quinta-feira, março 07, 2013

50 POEMAS DE VCA, GERDA LERNER, MARIA EDGEWORTH, PATTI SMITH, QUENTIN CRISP & AZUELA

 


50 POEMAS ESCOLHIDOS POR VCA – A coletanea 50 Poemas escolhidos pelo autor, das Edições Galo Branco, já publicou muitos autores, entre eles Lêdo Ivo, Gilberto Mendonça Teles, Carlos Nejar, Elisa Lucinda , Ângelo Monteiro e tantos outros. VCA foi um dos contemplados (vide mostra aqui), que além da reunião poética, também foram incluidas opiniões a respeito da sua poesia, a exemplo do professor e crítico canadense, Sébastien Joachim, do poeta e professor Ângelo Monteiro, e dos poetas Flávio Chaves e Lúcio Ferreira. O professor Sébastian Joachin, por exemplo, assinala a respeito: Na fábrica metafórica de VCA não causa espanto ver-se lado a lado palavras designando objetos reputados neutros ou banais. Se separados, isolados, não significam algo semanticamente novo, mas juntas, sintagmaticamente relacionadas, se convertem em expressões do infinito, do incompreensível, do impossível, do transcendental, portanto do sublime. Para se ter uma ideia basta flagrar a auto-apresentação da primeira orelha do volume, na qual o autor expressa que: “A poesia, ou seja, o uso qualitativo, conotativo e figurado da palavra, é apreendida – e não doada automaticamente seja por benção, nome ou estalo – e o caminho da poesia em parte está nos livros, na tradição, no espírito de invocação, nas escrituras dos mestres de todos os tempos e lugares. Sem a leituras deles, a empresa poética de cada um vacila, fracassa o sonho escriturário, perecem as ambições, no nascedouro ou na foz, por mais fortes que sejam...“. Um pouco mais de seu fôlego poeta estão entre os poemas, o primeiro deles que destaco À: ...Ao tempo, a seus alentos e sopros supremos \ Aos desertos do amor \ À melancolia dos leões \ Às piras onde crepitam césares \ E assam títeres sul-americanos... Também em (Coração, coração): É uma ficção covarde \ O coração... Afora outras poesias como as Enterrem meus olhos, Poema de linho, A fuga do rosto, Deo Gratia, É incurável o coração, Núpcias escuras, O que é o coração, Poema sem título, Seios, Econômica e Poética (Veja os poemas aqui), todos com a marca da qualidade VCA. Entre os demais, o poema em prosa Anônimos nomes dá bem o teor ebulitivo da verve do poeta: Nomes estranhos em todos os códigos cifrados na pupila dos cadáveres no láudano incrustados nomes apontados ao martírio diluídos em cada exílio nas nódoas da tinta agarranchados esculpidos em ossuários no mármore das mastabas nomes impressos nas pálpebras do iníquo da pátina dos dias abolidos nomes escolhidos para a morte dos sentidos pelo estupro da memória extintos. É que VCA brinca com o nosso canhestra maniqueísmo confrontando oximoros como se decodificasse o mistério que é a vida e o viver. Aplausos. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.

 


DITOS & DESDITOS - O que é preciso é andar, sempre andar, nunca estacionar; possuindo o vale, as planícies, as montanhas e tudo o que a vista envolve. Pensamento do poeta mexicano Mariano Azuela (1873-1952).

 

ALGUÉM FALOU: Trate todos os desastres como se fossem trivialidades, mas nunca trate uma trivialidade como se fosse um desastre... Os jovens sempre tiveram um problema: como é que é possível rebelarem-se e enquadrarem-se ao mesmo tempo? Agora parece que o resolveram: desafiando os pais e copiando-se uns aos outros... Pensamento do escritor inglês Quentin Crisp (1908-1999).

