano, o Atlântico, a Europa, a galera, Salamina a Lepanto, séc. XIX e XX e as tensões, discutindo Veneza e Bizâncio, Istambul, Maomé e Carlos Magno, Biologia, Moscou, a autonomia dos povos mediterrâneos e a revolução francesa. Em seguida aborda o capitalismo considerando a economia política e a historia política, o capitalismo como um jogo de cartas marcadas, continuidade ou mutação, o capitalismo comercial e a produção industrial na Ásia antes de 1800, elementos endógenos do capitalismo indiano, brasileiro sob a ótica do crescimento ou desenvolvimento, técnica, ciência e sociedade e o capitalismo como inimigo do mercado, discutindo a história econômica, a revolução industrial da Idade Média, capitalismo com estrutura de camaleão, economia-mundo, estado e capitalismo, o exemplo indiano e viático para o futuro. Logo após aborda a França a partir da História, os primeiros camponeses, os países e a nação francesa, teoria ecológica das localizações industriais, a arvore dos cargos e funções da França e discutindo a historia, a geografia e o povoamento, o papel das finanças sob o antigo regime. Por fim traz as oficinas acerca da visão filmica da história, filme e contra-história, o filme agente da história, a França sob a ótica da demografia e da política e a antropologia da França.

FONTES:
BRAUDEL, Fernand. Uma lição de história. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1989.
______. Escritos sobre a história. São Paulo: Perspectiva, 1992.


ABRAHAM KAPLAN – A CONDUTA NA PESQUISA: METODOLOHIA PARA AS CINÊNCIAS DO COMPORTAMENTO. – O filósofo naturalizado norte-americano Abraham Kaplan (1918-1993) é autor do livro “A conduta na pesquisa: metodologia para as ciências do comportamento”, abrangendo metodologia, conceitos, medidas, estatística, modelos, teorias, explicações e valores, Na parte dedicada à metodologia aborda a questão da lógica em uso e reconstruída, autonomia científica e lógica, justificação e descoberta da lógica psicológica, a tarefa metodológica por meio de técnicas, titulo honorifico, epistemologia, métodos e mito, método cientifico e suas técnicas, escolas, dilemas, generalidade da ciência e peculiaridade das ciências do comportamento. Nos conceitos ele trata da base empírica abordando empirismo semântico e epistemológico, positivismo lógico, operacionismo, pragmatismo, funções dos conceitos com seus termos, concepções, classificações e teorias, os termos teóricos, a abertura do significado, especificação de significado e conceitos nas ciências do comportamento. Na parte concernente às leis ele trata das funções, identificação, supostos, pressupostos, recursos, presunções, hipóteses, fatos e leis, conteúdo, tipos a s leis nas ciências do comportamento. Na seção atinente ao experimento, ele traz o processo d observação, as funções do experimento, a estrutura do experimento nas ciências do comportamento. Na seção das medidas, aborda função, estrutura e escalas das medidas, validez, medida e linguagem quantitativa. Na seção de estatística trata do papel da estatística, probabilidade e indução, descrição estatística, hipótese e ciências do comportamento. Na parte dos modelos, ele traz a estrutura dos modelos, funções e deficiências nas ciências do comportamento. Na parte das teorias traz o confronto teorias e leis, funções e validação das teorias nas ciências do comportamento. Nas explicações ele traz o modelo padrão, dedutivo, explicação e predição, funções da explicação nas ciências do comportamento. Por fim, na seção dos valores aborda os valores d investigação, a teoria do valor e o futuro das ciências do comportamento.

FONTE: KAPLAN, Abraham. A conduta na pesquisa. São Paulo: EPU/EDUSP, 1975.



BIBLIOGRAFIA HISTÓRICA

PATRICK GARDINER – TEORIAS DA HISTÓRIA – Livro que aborda do antologista como filósofo analista da historia, a sociedade, a escola e filosofia, o condicionamento sócio-cultural de um curriculum vitae, da antologia e do seu destino sócio-cultural, tudo envolvendo a problemática sócio-cultural de um curriculum filosófico.

FONTE: GARDINER, Patrick. Teorias da História. Lisboa: Fundação Calouste Gulnenkian, 1964.