 

A CRIAÇÃO DO PATRIARCADO - [...] Houve um lapso de tempo considerável entre a subordinação das mulheres na sociedade patriarcal e a desclassificação das deusas. Ao traçarmos a seguir as mudanças na posição das figuras de deuses masculinos e femininos no panteão dos deuses em um período de mais de mil anos, devemos ter em mente que o poder das deusas e suas sacerdotisas na vida cotidiana e na religião popular continuou em vigor, mesmo quando as deusas supremas foram destronadas. É notável que nas sociedades que subordinaram as mulheres econômica, educacional e legalmente, o poder espiritual e metafísico das deusas permaneceu ativo e forte. [...] Portanto, não havia inevitabilidade no surgimento de um sacerdócio exclusivamente masculino. A prolongada luta ideológica das tribos hebraicas contra a adoração das divindades cananéias e especialmente a persistência de um culto à deusa da fertilidade Asherah deve ter endurecido a ênfase na liderança cultual masculina e a tendência à misoginia, que emergiu plenamente apenas no pós-guerra. período exílico. Quaisquer que sejam as causas, o sacerdócio masculino do Antigo Testamento representou uma ruptura radical com milênios de tradição e com as práticas dos povos vizinhos. Esta nova ordem sob o Deus todo-poderoso proclamou aos hebreus e a todos aqueles que tomaram a Bíblia como seu guia moral e religioso que as mulheres não podem falar com Deus. [...] O que as mulheres devem fazer, o que as feministas estão fazendo agora é apontar para esse palco, seus cenários, seus adereços, seu diretor e seu roteirista, como fez a criança do conto de fadas que descobriu que o imperador estava nu e, digamos, o a desigualdade básica entre nós está dentro dessa estrutura. E então eles devem derrubá-lo […]. Trechos extraidos da obra The Creation of Patriarchy: The Origins of Women's Subordination. Women and History (Oxford University, 1987), da historiadora, escritora e professor austriaca Gerda Lerner (1920-2013).

 

VIVIAN – [...] Minha mãe tomou muito, muito demais, cuidado de mim; ela me educou demais, instruiu demais, me superdosou com lições prematuras de prudência: ela estava com tanto medo de que eu fizesse uma coisa tola, ou não dissesse uma coisa sábia, que ela estimulou cada palavra minha e guiou cada uma de minhas palavras. ação. Então eu cresci, vendo com seus olhos, ouvindo com seus ouvidos e julgando com seu entendimento, até que, por fim, descobri que eu não tinha olhos, ouvidos ou entendimento próprio. [...] Um homem que vende sua consciência por seu interesse irá vendê-la por seu prazer. Um homem que trairá seu país trairá seu amigo. [...]. Trechos extraídos da obra Tales and Novels (10 vols - Nabu Press, 2010), da escritora anglo-irlandesa Maria Edgeworth (1768-1849).

 

DOIS POEMAS - SÉTIMO CÉU: Oi Rafael. Anjo da guarda. No amor e no crime \ todas as coisas se movem em setes. sete compartimentos \ no coração. as sete elaboradas tentações. \ sete demônios expulsos da prostituta Maria Madalena \ de Cristo. as sete viagens maravilhosas de Sinbad. \ pecado/mau. E o número sete marcado para sempre \ na testa de Caim. O primeiro homem inspirado. \ O pai do desejo e do assassinato. Mas o dele não era \ o primeiro êxtase. Considere a mãe dele. \ Eve foi o crime da curiosidade. Como diz o ditado \ diz: matou o bichano. Uma maçã podre estragada \ o tiro inteiro. Mas tenha certeza de que não era uma maçã. \ Uma maçã parece um burro. É fruta de bicha. \ Deve ter sido um tomate. \ Ou melhor ainda. Uma manga. \ Ela mordeu. Devemos culpá-la. abusar dela. \ pobre cadela doce. talvez haja mais na história. \ pense em Satanás como um garanhão. \ talvez seus joelhos estivessem abertos. \ Satanás serpenteia entre eles. \ eles abrem mais \ serpenteia pelas coxas \ esfrega contra ela por um tempo \ mais do que a árvore do conhecimento era sobre \ para ser comido... ela estremece seu primeiro estremecimento \ prazer jardim de prazer \ ela estava arrependida \ somos sempre meninas? \ ela era uma boa transa? só Deus sabe ESTUPRO: yum yum as estrelas estão fora. Eu nunca vou esquecer como você \ cheirou naquela noite. como queijo cheddar derretendo \ sob luz fluorescente. como um peixe arco-íris de um dia. \ que prato. tenho que lamber meus lábios. tenho que sonhar meu dia- \ Sonhe. nuvem cerebral de torozina. chuva chuva vem com- \ descendo. \ tudo sobre ela. lá está ela no morro. pálida como um buquê. \ ficando encharcado. espero que suas anáguas encolham. \ Bem, pequena pastora, seu reino vai vir. \ parecendo tão limpo. o guardião de cada cordeirinho. \ Bem, bip, bip, ovelha, estou me mudando. \ Vou espreitar no corpete do Bo. deite querido não \ seja modesto, deixe-me deslizar minha mão. ohhh isso é macio \ isso é bom que não está esgotado. ahhh não chore. molhado \ o que está molhado? Oh aquilo. heh heh. isso é apenas a chuva \ torta de cordeiro. agora não se contorça. deixe-me colocar minha borracha \ em. Eu sou um lobo em um trojan de pele de cordeiro. oh sim isso \ difícil isso é bom. agora não aperte. abra-se \ bop. levanta essa bunda. ummm be-bop mais aberto. \ vamos. nenhuma coisa. posso. pare-me. agora. ah ah ah. \ isso não é bom. minha. be-bop melancólico. \ Ah, não chore. venha se levantar. vamos dançar na grama. \ vamos cortar um tapete vamos jitterbug. rolar aqueles minúsculos brancos \ meias para baixo. bobby sock-o vamos fluir. vamos lá \ é um concurso de dança. sob as estrelas, vamos alice no \ Relva. \ vamos balançar betty boop hoop \ vamos passarinho vamos passear \ vamos balançar vamos rolar \ vamos baleia vamos \ vamos desodorizar a noite. Poemas da cantora, compositora, poeta e artista visual estadunidense Patti Smith. Veja mais aqui e aqui.

 



FUNÇÃO SOCIAL DO DIREITO DE AUTOR – A obra Função Social do Direito do Autor, de Guilherme Carboni, aborda questões como o direito do autor sob a perspectiva funcional, o direto como função e a mudança social, a esfera da subjetividade, tecnologia digital e direitos morais de autor, as principais funções do direito de autor, reconhecimento da autoria, o estimulo à criação intelectual, função econômica, função política, o direito de autor como instrumento de política cultural, exclusão digital, a função social, a positivação como direito fundamental, a regulamentação da função social, as medidas judicias para defesa de interesses difusos, entre outros.

FONTE:
CARBONI, Guilherme. Função Social do Direito do Autor. Curitiba: Juruá, 2008.

DIREITO DE AUTOR EM OBRA COLETIVA – A obra Direito de autor em obra coletiva, de Antonio Carlos Morato, aborda questões acerca da obra coletiva, seu conceito, classificação, natureza jurídica, necessidade pratica e proteção, a autoria e a criação, os direitos da personalidade na obra coletiva no ordenamento jurídico, as espécies de obras coletivas, a Lei 9610/98 e a Lei 10.753/2003.

FONTE:
MORATO, Antonio Carlos. Direito de autor em obra coletiva. São Paulo: Saraiva, 2007.

DIREITO AUTORAL E A CONVERGÊNCIA DE MIDIAS – A obra Direito autoral e a convergência de Mídias de Deborah Fisch Nigri, coordenado por Mauricio Lopes de Oliveira para os Cadernos de Direito Autoral, volume II, aborda questões acerca das noções gerais de Direito Autoral, princípios legais de proteção, direito moral, direito patrimonial, limitações, direitos conexos, a internet, o Fair Use e a Internet, as violações, as novas questões acerca da internet, da radiodifusão, da televisão digital e as modalidades de utilização e o meio de comunicação.