PHILIPPE ARIÉS – O TEMPO DA HISTÓRIA - O livro “O tempo da História” de Philippe Áries traz uma abordagem a partir da descoberta da história por uma criança, o confronto entre a história marxista e a conservadora, p empenhamento do homem moderno na história, a atitude perante a história na Idade Média, do século XVII, a história científica e na civilização moderna.

FONTE:
ARIÉS, Philippe. O tempo da história. Lisboa: Relógio d´Agua, 1992.

G. J. WHITROW – O TEMPO NA HISTÓRIA - O livro “O tempo na História: concepção do tempo da pré-história aos nossos dias”, de G. J. Whitrow, traz uma abordagem a partir da consciência do tempo articulado com o tempo e vida civil, sentido do tempo e a humanidade, para definir o tempo, linguagem e número, as bases naturais de medição na sociedade contemporânea para, a partir daí, passar para uma abordagem sobre o tempo na antiguidade e na idade média, considerando o tempo nos primórdios da história, pré-história, Egito antigo, Suméria, Babilônia e Irã antigo, o tempo na antiguidade clássica envolvendo a Grécia e a civilização helênica, Israel antigo e Roma imperial, passando pelo tempo na Idade Média a partir da Europa medieval, o mundo islâmico, a periodização da história e o milenarismo, a medição do tempo, o tempo no Extremo Oriente e na Mesoamérica, Índia, China e os maias. Logo em seguida traz o tempo no mundo moderno, considerando o advento do relógio mecânico, a invenção do esapo de haste e a influencia social do relógio. Depois traz o tempo e história no Renascimento e a revolução científica, a Reforma do calendário, o relógio de pêndulo e a idéia do universo como um relógio, as atitude em face do tempo e da história nos séculos XVI e XVII, no séc. XVIII, a invenção do cronômetro marinho e a descoberta da perspectiva histórica, a evolução e revolução industrial, o universo evolucionário e o papel do tempo na sociedade industrial moderna, os conceitos concorrentes de tempo, instante e duração, tempo relativístico e cósmico, a relação do tempo com a história e o progresso, a crença e a sociedade computadorizada. Nos apêndices traz abordagem acerca dos anos bissextos, o ciclo calendário metonico e o calculo da páscoa.

FONTE:
WHITROW, G. J. O tempo na história: concepções da pré-história aos nossos dias. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1993.

AGNES HELLER – UMA TEORIA DA HISTÓRIA - O livro “Uma teoria da História” de Agner Heller traz uma abordagem cerca da Historicidade partindo dos estágios da consciência histórica, presente, passado e futuro, a consciência histórica cotidiana como fundamento da historiografia e da filosofia da história. Em seguida traz a Historiografia como episthémé, tratando das ressalvas introdutórias, o passado, presente e futuro na historiografia, os seus valores, os juízos morais, normas concretas para a pesquisa, teoria e método, princípios organizadores, explicativos e orientadores, a teoria mais elevada e aquela aplicada. Depois traz o sentido e verdade na história e a sua filosofia, abordando a especificidade da filosofia da história, a noção de desenvolvimento universal como categoria fundamental da filosofia da história, as leis históricas universais, objetivo, lei e necessidade, holismo e individualismo, a filosofia da história e a idéia de socialismo. Por fim, traz uma introdução a uma teoria da história observado a condição d resgate, do progresso se ilusão ou não, necessidade da utopia e algumas notas sobre o sentido da existência histórica.

FONTE:
HELLER, Agnes. Uma teoria da história. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1981.

MARC BLOCH – APOLOGIA DA HISTÓRIA OU O OFICIO DE HISTORIADOR, obra que aborda inicialmente a história, os homens e o tempo considerando a escolha do historiador, a historia e os homens, o tempo histórico, o ídolo das origens e o passado e presente. Em seguida trata sobre a observação histórica considerando as características gerais da observação histórica, os testemunhos e a transmissão dos testemunhos. Logo após a crítica considerando o esboço de uma historia do método critico, em busca da maestria e do erro e a tentativa de uma lógica do método crítico. Por fim a análise histórica tratando acerca de julgar ou compreender, da diversidade dos fatos humanos à unidade de Constancia e a nomenclatura.

FONTE:
BLOCH, Marc. Apologia da História ou o oficio de historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.


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CRÔNICA DE AMOR POR ELA
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CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na Terra: 
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JUDITH BUTLER, EDA AHI, EVA GARCÍA SÁENZ, DAMA DO TEATRO & EDUCAÇÃO LINGUÍSTICA

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