FONTE:
NIGRI, Deborah. Direito autoral e a convergência de Mídias. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2006.

DIREITOS AUTORAIS – O livro Direitos Autorais de Pedro Paranaguá e Sergio Branco para a FGV Jurídica, aborda questões como para que serve o direito autoral, domínio público, o direito da sociedade, o direito em movimento, os direitos conexos, a gestão coletiva e as infrações.

FONTE:
PARANAGUÁ, Pedro; BRANCO, Sérgio. Direitos autorais. Rio de Janeiro: FGV, 2009.

DIREITO AUTORAL NA ERA DIGITAL – A obra Direito autoral na era digital: impactos, controvérsias e possíveis soluções, de Manuella Santos, trata da propriedade intelectual, o desenvolvimento do direito autoral, a tutela constitucional, as previsões, a natureza jurídica, o conteúdo, as discussões doutrinárias, a era digital, a responsabilidade civil, doutrina do fair use, creative commons, os tipos de licença, entre outros.

SANTOS, Manuela. Direito autoral na era digital: impactos, controvérsias e possíveis soluções. São Paulo: Saraiva, 2009. Veja mais aqui.



PSICOPATOLOGIA: VONTADE, PSICOMOTRICIDADE E SUAS ALTERAÇÕES - VONTADE – Segundo Dalgalarrondo (2008), a vontade é uma dimensão complexa da vida mental, relacionada intimamente com as esferas instintiva, afetiva e intelectiva que envolve aaliar, julgar, analisar, decidir, bem como o conjunto de valores, princípios, hábitos e normas socioculturais do invidiuo. Não é ponto pacífico se a vontade depende mais da esfera instintiva, de forças inconscientes, da esfera afetiva, de valores culturais ou de componentes intelectuais conscientes. Alguns autores identificam a vontade ao desejo consciente ou inconsciente. O INSTINTO – Para Dalgalarrondo (2008), é definido como um modo relatyivamente organizado, fixo e complexo de resposta comportamental de determinada espécie, que, por meio dela, pode sobreviver melhor em seus ambiente natural. A pulsão, para a psicanálise, é o conjunto de elementos inatos, inconscientes, de origem parcialmente biológica e parcialmente psicológica, que movem o sujeito em direção à vida ou à morte. DESEJO - Dalgalarrondo (2008) define que é um querer, um anseio, um apetite, de natureza consciente ou inconsciente, que visa sempre algo, que busca sempre a sua satisfação. Os desejos diferenciam-se das necessidades, pois estas são fixas e inatas, independentes da cultura e da historia individual, enquanto aqueles são móveis, moldados e transformados social e historicamente. A inclinação, por sua vez, é a tendência a desejar, buscar, gostar, entre outros, intimamente relacionada à personalidade do individuo, duradoura e estável, que inclui tantos aspectos afetivos como volitivos. Trata-se de algo constitutivo do individuo e é, em certa proporção, de natureza genética. ATO VOLITIVO OU DE VONTADE – O ato volitivo ou de vontade, segundo Dalgalarrondo (2008). É traduzido pelas expressões típicas do eu quero ou eu não quero, que caracterizam a vontade humana sensu strictu. Os motivos, ou razões intelectuais que influem no ato volitivo, dos móveis, ou influencias afetivas atrativas ou repulsivas que pressionam a decisão volitiva para um lado ou para outro. O ato volitivo se dá, de forma geral, como um processo, o chamado processo volitivo, no qual se distinguem quatro etapas ou momentos fundamentais e em geral cronologicamente seguidos. FASES DO PROCESSO VOLITIVO – A fase de intenção ou proposito, no qual, segundo Dalgalarrondo (2008), se esboçam as tendências básicas do individuo, suas inclinações e interesses. A fase da deliberação diz respeito à ponderação consciente, levando-se em conta tanto os motivos como os moveis implicados no ato volitivo. É um momento de apreciação, consideração dos vários aspectos e das implicações de determinada decisão. A fase de decisão propriamente dita é o momento culminante do processo volitivo, instante que demarca o começo da ação, no qual os moveis e os motivos vencidos dão lugar aos vencedores. A fase de execução constitui a etapa final do processo volitivo, na qual os atos psicomotores simples e complexos decorrentes da decisão são postos em funcionamento, a fim de realizar e consumar aquilo que mentalmente foi decidido e aprovado pelo individuo.
O ato de vontade pautado por essas quatro fases, em que ponderação, analise e reflexão precedem a execução motora, é denominado ação voluntária. ALTERAÇÕES DA VONTADE – A hiperbulia ou abulia, para Dalgalarrondo (2008), o individuo refere que não tem vontade para nada, sente-se muito desanimado, sem forças, sem pique. A abulia não se confunde com a ataraxia, que é um estado de indiferença volitiva e afetiva desejada e buscada ativamente pelo individuo. Trata-se aqui do estado de imperturbabilidade almejada por místicos, ascetas e filósofos da chamada escola estoica. ATOS IMPULSIVOS E COMPULSIVOS - O ato impulsivo, segundo Dalgalarrondo (2008), abole abruptamente as fases de intenção, deliberação e decisão, em função tanto da intensidade dos desejos ou temores inconscientes como da fragilidade das instancias psíquicas implicadas na reflexão, na analise, na ponderação e na contenção dos impulsos e dos desejos. O ato impulsivo apresenta as seguintes características: é realizado sem fase previa de intenção, deliberação e decisão; é realizado, de modo geral, de forma egossintomica, quando o individuo não percebe tal ato como inadequado, não tenta evita-lo e considerando ser o ato impulsivo frequentemente não é contrário aos valores morais e desejos de quem o pratica; é geralmente associado a impulsos patológicos ou à incapacidade de tolerância à frustração e necessária adapatação à realidade objetiva sendo que, dessa forma, o individuo dominado pelo ato impulsivo tende a desconsiderar os desejos e as necessidades das outras pessoas. O ato compulsivo ou compulsão, para Dalgalarrondo (2008), difere do ato impulsivo por se reconhecido pelo individuo como indesejável e inadequado, assim como pela tentativa de refreá-lo ou adiá-lo. A compulsão é geralmente uma ação motora complexa que pode envolver desde atos compulsivos relativamente simples, como coçar-se, picar-se, arranhar-se, até rituais compulsivos complexos, como tomar banho de forma repetida e muito ritualizada, lavar as mãos e secar-se de modo estereotipado, por inúmeras vezes seguidas, entre outros. Os atos e os rituais compulsivos, segundo Dalgalarrondo (2008), apresentam característica como vivência frequente de desconforto subjetivo por parte do individuo que realiza o ato compulsivo; são egodistônicos e experienciados como indesejáveis, contrários aos valores morais e anseios de quem os sofre; tentativa de resistir ou adiar à realização do ato compulsivo; sensação de alívio ao realizar o ato, alívio de que logo é substituído pelo retorno do desconforto subjetivo e pela urgência em realizar novamente o ato compulsivo; ocorrem frequentemente associados a ideias obsessivas, muito desagradáveis, representando tentativas de neutralizar tais pensamentos. TIPOS DE IMPULSOS E COMPULSÕES PATOLÓGICAS – Os impulsos e compulsões agressivas auto ou heterodestrutivas, segundo Dalgalarrondo (2008), são automutilação e frangofilia. A automutilação é o impulso ou compulsão seguido de comportamento de autolesão voluntária. São pacientes que produzir escoriações na pele e nas mucosas, furam braços com pregos e pedaços de vidro, arrancam os cabelos (tricotilomania), entre outras, e são leves e moderadas quando observadas em individuos com transtorno da personalidade bordeline, naqueles com transtorno obsessivo-compulsivo e em alguns deficientes mentais. A frangofilia é o impulso patológico de destruir os objetos que circundam o individuo. Está associado geralmente a estados de excitação impulsiva intensa e agressiva. A piromania é o impulso de atear fogo a objetos, prédios, lugares, e ocorre principalmente em indivíduos com transtornos da personalidade. Os impulsos e compulsões relacionados à ingestão de substancia ou alimentos possui o uso do agente psicotiavo que se caracteriza por grande impulsividade. A dispsomania ocorre como impulso ou compulsão periódica para ingestão de grandes quantidades de álcool. O individuo bebe seguidamente até ficar inconsciente; a crise é superada, voltando o paciente à situação anterior, havendo geralmente amnesia retrograda para o ocorrido. A bulimia é o impulso irresistível de ingerir rapidamente grande quantidade de alimentos, muitas vezes doces e chocolates, em geral como ataque à geladeira. Após a ingestão rápida o paciente bulímico sente-se culpado, com medo de engordar e induz vômitos ou toma laxativos. A potomania é a compulsão de beber água ou outros líquidos sem que haja sede exagerada. Difere da polodipsia em que o individuo sente sede exagerada geralmente devido a alterações metabólicas em seu organismo. Os atos e compulsões relacionados ao desejo e comportamento sexual foram classificados e descritos como perversões sexuais, preferindo-=se atualmente os termos atos impulsivos e compulsões sexuais. O fetichismo é o impulso e o desejo sexual concentrado em partes da vestimenta ou do corpo da pessoa desejada. O exibicionismo é o impulso de mostrar os órgãos genitais, geralmente contra a vontade da pessoa que observa. O ato de mostrar já é suficiente para o individuo obter prazer; ele não busca o contato sexual direto com a pessoa para a qual se exibe. O voyeurismo é o impulso de obter prazer pela observação visual de uma pessoa que está tendo relação sexual, ou simplesmente está nua ou se despindo. A pedofilia é o desejo sexual por crianças ou púberes do sexo oposto; a pederastia é o desejo sexual por crianças ou adolescentes do mesmo sexo. A gerontofilia é o desejo sexual por pessoas consideravelmente mais velhas. A zoofilia ou bestialismo é o desejo sexual dirigido a animais. A necrofilia ou vampirismo é o caso de desejo sexual por cadáveres. A coprofilia é a busca do prazer com uso de excrementos no ato sexual. A ninfomania é o desejo sexual quantitativamente muito aumentado na mulher e a satiríase, em nível muito aumentado no homem. Esses aumentos patológicos do desejo sexual ocorrem principalmente em indivíduos em fase maniacal de transtorno bipolar. Não é rara a compulsão à masturbação, vivenciada como intensa necessidade de realizar atividade masturbatória repetitiva, até mesmo praticada com desprazer. Outros impulsos e compulsões são identificados como Poriomania que é o impulso e o comportamento de andar a esmo, viajar, desaparecer de casa, ganhar o mundo. A cleptomania ou roubo patológico é o ato impulsivo ou compulsivo de roubar, precedido geralmente de intensa ansiedade e apreensão, que apenas se alivia quando indivíduo realiza o roubo. A compulsão por comprar é um tipo de compulsão em que o individuo sente necessidade premente de compra objetos de forma compulsiva, sem observar a utilidade e sem ter necessidade ou poder utilizar adequadamente. No momento em que realiza a compra, sente um certo alivio, que geralmente é de curta duração, seguindo-se de sentimentos de culpa e arrependimento. O negativismo é a oposição do individuo às solicitações do meio ambiente. A sitiofobia é a recusa sistemática de alimentos, geralmente revelando negativismo profundo. O termo também é utilizado para designar a recusa de alimentos associada a quadros delirantes persecutórios (delírio de envenenamento) ou depressivos graves. A obediência automática é o oposto do negativismo, quando o individuo obedece automaticamente como um robô teleguiado, às solicitações de pessoas que entrem em contato. Os fenômenos em eco, ecopraxia, ecolalia, ecomimia e ecografia, o indivíduo repete de forma automática, durante a entrevista, os últimos atos do entrevistador, suas palavras ou silabas, reações mímicas ou escrita. Esses fenômenos revelam acentuada perda do controle da atividade voluntária e sua substituição por atos automáticos, sugeridos pelo ambiente circundante. O automatismo refere-se aos sintomas psicomotores, como movimentos de lábios, língua e deglutição, abotoar/desabotoar a roupa, deambular a esmo, associados à crise epiléptica do tipo parcial complexa, na qual já alteração do nível de consciência, geralmente acompanhada de automatismos psicomotores. O automatismo psíquico representa o surgimento de pensamentos, representações, lembranças e comportamentos apenas muito precariamente controlados pela atenção voluntária e pelos desejos conscientes. O automatismo mental refere-se a fenômenos psíquicos sentidos pelo paciente, mas não reconhecidos por ele como provindo de sua personalidade por atribui-los a uma ação externa. AS ALTERAÇÕES DA PSICOMOTRICIDADE – Para Dalgalarrondo (2008), assim como o ato motor é componente final do ato volitivo, as alterações psicomotoras frequentemente são expressão final de alterações da volição. A agitação psicomotora é uma das mais comuns, implicando a aceleração e exaltação de toda a atividade motora do individuo, em geral secundária a taquipsiquismo acentuado. Comumente se associa à hostilidade e à heteroagressividade. A agitação psicomotora é um sinal psicopatológico muito frequente e relativamente inespecífico, sendo vista todos os dias nos serviços de emergencia e internação. A lentificação psicomotora reflete a lentificação de toda a atividade psíquica, bradipsiquismo. Toda a movimentação voluntária torna-se lenta, difícil, pesada, podendo haver período de latência entre uma solicitação ambiental e a resposta motora do paciente. O estupor é a perda de toda a atividade espontânea que atinge o individuo globalmente, na vigência de um nível de consciência aparentemente preservado e de capacidade sensório-motora para reagir ao ambiente. A catalepsia é um acentuado exagero do tônus postural, com grande redução da mobilidade passiva dos vários segmentos corporais e com hipertonia muscular global de tipo plástico. A cataplexia é a perda abrupta do tônus muscular, geralmente acompanhada de queda ao chão. Estereotipias motoras são repetições automáticas e uniformes de determinado ato motor complexo, indicando geralmente marcante perda do controle voluntário sobre a esfera motora. O paciente repete o mesmo gesto com as mãos dezenas ou centenas de vezes em um mesmo dia. Observam-se estereotipias motoras na esquizofrenia, sobretudo nas formas crônicas e catatônicas, assim como na deficiência mental. Os tiques são atos coordenados, repetitivos, resultantes de contrações súbitas, breves e intermitentes, envolvendo geralmente um grupo de músculos que atua em suas relações sinérgicas normais. Acentuam-se muito com a ansiedade. Os tiques geralmente são reflexos condicionados, os quais surgiram associados a determinados estímulos emocionais ou físicos, mantendo-se forma estereotipada, como um movimento involuntário. Na conversão há o surgimento abruto de sintomas físicos, como paralisias, anestesias, parestesias, cegueiras, de origem psicogênica. A conversão motora ocorre geralmente em situação estressante, de ameaça ou conflito intrapsíquico ou interpessoal significativos para o individuo. Segundo a teoria psicanalítica, a conversão expressa a representação simbólica de um conflito psíquico em termos de manifestações motoras ou sensoriais. A conversão ocorre sobretudo na histeria e no transtorno da personalidade histriônica. REFERÊNCIAS: DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Porto Alegre: Artmed, 2008. PAIM, Isaías. Curso de psicopatologia. São Paulo: EPU, 1993. Veja mais aqui e aqui.


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